O Amor e o Destino escrita por Armamudi


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos,como vocês estão!

Como é estranho esse lance de gostar de alguém neh! Num momento da vida estamos tão desgostosos da rotina de pegar os mesmos ônibus, ver as mesmas pessoas e suas manias, fazer as mesmas coisas todos os dias e do nada, ao dar de frente com alguém totalmente desconhecido, essa pessoa bagunça tanto seu mundo organizado, que instaura o "bom" caos na sua vida.



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O fim de semana passou tão rápido que nem deu tempo pra descansar direito. Fui pra casa da avó no sábado, comi igual um louco de tanta coisa boa que tinha por lá (casa de vó é uma tentação pra quem faz dieta), tive que terminar uma análise de um filme de animação japonesa pra apresentar na aula de História Contemporânea, corri no parque, joguei vôlei com os amigos, fui ao cinema e ainda ajudei minha avó a mudar as plantas do jardim dela! Ufa, foi muito produtivo. Mas mesmo tendo esse monte de coisas que fiz, passei o fim de semana todo com a imagem daquele rapaz na minha cabeça. Hoje na aula de Historiografia estávamos estudando sobre o conceito de “memória” e como ele se forma no processo humano. Há vários tipos de memória a qual nosso cérebro se condiciona entre memória social, familiar, profissional, amorosa, individual e coletiva. Ao escutar a professora explicar a aula, notei que seus cabelos estavam ficando mais claros, um nítido sinal de que a tinta vermelha de seu cabelo já estava necessitando de um retoque. O sol lá fora estava quente e eu teria que enfrenta-lo pedalando oito quilômetros até chegar na academia.

Por sorte a aula terminou mais cedo (para minha alegria) e aproveitei pra malhar mais cedo e chegar em casa pra dar um tempinho pra descansar um pouco antes de ir pro trabalho. O calor estava intenso, o tempo estava seco e a poeira subia como fumaça ao céu entre carros e pessoas na rua. A academia foi o primeiro refúgio fresco, mas como tive que malhar, logo o cansaço me pegou de jeito e junto com ele a preguiça de continuar a fazer os exercícios.

Fui pra casa, e entrando na garagem os meus três cachorros começaram a fazer uma farra comigo, mas infelizmente eu não estava disposto a brincar naquela hora, só queria deitar no sofá. Me joguei no sofá e cai num sono profundo e nele, vi novamente o rapaz sentado no banco do ônibus, agora a poltrona do seu lado estava vaga e ele me convidou pra sentar. Fiquei tão sem jeito que corri imediatamente e me sentei, as mãos tremendo, o coração batendo apressadamente como se fosse correr uma maratona.

– Oi Fernando, tudo bem com você? Não era possível. Como ele sabia o meu nome? Os olhos dele estavam brilhando, os dentes tão brancos e o sorriso tão simpático me hipnotizavam e fazia minha cabeça rodar.

– Tu-tudo bem sim e com você? Mas porque estou gaguejando? Eu só dou ataques de gagueira quando estou muito nervoso!

Ele sorriu novamente pra mim e pegando minha mão ele respondeu com sua voz suave e lentamente: - Estou muito bem, principalmente por ter você ter sentado aqui ao meu lado.

Calma Fernando, pare e analise: isso é um sonho. Você não conhece ele, e muito provavelmente ele também sequer sabe o seu nome. Se toca ein! Mas a cena estava tão boa que mesmo sendo um sonho parecia que era real ali, um de frente pro outro, sentados no mesmo banco, apenas se olhando e se admirando. Lentamente ele veio se aproximando até o meu rosto, desviou o movimento para a minha orelha direita e começou a lamber ela!

Ei mas o que é isso? Acordei com o Bosco me lambendo a orelha e acabando com meu sonho. – Valeu Bosco por me acordar quase em cima da hora de...Nossa eu estou atrasado pra ir pro trabalho!

