Acordei com uma dor de cabeça horrível.

Era de madrugada e meu cabelo ainda estava úmido por conta do banho que Sebastian havia me dado. Me sentei na cama e olhei para Sebastian dormindo ao meu lado.

Me levantei procurando por uma blusa e então fui até a cozinha pegar um copo de água e um aspirina.

— Está tudo bem?

Olhei para Sebastian que usava apenas uma cueca e me olhava preocupado.

— Dor de cabeça. - Falei mostrando o comprido de aspirina antes de o tomar. - Não devia ter bebido tanto.

Sebastian deu risada concordando. Ele se aproximou parando ao meu lado.

— Ainda está brava comigo? - Perguntou e suspirei colocando meu copo na pia.

— Eu e Grace conversamos muito enquanto eu me embebedava, eu li suas mensagens e mandei mensagens para Charlie e Dylan. Pelo o que os fatos mostram você é inocente, mas saiba que tenho pessoas de olho em cada movimento seu e vou arrancar seus olhos com minhas unhas de realmente me trair. Ou eu corte outra coisa fora.

O garoto sorriu de lado.

— Não esperava menos, Megera.

Voltamos para o quarto onde deitamos na minha cama e voltamos a dormir.

...

— Aló. - Murmurei atendendo meu celular. Sebastian resmungou alguma coisa e virou para o outro lado cobrindo a cabeça com o travesseiro. - Sim, mãe. O Sebastian está aqui. Estávamos dormindo. Sim, ele dormiu na mesma cama que eu. Mãe! Não fale esse tipo de coisa para sua filha! É constrangedor! Ok. Eu aviso meu irmão. Beijos. Também te amo. Tchau.

— O que ela falou de tão constrangedor? - Sebastian perguntou sorrindo malicioso.

— As mesmas piadinhas maliciosas de sempre. - Respondi. O quarto estava claro graças as enormes janelas que o quarto tinha e olhei no relógio vendo que era seis horas da manhã. E lá estava eu acordando cedo em um sábado de novo graças a minha mãe. Arregalei os olhos lembrando o que eu devia falar para o meu irmão. - Puta merda. Meu pai e Tiffany estão vindo para Nova York.

Procurei pelo meu telefone em meio aos cobertores e digitei o número de Aaron.

— Você sabe que horas são?— Ele rosnou assim que atendeu.

— Temos um código vermelho. Papai e Tiffany estão vindo para Nova York passar alguns dias. Eles chegam aqui de tarde. Provavelmente vão querer fazer um jantar em família.

— Puta merda!— Gritou meu irmão e escutei Ailee o xingar por a acordar. - Chego ai em vinte minutos dependendo do trânsito.

Ignorando Sebastian fui até o quarto de Grace e pulei em cima dela para poder a acordar.

— CÓDIGO VERMELHO, VADIA! CÓDIGO VERMELHO! PAPAI E TIFFANY CHEGAM EM ALGUMAS HORAS!

Grace me xingou e então arregalou os olhos entendo o que eu tinha falado. Ela levantou em um pulo da cama e começou a recolher as roupas que estavam jogadas pelo chão do seu quarto.

— Vocês realmente combinaram códigos para quando os pais de vocês vierem visitar? - Sebastian perguntou quando voltei para o quarto e comecei a procurar por uma roupa no meu closet.

— Vermelho significa apenas o papai e a Tiffany. Azul é mamãe, papai e Tiffany. Preto e o pior de todos é mamãe e papai.

— Por que seus pais sem a Tiffany é pior? - Sebastian perguntou.

— Por que isso significa que vamos levar uma bronca daquelas ou coisa pior. Na última vez foi por que eu e Aaron quebramos a televisão da sala durante uma briga no Natal. E temos esses códigos e outros há vários anos. Eu tenho uma lista com legendas e anotações. Um dia eu te entrego uma cópia. - Sai do closet com minhas roupas na mão e Sebastian ainda estava deitado na cama só de cueca. - Levanta! Precisamos te arranjar uma roupa para um jantar. Papai vai aproveitar a oportunidade para conhecer você e Ailee. Espero que algo do Aaron entre em você. Vou tomar um banho. Use o banheiro do corredor. Vai, idiota! Não fica rindo!

Tomei o banho mais rápido da minha vida colocando uma roupa que meu pai acharia aceitável e bem quando sai do banheiro Aaron chegou com Ailee. A asiática não usava moletom e agradeci aos céus por isso.

— Minha mãe acabou de me mandar uma mensagem. - Grace falou enquanto Ailee pedia o almoço. - Eles chegam em três horas. Sorte que a casa está arrumada e fizemos compras.

— Papai me mandou uma falando que já fez reservas em um restaurante. - Aaron falou checando seu celular. - Falou que não vê há hora de conhecer Sebastian e Ailee.

— Nós temos a desvantagem de Kristy não estar aqui para nos ajudar. - Grace falou e concordamos. Sebastian e Ailee apenas observavam enquanto montávamos nossas estrategias. - Mas minha mãe está de bom humor por que passou duas semanas em Paris.

— Papai também está feliz por que as vendas de maquiagens cresceram. - Aaron falou.

— Qualquer coisa simplesmente começamos a falar da faculdade. Papai fica feliz com isso. - Observei e meus irmãos concordaram.

— É como se eles fossem para a guerra. - Comentou Sebastian e Ailee concordou.

