Quem diria! escrita por NathyWho221B


Capítulo 5
Não me desaponte


Notas iniciais do capítulo

Hey! Novo capítulo!!
Música do capítulo: https://www.youtube.com/watch?v=wbasWiT72iM
* The Beatles *-*!!!
Boa leitura!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/639598/chapter/5

Não me desaponte

Não me desaponte, não me desaponte

Não me desaponte, não me desaponte

Ninguém nunca me amou como ela ama

Oooo ela ama...sim, ela ama

E se alguém me amou como ela me ama

Sim ela me faz isso, sim ela faz

Estou amando pela primeira vez

Você não sabe que vai durar?

É um amor que dura para sempre

É um amor sem passado

E desde a primeira vez que ela me fez

Oooo ela me fez, ela me fez bem

Acho que ninguém me havia feito

Ooo ela me fez...ela me fez bem

Não me desaponte, não me desaponte

Não me desaponte, não me desaponte

( The Beatles - Don't Let Me Down)

***

Lestrade ainda encarava aquela cena de Sherlock, seu amigo, acariciando o rosto de Molly com as costas da sua mão direita. Ele queria sair dali logo, então se apressou com as palavras.

– Ah... Eu... Eu já vou indo. Molly, você vem? – Lestrade estava envergonhado, confuso e não sabia se estava sendo trouxa por permitir isso o que aconteceu agora na sua frente. Molly, um pouco relutante se afastou de Sherlock. Juntou-se á Lestrade segurando sua mão entrelaçando seus dedos nos dele.

– Vamos. – ela disse e observou Lestrade com carinho e ele devolveu um sorriso triste para ela. O coração de Molly apertou. Ela tinha o desapontado.

Foram andando em direção ao carro dele, deixando suas pegadas fundas na neve.

– Quer carona, Sherlock? – pergunta Lestrade.

– Não, eu vou andando.

– Está bem.

Sherlock começou a andar sem olhar para trás, mas ouviu quando o carro ia embora enquanto pequenos flocos de neve branquinha caída do céu.

Quando chegou em 221B percebeu que algo estava errado. Alguém tinha entrado. Andou cautelosamente subindo as escadas tentando não fazer mais barulho além do peso de seus passos fazendo a madeira da escada ranger. Entrou no flat e encarou A Mulher sentada na sua poltrona.

– Até que enfim, Mr. Holmes. Já estava achando que não iria passar a noite de natal em casa.

Ela se levantou e aproximou-se dele que estava em pé parado ao lado do batente da porta. Ela pegou um de seus braços e o puxou de leve, fazendo-o ir um pouco para frente, para assim, ela poder fechar a porta do flat. Ele continuou em silêncio e ela o abraçou de frente para ele, envolvendo seus braços em seu pescoço. Ele não retribuiu o abraço.

– Feliz Natal, Mr. Holmes.

Ela desmancha o abraço e beija levemente em seus lábios. Ele continua parado, sem nenhuma reação. Sério como sempre.

– O que quer? – ele pergunta quando ela cessa o beijo.

– Te desejar feliz natal pela última vez. – ela sorri.

– Estão te perseguindo de novo. – ele afirma. – O que fez agora?

– Nada de mais, mas parece que ninguém gosta das minhas brincadeiras... – ela finge inocência e depois sorri de um jeito sapeca para ele.

– Ninguém gosta de chantagens. – Sherlock completa se desvencilhando dela e indo para a cozinha preparar um chá. – Para onde vai agora?

– Ainda não sei. – ela suspira. – São tantas opções...

– Imagino...

– Vai sentir minha falta? – ela se aproxima dele e apoia seu quadril no balcão ao lado dele.

– Não. – ele diz sem olhar para ela.

– Também não. – ela ri e dá um beijo em seu rosto. – Se conseguirem me achar e tentarem me escalpelar você vai estar lá para impedir novamente não é?

– Não.

– Obrigada, querido. – ela acaricia seu rosto e ele olha para ela por um momento.

– Isso é verdade?

– Que eu vou embora? É claro! Está desapontado comigo? - ela volta a se sentar na poltrona. Ele suspira.

