My Old Man escrita por WeekendWarrior


Capítulo 18
Not Through Love, But Through Revenge


Notas iniciais do capítulo



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Depois do episódio na cozinha, Sid arrumou algo para o meu machucado na cabeça, me trouxe um prato de comida e me deixou de novo no quarto, não antes de me pedir perdão um milhão de vezes.

Realmente não sei o que fazer, estou aqui há somente um dia e ele já me bateu, meu rosto ainda arde, estou num estado deplorável.

Escuto a porta ser destrancada e o moreno aparecer, ainda com o olhar baixo.

Instintivamente me encolho na cama.

— Enchi a banheira pra você tomar banho – falou calmo se aproximando – Mais uma vez, me perdoe. Não se repetirá. Eu juro.

Olhei pra baixo, não conseguia encará-lo.

— Então me deixe livre Sid e não contarei nada para Jim, ainda dá tempo – tentei fazer um acordo com ele.

— Já disse pra não falar o nome desse bastardo aqui! – gritou furioso se afastando – Levanta e vai tomar seu banho!

Me assustei pela enésima vez no dia e comprimi meus lábios. Sim, ele realmente é bipolar, só pode!

— Olha o que você faz comigo! Não me irrite, tudo bem? – o encarei sem expressão alguma no rosto – Agora vai – apontava pra porta aberta.

Me levantei sorrateiramente e caminhei em direção ao banheiro, sempre com Sid atrás de mim.

Então escutamos um som de um carro se aproximando, minha vontade era sair correndo e gritar por socorro. Vi que Sid também ficou apreensivo, ele não estava esperando ninguém.

Fiquei sem reação no primeiro instante, mas minha segunda reação foi totalmente descontrolada. Me soltei dele em um segundo e desci as escadas o mais rápido que pude, sabendo que o mesmo vinha atrás.

Vendo que todas as janelas estavam fechadas, comecei a bater na porta da frente, gritei por socorro, mas Sid tapou minha boca com força e sua outra mão, qual continha a arma, apontava pra minha cabeça.

— Quietinha, entendeu? – engoli em seco – Não vamos cometer nenhuma loucura, garotinha – soava sádico.

Assenti com a cabeça e ele me soltou devagar. Logo batidas na porta romperam o silêncio que reinava na casa. Quem quer que fosse, Sid não estaria esperando. Ele apontou com a arma pro sofá para eu me sentar lá. “Não se mova”, balbuciou enquanto eu me sentava. De novo batidas foram dadas na porta, seguidas por uma voz. Sid colocou a arma no mesmo lugar de antes e abriu a porta.

— Boa noite. Posso ajudar? – foi um Sid cínico falando.

— Sim – disse uma voz, que parecia pertencer a um homem – Gostaria de saber quem é o senhor. O Senhor e Senhora Stewart estão fora, me deixaram cuidando da casa.

— Ah! – exclamou Sid – Meus tios! Eles disseram que o senhor viria – mentiu descaradamente, mas qualquer um acreditaria, eu mesma já caí nessa – Me desculpe, eu esqueci seu nome... é...

— Thomas Kirk! –respondeu sério, o tal do senhor Kirk.

— Ah, sim! Senhor Thomas Kirk Eles disseram mesmo que o senhor viria... Avisei a eles que eu estaria vindo pra cá passar umas férias, relaxar, sabe? E eles deixaram-me ficar com minha namorada uns dias por aqui...

Sid apontou para onde eu estava sentada igual uma estátua de tão dura. O senhor Thomas colocou a cabeça pra dentro da casa e me viu ali sentada, tentei forçar um sorriso, mas meu rosto parecia ser feito de concreto.

— O senhor não quer entrar? – ofereceu Sid me olhando sorrindo.

Não! Gritei internamente. Se o velho entrasse ele o mataria... Será? Vi Sid pegar sua arma que estava no cós de sua calça, sim, ele o faria. Meu coração estava na boca. Será que...

— Não – finalmente disse o senhor – Tenho que ir. Mande lembranças para seus tios. Até mais, garoto.

— Até mais, senhor Thomas! – Sid trancou a porta e olhou pra mim com raiva.

Ele ficou ali parado com a arma na mão até não se ouvir mais o som do carro do velho.

— Da próxima vez que você correr de mim e tentar uma loucura dessas! – se aproximava vagarosamente – Não serei bonzinho! – apontou a arma para mim e a destravou. Eu apertava minhas mãos em meu colo, amedrontada.

Sid tomou uma respiração e abaixou a arma.

— Queria descontar minha raiva naquele velho imbecil, mas não deu... – olhava pra parede – Agora se levanta e vai tomar seu banho, que a essa altura deve estar frio! Vai!

Jim

— Sem muito alarde por causa dos vizinhos – falei para Chris e Alex amigos de minha confiança, os conhecia há muito tempo. Eu poderia muito bem ir sozinho, mas queria assustá-lo, dar um trato naquele pivete cabeça de fogo.

Estávamos dentro do meu carro em frente à casa de Krule, o ruivinho impertinente que era minha única chance de encontrar Lana.

Descemos do carro apressados e seguimos em direção da casa do ruivo, Chris vai para os fundos, no caso dele tentar fugir ao nos ver.

Bato na porta branca de sua casa com força. Nada... Silêncio. Bato de novo.

— Abre, Krule! Sei que está aí, pivete! – digo alto. Mas nenhuma resposta.

Porém quando ouço um barulho vindo dos fundos da casa eu e Alex nos olhamos e vamos para lá.

