Frozen - A Rainha da Neve escrita por S Q


Capítulo 4
Gélido Coração


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem ;)
Para quem gostar de ler ouvindo música recomendo "aqueles olhos" do Dom M, que me inspirou um pouco para criar um certo clima entre o Kai e a Rainha da Neve. Ela não foi a única, mas revelarei as demais aos poucos, nos próximos capítulos...



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Os dias seguintes foram bem gélidos, pois a Rainha da Neve ainda não entendia como, nem porque deveria conter seus incríveis poderes congelantes. A menina simplesmente amava o frio e o inverno, e não compreendia qual seria a rasão de as pessoas terem tanto medo disso. Aliás, ela vivia em um castelo de gelo, cercada de bonecos de neve, de Olaf (que ficou muito amigo dela e lhe chamava de irmãzinha), de Marshmallow; seus pais e ela também tinham esses poderes... Como não gostar do frio?

Porém, ela logo descobriu que sua magia não era tão boa assim, pois começou a ficar dias e dias sem ver o pai. É que ele teve de trabalhar redobrado para amenizar o clima, que ficava cada vez mais gelado, sempre que a filha fazia seus ventos (estes também, por sinal, ficavam mais fortes a cada dia e eram muito difíceis de se deter, mesmo para Jack).

Elsa contudo, não desanimava! Tratava a filha com muito amor mas, sempre lhe lembrando que seus poderes podiam ser muito perigosos para quem não tivesse magia nenhuma. É importante ressaltar que quando falava isso, tomava todo o cuidado para não assustar a garota, como ela mesma fora assustada quando era criança. E dizia:

— Está vendo esses vidrinhos azuis na ponta dos seus lindos cabelos? São muito belos e não lhe fazem mal algum, porém, você não sabe que o vidro pode cortar a pele? Então, quem não tem essa pelezinha de gelo linda acaba se machucando com isso... Mas não precisa ter medo tá legal? Basta que você tenha muito amor no coração, e força para os conter, que eles não farão mal a ninguém. E lembre-se: você sempre poderá contar comigo, viu, minha florzinha?

— Entendi, mas é muito difícil, mamãe! Minhas mãos vivem fazendo cristalzinho e eu nem conheço direito o calor... Eu não posso sair um dia para visitar um lugar quentinho?

— Infelizmente, enquanto você não aprender a se controlar, é um pouco perigoso... Mas de vez em quando... pode ser. Porém, eu conheço um lugar bem quentinho aqui mesmo... o meu colo! –disse puxando a filha para o seu colo e lhe arrancando risadinhas. Nesta hora, Olaf, que ouvira tudo, e se compadecia da menina, falou:

— Ah, Elsa eu entendo a irmãzinha! O verão é mesmo sensacional! Ela iria amar tanto quanto eu! Imagina o sol, a grama verdinha, os passarinhos cantando...- dizia enquanto se lembrava dos verões que já tinha vivido.

— Olaf, você não tá ajudando! - disse Elsa.

— Ops, esqueci que ela é um mons... Ahn, monstruoso poço de diversão e alegria! E gelo!

Assim, o tempo foi passando, e Neve aprendendo a se conter. Cada dia ouvia mais histórias sobre as pessoas e os animais, e como ela devia amá-los; sendo juntamente criada sob todo o carinho e atenção que seus pais conseguiam lhe dar, e se divertindo pra valer com os demais seres de gelo... Desta forma, o clima foi aos poucos se re-estabelecendo, e o calor voltando. Apenas no seu castelo que o ar congelante sempre se manteve, o que era inevitável.

Aos poucos, Neve (como era chamada pelos mais íntimos) passou a visitar de vez em quando os trols, que também tinham poderes, e deste jeito, não corriam perigo. Embora a aldeia deles não fosse tão próxima, Elsa confiava na menina e sabia que ela não queria fazer mal a ninguém. Lá, certa vez, soube Elsa, que Hans e Moly já iriam ser soltos da prisão e se casariam. Eles comunicaram pela família antiga da noiva que também sentiam muito pelo o que ocorreu e que pediam desculpas a Elsa. Ela primeiramente não aceitou, porque embora amasse muito a sua filha, ainda sentia raiva do ocorrido por causa de Jack que trabalhava cada vez mais, e pela distância repentina de todo o seu reino de origem. Mas a garota, quando soube, logo lhe disse:

— Mamãe, você não disse que a gente não pode ter rancor? Eles estão arrependidos, garanto que não farão mais maldades... a gente tem que dar chance às pessoas para elas se tornarem boas, não é?

E perante a essa argumento, ela não teve escolha, a não ser perdoar Hans. Mas, embora esse se mostrasse preocupado com a menina dos olhos azuis e quisesse ajuda-la de alguma forma, ele ainda era impedido de se aproximar delas.

Esporadicamente, Anna também aparecia por ali, mas como ela tinha medo da Rainha da Neve, as 2 ficavam bem afastadas. Elsa também visitava sua irmã de vez em quando, mas essa visitas foram ficando aos poucos, devido aos deveres de ambas, bem escassas...

