Eu faria tudo.
Eu faria qualquer coisa para estar com você aqui. Eu sinto falta do que nunca tivemos.
Sinto falta do que apenas tive em meus sonhos...

Do que apenas em meus mais loucos devaneios pude sentir.

Sinto falta das palavras doces, que nunca foram pronunciadas;
Sinto falta dos olhares, que nunca se encontraram;
E acima de tudo sinto falta de mesmo de longe poder te contemplar.

Eu nunca fiz parte da sua vida, não forma que gostaria de ter feito, mas você fazia parte da minha.

Eu o observava. Sempre o observei.

Desde que eu me enganei com você uma vez, prometi a mim mesma nunca mais o fazer. E a partir daí, vi o quão complexo você poderia ser.

Acompanhei suas dores. Acompanhei cada retorno de reunião... Como se somente o fato de vê-lo pudesse suprir a minha abstinência em te tocar.

Como queria ter tido coragem de ir ajuda-lo, como queria poder ter... Mas você nunca teria deixado. Teria?

Acompanhei as injustiças, meu querido como queria ter te defendido, eu nunca acreditei que era um assassino. Recusava-me a crer que o homem que eu amava era assim, eu sabia, sim, sabia que você jamais faria isso.

Eu vi quanto você tentou proteger os alunos das injustiças, sim, eu pedi a Mulher Gorda para me ajudar, passar algumas informações, mesmo que poucas, sobre você.

Acompanhei sua dor, meu amor, mesmo que de longe. Você era a sombra de alegria que aquecia minha vida.

E mesmo quando suas palavras vinham recheadas de sarcasmo eu delirava pensando que, de uma forma, você me elogiava.

Agora meu doce e querido Severo. Meu injustiçado, sofrido e pouco amado. Como posso viver sem você?

Como posso imaginar uma vida sem a sua existência?

Eu preciso de você. Eu preciso sentir que está aqui.

Há um bom tempo eu não sei o que é dormir, em meus sonhos vejo você comigo em uma realidade que nunca aconteceu. E quando eu acordo sozinha, em minha cama, olho para o meu lado e não o vejo, então me lembro.

Maldito seja Tom Riddle. Mesmo morto ainda me atormenta. Ele levou meu amor, ele levou minha esperança.

Eu morri quando você morreu. Eu morri quando te enterrei. E a cada dia que eu acordo eu morro mais um pouco.

Hoje quem sou? Uma patética imagem, um ser amaldiçoado por amar alguém que já não existe.

Harry e Ginny se casaram Ronny e Luna... Todos seguiram suas vidas. Eles insistem que eu devo procurar alguém. Que eu não devo ficar só. Como posso? Diga-me Severo como eu posso?

Se em tudo que eu vejo eu me lembro de você. Se quando fecho os olhos eu quero que sejam os seus braços ao meu redor.

Eu tentei encontrar alguém, mas os abraços me machucavam, os risos eram como punhais em meu peito.

Demorei em tomar esta decisão, mas finalmente a tomei.

Me vou do mundo mágico. Vou voltar ao mundo que eu nasci. Como trouxa nasci, como trouxa irei morrer. Nada mais me prende aqui.

E se Merlin permitir, minha vida será breve. E logo... Muito em breve, estarei com você.

Esta carta é a minha despedida, meu amor. Uma despedida ao local de sua sepultura. E (a) quem a encontrar, por favor, saiba desta história, fale sobre este amor.

Saiba que Hermione Granger amou Severo Snape e morreu por este amor.

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Léxico

* A Mulher Gorda (Fat Lady) é a guardiã da torre da Grifinória. Já morta, a Mulher Gorda é uma pintura e seu trabalho é fiscalizar a entrada e saída da Grifinória pedindo senha a todos. Foi atacada por Sirius Black em 1993 por não o deixar entrar na torre. Já tentou quebrar um copo de cristal com sua voz.