—Por favor filha, fique.

—...

—Você sabe que ele está apenas blefando...

—Eu não aguento mais – deu uma pausa para segurar as lágrimas e conter o nó na garganta se perguntando quando teria ficado tão fraca - ele pensa que pode controlar minha vida, e a pior parte é que realmente está.

—Meu amor pare com isso! O que custa aceitar casar-se com aquele rapaz? Ele tem a sua idade, e é até um bom homem...bonito.

—Ainda me doí essa tua superficialidade, além de que a senhora sabe muito bem que esse não é nem o maior motivo. 

—Apenas concorde com seu pai, e tudo será mais fácil, prometo.

—Isso é o que mais me irrita mãe! Pare de ser tão submissa, se mantendo obediente e fiel enquanto aquele traste que você ainda chama de marido fode qualquer vagabunda que encontra!

*SLAP*

—Ino, eu estava tentando pelo bem de nossa família, mas como você quer ser uma jovenzinha mimada e rebelde, eu estou te expulsando dessa casa e não-

—Ah, por que isso não é exatamente o que eu estou prestes a fazer! E não me venha com hipocrisias, "bem da nossa família" uma ova, o que tanto te preocupa são as coisas que os outros vão estar comentando sobre vocês!

—...E não nos contate de forma alguma quando você ficar pobre e ter que se prostituir para sobreviver!

—Não se preocupe, nunca me rebaixaria ao nível das amantes do Inoshi. E não venha querer me bater quando não existe qualquer forma de respeito ou moral na sua relação comigo.

Quando bateu a porta de seu quarto e se virou em direção ao corredor, carregando uma pequena mochila com tudo o que iria levar consigo, sentia adrenalina fluindo pelo seu sangue, seu coração batia insistentemente e podia ouvi-lo em sua cabeça como se quisesse desencorajá-la, faze-la desistir.

“Agora não posso voltar atrás, liberei tudo o que estava preso na garganta por todos esses anos, tenho que sair dessa casa. Mas para onde poderia ir? Não posso ficar na cidade e não tenho uma casa em qualquer outro lugar, além de que eu não irei ter nenhum apoio financeiro...será que estou fazendo coisa certa?”

Mas no momento em que desceu o último degrau, se virou para direita e se deparou com algo muito comum: uma empregada cavalgando em cima do seu pai na bancada da cozinha, soube que estava sim fazendo a coisa certa, que mesmo não sendo o melhor dos seres humanos, merecia um lugar melhor que este.

Desgostosa com a cena, rumou em direção a entrada da mansão onde moravam e se dirigiu as portas principais, quando ouviu o som da mulher sendo jogada no chão, um zíper de calça sendo fechado e os passos vindo atrás de si.

—Ei! O que pensa estar fazendo?

—Algo que deveria ter feito a muito tempo.

—Ha ha, me poupe, você não pode ir a lugar algum! Não tem dinheiro ou moradia princesa, terá de ficar aqui e viver sob as minhas ordens.

—É verdade que não tenho dinheiro ou moradia, mas nada me fará viver aqui nem por mais um minuto!

Ele se aproximou e agarrou o rosto de Ino com uma de suas mãos e a aproximou de seu rosto com violência.

—Olha aqui princesa! Se pensa que pode sair daqui sem minha permissão está muito enganada. Você sabe que sou eu quem comanda as coisas por aqui.

—Tire suas patas de mim! Estou saindo agora, não pode me manter presa!

—Princesinha...olhe esse palavreado, como se dirige as minhas belas mãos. O que seu noivo pensaria disso?

—Eu não estou noiva de ninguém!

—Esqueci de te informar meu amor? Você está! A família daquele tal de Ryuki aceitou nossa proposta rapidinho...parece que ele te achou muito bonita, mas nós sabemos que ele realmente quer é te comer. E você querida, vai abrir as suas pernas e mostra-lo sua linda e rosada bocetinha molhada por que a família dele tem muito dinheiro e muitas posses que serão minhas também.

Com sua mão livre Inoshi a desceu para entre as pernas de sua filha. A menina teve mais reflexos e chutou os testículos do homem, o que fez com que ele soltasse-a e caísse no chão grunhindo.

Ino agachou a seu lado, mexeu em seus bolsos, e roubou sua carteira.

—Dinheiro, ao menos, eu tenho agora.

Deu as costas para aquele cara que aclamava ser seu pai e se dirigiu novamente a saída com seus cartões de credito, esperando nunca mais ter que vê-lo.