***

Em Arendelle, Anna aprendia na marra como governar aquele reino; afinal, por ser a filha mais nova jamais se preparou para isto. Sua coroação ocorrera também às pressas e sem pompa, porque o país não tinha mais regentes a disposição para assumirem o governo enquanto a nova rainha se preparasse...

Quando o inverno fora de hora se dissipou foi um alívio, pois já não precisava mais se preocupar em dar explicações, ou mesmo aquecer o lugar, despreparado para aquele frio inesperado...

Quem também adorou quando o verão retornou foi Gerda, que poderia voltar a brincar com seu amigo/irmão no jardim. Na época, ela até cantava uma musiquinha que tinha aprendido para ele:

       "As rosas no vale se abrem tão doces,
        E os anjos ali descem,
       Cumprimentando suas cores"

As crianças, terminando o versinho, davam as mãos e iam cheirar as flores que se abriam pelo jardim. E assim foram prosseguindo os demais dias, com o Sol iluminando todas as suas manhãs e tardes. Porém, algo ainda estava errado com Kai... Ele sentia um vazio em seu coração, toda vez que lembrava daquela peculiar Rainha que aparecera em sua janela:

— Por que tu sumiste? Por que ficaste tanto tempo fazendo frio e agora liberas o calor? E o mais importante: por que não consigo te esquecer? Se te vi apenas uma vez em minha janela, por que sinto tanta falta de você? –perguntava Kai sempre que conseguia avistar ao longe as montanhas onde a Rainha da Neve devia morar.

Certa vez, estava ele em um dos únicos montes de Arendelle, a mirar as montanhas. Gerda estava junto dele, só que ela lia um livrinho sobre pássaros. De repente, eles ouviram um relógio badalar fortemente; eram exatamente 5 horas. Nesse mesmo momento, um forte vento começa a vir da montanha e Kai grita:

— Arg! Alguma coisa entrou no meu olho! Aiii! Parece que algo rasgou o meu peito também! Não vejo nada; meu tórax arde... Me ajude, alguém, por favor!

— Calma, esqueceu que eu tô aqui?– Falou Gerda lhe abraçando e soprando em seu olho. –Devem ter sido farpas ou pedrinhas, que vieram com o vento. Uma deve ter ido no seu olho e outra na sua camisa.


       Gerda não fazia ideia de que eram 2 pedacinhos do maldito espelho; aqueles que ficavam presos pelo cabelo da Rainha da Neve. Eles se soltaram e vieram com o vento, parando justamente na cabeça e no coração do menino.

Inicialmente, como ele era muito bondoso, os vidros não alteraram sua vida; apenas causavam certo incômodo na vista e uma ardência no peito. Só que um mês depois, os pais legítimos de Kai não aguentaram mais e faleceram. Isto acabou o desmoronando totalmente. Seu coração estava totalmente fragilizado. Se não bastasse o estranho vazio que a Rainha da Neve ali deixara, agora havia perdido também as pessoas que mais amava. Dessa maneira o gelo foi aos poucos conseguindo tomar lugar na sua vida. Não que isso tivesse se dado de repente, pois ainda era muito amoroso e inteligente, mas com o tempo e a saudade que sentia dos pais; com a adoção oficial de Anna e Kristoff, que lhe fez se tornar um príncipe e ter várias responsabilidades; com a preocupação com a vó que estaria sozinha e desolada; com governo enrolado de sua mãe adotiva; mais todas aquelas meninas que com o passar dos anos só por interesse se aproximavam dele; e pra completar, ainda havia a espera por alguém que aos poucos ele passou a pensar que fosse um delírio (apesar de que uma vez quando foi até os limites de Arendelle ,pensou ter visto esse alguém ao longe, na aldeia dos trolls mas a menina nem lhe olhou). Enfim, com tudo isso Kai não teve mais forças contra o espelho, e seu coração ficou frio, duro, perigoso... Congelado.

Não era mais amigo de Gerda, de quem ainda por cima debochava e dizia que nem parecia ser uma princesa, pois desonrava a nobreza com sua feiura e falta de classe e elegância. Parou de cultivar rosas, pois estas lhe lembravam de seu pai e as vezes até as quebrava. Gerda chegou a chorar por causa dele, algo que jamais imaginara fazer. O garoto também passou a decepcionar o rei e a rainha porque ficou metido e arrogante com quem não era da realeza. Até mesmo de sua pobre avó, de quem ele, inicialmente, morria de pena, acabou se distanciando... Embora fosse muito inteligente, ele se levou pelo desespero que as situações ruins de sua vida lhe causaram.

Como ele não virou estátua de gelo? Quando ficou malvado, já tinham se passado alguns anos e assim, havia se tornado um jovem rapaz. Quando a situação ia realmente se agravar, houve um inesperado encontro entre ele e a Rainha da Neve...


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Notas finais do capítulo

Eu sei q na história original Kai era criança o tempo todo, mas isso é apenas uma fanfic e para corresponder aos meus planos ele precisa viver o resto de aventura um pouco mais velho... como Anna e Kristoff quando a Elsa criou o inverno eterno...
Espero comentários, hein? ;)



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