O Confronto dos Deuses escrita por TM


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

"Palavra puxa palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução."
— Machado de Assis



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Onde estou? Por que estou num hospital? O que aconteceu comigo?

Esses foram os primeiros pensamentos quando a consciência de Paul de LaVitta voltou. Olhou ao seu lado, e viu que Suzane dormia profundamente, enrolada por vários panos brancos.

Paul juntou todas as forças que tinha e tentou colocar-se de pé, neste momento, percebeu que uma dor infernal irradiava de seu pulso, ele encarou seu braço, estava engessado. Uma moça morena com os olhos verdes e uma boca farta apareceu na porta, ela arregalou os olhos, surpresa por ver o homem acordado.

— Hoje é meu dia de sorte, hein.

— Na verdade não é, senhor de LaVitta. Meu nome é Ella Rovere, estava falando no telefone com a senhorita Dudek antes do incidente. — A agente chegou mais perto da cama de Suzane, e a admirou com um ar triste. — Sinto muito pelo o que aconteceu com vocês.

— Me desculpe, mas eu não lembro de nada. — Anunciou Paul. — Eu me meti em alguma briga?

— Na verdade, não. — Um homem grisalho apareceu na porta e andou até chegar perto de Paul, ele esticou a mão para comprimentá-lo, Paul repetiu o gesto. — Sou Frederich Morrison, agente do F.B.I. Você e Suzane quase morreram ontem num atentado. É uma sorte tê-los vivos.

Na troca de olhares dos senhores, não perceberam que Suzane estava se debatendo, até que ela rugiu do outro lado do quarto. Os dois agentes correram em sua direção, enquanto Paul assistia-os com olhos ansiosos.

— Suzane, acorde. — Ordenou Ella.

As batidas de seu coração não paravam de subir, os agentes se olharam preocupados.

— Suzane, acorde! — Repetiu Morrison.

— Não, não pode ser... — Paul colocou as duas mãos na face. Não aguentaria perder mais ninguém de sua vida. — Pelo amor de Deus! De novo não!

Suzane abriu os olhos, apavorada com o pesadelo que acabara de ter. Olhou ao redor e, sentiu-se confusa.

— O que aconteceu?

— Você e Paul sofreram um atentado, querida. — Disse Ella, franzindo o lábio. — Sinto muito.

— Tudo que eu sonhei não era ficção? Isso realmente aconteceu? — Morrison a encarava de forma indiferente, mas estava atento a todas palavras que saía da boca da jovem. — Eu sonhei de que estávamos no carro, e eu ouvi tiros. E eu me lembrei da noite com os Stracci — Lágrimas rolavam no rosto de Suzane, ela não tinha mais controle da situação. —, foi um verdadeiro inferno. Por favor, me falem que tudo isso foi um sonho, que não tem ninguém querendo nos matar.

— É tudo verdade, Suzane. Sinto muito. — Morrison encarou o chão. — Nós demos tranquilizantes para você e para o senhor Bonitão, mas parece que só fez efeito nele. O que tem de errado com você?

— É essa a pergunta que tenho feito depois de sobreviver a milhares de ataques. — A dor de cabeça a dominava, e estava começando a irrita-la. Ela passou a mão em sua cabeça e sentiu uma faixa. — Eu estou com...? — Ela gesticulou com as mãos, os agentes concordaram com a cabeça. Merda.

— A enfermeira vai trazer roupas para vocês, e quando estiverem vestidos, peçam á ela para levar vocês á minha sala. Vamos ter uma conversa séria, senhores. —

O agente Frederich Morrison saiu da sala com um ar triunfal.

***

Fred Morrison se pegou admirando a foto da filha, e em seguida, de sua neta, Lauren. Silvia Morrison tinha morrido quando deu a luz á sua filha, e Morrison ficou com a guarda de Lauren. Loura dos olhos azuis, seu sorriso encantava mais do que uma cruzada de pernas, e dificilmente pegava-se de mau humor.

Uma semana para o aniversário de dois anos de Lauren, Morrison se pegou imaginando de quão boa mãe Silvia seria. Ele deixou as fotografias de lado e voltou á encarar a tela do seu computador com a ficha criminal de Suzane Dudek; parecia boa pessoa, de boa família, mas por que a morte insistia em rodea-la? Frederich lamentou pela jovem.

Abriu outra aba, e digitou "Paul de LaVitta", e clicou rapidamente em "buscar". Demorou apenas alguns segundos para que as informações dele aparecessem na tela. Apesar dos pais terem muito dinheiro e inteligência, Paul não herdara nada disso de seus pais. O QI dos patriarcas, juntos, passavam de 300, enquanto Paul, sozinho, não chegava a ter a metade disso.

— Senhor Morrison? — Madaleine Duster, a diretora do F.B.I., o chamava, impaciente. Seus cabelos negros estavam presos num coque no alto de sua cabeça, e seus olhos puxados o encaravam. — Faz alguns minutos que estou aqui, e você nem percebeu minha presença. O que tornou-se tão importante á ponto de não perceber isso?

— Peço perdão pelo meu comportamento, senhora Duster, não vai acontecer novamente, isso eu posso garantir. — Frederich gesticulou com as mãos. — Por favor, sente-se.

— Não, obrigada. Estou aqui apenas de passagem. Vou ser direta com o senhor, sem rodeios. — Ela deu uma olhada ao seu redor, e começou a falar com a voz potente. — Só vim saber do que se tratava tal atentado que sofremos ontem. O senhor já tem uma ideia de quem possa ter feito isso? É de interesse nacional.

Quando Madaleine Duster falava que era de "interesse nacional", Frederich sabia que Goodman estava por trás disso. Tinha um boato de que, talvez, fossem amantes. Naquele momento, Morrison duvidou que tal boato pudesse ser mentira.

— Senhora Duster, não estou poupando forças para descobrir quem fez isso, e pode ter certeza de que quando descobrir, eu irei pessoalmente prender o suspeito.

— E enquanto as vítimas? Dudek e de LaVitta? — Ela arqueou uma das sobrancelhas. — O assessor do presidente, Mark Reys, acredita que os dois podem ser suspeitos em potencial.

— Ele não diz nada além de especulações, senhora.

— Veremos, Morrison. — Madaleine Duster desapareceu no corredor vazio, deixando Frederich pensativo, mais confiante do que nunca.


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