— Devemos ficar com medo? - Ailee perguntou.

— Sinceramente? Eu não sei. - Sebastian respondeu e revirei os olhos.

Nosso almoço chegou e comemos combinando mais coisas.

— Você já levou as coisas do Sebastian para um dos quartos extras? - Aaron perguntou e arregalei os olhos. - Você sabe que papai vai ter um ataque se souber que vocês dormiram juntos.

— Faço isso depois de comer. - Franzi a testa me lembrando de uma coisa de quando eu estava bêbada. - Grace. O que vocês e Simon conversaram?

Minha irmã encarou seu prato.

— Eu tenho um encontro no próximo sábado. - Murmurou e arregalei os olhos. - Não começa, Karma. Você sabia e não me contou.

— Ele me fez jurar que eu não ia te contar. Desculpa. - Sorri maliciosa. - Vou tentar não zuar muito com a sua cara, Sra. Bane.

Minha irmã me mostrou o dedo do meio e cai na risada.

— Eu me sinto um pouco mal por ter batido nele. - Comentou Sebastian. - Eu achei que ele estava dando em cima de você.

— Se fosse o caso eu mesma teria batido nele. - Falei.

— Ou eu. - Aaron completou.

Terminamos de comer e fomos terminar os preparativos para a chegada de papai e Tiffany.

...

— Joaninha! Gracinha! Aaron! - Papai jogou sua mala no chão e abraçou nós três ao mesmo tempo. - Senti falta das minhas garotinhas e do meu garotão.

— Tiffany. - Eu e Aaron falamos junto e nossa madrasta forçou um sorriso.

— Oi, mãe. - Grace disse e Tiffany a analisou com os olhos e fechou a cara. Grace como sempre usava roupas que Tiffany achava ridículas e fora de moda.

— E vocês dois devem ser Sebastian e Ailee. - Papai disse olhando para os dois que estavam sentados no sofá. - Venham me dar um abraço também. Se meus gêmeos gostam de vocês eu também gosto.

Eu e Aaron fizemos um aceno com a cabeça concordando e os dois se levantaram indo até meu pai e lhe dando um abraço cada um.

— Sebastian Lewis, não é? - Papai pareceu pensar. - Você é filho de Barbara e John Lewis?

— Sim, senhor. Por que?

— Eu conheço o trabalho deles. Grandes advogados. Já ouvi ótimas coisas sobre os dois. Também vai ser advogado? - Papai perguntou e Sebastian negou com a cabeça.

— Vou estudar arte aqui em Nova York. - Meu namorado respondeu e meu pai sorriu. Ele sempre quis que eu, Aaron ou Grace fossemos pessoas com dons artísticos.

— E quanto a você Ailee? O que me diz de você? - Papai perguntou mudando sua atenção para a garota que corou um pouco.

— Não tem muito o que saber. - A garota respondeu timidamente.

— Ailee é coreana. Nasceu em Busan e se mudou para os EUA quando tinha oito anos. Faz o curso preparatório de Medicina.

— Uma médica. Igual a sua mãe. E ela é tão pequena quanto Karma se isso é possível. Parece uma boneca. - Papai sorriu de lado um tanto malicioso. - Eu tenho algumas empresas da Coreia do Sul. É um ótimo mercado. Talvez um dia eu te peça ajuda com o meu coreano. Ele é horrível.

Ailee deu risada quando papai tentou algumas frases em coreano.

— Fico feliz em ver que todos os três estão indo bem na faculdade e felizes. - Nosso pai falou dando um enorme sorriso e então olhou em seu relógio de pulso. - Querida, você vai querer ir para o salão se arrumar para o nosso jantar?

— Sim, querido. Te vejo daqui algumas horas. - Tiffany deu um beijo em meu pai e se virou para Grace. - Você vem, filha?

— Dispenso. - Respondeu um tanto frio. - Vou ficar com meu pai e meus irmãos. Te vejo depois.

Tiffany suspirou e murmurando em francês foi embora.

— Okay. O que vocês tem pra mim dessa vez? - Papai perguntou com os olhos brilhando e dei risada. Grace correu até a cozinha e voltou com uma sacola cheia de doces e um engradado de cerveja. - Jesus. Vocês não sabem o quanto eu ando precisando disso. Nem no meu café Tiffany deixa ter café.

Papai abriu uma barra de chocolate e começou a devorar ela enquanto tomava a primeira cerveja.

— Ela descobriu seu esconderijo de novo? - Aaron perguntou e papai concordou um tanto triste. - Eu falei para você deixar os doces no cofre do escritório. Ela não tem a senha dele.

— Vou tentar ele agora. - Papai falou. - E vocês três? Não vão ir as compras ou ao salão?

Nos entreolhamos e caímos na risada.

— Estamos bem, papai. Aproveite seus doces antes de Tiffany voltar.

Papai olhou para Sebastian.

— Kristy só sabe falar bem de você, garoto. Fiquei triste por não poder participar daquele churrasco. Por sorte Karma não puxou a mãe na cozinha. Ela até poderia ser uma chef se quisesse.

— Você só fala isso por que foi você que me ensinou a cozinhar. - Comentei revirando os olhos.

— Detalhes, Joaninha.

Continuamos conversando com papai as vezes fazendo perguntas para Ailee e Sebastian e comendo seus doces e tomando sua cerveja.