Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 56
Capítulo 54


Notas iniciais do capítulo

Desculpas? não existem suficientes para isso.

Espero que não tenham desistido e ainda estejam ai...



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Natasha dirigia como uma verdadeira piloto de corrida pelas ruas abarrotadas de Nova Iorque. Bucky agarrava-se com toda a força ao banco, temendo que o cinto de segurança não fosse o bastante para protege-lo, caso eles batessem, contudo, ele sabia que nada que dissesse faria a ruiva diminuir. A casa ainda estava em chamas e segundo o rastreador, Steve ainda estava dentro dela.

O carro cantou pneus quando Natasha freou bruscamente na rua onde morava. Ela não se preocupou em trancar o carro, apenas saltou do mesmo e foi seguida por Bucky, que tentava acompanhar seus passos. A mente da ruiva estava um verdadeiro turbilhão e ela tentava com esforço manter as lagrimas afastadas.

“Está casa é minha!” ela grita para o policial que tenta impedir que ela cruze a fita de proteção. Havia muitos curiosos presentes e aparentemente, os bombeiros haviam conseguido controlar o fogo.

“Eu estou com ela.” Bucky avisa e passa por baixo da fita rapidamente. “Ele pode não estar na casa.” repete. Ele havia dito aquilo mais vezes do que conseguia lembrar.

“Eu preciso ter certeza.” A ruiva fala, entredentes.

Ela aproxima-se do bombeiro que parecia ser o chefe da operação e com palavras rápidas explica a situação.

“Seu marido pode estar ai dentro?” o homem pergunta, por cima do barulho.

“Sim.” Natasha confirma com a voz fraca.

“Natasha!” uma voz gutural, quase como um trovão, chama pela ruiva e antes mesmo de virar-se, ela sabe a quem pertence.

“Thor.” Ela o cumprimenta.

“Eu vi o incêndio pela TV, na verdade, a India viu e reconheceu a casa e....” Thor olha em volta, dando-se conta de que Natasha estava sozinha. “Cadê o meu irmão?” ele pergunta, e sua voz soa como a de uma criança prestes a chorar.

**** X ****

Steve estava amarrado a uma cadeira de metal, e infelizmente, só havia percebido isso quando tentou levantar-se. Tal ato fez seu corpo praticamente convulsionar em resposta. Ele sentia como se tivesse sido atropelado por um caminhão, mas a verdade é que ele havia caído de uma escada e levado uma baita surra. Até mesmo respirar doía, o que indicava que provavelmente tivesse algumas costelas quebradas, além de várias outras lacerações.

Ele entreabriu os olhos e a sala iluminada fez seus olhos doerem. Ele tornou a fecha-los e tentou lembrar-se exatamente do que havia acontecido e do possível porquê de estar ali. Sua mente, apesar de exausta, trabalha numa velocidade incrível e ele consegue recapitular tudo, desde o momento em que descobriu a verdade sobre Natasha até a invasão da casa.

“Sharon...” ele murmura. Sua voz soa dolorida e sua língua está tão seca que parece uma lixa.

“Hey, parece que o grandão finalmente acordou.” Uma voz masculina soa de algum lugar atrás de Steve, mas ele não se dar ao trabalho de tentar virar ou falar algo. Os passos ecoam na sala e o homem finalmente para a sua frente, a poucos metros dele. O homem o encara e Steve reúne a pouca força que lhe resta e com esforço ergue a cabeça e o encara de volta. O homem a sua frente é magro, porem musculoso, e parece ser alguns centímetros menor que Steve. Ele tem o rosto com algumas marcas profundas e cicatrizes. “Você parece cansado.”

“Quem é você? e onde está a Sharon?” a voz dele soa ainda mais rouca.

“Hum, parece que você está com a garganta seca.” O homem então mostra uma garrafa d’agua que provavelmente ele estava escondendo atrás de si, abre e bebe um longo gole. Steve sente a própria garganta fechar-se em resposta... ele sequer havia notado o quão sedento estava até ver aquilo. “Quer um pouco?” o homem pergunta com falsa polidez. Steve sabe que ele não lhe dará agua alguma e repete as perguntas já feitas.

O homem encara Steve com desdém, dá alguns passos à frente e põe a garrafa d’agua no chão, em frente a Steve. Perto o bastante para que mesmo de cabeça baixa a garrafa continue dentro do seu campo de visão, mas longe o bastante para que mesmo que Steve consiga por milagre livrar-se das cordas que prendem seus tornozelos e coxas, não consiga alcançar.

“Espero que você não se importe.” O homem sussurra diabolicamente próximo ao ouvido de Steve.

**** X ****

Natasha aguardava ansiosamente enquanto os bombeiros revistavam a casa. Bucky e Thor estavam ambos ao seu lado, Thor com uma mão apoiada no ombro de Natasha e Bucky agachado ao chão, com uma mão no queixo e a outra pronta para agarrar a perna da ruiva caso ela tentasse entrar na casa sem autorização outra vez.

Bucky havia ligado para Maria Hill, que prontificou-se de imediato a ir até casa ficar com os gêmeos e Pepper estava a caminho do escritório, onde juntamente com Tony e Nick, tentariam conseguir alguma coisa que pudesse ajudá-la, afinal, a coisa toda havia ganhado uma proporção bem maior do que o esperado e os superiores estavam em reunião, prontos a tomar medidas drásticas se fosse preciso, pelo que eles chamavam de “segurança da corporação.” A cada movimento do ponteiro do relógio, Natasha sentia-se ainda mais perdida e desolada, prestes a cair num abismo sem fundo de remorso e dor.

