Aquele dia foi opaco,quase pálido como se o sol tivesse ficado envergonhado dos acontecimentos no reino de Branca.Tudo era cinza e um vento inesperadamente frio soprou pelas ruas tornando o clima ainda mais mórbido.Não era para outra a decisão de Snow e David foi como Regina havia previsto desde o início...A recusa deles não foi inesperada.

Os soldados de Branca juntamente com alguns homens de Regina marcharam pelas ruas e pelos campos praticamente arrombando as portas das casas dos camponeses atrás dos jovens para compor os mil soldados que a Rainha das Trevas havia pedido e das jovens moças que seriam entretenimento e jamais voltariam para casa.Pais e mães choraram ao ter seus filhos arrancados de seus braços outros acabaram sendo agredidos pelos próprios soldados de Branca ao se oporem às ordens da rainha,alguns foram presos.O lamento e um clima de revolta começou a se espalhar chegando até o palácio.

Ruby estava aterrorizada.Jamais ela pensou que viveria para ver semelhante cena nas terras de Snow. Houve tumultos no centro comercial porque nenhuma palavra de esclarecimento foi dita ao povo e mesmo se assim fosse,não havia como explicar as decisões da rainha Branca e tão pouco as opções que Regina deu a ela mas a mensageira sabia que Regina não precisava de homens mais homens para preencher suas hostes e tão pouco de amantes.Em pouco tempo Regina governaria toda a terra encantada.Aquilo só era uma questão de tempo e de como enfraquecer Rumple.

Ela praticamente corria pelo palácio rumo ao quarto de Emma logo depois de receber os primeiros reportes sobre o que estava acontecendo no centro comercial e em outras regiões do reino.O caos ameaçava se espalhar com velocidade se algo não fosse feito mas a mensageira foi parada por Neal e Killian

– O que está acontecendo? – perguntou o príncipe – Ouvi que os soldados de Regina estão invadindo residências e agredindo camponeses?È verdade?

– Devemos avisar Snow e as tropas imediatamente.A rainha das trevas resolveu mostrar seus verdadeiros objetivos – disse Killian com tanta segurança que Ruby sentiu pena dele e de Neal por estarem tão por fora dos acontecimentos

– Tudo o que está acontecendo foi autorizado pela Rainha Snow

Ao ouvir aquela verdade inesperada os dois homens ficaram tão perplexos que foi impossível esconder tanto a surpresa quanto a confusão.

– Isso não pode ser verdade – disse Killian – Snow jamais concordaria com isso

Já Neal pareceu ponderar um pouco mais antes de chegar a uma conclusão nada agradável e que impediria qualquer coisa fosse feita por aqueles camponeses

– Esse foi o preço não é?Que a Rainha Regina cobrou pelo atentado...- disse Neal com muito pesar pois o destino daqueles pessoas foi selado por contrato real.

– O que vamos fazer? – perguntou Killian ainda esperançoso – Não podemos permitir que o povo pague por um erro de um nobre

Ruby tinha que concordar com o jovem Capitão mas nada podia ser feito agora.Nada a não ser uma.

– Eu preciso achar a Princesa Emma

E assim Ruby retomou sua corrida desesperada deixando os dois homens para trás

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O capitão Scarlett entrou apressadamente nos aposentos do Rei carregando uma mensagem nas mãos. Rumple estava se preparando para dormir mas ele não iria repousar sabendo que seu plano não havia dado certo mas não tinha sido um completo fracasso afinal ele não havia sido descoberto.

– Meu Rei nosso ladrão não obteve êxito...

– Eu disse que esse tal Hood era um fracassado mas você insistiu nessa idéia absurda de mandar um ladrão fazer o trabalho de um assassino – disse Rumple

– Ele teria conseguido se alguém não tivesse chegado na frente dele – se defendeu Scarlett – Um caçador do reino de Branca tentou matar a Rainha Regina e não conseguiu

– Imaginei...Regina não ia ser morta por uma flecha comum foi por isso que preparei algumas especialmente para ela....E o caçador conseguiu fugir?

