Viagens escrita por Silas Moreira


Capítulo 8
Capítulo 7 - Luz


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá!
Postei em uma semana, hem? Tô no prazo!
Nossos heróis agora vão para Nigheter, o planeta das sombras. O que será que vão encontrar? Aliados ou inimigos?
Deixe suas suposições nos comentários! Até lá em baixo!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/638978/chapter/8

No outro dia, logo de manhã, nossos heróis se prepararam para partir em direção ao planeta das sombras, Nigheter. Os quatro viajantes e Thornton estavam no andar quarenta e nove, o salão da grande passagem usada na criação do portal que Merly atravessou para ajudar sua amiga.

— Você sabe que eu não poderei usar a Maldição para nos proteger, não sabe? — disse Cappy, tomando cuidado para que somente Merly escutasse.

— Não se preocupe. Nós vamos procurar quem queremos encontrar, esse tal amigo do Thornton, e voltaremos assim que possível. Creio que não vá demorar muito tempo. É provável que voltemos antes do fim da tarde.

— E você já sabe como vamos encontrá-lo?

— Pois bem — disse a maga, desviando o olhar — Esse será um dos nossos problemas. Vou nos levar para uma posição longe de qualquer vida no planeta. Não quero arriscar cair nas mãos de um bando de noturnos ou de saqueadores. Aqueles que foram para Nigheter estão lá pois não querem ser encontrados, e pelo perfil deles, é realmente melhor manter distância. Você conhece o povo de Nigheter muito melhor que eu, e sabe que nossa melhor chance é andarmos sozinhos.

— Quer dizer que estaremos andando às cegas? Espero que Thornton saiba o que está fazendo, pois não será fácil. Falando nele, olha quem vem aí.

— Minhas jovens! — exclamou o grandalhão azul, que carregava alguns embrulhos de pano — Trouxe algumas provisões para a viagem. Alguns cantis e algo de comer. Não é muito, mas poderá ajudá-los. Sobre a missão, quando chegarem a Nigheter, procurem por Gigor. Mas, por favor, tomem cuidado. Nunca se sabe o que os aguarda naquelas proximidades.

— Não se preocupe, Thornny. Voltaremos com seu amigo num piscar de olhos — sorriu Merly, enquanto ajeitava os suprimentos nos ombros da amiga.

— Assim espero! Mas principalmente, espero que volteis bem.

— Estamos prontos — exclamou Marcos, se aproximando com a grande espada negra em sua bainha-mochila — Quando quiserem, podemos ir.

— Só não entendo pra que levar a espada — disso o amigo, emburrado — Você não sabe nem segurá-la direito.

— Para de ser invejoso, André. Pelo menos eu tenho uma espada — replicou, embora soubesse que havia verdade no que o amigo dissera.

O garoto loiro soltou um som de desgosto enquanto revirava seus olhos verdes, claramente ainda chateado por não receber nenhum item que o pudesse ajudar. Cappy era forte, corajosa, Merly, a descendente do mago mais famoso do multiverso, possuía sua poderosa magia, Marcos, o escolhido para salvar a todos, já recebera sua espada e estava indo para a batalha. Mas e ele? Seria apenas o alívio cômico da história?

— Ora, vamos, meninos — repreendeu, Thornton, em meio algumas risadas — Parem com essa jovialidade. Sua hora chegará, André. Não fique ansioso. E Marcos, quando for o tempo certo, saberás o que fazer. Aliás, ainda é preciso batizá-la com um nome.  Não se esqueça disto durante tua jornada.

— Ai, chega de atrasos! — interrompeu, Merly — Vamos indo. Quanto mais cedo partirmos, mais cedo voltaremos. Por favor, o portal, Thornton.

O ferreiro fez que sim e se dirigiu para o último cilindro de ferro. Abaixou a pesada alavanca e novamente um grande portal surgiu na passagem do salão, da mesma forma que Merly vira antes. Ao entrarem, os quatro se depararam com aquele belíssimo ambiente, rodeado de pequenas ilhas, cada uma com sua própria passagem arroxeada e uma extensa escada à frente.