— Olha quem tentou fugir – dizia Chris segurando Krule numa chave.

— Leve ele pra dentro – pedi pra Chris e assim o fez.

Essa era a prova que precisava, o pivete estava acobertando Sid, filho duma puta! E eu não pegaria leve se ele não colaborasse.

Chris o colocou numa cadeira e nós três ficamos ao seu redor o encarando.

— Então Krule, vai ser do jeito fácil ou do jeito difícil?

Krule

Puta que pariu! No momento que vi Jim vindo em direção a minha casa com seus capangas, eu fiquei que nem uma barata tonta dentro de casa, não sabia se corria ou me escondia. 

Olha, eu só faço merda!

Ele bateu na porta tão forte que dei um pulo, desliguei o pornô que tava assistindo e fui sair sorrateiramente pela porta dos fundos, porém tinha um coisa duas vezes maior que eu esperando do lado de fora. Sou otário demais!

O filho da mãe nem me deu tempo, logo foi me dando uma chave; caralho! Será que ele não percebeu a diferença em nossos tamanhos?

— Me solta, porra! – exclamei me contorcendo em vão.

— Jim! – o grandalhão gritou, logo Jim apareceu com outro carinha ao seu lado. Era hoje que eu levava chumbo.

Fui levado pra dentro e me fizeram sentar numa cadeira. Os três ao meu redor me encarando, merda tripla! Por que eu sempre me meto nessas? Aí você ajuda um “amigo” e dá nisso... Bomba!

— Então Krule, vai ser do jeito fácil ou do jeito difícil?

Franzi meu cenho, me faria de bobo.

— Quê Jim? – fiz minha cara mais inocente – Eu não fiz nada pra você.

— Qual é cara? – exclamou alto me assustando – Chega dessa! Chega porra! Sei que você sabe onde Sid está e você o acobertou! Você pode ter enganado a Lana naquele dia, mas não a mim!

Engoli em seco, fodeu! Ele ia me matar, tirar minha pele e servir pros urubus.

— Não sei do que está falando – balbuciei.

— Ah, vai se foder, cara! Fala logo onde que esse porra tá! – exclamou o outro capanga de Jim, um alto de cabelo preto escorrido. O mesmo tirou uma arma do cós da calça e apontou pra mim.

Senti o sangue do meu rosto sumir em questão de segundos, meu Deus, Maria, José! Porém eles riram da minha reação.

— Se borrou todo! – riu o loiro que me bateu – Mariquinha mesmo!

— Você vai ver a mariquinha, seu bastardo! – falei pra ele me levantando um pouco. Claro que eu ia levar uma surra, mas ainda tinha um tiquinho de orgulho.

— Qual é Krule? Vamos fazer do jeito fácil, por favor – disse Jim calmo – Ou se não...

Eu nem queria saber qual era esse “ou se não...”, mas eu não poderia entregar Sid, eu sei que o que ele fez foi muito errado, mas o mesmo já me acobertou em tantas merdas, já me ajudou tanto. Tudo bem, nada comparado ao que ele fez... É uma bosta mesmo, esses “amigos” que eu arranjo. Uma ponta de culpa me abateu. Eu sei do que Sid é capaz.

— E aí, qual vai ser, Krule? – foi Jim a perguntar, ainda sério, até mesmo calmo. E isso me assusta.

— Vocês estão perdendo tempo comigo, não sei de nada – menti meio relutante.

— Mentiroso filho da puta – senti um soco no lado esquerdo da minha boca e depois o gosto de ferrugem... Sangue. Fiquei meio fora de mim. Quem tinha me dado o soco foi o do cabelo escorrido preto.

Abri minha mandíbula passando a mão no local, porra, que dor absurda.

— Quer mais? – perguntou Jim, rindo de mim – Mas temos que ser rápidos, sem tempo a perder. Quer saber, sem joguinhos Krule, você era um garoto bom, me lembro até. Mas olha pra você agora, depois que sua mãe morreu virou um lixo ambulante – ele riu, os outros dois também.

Filho da puta, ninguém fala da minha mãe. Depois que ela morreu, sim, admito que me perdi, mas isso somente cabe a mim, minha vida.

Não falei nada. Não queria outro soco.

— Se você ainda tem algo que preste nessa sua cabeça, se a maconha já não fodeu com todos seus neurônios, Krule. Se ainda tem um pingo de juízo, diga onde ele está. Pra onde ele levou a Lana?

Pensei por um segundo, olhei pros três a minha volta.

— Vocês são loucos, não sei de nada...

Outro soco, do lado direito, agora dado por Jim. Ele me olhava com raiva.

— Tudo bem, Krule – pegou sua arma e a destravou em meu rosto – Vou contar até três. E não duvide, bastardinho.

Claro que eu não duvidaria de Jim, eu sabia da reputação dele, eu sei o que falam sobre ele, do que ele fez e faz.

— Um... Dois... – ele atirou do lado esquerdo da minha cabeça, me fazendo dar um pulo. Porra!

— Tá bom, tá bom! Eu sei onde eles estão! – ele riu e abaixou a arma e se aproximou de mim.

— Aonde? Aonde, Krule? – segurava meus ombros – Você quer ver um homem morrer por causa de uma mulher? Diga logo!

— Ele está na casa dos Stewart, no bosque – ao dizer isso um peso foi tirado de mim. Era o certo a se fazer.

A face de Jim suavizou, mas ainda era séria.

— Você fez o que era certo – eu abaixei minha cabeça – Que bom que não duvidou, pois eu o mataria. Mataria qualquer um que fizesse mal a minha garota.

 


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