– O homem do espelho o pegou... – respondeu o capitão

Rumple sentiu um profundo desgosto ao se lembrar de Sidney.O assassino de Regina ainda era digno dos piores adjetivos e protagonista de muitos pesadelos.Ele tinha sido leal a Cora e agora era a sombra negra de Regina...O rei esboçou um leve sorriso sinistro ao lembrar da mãe da morena e no quão sortudo ele foi ao ser um bruxo poderoso suficiente para escapar das mãos de Sidney quando Cora mandou assassiná-lo quando soube que ele havia ajudado Eva.Rumple tinha uma cicatriz na perna e tinha que usar uma bengala para longas caminhadas.Tudo graças a Sidney.

Se o homem do espelho estava ao lado de Regina, todo cuidado era pouco mas Rumple sempre foi um homem que sabia bem mais do que os outros.

– Então a pequena Snow mostrou coragem e burrice ao mesmo tempo... – disse Rumple rindo debochadamente do que a rainha Branca havia tentado fazer – Meu nobre capitão...Como a adorável rainha Regina respondeu a essa afronta?

Ao ouvir o preço o Rei considerou por alguns minutos,tentando avaliar quão pesado seria o auxilio que ele teria que dar a Branca porque Neal iria ao auxilio de sua amada Princesa. Rumple quase bufou de raiva.Essa fraqueza de seu filho pela Princesa Swan ia ser mais dispendiosa do que ele havia planejado mas Rumple faria qualquer coisa para que seu filho fosse feliz.Ele também tinha uma fraqueza mas era necessário.Neal casar com Emma era automaticamente ganhar uma aliança comercial segura como também a possibilidade de chegar a Rainha Elsa e aquela feiticeira das neves poderosa que era sua parenta...Impedir Regina e seu expansivo Império era seu maior objetivo.

– Quem firmou o contrato?

– Hood diz aqui que vai ser uma tal de Blue... – respondeu Will

“Aquele inseto metida à feiticeira...” – pensou Rumple

– Scarlett...Solte Lady Marian e o pequeno Roland como foi combinado com aquele ladrão mas seja muito claro que se eu o pegar assaltando em meu reino novamente não haverá uma nova oportunidade para ele e toda sua gente.

– Será feito como o Senhor deseja.

Perdido em pensamentos Rumple riu logo depois que Will deixou seus aposentos

– Parece que a magia não foi totalmente banida de seu reino não é querida Snow...

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Regina estava nos estábulos apreciando em silêncio a movimentação do restante de seus homens.Ela estava um pouco infeliz e desconfortável com o rumo das coisas.Não era para ter acontecido nada daquilo mas aqui estava ela colhendo os frutos do ocorrido no baile. A rainha não gostava de ver e sentir a infelicidade do povo por isso ela foi um governante tão diferente da sua mãe e pelo visto de Snow também;Em suas terras ninguém era forçado a servir como soldados e tão pouco mulheres eram arrancadas de seus pais para serem suas amantes.Havia muito entusiasmo em servir as forças armadas do Império como entreter e aquecer a cama da rainha.

Um pouco pensativa a respeito da proposta que havia feito,Regina quase se arrependeu de ter cobrado a ofensa daquela maneira pois agora o povo de Snow estava sofrendo e situação da coroa ficaria ainda mais complicada contudo Regina não podia voltar atrás agora.Seu orgulho pessoal e posição como Rainha a impedia de pensar em outra solução,e Snow havia tomado aquela decisão.

Jefferson veio caminhando com o semblante mortalmente sério e frustrado.Seus planos haviam fracassado.

– Ainda chateado comigo? – perguntou Regina com bom humor apesar dos pesares.Seu amigo de longa data sempre lhe deixava com o animo mais leve quando queria

– Não viemos aqui para você aumentar seu exercito e tão pouco suas amantes...- rebateu Jefferson – Nem para ofender aquela menina...

– Eu não vim aqui para ser assassinada... – respondeu a rainha rapidamente – Tão pouco para ser ofendida por essa gente e eu não ofendi a Princesa Emma

– Você pediu para ela ser sua amante! Ela é uma Princesa, Regina!Uma Princesa! – Jefferson estava visivelmente chateado – Não é uma camponesa

– O que você queria que eu fizesse? – indagou a rainha um pouco indignada – Colocasse uma coroa na cabeça dela enquanto ela coloca uma espada na minha?

Jefferson estranhamente riu

– Então é isso?Está com medo de uma menina?Está com medo de ser cegada por sua beleza e se perder na formosura daquele corpo? – zombou o conselheiro – Quem diria que um dia uma jovem moça de um pequeno reino falido colocaria todo o império das Trevas de joelhos com um simples feitiço do amor.