— Que lugar é esse? — perguntou, Marcos, fantasiado com a beleza do ar livre.

— A Ilha das Ilhas. Cada um desses portais leva para um planeta diferente. Essa é outra forma de se viajar. Aqui eu gasto pouquíssima mana! Geralmente é a maneira mais usada, mas, atualmente, com os problemas no P.I.T.E., às vezes somos levados para lugares aleatórios, e isso não é bom.

— Olha, eu já ouvi vocês falarem desse Pitty problemático e até agora não conheci ninguém com esse nome — reclamou o loiro.

— O “Pitty” não é uma pessoa, lindinho. — explica a maga, rindo e bagunçando os belos cabelos do garoto, que fica encabulado — É P-I-T-E, a sigla para Ponte Intra Tempo-Espacial. É um tipo de conexão que existe entre todo o multiverso e que nos permite viajar por ele. Mas, ninguém sabe por quê, vários problemas estão ocorrendo e as viagens estão se tornando mais difíceis e cheias de problemas.

— É como se as conexões estivessem sendo cortadas — complementa, Cappy — Nós achamos que isso tem a ver com o mal que está se reerguendo. Mas pode ser qualquer coisa. Thornton conseguiu criar um tipo de estabilizador. Ele melhora nossa situação, mas mesmo assim não é perfeito.

— Magos, como eu, estão gastando muito mais mana em suas viagens; a Ilha das Ilhas está com um acesso terrível e instável; até mesmo as Poças estão sem funcionar! Os únicos que não foram afetados foram os Guardiões. Eles possuem uma habilidade própria e criam os seus portais com um tipo de conexão individual.

— Temos como resolver isso?

— Não sabemos. Mas, por enquanto, vamos cuidar dos nossos problemas. Temos que encontrar o portal correto. Se você se concentrar, ele te dará algum sinal.

— Um sinal? De que tipo?

— Isso varia. Mas acredite, você saberá quando ver. Eles não costumam ser muito discretos.

Merly cerrou os olhos e começou a olhar em volta, focalizando em um único portal de cada vez. Nada aconteceu, até que uma passagem não muito distante começou a emanar uma espécie de fumaça negra, que ficou pairando por cima do arco.

— Realmente. Nada discreto — brincou.

O portal foi chamado para mais perto, até que as duas escadas se conectassem. Todos desceram e subiram o par de degraus e adentraram o portal selecionado. Assim que passavam, a escuridão tomava conta do ambiente, antes iluminado. Sem luz alguma, não conseguiam ver nada, nem mesmo o que estivesse bem diante de seus olhos.

— Estamos no lugar certo? Não consigo ver nada — disse Marcos, tentando apalpar alguma coisa, em vão.

— Sim — confirmou Merly, enquanto criava quatro pequenos globos de luz, permitindo a visão — Nigheter é um planeta sem Sol, e nenhuma lua. Ele foi lançado pra fora de sua órbita há muito tempo atrás. Só consegue manter a vida devido ao calor do seu núcleo. Marcos! Você não está nem prestando atenção no que eu falo!

E de fato não estava! Marcos permanecia fixo, olhando para Cappy que, por algum motivo, estava com sua aparência antiga. Quem a visse dessa forma nunca acreditaria que ela, essa doce menina, carrega o pesado fardo da Maldição da Lua. Uma garota normal, porém, muito bonita. Sua pele clara suave, olhos castanhos escuros, cabelo negro e boca doce lembraram Marcos de todos os momentos que passaram juntos.

— Você está... Linda — diz, o que deixa a garota bastante corada e com um pequeno sorriso tímido.

— Que melação! Nós temos que encontrar aquele Gigor, não é? Melhor começarmos a procurar.

— Embora eu ache vocês dois uns fofos, André tem razão. É melhor nós irmos.

— Você vem comigo, Cappy?

