Automultilação me define. Essa pratica é tão comum em meu dia à dia que há vezes em que eu nem sinto dor. Meu estado é considerado por muitos extremamente depressivo, mas nem sempre fui assim. Meu nome é Isabella Swan, tenho 17 anos. Sofro bullying desde meus 12 anos, quando meu pai morreu em uma horrivel acidente de carros. Com essa grande perda, acabei entrando em depressão profunda e ganhando muito peso.

Eu costumava ser vaidosa, andar sempre bem arrumada, meu pai tratava de suprir todos os meus caprichos. Ele sempre fez de tudo para me agradar, para me ver feliz. Perder ele foi como perder uma parte de meu ser. Meus amigos ligavam, perguntavam por mim, mas eu simplesmente os dispensava com alguma desculpa idiota e rejeitava as ligações. Até que um dia, eles pararam de ligar.

Minha mãe é um doce, é companheira e compreensiva, ela tenta me ajudar de todas as formas possíveis. Mas após o acidente, me fechei completamente para o mundo, inclusive para ela.

Sou completamente apaixonada por um garoto que nunca vai olhar para mim. Edward Cullen. Bom, um ponto a meu favor, ele é irmão de minha melhor amiga, Alice.

Bom, eu e Edward temos uma historia, os Cullens e os Swans são amigos desde antes de eu nascer. Edward e eu fomos melhores amigos a anos atrás. Ele foi um dos que desistiram de mim. Depois que eu virei uma baleia, ele nem olhou mais pra minha cara.

Alice Cullen é meu anjinho da guarda, mesmo com toda a minha loucura depressiva ela sempre esteve do meu lado. Me apoiando.

Claro, também tem a Rose. Rosalie Hale. Ela virou minha amiga recentemente. Ela é um amor de pessoa. Carinhosa, inteligente, compreensiva... Rose é um poço de qualidades.

- Filha?- minha mãe Renné colocou sua cabeça para dentro da porta do meu quarto. Eu a olhei em silêncio. -Posso entrar?- assenti. Ela entrou. Usava um vestido verde, que contrastava com seus olhos também verdes e marcava sua cintura deixando aparentemente mais fina. - Querida, vim saber como está...- começou.

- Estou bem, mãe.- a cortei. Não estava no clima para sermão.

- Como bem?- perguntou ela mas permaneci em silêncio.- Você não tem comido direito ultimamente, e esses cortes em seus braços?- perguntou apontando para meu braço que estava exposto.- Eles estão cada vez piores, Bella.- ela caminhou até mim que estava sentada na cama.- Por favor, Bella. Oque está acontecendo? - seus olhos se encheram de lágrimas.- Me conte, filha. Eu preciso saber.... Estou fazendo algo de errado?- as lágrimas desesperadas caiam por seu rosto. Então é isso? Ela se culpa pelo que acontece comigo? Mas não é culpa dela, nunca foi. A culpa é minha, toda e somente minha.

- Não mãe, nada é sua culpa. Você não fez nada!- exclamei acariciando seus cabelos ruivos.- Não se preocupe comigo, mãe.- disse tentando acalmá-la.- Não está acontecendo nada.- menti.

- Claro que está. Filha, eu te amo. Você é a minha vida! Você é a razão pela qual acordo todos os dias. Você é a razão de tudo. Me conte. Eu preciso saber... confie em mim.- quando ela terminou de falar eu já chorava. Ela sentou-se ao meu lado na cama e me abraçou. Eu sentia saudades disso, saudade de colo de mãe. Eu precisava.

- Ah mamãe... - eu soluçava descontroladamente.- Ninguém gosta de mim, porque sou gorda e feia. Todos riem de mim. Todos me odeiam! - ela chorava junto comigo.- Menos Alice e Rose. Porque até o Edward...- falar em nele doía tanto.- Até o Ed, mamãe....

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Já era dia, acordei com a luz do sol em meu rosto. Renné havia dormido aqui comigo, depois daquele episodio lastimável de minha vida. Levantei-me da cama lentamente para não acorda-la. Fechei as cortinas do quarto para mantê-lo escuro e fui tomar um banho.

Banho tomado. Me vesti para escola, coloquei uma camiseta preta de uma banda qualquer, uma calça jeans e um casaco cinza largo. Calcei meus alls stars branco, penteei meus cabelos com os dedos mesmo, os deixando soltos. Peguei minha mochila e sai. Fui para escola em meu conversivel preto.

Cheguei na escola em, mais ou menos, uns 15 minutos.

Estacionei em minha habitual vaga, sai do carro e fui para meu habitual solitário lugar. Um lugarzinho, longe da cruel população de Forks.

- Hey?- chamou uma voz máscula, tão conhecida e desconhecida ao mesmo tempo. Nem olhei, sabia que não era para mim. Porque ele, nunca se referia a mim em seus "Hey's"ou "Oi's"

- Estou falando com você...- continuava a falar.- Isabella?- chamou-me pelo nome. Arrisquei uma espiadinha. Edward olhava para mim.

- E-está falando co-comigo?- perguntei gagejando. Olhei em seus olhos, tentando ver se havia vestígios do velho Edward. O Edward que era meu amigo. Mas só oque consegui foi ficar perdida naquela imensidão cor de esmeralda.

- Não. Há outra Isabella aqui.- disse irônico. Suspirei. Até sendo irônico era lindo.

- Oque quer?- perguntei controlando a voz para não gaguejar.

- Preciso de um favor...- começou ele. Como não disse nada, ele prosseguiu.- Minhas notas estão ruins em algumas matérias. E eu soube que você é boa aluna. Poderia me ajudar?- perguntou. Isso! Era minha chance! Obrigada Deus!

- Cla-claro.- gaguejei novamente.

- Você está bem?- perguntou Edward. O olhei sem entender. - Está pálida.- abaixei os olhos sem graça,

- 18 horas na minha casa?- perguntou sorrindo torto. O sorriso que me faz derreter. Suspirei. Ele me olhava com cara de quem ia rir.

- 19 horas. Na minha casa.- o corrigi. Ele sorriu torto novamente me fazendo ficar entorpecida.

- Tudo bem, então. Tchau.- ele saiu andando. Não acredito! Deus está realizando meus sonhos! Até que enfim!