O Amor Impossível escrita por ludiangelo


Capítulo 5
Dérick me dá um susto




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/63897/chapter/5

Quando acordei, estava naquele mesmo lugar, a enfermaria do acampamento, onde tudo começara, mas desta vez, ao invés de Dérick, era Nico quem estava ao meu lado- e ao contrário de Dérick, Nico não estava deitado numa cama ao lado da minha, ele estava sentado, me observando, me fitando, como na primeira vez em que nos vimos.
- Hã... Oi- disse ele desviando o olhar, porque, por mais que eu tentasse não conseguia olhar pra uma pessoa sem olhá-la nos olhos.
Eu observei seu rosto, estava machucado, me perguntei se ninguem tivera tomado nenhuma providência sobre aquilo.
- Seu rosto...- disse eu colocando a mão em seu machucado, o que foi uma coisa burra pra se fazer, ele arfou e se afastou.- Não trataram da sua ferida.
- Eu não sou bem vindo nesse acampamento, eu não gosto que pessoas daqui toquem em mim, não tem porque ser tocado por quem não gosta de você.
Eu olhei para minha mão, pensando se ele afastara o rosto porque eu o tocara, ou porque eu toquei justo em sua ferida.
- Pode me tocar se quiser- disse ele.- É indiferente.
- Isso quer dizer que acredita que eu gosto de você?
- Não... quer dizer, sim, bem... tecnicamente...
Eu ri, e ele revirou os olhos.
- Mas...- disse ele.- Como está se sentindo?
- Ah, normal, como quando a gente desmaia.
- Eu nunca desmaiei- disse ele.
- Ah...- me senti uma idiota nessa hora.
- Desculpe...
- Tudo bem.
Nico agora me olhava nos olhos novamente, e nós estávamos nos encarando de novo, eu sorri e olhei pra baixo.
- Você é estranha- disse ele.
- Ah, eu sou estranha? Então "tecnicamente" você é normal não é?
- Bem... Talvez, na verdade não tem como ser normal sendo filho de...- ele hesitou.
- Filho de quem?
- De um deus.
- Ah, é- disse eu.- Bem, mas, como foi, nós ganhamos a captura da bandeira?
- Ah, sobre isso, obrigado por ter me levado com você, mas você não precisava ter feito aquilo, olha no que deu, voltou para este lugar.
- Não ia deixar você ali.
Ele sorriu, o que era uma coisa muito bonita de se ver, se você nunca viu Nico di Angelo sorrindo, não sabe o que está perdendo.
Nossos olhos se encontraram novamente, por um instante meus pensamentos se perderam, até que Dérick entrou correndo na enfermaria, me livrando de meus devaneios.
- Hã... Di Angelo... Você disse que ia me chamar quando ela acordasse- disse Dérick, eu achei muito estranho o modo como ele se referiu a Nico, só faltou o "sr" pra parecer que Nico era seu conselheiro, mas o modo como ele disse foi como "te despreso".
Nico fez uma cara para mim de "viu como é?" e disse a Dérick:
- Eu estava conversando com ela, Splarks.
Dérick estreitou os olhos.
- Ok, pode se retirar agora.
Quando Nico estava prestes a levantar, eu segurei sua mão, para que ele ficasse, mas ele a puxou delicadamente e saiu da enfermaria. Eu suspirei.
- Você não cansa de desmaiar não!?- Perguntou Dérick sentado ao meu lado.
- É que nem dormir, posso fazer todos os dias- eu sorri, mas ele continuou sério.
- Primeiro no acidente no carro da sua mãe...- depois dessa frase, eu não ouvi mais nada do que ele disse, eu acabara de me tocar: em todo aquele tempo no acampmento, eu sequer pensara em minha mãe, me senti mal.
- Minha mãe... Onde ela está?
- Ela está bem, depois do ataque da dracanae, ela quebrou a perna tentando defender você, eu não pude ajudar, estava sem minha espada, mas a dracanae foi embora depois de ver você desmaiada, deve ter pensado que morreu, mas sua mãe está ciente de que você veio para cá.
Tentei me lembrar o que era uma dracanae, não perguntei para não me fazer de burra na frente dele, era desconfortável.
- Mas, mudando de assunto- disse ele se mechendo inconfortávelmente.- O que você estava falando com Nico?
- Ah, nada de mais.
- Sei... Bem... Sabe, Aly, faz algum tempo que eu queria te falar uma coisa...
- Uma coisa? Que coisa?
Ele segurou a minha mão e eu estreitei os olhos, eu entendera o que era "a coisa" mas, porque Dérick? O que ele tinha visto em mim? Eu, a garota antissocial, burra e problemática do colégio?
Dérick se aproximou de mim bem lentamente, eu hesitei, e quase fui para trás, mas ele colocou uma das mãos em minha nuca, não me dando escolha, nós nos beijamos.
- Vo... Você disse que ia me falar alguma coisa... não... não isso- gaguejei.
- Não.... Não encontrei palavras.
Eu olhei pela janela, havia luz solar forte lá fora, sendo que a captura fora no final da tarde, me perguntei por um segundo por quanto tempo eu ficara desmaiada.
- O que foi?- Perguntou ele.
- Nada...
- Aly- disse ele virando minha cabeça para olhá-lo.- Você, quer namorar comigo?
- Eu? Hã... posso pensar?
- Pode...
Eu mordi o lábio e saí da enfermaria, e fui atrás de Nico, no caminho encontrei Percy e Tyson.
- Percy, Percy!- Disse eu puxando ele pela camisa.- Cadê o Nico?
- Ele foi pra lá...- ele apontou em direção à praia, e eu saí correndo.
Quando cheguei, vi Nico sentado, encolhido, como da primeira vez que eu o vira, olhando o mar. Eu fui andando e me sentei ao seu lado. Ele olhou pra mim e estreitou os olhos.
- Não ficou lá com seu namoradinho?- Perguntou ele.
- Dérick não é meu namorado... é só um amigo.
- Hum.
- É sério!- Disse eu empurrando-o na areia.
- Ei!- Ele jogou areia em mim.
Eu fiz uma bola de areia e joguei nele, que se desfez, inofensiva, no ar, chegando nele em migalhas. Nós dois riamos enquanto jogavamos areia um no outro, como amigos de infância, eu não sabia porque, mas por alguma razão, eu tinha alguma atração forte por Nico. Ele correu até mim com a mão cheia de areia, tropeçou e acabamos caíndo, com ele em cima de mim. Com o rosto dele tão proximo do meu, eu corei.
- Er... Hã, foi mal- disse ele saindo de cima de mim e me dando a mão para que eu levantasse.
- Já passei por coisas piores.
- Tipo?
- Ah tipo quando...- eu comecei a tagarelar sobre situações constrangedoras na escola, com alguns garotos, e ele sorria e dava risadinhas a cada história.- E agora Dérick me beijou...- eu me toquei de que não devia ter contado aquilo, dessa vez, Nico não sorriu nem rio, ele olhou sério para mim.
- Interessante suas histórias- disse ele.
- Não era pra eu ter dito...
- Esqueça, eu sei guardar segredo.
Ele e eu sorrimos e eu o abracei, grata, quando nós nos separamos ele estava vermelho. Ele passou as mãos no rosto, tentando des-corar seu rosto.
- Não vai funcionar- disse eu.- Eu ja tentei.
Ele revirou os olhos.
- Imagino- disse Nico.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Reviews? Obrigada