Ela descia desesperada pelas escadas do prédio, sua ansiedade não aguentou esperar pelo elevador, além de estar atrasada só alguns minutos se tivesse sorte conseguiria chegar ao aeroporto a tempo. Em seus pensamentos a única coisa que ela conseguia pensar era uma frase que insistia como uma reprodução automática: "Eu vou conhecê-lo, eu vou conhecê-lo..." e ao mesmo tempo em que sorria ela queria acreditar que tudo aquilo não era um sonho, suas mãos suavam e o medo de perder o voo a apavorava. Finalmente chegou ao térreo do prédio super ofegante mal conseguia respirar, sua malas estavam pesadas e sua agonia foi tão grande que nem se quer percebeu isso. O taxista vendo o estado tomou a frente e pegou as malas, eles entraram logo em seguida. Sua agonia só aumentava e a cada dois minutos pedia para o taxista ir mais rápido. Já no aeroporto sentados na sala de espera estava Beth a mais velha do grupo, Ana, Nath e Madu riam e falavam se suas expectativas para essa grande viagem, até que se lembraram que estava faltando alguém, e na mesma hora todos falaram "JULIANAAAAAAA". Beth já preocupada pega o celular e disca o número, chama, chama, e no quinto toque ela atende, sua voz ao dizer alô era de puro desespero, tudo isso porque não estava encontrando seu celular na bolsa, Beth percebendo a agonia da amiga logo procurou tranquiliza-la, disse que ainda teria mais trinta minutos e que ela precisava se acalmar, nada iria dar errado. Ao desligar o telefone Juliana mais uma vez vira para o taxista e pede para adiantar pois o voo estava marcado para 11 horas da noite e todos seus amigos já estavam no aeroporto era sua viagem dos sonhos e nada, nada mesmo poderia dar errado nesse momento, tentou respirar fundo ao terminar de falar, mas parecia que sua ansiedade só aumentava. O taxista percebeu o quanto Juliana estava agoniada então ele tentou conversar, perguntou para onde ela estava indo, ela olhou para ele com aquele olhar de que estou te pagando para me levar ao aeroporto e não para conversar sobre a minha vida, ele percebeu que ela não cederia começou a falar mesmo assim, muitas pessoas passavam pela aquela mesma situação e ele entendia perfeitamente, falou sobre o transito, sobre histórias de passageiros, sobre um acidente que aconteceu com ele, mas Juliana só fingia que estava prestando atenção nas palavras do taxista, aliás ela já o achava feio e muito curioso por querer saber da vida dela. Ela olhava no relógio a cada minuto, faltava apenas 15 minutos para seu voo decolar rumo a Los Angeles, e o caminho para o aeroporto apenas 12 minutos. Já uma pilha de nervos, o sinal ficou vermelho e ela olha para o taxista quase pedindo para atravessar mesmo assim, mas a última coisa que ela queria era ser morta antes de realizar seu grande sonho, então fechou os olhos por alguns segundos e começou a pensar que iria dar tudo certo. Ao sinal verde o taxista que agora não suportava mais ver a cara marrada e a agonia de sua passageira arranca com tudo pisando no acelerador, e mais alguns metros ele parou em frente ao estacionamento de táxis do aeroporto, ela estava com tanta pressa para sair correndo que quase sai sem pagar e ele pede calma, praticamente joga o dinheiro na mão do taxista que já tinha tirado as malas do carro, sai desesperada para o portão de embargue do aeroporto, pelo horário nem estava cheio, mas tinha gente suficiente para atrapalhar sua correria, quando estava próximo as escadas rolantes ela ouve a ultima chamada do seu voo, seu coração gela e seu celular começa a tocar, ela então percebe que já tinha várias ligações não atendidas, suas mãos estavam suadas e ela tentava atender o telefone, e que depois de vários cliques ela ouve a voz de Beth já um pouco nervosa pela demora, Juliana disse que já estava chegando era só questão de alguns minutos, não demorou muito e ela já avistou seus amigos impacientes a sua espera, quando percebeu que suas amigas já começavam a andar ela apressou e começou a correr para acompanhá-los. Como o Check-in já havia sido feito pela internet conseguiram chegar faltando apenas 1 minutos para o embarque. Elas tinham sido as ultimas a entrarem no avião, em algumas horas elas estariam em Los Angeles. Ao se acomodarem Beth olha para amiga se perguntando o porque daquele atraso todo, Juliana não era o tipo de pessoa que se atrasaria para uma viagem chegando em cima da hora. Percebendo os olhares ela começou a explicar o que havia acontecido.

