Segredos Amargos escrita por S Pisces


Capítulo 40
Capítulo 38


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde Honeys! Um aviso rápido: Todos os pedidos e sugestões de vocês não são ignorados por mim, acreditem, eles ficam registrados para capítulos futuros, porque eu não escrevo e posto. Eu acumulo capítulos prontos e depois posto, então quando a solicitação de vocês vem, o próximo capítulo já está pronto.
Então agradeço imensamente a todas as sugestões de vocês! Enfim, enjoy!



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“Não sei se é uma boa ideia.” Steve fala enquanto ajuda a esposa a ajeitar os lençóis da cama. “Quero dizer, a Wanda acabou de passar por uma situação traumática, o Pietro está com problemas na escola, a polícia ainda não tem nenhuma informação sobre quem a atacou e você quer viajar?”
“Justamente por isso precisamos viajar!” Natasha argumenta “Temos tido muitos problemas, estamos sob uma camada constante de estresse. Acho que essa viagem tornaria as coisas mais leves. São apenas alguns dias em Cancun, já havíamos combinado antes.”
“Antes. Antes de seus irmãos virem morar aqui e tanta coisa acontecer.”
“Então a culpa é dos meus irmãos? se você quiser podemos ir sozinhos.”
“Eu não disse isso.” Steve fala encarando a esposa “Você sabe que eu adoro os seus irmãos e acho que a convivência com eles está te tornando uma pessoa mais... paciente. Mas, eu não sei...” a expressão do loiro se torna pensativa e distante.
“Então façamos assim: você tem até o fim de semana para decidir, okay? De qualquer forma, as passagens já estão reservadas.” Informa.
“Tudo bem.” Concorda.
“Pense com carinho.” A ruiva pede se deitando ao lado do marido e lhe dando vários beijos. “Por favor.”
“Hum... quem sabe com um pouco mais de incentivo essa ideia não passe a ser mais bem vista?” Steve fala com um sorrisinho sacana no rosto.
“Tenho certeza que posso te convencer disso.” Natasha afirma, se deitando sobre o marido.