Marcos estende a mão para a bela garota e ela a aceita. Seus dedos se entrelaçaram e era como antigamente. Antes de toda essa loucura começar, Marcos e Cappy viveram boas recordações. Era bom saber que elas ainda estavam vivas no âmago de ambos. Todos saíram juntos, guiados pelas bolinhas de luz flutuantes de Merly, procurando algo que não sabiam como encontrar. Andaram por um tempo indeterminado. Poderia ter sido alguns minutos, ou várias horas. Sem nenhuma forma de saber, caminharam até que estivessem todos cansados.

— É melhor pararmos um pouco. Querem algo de comer? Thornton nos preparou bastante coisa!

Todos se sentaram e comeram, mesmo Marcos e Cappy, que ainda não tinham separado as mãos. O chão era seco e parecia cinza quando iluminado pela luz mágica. Ao lado, parecia haver algum tipo de floresta, ou vários postes, não se sabe. Resolveram não investigar a fundo, preferiam evitar complicações. Nos embrulhos havia alguns pães, um tipo de bebida muito doce, água, e uma folha, de alguma planta, que parecia com chiclete de menta.

— O que é aquilo? — disse Cappy, mascando sua goma vegetal enquanto apontava para longe, para o que parecia um pequeno ponto de luz, se aproximando lentamente.

— Tem alguém vindo! Façam silêncio. – sussurrou Merly, enquanto fazia sumir os globos brilhantes, trazendo de volta a escuridão.

Mas o a luz continuava se aproximando. Provavelmente já deve tê-los visto. Marcos se preparou, em silêncio, para pegar sua espada, mesmo sem saber ao certo o que deveria fazer com ela. André se encolheu no lugar. As garotas estavam a postos para lutar contra quem, ou o que, quer que estivesse vindo. Embora Cappy não tivesse seus poderes, ainda era bastante forte e habilidosa.

— Olá — disse alguém que estava com o que parecia ser um abajur sem fio — Tem alguém por aqui? Eu vi o brilho e achei que fosse um forasteiro. Aqueles que habitam Nigheter não gostam de ficar perto da luz. Está tudo bem. Eu não faria mal algum a viajantes.

Conforme se aproximava do grupo, sua feição ia se tornando mais clara. Era um homem, ou pelo menos se parecia com um. Tinha um queixo muito fino e comprido, um longo nariz e olhos bem abertos, como se não dormisse corretamente há vários dias. O cabelo era preto e espichado por baixo de alguma espécie de chapéu que não se podia ver.

— E como posso ter certeza disso?

— Acho que você terá que confiar em mim.

Um pequeno silêncio instaurou-se no local. O homem olhava para todos os lados, procurando os viajantes, ou, talvez, conferindo se ninguém o veria. Ouviu-se uma suspiro profundo e uma voz quebra o silêncio:

— Tudo bem, então — diz Merly, enquanto reacende as luzes e se levanta — Nós vamos confiar no senhor.

— São quatro! Não esperava nem mesmo um, quanto mais tantos visitantes! Quem são vocês? De onde vieram?

— Eu sou Merly, descendente de Merlin. Estes são Cappy, filha da Lua, Marcos, o Grande, e André, o... amigo dele.

— Sério. Tá ficando chato — esbraveja, André.

— Me desculpe, não achei nada pra você.

— Sem problemas. Já ouvi isso antes. Acho que estou me acostumando.

— Enfim, viemos de Yöca. Estamos procurando um amigo: Gigor, o engenheiro.

— Gigor? Aquele baixinho resmungão? — ele diz enquanto ri — Está sempre mudando de lugar com suas engenhocas. Mas acho que posso ajuda-los. Venham, vou levá-los para minha cabana.

— Agradecemos a ajuda, mas, quem é o senhor?

— Oh, me desculpem. Que modos os meus. Muito prazer, sou Eliron Sanjjei — apresenta-se, fazendo uma reverência muito exagerada — adepto à claridade, mestre das luzes, guardião de lamparinas e abajures, o próprio Senhor das Lâmpadas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? O que achou? Viu algum erro? Tem alguma suposição sobre o que poderá acontecer agora? Deixe tudo isso nos comentários!
Eu leio e respondo todos! Além disso, eu amo muito ler tudo o que vocês escrevem,
Estou esperando vocês para conversarmos!
Até o seu comentário!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Viagens" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.