Gemidos escrita por Mothra


Capítulo 1
— Sem vergonha ◆


Notas iniciais do capítulo

Essa fic foi algo que surgiu completamente do nada! Bats veio com a ideia de um prompt do tumblr e sugeriu os casais, e me disse para escrever. Mel apareceu e pediu também (e fez a capa), e ambas me coagiram tanto que saiu isso aqui e confesso que me diverti MUITO escrevendo. Então, mais do que justo dedicar essa fanfic para as duas, não é? Bats e Mel, esse é o resultado dos surtos de vocês. ♥

Enfim, boa leitura e me perdoem se estiver OOC, viu? Estou mesmo enferrujada com One Piece, mas espero que gostem. ♥



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Era noite no mar impetuoso do Novo Mundo. A luz provinda da lua cheia iluminava todo o navio, principalmente a proa e o deque. Havia uma pessoa sentada sobre a cabeça de leão que decorava a ponta do Thousand Sunny e essa pessoa era responsável pela vigília da noite. Apesar de deter tal responsabilidade, a pessoa permanecia quieta e imóvel, como se apreciasse a maresia que beijava seu corpo enquanto as ondas aparentemente calmas do oceano batiam contra o casco do navio.

Aquele era um som que transbordava tranqüilidade, dada a ferocidade daquelas águas da segunda metade da Grand Line.

Monkey D. Luffy estava de vigília naquela noite, mas não cumpria seu dever como vigia. Não. O moreninho estava sentado em seu local preferido, mas dormia que ressonava sonoramente – tudo isso num curto intervalo de tempo que fora deixado sozinho. Nami bufou ao voltar para a proa; tinha ido ao quarto apenas para se agasalhar melhor para a noite, uma vez que estava fadada a acompanhar seu capitão naquela jornada pela madrugada.

O Mugiwara não podia ficar sozinho, ou a cozinha seria devastada e todos passariam fome até chegar à ilha mais próxima, e a navegadora não estava disposta a tolerar Luffy em suas condições normais, imagina em crise de abstinência de carne? Ele se tornaria ainda mais impossível e com certeza ela o espancaria. A fim de evitar tais confusões, Nami se voluntariou para fazer a vigília junto dele, embora soubesse que ele se renderia ao sono assim como havia rendido.

Pensou em acordá-lo, mas preferiu deixá-lo dormir por mais algum tempo enquanto ela aproveitava o silêncio. Deitada na cadeira de praia, a ruiva fitava os céus e as estrelas que o decoravam, todas brilhantes. Aquilo a fez refletir sobre a vida e sobre a aventura deles até ali. Tinham passado por tantas coisas, tantos obstáculos, mas permaneciam juntos. Como uma tripulação unida à sua maneira, apesar dos constantes conflitos entre Zoro e Sanji. Continuaria com seus devaneios acerca de seus companheiros, se o silêncio não fosse quebrado por um som desconexo que vinha da cozinha.

Primeiramente, Nami se assustou com o ruído. Fez menção de se levantar da cadeira para acordar Luffy e ambos averiguarem a origem daquele barulho, mas lembrou-se de quando voltou ao quarto, Robin não estava lá. Levou uma das mãos até o rosto, escondendo-o ao senti-lo esquentar com o pensamento que aflorava.

“Eles não estão fazendo isso na cozinha, não é?”

Tentou se convencer, ignorando o som ouvido e se concentrou nas estrelas novamente. Mas era impossível, não conseguia parar de imaginar o que realmente estava acontecendo, mas culpava os dois por serem tão ousados naquela noite. Claro que a navegadora sabiam quem eram os dois tripulantes que se encontravam às escondidas enquanto ocultavam sua nova relação diante do resto do bando. Apesar de serem bastante discretos, Nico Robin e Roronoa Zoro denunciavam sua paixão em olhares que os outros não viam, mas a ruiva era perspicaz demais para perceber. A Gata Ladra não sabia como disfarçar aquilo. O pior era que o som ficava gradativamente mais alto e ela já conseguia identificar de quem eram as vozes, tornando aquilo ainda mais embaraçoso. Pelo menos, Luffy continuava dormindo. Se o moreninho estivesse acordado, o constrangimento seria ainda maior.

▽▽▽

- Kenshin-san... – suspirou, enquanto o corpo era envolvido pelo espadachim. – Alguém pode ouvir, pare...

Como sempre, Robin era a voz da sensatez. Obviamente era ignorada por Zoro que provocava ruídos sonoros ao prensá-la contra a parede da cozinha, cuja porta estava aberta.

- Ninguém vai ouvir. – a voz grave e gutural ecoou pelo recinto. – É o Luffy que está de vigília hoje, e ele está dormindo. Eu verifiquei.

- Mas a Nami também está de vigília. – redargüiu, tentando se desvencilhar dos braços alheios. – Você está fazendo muito barulho!

- Foda-se aquela bruxa.

Antes que a mulher viesse com mais argumentos e recusas, Zoro resolveu calar a boca da arqueóloga do melhor jeito possível: com a sua. Iniciou um beijo onde sua língua exigente abria passagem entre os lábios dela, sorvendo daquele gosto irresistível que a boca da morena possuía; após relutar por alguns segundos, Robin não teve escolha senão se render. Rendia-se ao gosto de saquê vindo dos lábios alheios, também aos toques em seu corpo; as mãos dele tão habilidosas com espadas também a embalavam com maestria, sabendo exatamente onde tocar para deixá-la a sua mercê.

