O bilhete escrita por Lohrah


Capítulo 10
Capítulo 11




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Ele sentiu a pele se arrepiar por inteiro. E uma sensação de formigamento espalhar-se pela sua barriga. Aquilo era tão, tão bom.

Okay. Seria melhor se os dois estivessem sozinhos, mas ele não podia esquecer os amigos, jogar tudo para o alto e só ficar com ela. Certo?

Era noite e havia poucas pessoas no salão. Apenas eles. Remus estava sentado em uma poltrona, ora prestando atenção, ora lendo seu livro; Peter estava jogado aos pés deste, observando com fascínio Marlene e Sirius discutir. A morena rebatia as insinuações do rapaz, deixando bem claro, todas as vezes, que ela estava namorando. Sempre que isso acontecia, Lily ria, o som vibrando no corpo dele. Ela estava com as pernas jogadas no colo dele, o rosto em seu ombro, sua respiração quente fazendo cócegas e provocando outros tipos de sensações também.

_Mas não é como se Diggory precisasse saber, MacKinnon.

_Eu já disse que não, Black.

_Vamos lá – o rapaz riu, seu cabelo caindo sobre seu rosto – é a chance de você experimentar a máquina que eu sou.

Lily riu suavemente contra o seu pescoço, vendo a amiga se exasperar. Ela decidiu ignorar os dois, após a décima discussão, e voltou-se para conversar com Remus sobre o livro que este estava lendo.

James estava com os olhos fechados, sonolento. Ele riu ao ouvir Marlene zombar da "máquina" que Pads era.

_Eu sou sim uma máquina do amor! Pergunte ao Pron... James!

_Eu não sei nada sobre isso – James riu, erguendo suas mãos. Ele depositou alguns beijos no cabelo da namorada.

Sirius bufou.

_É claro que não! Não mais, pelo menos, desde que você me trocou pela ruiva.

A queixa na voz do maroto era visível. Lily voltou-se para o rapaz, sorrindo muito.

_Eu não sei se sinto muito por ter tirado James de você, Sirius.

_Eu sei que eu não sinto! – James exclamou, fazendo os outros rirem.

Sirius, porém, apenas suspirou alto e dramaticamente.

_Tudo bem, é a mim que ele vem de noite mesmo.

James poderia ter fechado a cara, mas o fato era que: primeiro, era uma brincadeira e, segundo, Lily estava rindo tanto que havia lágrimas escorrendo por seu rosto. Ele a beijou de novo, porque ela estava linda e isso pedia por beijos. Sempre.

Mais tarde, após Lene dizer que não ficaria com Sirius porque este era verdadeiramente apaixonado por Remus (ah, sim, James se vingou dos dois ao "deixar" escapar que os amigos estavam tendo um caso), Peter e Remus subirem para o dormitório e do melhor amigo desaparecer – provavelmente para algum encontro num armário de vassouras), ele e Lily ficaram sozinhos. Finalmente.

Ele a puxou para ainda mais perto, beijando-a demoradamente. Aquilo era tão bom. A sensação de estar com ela era tão boa que James às vezes pensava que tudo poderia ser um sonho.

Quando finalmente se afastaram, após alguns minutos, Lily deu uma risadinha.

_O que foi? – James indagou, curioso.

Ela balançou a cabeça, encostando-a no peito dele.

_Lene acabou de passar por aqui.

Ele levou algum tempo para entender o que estava implícito. Ah, a morena estava indo descobrir como a máquina do amor funcionava. James bufou, lembrando-se do comentário ridículo do amigo.

_Não diga a ele – Lily o avisou, severa – mas ela está querendo beijá-lo há meses.

James apenas riu. Não, ele não diria.

Ele estava prestes a fazer um comentário espirituoso quando seus olhos pousaram nela. A ruiva estava muito vermelha e com um olhar culpado em seu rosto.

_Lily?

O que diabos estava acontecendo? Ele tentou muito não deixar o pânico o invadir.

_Não é nada demais, só... Não fique bravo, okay? – ela estava torcendo a camiseta dele, as mãos tremendo um pouco – é que... Lembra-se da noite em que tivemos de passar horas resolvendo as tarefas de monitoria?

Sim, ele se lembrava bem. Fora uma maldita semana. Toda aquela correria de Quadribol, Remus na lua cheia, ainda havia Peter e sua paixão por Claire Niels (uma paixão extremamente platônica), e foram tantas tarefas que James acabou dormindo em cima do sofá, deitado nos papéis que deveria analisar. Ele se lembrava bem, havia acordado com uma sensação quente e um formigamento nos lábios.

Ele voltou sua mente para a garota à sua frente. Esperando pelo que ela poderia ter a dizer.

_Bem, eu... Oh, Deus! Isso é tão vergonhoso – mais alguns segundos de silêncio – eu o beijei.

James arregalou os olhos, surpreso, sua boca formando um perfeito O.

_... Eu não sabia direito o que estava sentindo por você...

James não estava ouvindo.

_... E havia esse desejo insano de beijá-lo...

Aquilo tinha sido há meses.

Lentamente, um sorriso predatório se espalhou por sua face.

_Ora, ora, senhorita Evans. Eu nunca imaginei que poderia ser atacado quando dormi.

A garota gemeu alto, afundando o rosto contra o peito dele novamente. James não gostou muito daquilo, puxando-a para que os dois pudessem se encarar.

_Lily, você não precisa ficar envergonhada. Eu me sinto estranhamente lisonjeado, na verdade – ele sorriu ainda mais – e quem poderia culpá-la? Olhe para este belo espécime que eu sou. Por favor!

Ela riu dessa vez, as bochechas coradas. Ela o beijou na bochecha, de leve.

_Você é um convencido.

Ele riu também, mas não negou a acusação.

_Bem, e você é uma pervertida.

_Você gostaria.

_Eu gostaria. Muito – ele exibiu todos os dentes, num sorriso tão típico dele que Lily voltou a beijá-lo – eu amo.

Os olhos dela eram mornos e gentis. Tudo aquilo para ele. Ela era toda para ele.

_Eu também te amo.

James suspirou, puxando-a para outro beijo. Ela o amava. Ela o amava também. E talvez fosse o suficiente para fazê-la aceitar o pedido de casamento que ele pretendia fazer tão logo se formassem.

James tinha esperança. Ainda que a infância tivesse definitivamente acabado, ainda que nunca mais voltasse a Hogwarts, ainda que houvesse uma guerra assustadora lá fora... Ainda que houvesse tudo isso, ele tinha os melhores amigos possíveis e a garota com a qual ele pretendia passar o resto da sua vida. James tinha muitas esperanças.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? É o fim, deixem-me saber! ;)



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