Teoricamente, o fim do mundo! escrita por Miss Addams


Capítulo 6
Six




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:- Maria está mais fofa do que nunca. – eu comentei olhando a esquila correr ainda próximo da onde nós estávamos, olhei para cima e vi Dulce olhar para Maria.

:- Vê como ela está maior? Mais gordinha? – eu virei a cabeça para ver Maria de novo e realmente ela estava mais gorda. - Estou achando que ela está esperando filhotes, Poncho. – Ficamos olhando para ela que parou de correr de repente e ficou olhando para um lugar fixamente.

Dulce e eu estávamos num parque perto da casa dela, aproveitando um dia raro de Sol, ainda mais nessa época próxima do Inverno. Um dia lindo céu azul, um sol gostoso e não ofensivo. Difícil foi convencer Dulce a trazer Maria e Juan, ela se apegou muito aos esquilos e após ficar sabendo que se deixassem eles soltos ou desse alguma brecha, eles fugiram e nunca mais voltariam. Ela ficou tão paranoica quanto eu quando tive meu pesadelo.

Mas, tanto Maria quanto Juan, como Dulce mesmo disse eram especiais, eles mantinham uma ligação muito forte comigo e Dulce, então mesmo quando saímos pela primeira vez para passear num parque eles não desgrudaram da gente, com medo. Talvez trauma do acidente que eles passaram no Japão.

Hoje eles estavam mais soltos mesmo assim, nunca ficaram tão longe a ponto de perdê-los de vista ao contrário de Rosetta que assim que tiramos a coleira começou a correr e voltava sempre à contra gosto ao escutar Dulce gritando com ela. Eu trouxe até Miau para sair do apartamento e se esticar um pouco, mas ela não gosta muito de parque comprovei ao vê-la do meu lado dormindo. Era complicado conter todos aqueles animais quando eles brigavam, porém estranhamente era difícil isso acontecer, tirando o caso de Maria e Juan é claro.

Dulce começou a rir me chamando atenção. Ao vê-la olhando para alguma direção acompanhei com o olhar.

Juan estava atrás de Maria que estava em frente de alguma, provável esquila, só poderia ser pela forma que Maria encarava a rival na sua frente. Comecei a rir por que realmente Maria lembrava muito alguém que eu conheço.

:- Vão brigar Poncho! – Dulce constatou ao ver a forma que se encaravam. – Tira a cabeça do meu colo que eu vou lá.

:- Espera um pouco. – eu fiquei com preguiça ali estava tão bom.

:- Não, ela pode estar esperando filhotes. – quando ela tiraria minha cabeça das suas pernas eu vi algo curioso. – Espera olha só. – eu apontei para os esquilos.

Rosetta surgiu do nada no meio da armada briga e começou latir para a outra esquila desconhecida, que sumiu correndo para uma árvore rapidamente vendo o tamanho da cachorra e prevendo o sinal de perigo. Rosetta era como uma guarda-costas dos esquilos. O mais engraçado era ver que Maria ainda estava no mesmo lugar pronta para defender Juan, se a rival era mesmo uma esquila ou não, eu não sei dizer, mas Maria estava ali para defender o que era seu.

Dulce e eu rimos da situação.

:- Rosetta, Maria e Juan venham até aqui. – Dulce gritou protetora antes que eles causassem mais confusão.

Eles vieram rápido como o costume quando Dulce chamava. Quando Juan chegou eu o peguei na palma da mão e cantei olhando para ele.

:- Ella es como un pecado mortal que te condena poco a poco, Ella es un espejismo sexual que te vuelve loco, loco. – segurei uma pata de Juan e fingi uma dança improvisada. - Así es María, blanca como el día. Pero es veneno, si te quieres enamorar. Ai ai, Juan o que será de nós pobres machos perto dessas mulheres controladoras e ciumentas, hein?

Rosetta me olhava com a língua para fora e a cabeça torta tentando entender, Maria apenas me encarava, talvez até com ciúmes por eu ter pegado apenas Juan e não ela. Miau abriu um olho e me olhou com uma cara de poucos amigos, por que devo ter atrapalhado o seu sono. Só eu e Dulce rimos, deixei Juan no pano onde todos estavam deitados.

Dulce pegou algumas nozes para os esquilos e colocou de um lado, Maria foi prontamente comer, enquanto Juan a zelava comendo, depois de ver essa cena confirmei que ela estava esperando filhotinhos.

Estava sentindo os cafunés de Dulce nos meus cabelos e respirei profundamente antes de me levantar, ela ficou me olhando sem entender até que fiquei atrás dela e abracei começando o meu cafuné.

:- Como você se sente agora? – perguntei para ela.

:- Preguiçosa? – ela respondeu rindo e ri também.

:- Eu digo com relação a Tour que se aproxima?

