Sofia

– Boa Noite pessoal!! Espero que estejam aproveitando esse baile tanto quanto eu. – falou Candace – E agora vamos voltar um pouco no tempo e dançarmos a nossa tradicional valsa. Damas e cavalheiros aos seus lugares.

A música começou a tocar, os meninos reverenciaram e as meninas agradeceram e assim começou a dança. Henrique era um ótimo dançarino, acompanhava o ritmo da música como se fossem um só. Estávamos indo bem até que houve uma troca de pares onde acabei ficando com um moço alto de máscara preta que não consegui reconhecer.

– Está gostando do baile? – ele perguntou.

– Sim. Está tudo tão maravilhoso que até parece um sonho.

– Vou te provar que isso é real.

E assim continuamos a dançar mas não apenas uma simples valsa, e sim uma valsa cheia de amor e paixão. Nunca tinha sentido isso por ninguém antes. Deuses! Não havia mais ninguém no salão era só eu e ele até que houve outra troca de pares e eu voltei para o Henrique.

– Quem era? – ele perguntou.

– Não faço a menor ideia. – respondi um pouco ofegante.

Mais um pouco de valsa e outra troca de pares aconteceu e novamente voltei para os braços dele. Ao perceber que era eu, ele sorriu – e que sorriso- e continuou a valsa.

A música terminou e antes de nos separarmos ele perguntou:

– Quem é você?

– Adivinha se gosta de mim. – respondi e fui procurar meus amigos.

Olhei para todos os cantos e os avistei na arquibancada. Cheguei perto a ponto de ouvir Helena reclamar.

– Gente nunca dancei tanto na minha vida! Luciano já pensou em se inscrever em um concurso de dança?

– Só se você for junto, flor do dia.

– Fechou se a gente ganhar algum dinheiro a gente racha.

Não podia falar nada, meus pés estavam acabados e precisava de ar.

– Amores da minha vida eu preciso respirar um pouco, pensando melhor acho que vou dormir, preciso tirar essa roupa e por meu velho pijama.

– É gente já deu por hoje, Boa Noite. – disse Alice saindo do abraço do Pedro. (esses dois vão casar um dia).

– Vou nessa também. Amanhã a gente tem que acordar cedo pra vir limpar tudo isso aqui. – falou Helena.

– Nem me lembre! Nunca mais faço nada na aula daquele velho babão. – comentou Frederico.

– Boa Noite pessoal! – despedimo-nos.

– Boa Noite!!

Nossa que noite!

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Sábado 7:00

Acordamos ao som de Candelier só que na parte mais aguda da música.

– QUEM COLOCOU ESSA JOÇA COMO DESPERTADOR?? – “disse” Helena delicada como sempre.

– Foi você criatura. – respondeu Alice um pouco sonolenta.

– Ah é... – falou Helena um pouco mais calma.

Tomamos banho e fomos para a quadra. O pessoal já estava lá com os produtos de limpeza. Até que o ginásio não estava tão ruim. Começamos a retirar todo o lixo descartável e a guardar as decorações.

– Olha Sofia, uma máscara igual a sua. – disse Melissa mostrando uma máscara que estava em suas mãos.

– Deixa eu ver. – peguei a máscara – Verdade, e ai gente como estou? – perguntei colocando a máscara no rosto.

Antes que eles pudessem responder, alguns seres indesejados apareceram para perturbar a nossa paz.

– Olha pessoal, a nossa equipe da faxina. Pena que nem pra limpar o ginásio eles prestam. – disse Rebecca.

Eu ia responder mas acabei encontrando os olhos de Heitor e ele me olhava com cara de assustado mas depois se recompôs e tirou sua gangue daqui com uma Rebecca protestando logo atrás.

– O que foi que deu neles? – perguntou Thomas.

– Não faz pergunta difícil Tom. – respondeu Candace.

– Menos papo e mais serviço, quero terminar isso antes do almoço. – pediu Lorena.

Graças aos deuses conseguimos terminar a tempo para o almoço e quando fui guardar a última caixa de enfeites acabei esbarrando em alguém e tudo caiu no chão.

– Desculpe, deixe-me ajuda-la. – pediu aquela mesma voz que eu não ouvia há três dias.

Em questão de minutos Heitor pegou tudo o que estava no chão e entregou a caixa para mim.