Todo o bom humor restante da rainha desapareceu.Jefferson sabia em quais botões apertar se objetivo era irritar Regina.

– Cuidado Conselheiro nem mesmo você está imune e livre da minha mão...

– Poupe-me Regina! – rebateu Jefferson fazendo pouco caso da ameaça que acabara de ouvir – Isso não funciona comigo...

Antes que Regina pudesse retrucar,a mensageira de Snow interrompeu a conversa dos dois tentando disfarçar o choque ao ver alguém falar tão abertamente com a rainha das trevas.Com certo pesar ela lembrou que um dia ela foi exatamente assim com Snow mas o tempo mudou muito o coração de Branca

– A Princesa Emma deseja falar com sua Alteza.

Em seus aposentos Emma estava muito nervosa.O que Ruby havia dito tinha lhe entristecido profundamente.De sua sacada ela podia ver alguma movimentação e algumas vezes o barulho do choro e da infelicidade das pessoas.A princesa estava ciente das privações que seu povo sofreu ao longo dos anos mais do que qualquer pessoa da corte,mas ninguém deu ouvidos a Princesa ou importância ao que ela tinha para dizer, nem mesmo Neal que sempre a “apoiou” abertamente ,a vida dos camponeses tinha melhorado muito pouco ao longo dos anos diferente da corte que continuava rica e esbanjadora.Completamente alienada da real situação da coroa.

Seu povo não podia pagar pelo erro de um nobre tão pouco o reino pela decisão que seus pais estavam tomando.

Emma ,sem o conhecimento de seus pais ou da corte mandou Ruby chamar a rainha Regina sem mesmo saber o que diria para aquela mulher mudar de decisão.

Respeitosamente Regina entrou no quarto da Princesa acompanhada por Jefferson e Ruby,ambos um pouco surpresos com o inusitado pedido de Emma

– Por favor deixe-nos a sós – pediu a Princesa

Com certa relutância Jefferson e Ruby deixaram o quarto e fecharam a porta mas não resistiram a curiosidade e literalmente colocaram seus ouvidos na grande peça de madeira tentando ouvir a conversa que podia decidir o futuro de muitos.

Regina observou o quarto da Princesa atentamente

– Acha isso prudente Princesa?O que seus pais dirão se me virem aqui?

Emma percebeu que Regina estava muito aborrecida e levemente abatida...Essa conversa ia ser mais difícil do que ela imaginava

– Não fará as coisas piores do que já são – respondeu Emma a uma distancia segura de Regina que como sempre causava umas sensações estranhas em seu corpo

– De fato – concordou a rainha sentando na beira da cama da loira – O que posso fazer por você Princesa Emma?

Regina olhava atentamente aquela bela jovem,a presença dela era um estranho calmante apesar dos pesares.Mais uma coisa que Regina não sabia explicar...

– Soube da decisão dos meus pais e da oferta que foi feita a eles...

A rainha ficou um pouco constrangida com a oferta que havia feito.Ela mal podia encarar Emma nos olhos...

– Sinto que isso seja algo difícil de explicar para alguém tão jovem... – Regina tentou justificar – Seus pais estam fazendo o que acham certo...

– Não é justo que o povo pague por um erro de um ou mais nobres...

Regina esboçou um leve sorriso.Emma conseguiu impressioná-la mais uma vez ao tentar faze –lá mudar de parecer.

– Receio que não há nada que eu possa fazer Princesa...Entre reinos um pedido de desculpas em situações como essa não é feito com palavras

Disso Emma sabia muito bem,como também sabia que o povo pagaria com seus filhos e filhas.A coroa perderia metade de seus bens e a parte menos provida arcaria com as conseqüências novamente.Com os ânimos aflorados tudo podia vir abaixo,era apenas uma questão de tempo.A princesa não podia deixar isso acontecer.

Emma escolheu suas palavras com muito cuidado mas ela estava resoluta em poupar seu reino.Se Snow não lutaria por todo seu povo,ela o faria.Nem que para isso tivesse que pagar um preço muito alto

– Eu tenho com você uma dívida de gratidão...Salvou a minha vida naquela noite,como também me ajudou antes do baile por isso...Minha vida agora é sua.

Regina demorou a processar o que acabara de ouvir daquele botãozinho de flor.

– O que?

– Eu aceito...Aceito a sua proposta