:- Ah eu não sei, bem, sobretudo. Por que sabemos que será apenas para relembrar, será tudo mais leve e intenso como sempre foi. – Ela deu os ombros se apoiando em mim. – Vou ficar perto de você isso é o que conta.

Eu sorri fechado.

A Tour em homenagem ao Rbd começaria no próximo ano, logo no primeiro semestre, começaríamos pelo México, depois Estados Unidos, passando por vários países da América Latina, alguns países da Europa, talvez ocidente e fecharíamos com um show no México novamente, tudo seria gravado para virar um documentário e tem a previsão de se tornar um DVD, porém nada definido ainda.

:- Agora que vai ter mais liberdade como acha que vai ser a reação das pessoas ao nos verem no palco? Digo, estamos juntos e não terão os antigos traumas.

:- Não sei o que esperar dos fãs. Eles são surpreendentes, para o bem e para o mal. Mas, quer saber? O que importa é cantarmos com coração, estarmos dedicados a eles durante esse tempo e sejamos profissionais como fizemos outras vezes, talvez assim não tenhamos problemas.

:- Você tem razão, será bom matar a saudade de tudo.

:- Sim, sabia que quando você topou eu depois confirmei minha presença também – ela se virou de lado para me olhar – Não estava tão segura e depois que vi você aceitar tudo, me senti melhor. Afinal, se nada der certo vou ter você para me apoiar.

:- Sempre vou estar aqui. – dei um beijo na sua testa. – Vamos fazer um trato?

:- Qual?

:- Vamos viver o momento lá. Vamos nos divertir, aproveitar para ficarmos juntos, mas sem provocar ninguém. Depois do pesadelo que tive é isso que eu quero fazer para o resto dos meus dias.

:- Eu aceito, desde que eu compartilhe esses momentos até o fim do mundo realmente aconteça. – ela sorriu de mais uma brincadeira dela sem graça. Que eu ignorei mais uma vez.

:- Não sei como você duvidou disso, óbvio que você vai esta comigo. – eu dei selinho. – Até por que o verdadeiro fim do mundo, seria viver num mundo sem você.

:- Meu Deus, como ele está romântico hoje? – ela se aproximou rindo e apertando a mão nas minhas bochechas até fazer ardilla. – Te amo. – me deu um selinho.

Eu também fiz ardilla nela e selei seus lábios. – Eu te amo mais. – Não deixei ela responder por que a agarrei aprofundando o beijo.

~#~

:- Moço? – a voz do menino penetrou nos ouvidos desgastados do velho senhor. E Alfonso moveu à cabeça para ver o autor da pergunta.

:- Sim. – o pequeno menino estremeceu com a voz rude do senhor.

:- O que é aquilo? – o menino perguntou encolhido com o último fio de coragem que tinha.

O Velho encarou o pequeno menino gordinho bravo. – Qual seu nome, garoto?

:- Alfonso! – o menino respondeu apenas com os olhos esverdeados encarando o Velho, Alfonso.

:- Ah, aquilo Alfonso? – o senhor deu um sorriso ao escutar seu nome. - É um portal para novos mundos. – o mendigo lhe respondeu falsamente suave pelo tom grave de sua voz. Ele foi até o pequeno palco artesanal, sustentado por caixotes, montado pela sua fiel marreta e alguns poucos enfeites que ele comprou com o dinheiro que restou de um almoço pago por uma alma caridosa. – Venha cá Alfonso. – o velho chamou.

:- Quer ouvir uma história? – o velho foi para trás dos caixotes e procurando com as mãos calejadas pela vida dura que teve, encontrou dois fantoches.

:- Quero. – disse o menino, isso não queria dizer que já não tinha medo, apenas cedeu sua curiosidade.

:- Sendo assim. Era uma vez... – Alfonso, levantou dois esquilos fantoches começou uma história qualquer para o pequeno garoto gordinho chamado também Alfonso.

Feliz pela nova vida que seguia.

Passando de mendigo a ator e contador de história.

Se Poncho e Dulce não tivessem tão absorvidos um no outro e no beijo que eles davam, teriam visto que um senhor os observava nem tão longe e nem tão perto. Ele sorria com sua inseparável marreta, somente deixou de observar o casal apaixonado por causa de um menino curioso e amedrontado.

Às vezes Deus, envia para a Terra seres que testam a bondade das pessoas, para saber que nem tudo está perdido, ainda vale a pena acreditar nos humanos.

~#~

:- Poncho?

Reconheci a voz de imediato, poderíamos passar muito tempo distantes eu sempre reconheceria. Abaixado eu levantei a cabeça só para comprovar quem era.

:- Dulce! – comprovei sorrindo.

E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado.

Tati Bernardi

Fim de um calendário Maia! Início de outro calendário!


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