– Obrigada. – agradeci.

– Disponha. – ele disse e saiu pelo corredor a fora.

Estranho. Coloquei a caixa no lugar e fui almoçar.

O almoço ocorreu super bem, tirando o fato de que o Heitor simplesmente sentou na nossa mesa, almoçou conosco e ofereceu ajuda para resolver alguns exercícios de química. Sério produção?

– O que foi que acabou de rolar ali? – perguntou Helena enquanto saíamos do refeitório.

– Eu é que sei! – exclamei. Parece que o mundo virou de cabeça para baixo.

Fui até a biblioteca pegar o último livro da série mas infelizmente alguém já tinha pego. Saí um pouco decepcionada, mas fazer o quê?

Estava andando livremente pelo corredor quando escuto meu nome. Virei-me e era Heitor com... aquilo era um livro?

– Ei Sofia espera! Seu livro! – gritou.

– Como você sabia que eu estava precisando justo desse? – perguntei um pouco desconfiada.

– Porque quando nos encontramos pela primeira vez você estava com o “Enigma do Príncipe” e eu estava com “As Relíquias da Morte” e quando encontrei com você de novo você já tinha terminado e...

– Tudo bem, obrigada.

– De nada. Boa sorte com as horcruxes. – ele disse e foi embora.

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Domingo

Eu simplesmente amo o Domingo! Apesar de ser véspera de segunda é um dia ótimo. Digamos que é o dia do “nada”, já que não fazemos nada de Domingo né? A quem estou querendo enganar. Domingo é horrível. Último dia de descanso, último dia para terminar as tarefas, só de pensar que amanhã já é segunda me desanima.

Estava lá, eu, junto com a turma, em plena manhã de Domingo, na biblioteca, ESTUDANDO! Sim, estávamos estudando para a nossa semana de provas que seriam no final do mês!! Culpa da Alice que, segundo ela, é melhor estudar antes do que deixar tudo para última hora.

– Eu tô com sooono. – resmungou Lorena.

– Não reclama, Lorena. Se você só você a gente dava um jeito. – falou Candace.

– Eu preciso dormir!! – agora foi o Frederico.

– Nossa, quanta reclamação! Parecem velhos! – criticou Melissa.

– E quem tá precisando de nota não sou eu. – falei. – Agora para de reclamar e se concentra que esse exercício é fácil.

E assim passamos nossa amanhã ajudando Lorena e Frederico em Química e revisando algumas coisas para as provas. No fim, formamos um grupo de estudos.

– Gente já deu, né? Não posso mais ver nenhum número na minha frente. – disse Pedro.

– Por hoje chega. Estão dispensados. – falou Alice.

– Obrigada professora Alice. – falamos em meio de risadas.

– Idiotas. –disse Alice rindo junto.

Quem diria que encontrei amigos tão legais nesse fim de mundo.

Resolvi ir no jardim e para me distrair levei meu livro. Achei uma sombra agradável sob uma árvore, fui até lá, sentei e comecei a ler. De repente as palavras desapareceram, tudo ficou escuro, tateei meu rosto e percebi que tinha uma mão cobrindo meus olhos.

– Quem é você? – perguntei.

– Adivinha se gosta de mim. – falou a voz próxima do meu ouvido causando-me arrepios.

Tirei a mão e olhei para trás. Fiquei surpresa ao reconhecer o dono da voz.

– Heitor?!

– Olá Sofia. Surpresa?

– Co.. Como?

– Simples. Por um pequeno deslize seu de colocar a máscara enquanto estava limpando o ginásio justo na hora em que eu passei por lá.

Estava chocada, envergonhada, assustada, com um pouco de raiva mas acima de tudo feliz. Feliz não, radiante por ter encontrado o mascarado do baile.

– Agora você me desculpa? – perguntou enquanto se sentava ao meu lado.

– Claro que sim! – respondi. E, não sei de onde veio tanta coragem, abracei ele. O abraço foi um pouco forte que nos fez cair na grama.

– O que você acha de começarmos de novo? – perguntou enquanto me ajudava a levantar. – Sou Heitor Vielmonte.

– Sofia Clark.

– Gosta de Harry Potter?

– Seria uma trouxa se não gostasse.

– Te mandaria para Azkaban se não gostasse.