O espadachim aproveitava os breves intervalos entre os beijos para mordiscá-la nos lábios, e aumentar o atrito de seus corpos. Involuntariamente, gemidos escapavam da garganta de Robin, principalmente quando ele a estimulava em locais estratégicos. Mas da mesma forma que era provocada, ela o provocava e a essa altura do campeonato, ela já não se importava se tinha alguém ouvindo ou não.

Afinal, aquele era um jogo para dois.

Com uma das pernas entre as pernas dele, a morena deu o primeiro passo, fazendo com que Zoro andasse para trás. Um sorriso de luxúria decorou os lábios da arqueóloga. Aquele tipo de sorriso que mexia diretamente com os instintos do Caçador de Piratas. Roçava propositalmente a coxa contra a protuberância na calça alheia, que pulsava em resposta ao estímulo, já desperto.

- Vamos para a mesa, Zoro. – ordenou como se fosse a voz de comando, mordiscando-o no lóbulo apenas para instigá-lo.

Ele retribuiu o sorriso, sabia que sua mulher era uma fera como ele. Talvez mais predadora ainda. Deixou-se conduzir por ela, enquanto com o auxílio de sua Hana Hana no Mi, as roupas de ambos formavam uma trilha até o móvel.

▽▽▽

Nami tentava se distrair, mas era em vão. Não conseguia acreditar que teria que passar toda a sua vigília ouvindo Robin e Zoro se pegando e o pior estava por vir, pois não saberia como agir quando Luffy acordasse, porque conhecendo o capitão como conhecia, em algum momento ele acordaria. O máximo que ela podia fazer era torcer para que eles terminassem com essa aventura e se recolhessem para seus quartos o quanto antes. Ou melhor, subissem para o Ninho do Corvo, onde eles tinham mais privacidade do que na cozinha do navio.

Como se tudo não pudesse piorar, Nami se depara com o som de vidro se estilhaçando no chão.

“O que diabos vocês estão fazendo, pretendem quebrar a cozinha inteira?!”

Antes que pudesse raciocinar direito, outra voz se destacou ali enquanto esticava seus braços após uma longa soneca. A expressão no rosto da navegadora era puro terror, agora estava tudo perdido.

- Que cara é essa, Nami? – soou a voz um tanto débil do capitão do Sunny, pulando da cabeça de leão para a proa, aproximando-se dela ao esfregar os olhos. – Aconteceu alguma coisa? Acho que ouvi um barulho.

- N-n-n-não é nada... – além de gaguejar com sua voz vacilante, a Gata Ladra estava extremamente corada.

- Você está bem? – questionou, no auge de sua inocência. – Seu rosto está vermelho. Você está doente, Nami?

Luffy aproximou tanto seu rosto ao dela que o ar parecia rarefeito. Tão próximos que ela conseguia sentir o hálito alheio lhe acariciar os lábios e por um momento, deixou sua mente vagar e imaginar o que faria com Luffy, se pudessem inverter as situações com Zoro e Robin. Seguiria com tais pensamentos se não fosse interrompida.

Não por Luffy que a encarava com as feições preocupadas.

E sim por mais sons sugestivos que vinham da cozinha.

- Que barulho foi esse? – o moreninho arregalou os olhos e se afastou dela. – Veio da cozinha, não foi?

- N-não sei do que você está falando. – desconversou, olhando para o lado. – Não ouvi nada.

O Mugiwara a fitou, confuso. Tinha certeza que tinha ouvido alguma coisa. Podia jurar que tinha sido uma voz. Uma voz bastante familiar, aliás.

- Pareceu uma voz... – afirmou, ajeitando o chapéu de palha na própria cabeça.

Nami ficou ainda mais vermelha.

Mais gemidos lânguidos e desconexos de duas vozes alcançaram os ouvidos de Luffy.

- Você ouviu isso? – disse, em alerta. – Que som é esse? Parece que tem alguém passando mal.

Nami estava quase explodindo de tão vermelha. Mas não adiantava ficar nervosa diante de uma situação dessas. O melhor era levar com naturalidade e desviar o foco da atenção do moreninho para outra coisa, assim não levantaria ainda mais suspeitas sobre o casal que se divertia na cozinha. Como amiga de Robin, era seu dever cobri-la, e se o capitão resolvesse desvendar a natureza daqueles ruídos, a situação seria constrangedora.

- Na verdade, eu diria que é o contrário. – respirou fundo, enquanto era encarada por Luffy que não entendia nada.

Decidiu entretê-lo com o log pose, falando que ao amanhecer chegariam a uma nova ilha onde ele poderia explorá-la. Isso foi o bastante para deixar o moreninho empolgado a ponto de esquecer-se dos sons ouvidos antes. Nami mal conseguia ouvi-los, agora que Luffy estava desperto e barulhento como o de costume.

Mas toda aquela situação não passaria em branco. A navegadora faria questão de chantagear Zoro em troca de seu silêncio e cobraria juros por toda vergonha passada naquela madrugada.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Espero que sim. A ideia da fic foi a zoeira mesmo, e me desafiar a escrever algo assim, completamente do nada. Se você gostou, deixe um comentário! Isso me incentiva a voltar mais vezes no fandom com os ships que eu amo! Beijos apimentados e até a próxima. ♥