Tive que correr feito um louco pra me arrumar, juntar minhas coisas e correr para o trabalho. Peguei o ônibus atrasado e por sorte cheguei com dez minutos de atraso. E graças a Deus não tomei um rala do chefe. A tarde foi passando calma, e a cada cinco minutos eu olhava para o relógio do computador querendo que a hora de ir embora chegasse logo pra eu pegar o ônibus e chegar no terminal pra ver o rapaz.

– Ei Fernando, você está bem? Perguntou a Lorrayne, uma das melhores pessoas com quem tenho uma amizade amistosa no trabalho. Uma linda jovem com seus dezessete anos, cabelos negros lisos, olhos verde-claros, pele branca e um sorriso que desarma qualquer um.

– Oi Lorrayne. Eu tô bem sim, só um pouco cansado do dia hoje, disse escorando a cabeça na mesa como que estivesse com sono. Ela pra variar começou a falar igual uma matraca, falando que o trabalho tava cansativo mesmo, que o Thiago, que é nosso chefe, tá um saco, etc, etc...

Ela continuou falando por uns dez minutos sozinha e sem para, até que uma ligação caiu pra ela, e pra minha sorte, o cliente pegou ela de assunto por mais de uma hora. Bom é que só restava uma hora e meia pra ir embora e se tudo desse certo, eu iria encontrar ele no terminal de ônibus.

Nove e meia da noite. Até que enfim chegou hora de ir embora do trabalho. A coisa ruim de ter que ir embora, é que você tem que passar por um corredor de uns vinte metros pra chegar no seu armário pra pegar suas coisas, e depois voltar por esse armário pra ir embora. Imagina fazer esse percurso com quatrocentas pessoas querendo fazer a mesma coisa que você no mesmo tempo! Tive sorte de deixar minha mochila em um armário no começo do corredor, então foi só chegar, pegar a mochila e sair e disparada até as catracas pra ir embora.

Consegui pegar um ônibus antes do que estou acostumado a pegar todos os dias, então se ele chegasse antes eu já estaria lá no terminal também; e se caso ele chegasse mais tarde não teria problema, eu podia esperar uns dois ônibus a mais pra ver ele. O terminal estava abarrotado de pessoas correndo pra descer de um ônibus e pegar outro, mas nada dele aparecer no ponto de ônibus. Me sentei num banco extenso que fica em frente ao ponto porque assim que ele chegasse eu poderia vê-lo e me aproximar.

Ônibus chegavam e saiam num frenesi insano, mas nada dele descer de algum deles. O ônibus o qual pegamos pra ir embora já havia passado duas vezes, e eu teria que pegar o próximo senão ia ficar muito tarde pra eu chegar em casa pra arrumar minhas coisas e deitar pra descansar pro outro dia. As pessoas foram se aglomerando já na espera da chegada do ônibus, e como eles, eu tive que me aproximar da plataforma, mas nem sinal do rapaz. – De certo ele deve ter saído mais cedo da aula, ou nem teve aula hoje neh? Ou também quem sabe ele deve ter ido pra casa de carro ou moto...ou será que ele deve estudar em outro horário e aquele foi o único dia que ele teve aula ou palestra? Mil perguntas se formaram em minha mente até que percebi que o ônibus estava encostando e as pessoas começaram e me empurrar na onda humana pra dentro. Consegui sentar em um dos bancos do fundão do ônibus, e nada de ver ele. Os últimos passageiros entravam no ônibus, e quando as portas começaram a se fechar, três pessoas começaram a bater na porta para o motorista parar o carro e abrir pra eles entrarem. O ônibus estava muito cheio, e os três tiveram que ficar na porta.

Meus olhos estavam brilhando, quando vi o terceiro volume da série de Game of Thrones, chamado “A tormenta de Espadas” ser aberto por um par de mãos claras. O peito arfando pela corrida, estava coberto pela blusa verde-escura, os óculos preenchiam o rosto, o cabelo meio revoltado. Não tive dúvidas, era ele!


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Notas finais do capítulo

Bom espero que estejam gostando da história e aproveito pra pedir aos amigos leitores que comentem com críticas, sugestões pra eu sentir o andamento do enredo ok!

Muito obrigado por lerem!



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