Duas horas antes...

Já estava com suas malas prontas, Juliana não via a hora de chegar em Los Angeles, admirava o papel de parede de seu celular, como ele era lindo, pensava, nem acredito que vou te conhecer. Simplesmente fechou os olhos imaginando como seria sua reação, e já estava quase cochilando quando seu celular toca, era uma mensagem no whatsapp, Beth dizia que assim que chegasse no aeroporto ligaria para ela, respondeu apenas com uma carinha dando um ok logo em seguida. Voltou aos seus pensamentos e logo adormeceu.

–-- QUER DIZER QUE VOCÊ ESTAVA DORMINDOOOOOOO??????? Somente Beth não falou alto nesse momento, mas a cara de surpresa essa ela não conseguiu evitar. Juliana tentou desviar o olhar e quando foi tentar abrir a boca para explicar percebeu que muitos no avião observavam, se olharam e resolveu que por enquanto não voltariam falar daquele assunto pelo menos ate elas chegarem em Los Angeles.

Horas depois todas cochilavam em suas poltronas, mas Juliana continuava bem alerta, seu sorriso no rosto era evidente, ela não conseguia acreditar que em pouco tempo estaria no lugar que ela sempre sonhou. Suspirava e milhões de pensamentos passam pela sua cabeça. Alguns minutos depois começou uma turbulência, e os passageiros começaram a acordar, mas as comissárias de bordo tentou tranquilizar a todos. Beth que já estava acordada começou a falar com elas que isso era muito normal. Um tempo depois elas estavam sendo avisadas de que faltava alguns minutos para pousarem. Elas voltaram a conversar, começavam a planejar o que fariam, onde iriam, queriam aproveitar o máximo daquela viagem. E já estavam no maior papo, quando Nath pediu para tirarem uma selfie, queria registrar o momento e postar em sua rede social.

Já estavam no aeroporto de Los Angeles quando elas foram pegar suas bagagens, e Juliana não deixou de zoar as amigas, os últimos serão os primeiros e começou a rir, quando Madu lançou um olhar para Juliana ela percebeu que era uma boa hora para ficar calada. No salão de desembargue onde todos esperavam pelos seus familiares, Beth tinha ficado para trás com as meninas, Juliana na pressa saiu e se deparou com um casal que olhavam para ela com cara de paisagem, quando estavam mais próximos dela eles a abraçaram e começou a pegar as malas dela, ela sem entender nada e eles a puxando pelo braço, how are you Lisa??? A mulher olhava e dizia she is beautiful, até que ela entendeu e disse I'm Juliana, i'm not Lisa, logo depois o casal começou a pedir desculpas, só então Beth e as meninas se aproximaram e entenderam a situação, o nervosismo estava estampada na carinha delas. Respiraram fundo e começaram a andar, logo depois seguiram para um ponto de táxi, Beth mais experiente pediu para o taxista deixarem no hotel, ao chegarem na recepção do Venice Beach Apartment foram muito bem recebidas, estavam todas caladas somente Beth dava todas informações necessárias.

Chegaram ao quarto que preferiram ficar todas juntas, logo que a porta se fechou e elas se olharam foi uma fração de segundos para ouvir os gritos de felicidades, depois todas começaram a rir do episódio acontecido no aeroporto, Madu e Nath correram para a janela com vista para o mar e era lindo, logo foram seguidas por Beth e Juliana, e assim começou a maior aventura de todos os tempos, a maior aventura da vida delas.

Passado toda emoção de terem chegado e de estarem na tão sonhada Los Angeles, se organizaram e teve até fila no banheiro já que só tinha um no quarto. Beth começou a contar algumas histórias e experiências em quanto esperava a sua vez. Juliana e Madu já tinham tomado banho só esperavam as outras para irem comer algo e depois descansar da viagem, no fundo nenhuma delas queria isso, na verdade elas queriam era aproveitar o máximo daquele sonho, mas sabiam que precisavam recarregar as energias.

Já estavam no restaurante do hotel quando um garçom veio atende-las, elas pediram um lanche bem reforçado, quando já estavam de saída, alguém se aproximou delas, era um homem muito elegante, de sorriso largo e muito bonito.