Rosas de Inverno escrita por GiullieneChan


Capítulo 3
Epílogo: Uma despedida.




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Epílogo: Uma despedida.

Muitos anos se passaram desde os fatos daquela noite. Muitas batalhas foram travadas. Afrodite morreu e renasceu diversas vezes. A última vez, quando ainda estava com sua alma aprisionada por um castigo dos deuses, foi o toque delicado e reconfortador do Cosmos de Atena que o libertou.

4° Motivo da Rosa

 

 

Não te aflijas com a pétala que você

 

Também é ser, deixar de ser assim.

 

Rosas verás, só de cinza franzida,

 

Mortas intactas pelo teu jardim.

 

Eu deixo aroma até nos meus espinhos,

 

Ao longe, o vento vai falando por mim.

 

E por perder-me é que me vão lembrando,

 

Por desfolhar-me é que não tenho fim.

Hoje...

O vento gelado balança os longos cabelos azuis claros do homem parado diante das duas lápides. Mesmo apesar do frio, e da neve que caia mansa, ele não demonstrava estar incomodado com o clima, pois trajava um blazer escuro, que destacava sua pele pálida e perfeita.

Estava pensando em fatos de sua vida, de sua infância e adolescência que agora parecem estar tão distantes. Tudo o que passou, as escolhas certas e erradas que tomou, pareciam um sonho distante.

Antes de chegar ao cemitério da Família Tahil, ele havia passado no Mausoléu dos Bergman na cidade vizinha e depositado flores no túmulo de seu pai. Conversou por muito tempo com ele, dizendo-lhe que havia conseguido perdoá-lo pelo o que havia lhe dito e feito naquele dia tão triste. Depois dessa conversa, sentiu-se mais leve.

Agora, precisava fazer só mais uma coisa.

—Afrodite? -chamou uma voz calma e serena.

Afrodite virou-se e sorriu ao reconhecer Mu de Áries, ele estava com sua armadura de ouro.

—Mu! Que bom que apareceu. O que houve?

—Saiu sem avisar do Santuário. -respondeu.

—E como ela estava? Vou ser punido por isso?

—Claro que não. Atena estava preocupada. -respondeu o ariano. -O que está havendo?

—Sabe, desde que sai de minha terra natal, bem em meu íntimo eu sabia que nunca mais voltaria a morar nesse lugar. Nasci e me criei perto daqui, mas as minhas lembranças mais queridas são as que eu vivi com essas pessoas aqui enterradas.

Mu reparou então nas lápides quase cobertas pela neve.

—Eu fiz coisas muito erradas. Acho que sentia vergonha de retornar aqui, me sentia indigno... -ele sorri tristemente. -Meu avô me disse que era uma tradição de várias gerações servir ao Santuário. E que eu era o primeiro da família a ter a honra de ser um cavaleiro de ouro. Se ele soubesse as coisas que fiz...

—Você mudou. -Mu disse-lhe. -Tem se mostrado um verdadeiro Cavaleiro de Atena.

—Obrigado, amigo. -Afrodite olha mais uma vez para a lápide e depois dá alguns passos para trás. -Eu devia ter feito isso antes.

De repente, Afrodite eleva seu Cosmos ao máximo. Uma luz cegante e pura os envolve, tão forte que obriga o ariano a fechar os olhos. Quando a luz se dissipa, Mu se arrisca a abrir os olhos e o que vê o deixa mudo de admiração.

Afrodite está ajoelhado, exausto diante das lápides. Não havia mais neve em volta delas e sim um belíssimos jardim de rosas vermelhas e brancas que havia visto em sua vida. Nem as rosas do Jardim da Casa de Peixes eram tão belas e vivas. E as rosas estavam cobrindo uma grande extensão, estando até mesmo em volta do Cavaleiro de Áries.

—Não é engraçado, mãe? -Afrodite falava para a lápide. -É meu aniversário e sou eu quem estou dando presentes. Aprecie as suas Rosas de Inverno, mãe.

—Afrodite?

—Gustav. -ele falou se levantando, estava com o semblante cansado devido ao esforço, mas mesmo assim sorri.

—O que disse?

—Você perguntou meu nome anos atrás. Eu não havia lhe dito. Meu nome é Gustav.

—É um prazer te conhecer, Gustav. -falou o outro sorrindo serenamente.

Os dois Cavaleiros andam lado a lado, se afastando daquele belo lugar, que seria conhecido pelo milagre de ter feito rosas brotarem em pleno inverno. As pessoas dirão que nasceram por causa do amor de uma mãe ali sepultada. Outros darão versões mais estranhas e complicadas ao evento.

Mas apenas dois homens saberão a verdade sobre essas rosas, que envolvem uma sepultura com os dizeres:

 

"Aqui Jaz Emilly Tahil Bergman...

 

Filha querida, esposa devotada, mãe adorada de Gustav...

 

Ela sonhou com um lindo jardim de rosas em meio à neve..."

 

FIM...

Ou um recomeço?

 


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Notas finais do capítulo

Feliz aniversário a todos os nascidos no signo de Peixes.