– Você nunca aprende, não é? – Ele caminha de volta para a sala e leva chá para ela também, se sentando na outra poltrona em seguida, dando goladas em seu chá, cruzando as pernas.

– Que delícia! Você faz um chá muito bom. – ela diz assim que toma seu primeiro gole. Ele apenas levanta as duas sobrancelhas assentindo. – Você é sempre muito bom em tudo o que faz. – ela lança um olhar perverso na direção dele e ele entende sobre o que ela quis dizer. Engasga com um pouco do chá e se levanta colocando o resto de volta na cozinha.

– Vou dormir. Se não se importa, poderia se retirar?

– Mas é claro que eu me importo. – ela se levanta deixando sua xícara na mesinha de centro. Vai em direção á ele. – Você nunca aprende, não é? – ela segura seu rosto. Ele fecha a mão em seu pulso e tira a mão dela de seu rosto. Ela respira fundo e se vira, indo em direção a porta. Ele á acompanha.

– Feliz natal, Irene.

Os olhos dela brilharam por um momento. Era a primeira vez que ele pronunciava seu nome.

– Poderia me dar um último beijo antes de eu ir embora para sempre? – ela pede.

– Você já me beijou assim que eu cheguei. – ele a lembra.

– Aquele não conta, você não retribuiu. – Ela rebate.

Ele a encara por um momento pensativo. Ela já estava achando que ele não iria fazê-lo até que ele segura seu rosto e aproxima o seu lentamente, um pouco inseguro. Fecha os olhos e franze o cenho parando a milímetros do rosto dela. Como um último impulso, ela acaba com a distância entre eles. Ele fica um pouco surpreso, mas mesmo assim continua a beijá-la. Ela se atreve a até morder seu lábio antes de quebrar o beijo. No final eles estavam sugando todo o ar que não tinham em seus pulmões.

– Adeus, Mr. Holmes. – ela diz limpando o batom vermelho borrado dos próprios lábios antes de descer as escadas deixando Sherlock paralisado na porta do apartamento.

***

Como o prometido, Sherlock finalmente apareceu no Hospital depois de tanto tempo. Molly já estava no laboratório quando ele entrou abrindo as portas abruptamente assustando-a, fazendo-a derrubar um tubo de ensaio com uma substância avermelhada, provavelmente um ácido, pensou Sherlock.

Ela se apressava para limpar a sujeira que fez quando Sherlock segurou seu braço com firmeza, impedindo-a de agachar.

– Eu limpo.

Molly estranhou a gentileza de Sherlock e ao mesmo tempo ficou surpresa em vê-lo.

– Você veio. – ela disse com um sorriso tímido. Ele olhou para ela, já agachado.

– Eu prometi, não foi? – Ele pisca para ela que cora imediatamente. Sherlock estava muito engraçadinho hoje, pensou Molly se recompondo.

Sherlock termina de limpar tudo e pega algumas lâminas prontas em cima do balcão para observar no microscópio. Molly volta ao trabalho, recomeçando seu trabalho novamente. Ela consegue terminar tudo e fazer seu relatório um pouco antes do seu horário de almoço. Sherlock percebe que ela terminou e aproxima-se como quem não quer nada.

– Molly, está livre hoje?

– O- o que? C -como assim?

– Vai almoçar com Graham ou não?

– É Greg.

– Quem?

– Greg Lestr....Oh, esqueça. Ele está em um caso importante então não vai vir hoje.

– Se fosse tão importante ele teria me chamado, mas enfim, parece que está livre então.

– Eu acho que sim...

– Ótimo! Vamos almoçar. Conheço um bom lugar, lá eles me dão porções extras.

Ele disse com uma das mãos nas costas de Molly fazendo-a andar.

– Sherlock, o que está acontecendo? – ela para no meio do corredor do Barts fazendo-o parar também e encará-la.

– Nada.

–Tudo bem, pode dizer. – ela diz docilmente e ele suspira.

– Eu estou entediado! Não tem nada, nem casos bons para mim! Estou desesperado Molly, acho que estou ficando louco.