“Não pode ser.” Thor sussurra ao ver os bombeiros saírem da casa carregando uma maca com um saco preto em cima. Como que combinado, ele e Natasha correm até os bombeiros que tentam inutilmente afasta-los. Bucky se pôs de pé, mas não conseguiu sair do lugar. Sua mente girava.

“Por favor! Por favor!” Natasha berrava enquanto tentava livrar-se do aperto de dois policiais. “Eu só preciso ver.”

Sua luta parou quando ela viu mais dois bombeiros saindo com uma segunda maca. Ela estacou e seu coração deu salto. Alguma coisa muito estranha estava acontecendo ali... levou apenas um segundo de distração dos policiais para que ela conseguisse se soltar deles e abrir com violência o zíper que fechava o saco da primeira maca. Ela sequer piscou ao ver o rosto e o torso completamente queimados do ser humano que jazia ali. A pele – onde ainda havia alguma pele – parecia plástico derretido e o resto estava completamente escurecido.

“Não é ele.” ela fala mais para si mesma. “Não é ele!” ela então exclama mais alto, fazendo ouvir por Thor e Bucky, que ainda de pernas mole, havia conseguido aproximar-se deles.

Como ela já havia visto o primeiro homem, os bombeiros optaram por parar de lutar e simplesmente permitir que eles dessem uma rápida olhada no segundo corpo. Natasha hesita um pouco, sua mão parada a centímetros do saco. O primeiro não era Steve, mas este poderia ser.... e ela não consegue evitar imaginar o rosto de Steve, com a pele derretida e onde antes havia os tão adorados cabelos loiros, apenas o crânio escurecido. Ela engole seco e abre o saco. Sua respiração fica presa na garganta. O segundo homem, apesar de ser loiro, também não era Steve. A pele estava derretida em alguns pontos, mas em contraste com o anterior, este estava infinitamente melhor. Ela estava prestes a fechar o saco novamente quando percebeu algo... uma marca que com certeza não havia sido causada pelo fogo. Ela troca um olhar com Bucky que parece entender o que ela quer dizer.

“Então onde o Steve está?” Thor pergunta, num misto de ansiedade e alivio. Natasha abre a boca para responder uma mentira, quando o celular do loiro toca. “É a Jane.” Ele avisa e afasta-se, enquanto conversa com a esposa. Sem perder tempo, Natasha aproveita aquele momento de distração e agarrando Bucky pelo braço o arrasta de volta até o carro.

“O homem já devia estar morto quando a casa foi incendiada.” Ela informa.

“Você viu se o outro tinha alguma perfuração?” Bucky questiona.

“Não. Eu sequer pensei em procurar, mas de qualquer forma, o estado dele era bem pior, provável que apenas na autopsia seja possível descobrir algo.” Ela suspira. “Houve pelo menos um disparo e se os dois homens que estão mortos foram os invasores, quer dizer que alguém deve estar com o Steve.”

“Ou ele pode ter conseguido fugir.” Bucky sugere, esperançoso.

“Não. Só existem dois lugares possíveis para onde ele poderia ir. A casa do Thor ou o restaurante. E ele não está em nenhum dos dois. Além do mais, este incêndio serviu apenas para me distrair, me fazer perder tempo achando que o Steve poderia estar aqui.” Ela soca o volante.

“Calma Nat. Pelo menos sabemos que o Steve está vivo.” O moreno tenta reconforta-la.

Ela dá um meio sorriso, e liga o carro. Não havia tempo a perder.

**** X ****

Steve tentara a todo custo ignorar a sede e a garrafa a sua frente, mas a cada minuto que passava parecia impossível faze-lo. Sua cabeça parecia um tambor, vibrando a cada nova batida, embora não houvesse nenhuma batida externa, apenas a do seu coração que palpitava descompassada. Steve não estava bem e ele sabia disso, o que o preocupava ainda mais.

Ele ouve passos, dessa vez mais de uma pessoa estava entrando na sala e pareciam arrastar algo metálico. Steve tremeu diante das várias sugestões do que poderia ser. Ele ergueu a cabeça a assistiu aterrorizado dois homens colocarem diante de si uma cadeira metálica, onde Sharon jazia inconsciente.

“O que vocês fizeram com ela?” ele grita revoltado. A garganta arranha, mas ele ignora esse novo incomodo.

“Nada que ela não merecesse.” Diz o mesmo homem que havia posto a garrafa a sua frente. Ele adentra a sala com passos rápidos e faz um sinal para que os outros dois homens se retire.

“Seu desgraçado!” Steve xinga entredentes.

“Eu prefiro que você me chame de Brock.” O homem abaixa-se e pega a garrafa. “Sem sede?” pergunta irônico e volta a beber um gole. Steve fecha os olhos por um breve segundo. “Espero que você não considere isso um desperdício.” Brock vai até Sharon e despeja o resto do conteúdo na cabeça dela. A agua escorre pelo cabelo bagunçado da loira e ela se movimenta um pouco. Steve não consegue ver sua expressão, uma vez que a cabeça dela pendia para a frente, possibilitando apenas a visualização do topo da sua cabeça e do cabelo, caído como uma cortina. “Eu vou deixar vocês a sós, assim você pode atualiza-la dos últimos acontecimentos.”

O homem sai e Steve ouve uma porta ser batida bruscamente e trancada. Sharon se sobressalta com o barulho.

“Sharon...” Steve chama e ela consegue erguer a cabeça com esforço. Steve arregala os olhos e sente o sangue ferver. O que eles haviam feito com ela?


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Notas finais do capítulo

Feliz Ano Novo super atrasado!

Capítulos finais já em processo de produção.

Até mais, beijos e perdão pelos erros ortográficos.