O sol começava a nascer sobre o mar, despertando o horizonte com os primeiros raios do que deveria ser a manha mais feliz de toda a minha vida.

Mas não era.

A imagem do corpo de Bella, cheio de hematomas só não era pior do que a lembrança de que eu causara-lhe aqueles machucados.

Eu observava o mar se mexendo lentamente, um movimento eterno de vai e vem. A ele não interessavam meus problemas. Não interessavam minhas angustias. Ele só se preocupava em manter seu majestoso e calmo movimento. Suas ondas batiam na costa, molhando levemente os meus pés, antes de regressar à imensidão que se projetava a minha frente. Depois, acontecia tudo de novo.

Eu estava sentado na praia, tentando em vão me concentrar apenas nos momentos maravilhosos que eu passara ao lado da mulher que amo, e procurava esquecer o preço que seu corpo pagara por esse prazer.

Ela não reclamara. Não me pedira pra parar. Era como se eu a machucasse e ela não sentisse nada. Mas, em se tratando de Bella, não se podia confiar...

Apesar da dor física que me causara vê-la daquele jeito, eu não podia ignorar o quão maravilhosa fora a noite anterior. No momento em que meu corpo sentiu o calor que emanava de sua pele, eu me entreguei totalmente à mulher que eu amava mais que a minha própria vida. Se ainda houvesse alguma parte do meu ser que ainda não pertencesse a minha Isabella Swan Cullen, ela tinha sido entregue na noite anterior.

Mas agora isso se fora. A minha razão parecia finalmente estar regressando quando eu abri os olhos a algumas horas. Eu não dormira, claro, mas fechara os olhos juntamente com Bella, buscando prolongar as sensações que passavam como uma corrente elétrica entre meu corpo e o dela.

Primeiro, eu vi as penas. Destruíra alguns travesseiros, mas isso era o de menos. O que me chocou foi o que eu vi a seguir. Eu focalize o corpo de minha amada para admirá-la, mas não estava pronto para o que vi. Toda a extensão de sua doce e delicada pele estava coberta por hematomas e machucados. Eu a ferira, como previsto.

Eu deveria saber que ao conseguiria me conter! Eu deveria ter insistido! Deveria ter esperado a transformação!

Mas o mais inacreditável, até para mim, ou principalmente para mim, era que, em nenhum momento eu consegui realmente senti chegar o arrependimento. Apesar de toda a dor que lhe causara, eu não me arrependia de te-la feito mulher. De tê-la feito minha mulher. Pra sempre.

Depois disso, eu me levantei. Sentia a respiração de bella ainda melhor que antes, como se, agora, estivéssemos ainda mais ligados. Era o seu ritmo respiratório agora tão mais familiar pra mim que me fazia notar que ela estava acordando.

Embora ainda não tivesse conseguido perdoar a mim mesmo, eu voltaria para lá. Estaria a seu lado quando acordasse.

Encontraria um jeito de conseguir conviver com isso, ou de concertar as coisas, isso era um fato. Mas, por hora, eu apenas estaria lá. Por ela, e para ela.