– Ah sim, agora entendi.

– Ainda bem que alguém me entende.

– Agora eu entendi que a única maneira de vir me chamar para almoçar é estando louco. – ela fala baixo, até mesmo para ela, mas Sherlock escuta e aproxima-se dela colocando uma mecha de seu cabelo castanho atrás de sua orelha. Ela levanta o rosto.

– Não diga isso, Molly. Sabe que não é verdade.

– Na verdade eu não sei. – ela ri baixo.

–Molly, eu odeio quando você se rebaixa, então, por favor, nunca mais a repita.

Molly sorri e ele a acompanha. De repente ela fica séria e ele engole seco. Aquele olhar...., pensa Sherlock. Ele conhecia aquele olhar.

– Sherlock, eu... Eu acho que... – ele escuta o estômago dela roncar.

– Eu acho que está com fome, Mrs. Hooper.

Ela pisca algumas vezes tentando organizar seus pensamentos. Amaldiçoa seu estômago em pensamento antes de acompanhar Sherlock que já andava novamente para fora do Hospital.

Depois do almoço, Sherlock ficou o dia inteiro no Hospital, até a hora que Molly ir embora. Ela tirou o jaleco branco que usava e o guardou no armário. Pegou seu casaco e sua bolsa saindo meio desengonçada fechando o zíper do mesmo. Sherlock para em sua frente e sem pedir, ajuda-a a fechar o zíper com seus londos dedos de violinista, calmamente. Molly estava tão envergonhada que não pode deixar de corar intensamente.

– Obrigada.

– Eu te acompanho até em casa. – isso não era um pedido.

Ele chamou um táxi e acompanhou Molly até seu apartamento. Na porta do flat, Molly estava meio relutante em ter que se despedir dele. Ele percebeu isso e pediu para entrar.

– Você está um pouco diferente hoje, Sherlock.

– Como assim?

– Você foi... Cavalheiro me ajudando com o zíper e me acompanhando até em casa. – ela abaixa a cabeça desejando não corar novamente.

– Eu só estava tentando ser gentil... Fiz errado?

– N- não eu... Gostei. – ela olha para ele e sorri.

– Molly, me responda uma coisa...

– Sim? – ele se senta no sofá e ela faz o mesmo.

– Você realmente gosta de Lestrade?

– Gosto. – Isso era verdade, Sherlock pode ler em seus olhos. Decidiu reformular sua pergunta.

– Eu quis dizer, você está apaixonada por ele?

Molly foi pega de surpresa. Que pergunta era aquela? E porque ela simplesmente não o respondia logo? Ela não sabia o que dizer, um redemoinho tomou conta de sua mente. Ela balançou a cabeça limpando seus pensamentos.

– Estou. – Agora ela estava mentindo.

– Mentindo para mim, Molly?

– Como...?

– Como eu sei? Bom, acho que você já deve deduzir.

– Sherlock, nós estamos-

– Juntos? Namorando? Isso não quer dizer nada.

Molly abriu a boca para dizer algo, mas desistiu. Ele estava certo. Ela ainda era louca por ele e ele sabia.

– Porque ainda continua com ele?

– Eu... Não sei.

– Porque tem tanto medo de ficar sozinha? – ele pergunta se inclinando um pouco na direção dela e vê uma lágrima escapar de seus olhos castanhos. – Oh, desculpe, eu não queria te fazer chorar, eu... Realmente não queria.

Ele limpa a lágrima de seu rosto e ela o olha com os olhos marejados.

– Eu te amo, Sherlock. – ela finalmente se declara e ele estanca, paralisado e sem saber o que dizer.

Ela percebe que ele não dirá nada, fecha os olhos desapontada e se afasta indo em direção á porta. Abre-a, esperando que ele saia. Um pouco confuso ele demora um pouco para perceber que ela não o queria mais em sua casa. Por fim, levanta-se e anda para fora do apartamento. Olha uma última vez para ela que estava com a cabeça baixa, antes de ela bater a porta na sua cara.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? Espero que tenham gostado *-*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Quem diria!" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.