Ela parecia serena deitada naquela cama de hospital. Estava com uma daquelas camisolas que pacientes eram ‘obrigados’ a usar. As gotinhas do soro pingavam devagar. House a observava do pé da cama. A médica dela entrou no quarto, abrindo a porta devagar.

Reconheceu o colega de profissão instantaneamente.

– Dr. House... – e o cumprimentou.

– Como ela está?

– Onde está o pai da criança?

– Vc pode falar pra mim.

A médica o olhou desconfiada.

– Allison está bem... foi apenas um pequeno sangramento.. provavelmente causado por estresse ou esforço em excesso.

– E o feto?

– O BEBE está bem. Felizmente ela foi atendida a tempo. Essa garotinha é forte.

House encarou a médica. Seus olhos continham emoção e surpresa.

– É uma menina?!

– Sim, é. Dr., ela tem que ficar em repouso pelos próximos dias, e talvez pelos próximos meses...

– Não se preocupe. Tenho certeza que o chefe dela vai libera-la.

A médica concordou com um sorriso e deixou o quarto.

House se aproximou da cama. Tinha arrastado uma cadeira até ali. Sentou-se e hesitou um pouco antes de tocar a mão dela com as suas. Fez um pequeno carinho, e elevou-a até a barriga dela.

Era uma menina... ele sorriu imaginando como ela se pareceria. Estava distraído fazendo contornos na barriga dela que nem percebeu que ela tinha aberto os olhos.

– Eu não a perdi?

Ele se assustou. Não esperava que ela lhe flagrasse assim. Tentou tirar a mão de cima, mas ela o segurou.

– Sua filha está bem... vc me ligou a tempo. – ele evitava olha-la nos olhos, então mantinha a vista em suas mãos em contato com a dela. Ela segurava firme. Tinha tanto pra dizer... sentia que devia isso a ele...

– Obrigada... se não fosse vc... – ela parecia que ia chorar de novo. Ele, então, tratou de distrai-la.

– Não me agradeça. A propósito, vc ficará sob repouso... recomendações médicas, isso significa, sem trabalho por algum tempo. Já comuniquei seu chefe e ele te liberou. Por isso sim, pode me agradecer.

Ela esboçou um sorriso, e de repente lembrou-se de perguntar.

– Avisaram o Chase?

– Ainda não.

– Eu não quero que avisem.

– Mas ele é o pai, não é? – House soltou a pergunta com um pouco de ironia.

Ela ficou calada.

– Não quero que ele saiba. Ele está na Austrália, fazendo parte de um seminário que é importante pra carreira dele. Não quero estragar tudo fazendo ele voltar antes por minha causa.

– Hum... que consideração...

– Por favor, House.

– Ok, vc que sabe... o canguru vai continuar na ignorância... enganá-lo é minha especialidade... e creio que vc tbm é boa nisso.

Ela desviou o olhar e soltou a mão dele. Ambos pareciam tão acostumados ao contato que só então notaram que ainda estavam assim.

– Só tem um problema... – ele disse.

– O que?

– Vc tem alta amanhã. Não poderá ficar sozinha em casa, vai precisar de ajuda.

– E onde ficarei?

[...]