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“Pietro?” Wanda sussurra no escuro, chamando pelo irmão. “Pietro?”
“Hum...” a resposta do gêmeo mais parece um gemido.
“Você tá dormindo?”
“Estava. O que foi?” Pietro se vira na cama, ficando de frente para a irmã que dormia do outro lado do quarto.
“Será que o cara que me atacou foi o mesmo que estava na janela naquele dia?” ela pergunta baixo.
“Sabe que eu nem tinha pensado nisso?” Pietro fica pensativo. “Nem temos certeza se havia realmente alguém na janela.”
“Mas alguém me atacou! Seria coincidência de mais, você não acha?”
“Hum, pode ser.”
Wanda bufa irritada.
“O que foi?” Pietro questiona.
“Você não dá a mínima para o que aconteceu.”
“Claro que dou. Mas você mesma disse: ‘aconteceu’, não há mais nada que possamos fazer a não ser esperar alguma resposta da polícia.”
“Você é igualzinho o papai.”
“Como assim?”
“Fica sempre esperando que os outros resolvam o problema.”
“Certo Sherlock, qual sua ideia genial para resolvermos isso?” a voz do garoto soa ácida.
“Eu ainda não sei.” Admite “Mas...”
“Mas o quê?” Pietro pergunta após a pausa da irmã.
“Nada. Volta a dormir.”
“Não precisa dizer duas vezes.”
Pietro vira, ficando de costas para a irmã e em poucos minutos, Wanda ouve o ronco abafado pelo travesseiro do irmão.
Pelo que ela entendia – ou achava entender – de tentativas de assalto ou coisas do gênero, o meliante vigiava a casa por algum tempo e tentava algo quando não houvesse ninguém em casa ou pelo menos, ninguém capaz de reagir. Aquilo fora estranho. Havia outros quartos na casa, assim como outras pessoas, mas o cara a escolhera. Provavelmente não fora escolhida por coincidência ou acaso, ele a estava observando pela janela na noite anterior... aquilo era muito estranho.
+++
“Pietro, por favor, tente não arranjar mais confusão hoje.” Natasha pede parando o carro na frente da escola.
“Não fui quem começou e” defende-se.
“Eu sei que não, você entendeu o que eu quis dizer. Não entre na deles, okay?”
“Okay.” Concorda de mau humor.
“Wanda, qualquer coisa, você pode me ligar.”
“Certo.”
“Você está bem?” Natasha observa as olheiras no rosto da irmã. Ela parecia não ter dormido nada. “Se você não quiser assistir aula, pode ir pra casa ou pra casa da Jane, ela não se importaria.” Os gêmeos haviam passado o dia anterior na casa do irmão de Steve e pelo que ambos falaram e a própria Jane contou a Nat depois, havia sido um dia bastante tranquilo e prazeroso.
“Não precisa, eu estou bem.” Afirma.
“Vamos Wanda!” Pietro chama, impaciente.
“Tudo bem. Vejo vocês mais tarde.” Natasha se despede e sai, deixando os irmãos para trás enquanto ruma em direção ao escritório.
Embora os últimos acontecimentos não tivessem sido absolutamente nada do que ela esperava, ela se sentia bem como não vinha se sentindo há dias. Ela finalmente sabia quem era a mulher disposta a arruinar sua vida e o que fazer para detê-la. No dia seguinte Steve confirmaria a viagem e na segunda feira seu plano entraria em ação. Nada poderia dar errado.
“Droga!” ela exclama ao ouvir o barulho e sentir o carro sacolejar. Com cuidado ela estaciona no acostamento e sai do carro, parando para constatar incrédula que o pneu do carro havia furado. “Que azar.”
Aquele era o step, o que significava que a ruiva precisaria de ajuda para sair dali. Ela não estava tão distante do escritório, poderia ir a pé, mas deixar o carro ali não era uma opção. Ainda resmungando ela retorna ao carro e liga para um guincho. Após informar o local, ela liga para Steve, mas infelizmente o mesmo não poderia ir busca-la.
“Ótimo! Caminhar nunca matou ninguém.” Ela pega sua bolsa e começa a caminhada que nos seus cálculos seria de uns 20minutos.
Natasha mal tinha cruzado a primeira esquina quando o carro de Steve para ao seu lado. Ela sorri automaticamente e abre a porta do carro.
“Pensei ter ouvido que você estava ocupado demais...” a frase vai morrendo ao Natasha ver quem está no volante. “Sharon.”
“Olá Natasha.” A loira responde som um sorriso no rosto fino. “Desculpe desaponta-la, mas realmente o Steve estava bastante ocupado, então eu me ofereci para vir te ajudar.” Esclarece.
“Você se ofereceu?” Natasha tenta disfarçar o sarcasmo “Que surpresa!” completa, pondo o cinto enquanto Sharon já ganhava a rua.
“Então, você quer que eu te leve para o restaurante ou para o seu trabalho?”
“Meu trabalho. Eu te explico o caminho.”
“Eu sei onde é.” A loira avisa e essa informação pega Natasha de surpresa.
“Sabe?” pergunta com o semblante impassível.
“Já passei na frente uma ou duas vezes.” Comenta distraída.
“Hum.” Natasha tenta disfarçar essa notícia. O prédio no qual trabalhava apesar de ser no centro, não ficava necessariamente numa área movimentada, tão pouco era caminho para o restaurante.
“Na verdade, uma amiga precisava de um advogado, e como o Steve me contou que você é advogada, pensei que poderia ajudar. Então procuramos o endereço e fomos até lá, mas minha amiga não teve coragem.” Admite levemente constrangida.
“Oh! E qual era o problema dela?” questiona.
“Divorcio.” Sharon observa Natasha de soslaio, mas a ruiva permanece sem esboçar nenhuma reação.
“Sou advogada criminal, mas se você quiser posso ver com alguns conhecidos.” Oferece.
“Oh não é mais necessário, obrigada. Ela já resolveu.”
“Que bom então.” Natasha fica em silencio e logo avista o prédio no qual trabalha. O carro começa a desacelerar e para, praticamente em frente à entrada do mesmo. “Obrigada Sharon. Pela ajuda.” A ruiva agradece, fazendo menção de abrir a porta, mas Sharon a impede.
“Espere.” Natasha se vira para Sharon “Sei que você não gosta muito de mim, mas eu gostaria que nós pudéssemos nos dar bem, não tô pedindo para sermos amigas, só para ficarmos numa boa.”
“E não estamos?” Natasha pergunta com uma expressão confusa.
“Sim! Quero dizer, não sei. Sinto que você só me tolera.”
“É a sensação que passo para todo mundo. Pergunte ao Bucky.” Novamente ela faz menção de abrir a porta.
“Espera!”
“O que você quer?” a ruiva questiona impaciente.
“Steve.”
“Oi?!” a resposta da loira faz Natasha ver sangue.
“Não foi isso que quis dizer!” Sharon começa a se explicar “quero que fiquemos numa boa por causa do Steve. Ele é um bom amigo. Gentil, preocupado e confia em mim, assim como confio nele, me faz sentir uma pessoa querida, parte da família, e é uma sensação que não tenho sentido há muito tempo. Mas se você não gosta de mim, ele acaba por...”
Natasha suspira exasperada.
“E quem disse que eu não gosto de você? Por acaso o Steve deixou de falar contigo ou te demitiu ou te tratou mal por minha causa? O Steve é uma boa pessoa com todo mundo, independente do que eu ou qualquer outro pense a respeito. Se ele confia em você, faça por merecer, ele não perdoa traição.” A ruiva sai do carro e bate à porta com ferocidade.
Ela entra no prédio pisando duro. Ela sentia que aquela conversa não fora à toa. Havia muito tempo desde que ela comentara algo a respeito de Sharon... a última vez foi quando voltavam para casa após o jantar com os gêmeos. E nem fora um comentário realmente maldoso.
“Bom dia.” Pepper saúda a ruiva ao vê-la cruzar a porta.
“Dia nada bom, nada bom!” Natasha joga a bolsa no sofá e se larga na poltrona. “Preciso de café.”
“Um café saindo.” Pepper anuncia “Enquanto isso, vai me dizendo o que aconteceu.”
“A Wanda tá péssima. O Steve não topou de cara a viagem. Meu step furou e tive de vir de carona com a Sharon!” despeja tudo de uma vez.
“Sharon? A mesma Sharon que trabalha com o Steve e que você dizia – “
“Que dava e não duvido nada que continue dando em cima do Steve. Ela mesma.” Natasha pega o copo que Pepper a oferecia e bebe um longo gole. “Eu liguei pro Steve para ele ir me buscar né, mas ele não podia então a Sharon se ofereceu e ele deu o carro dele a ela. Acredita?”
“Bom, se ela foi te buscar, você não esperava que ela fosse com o próprio carro, né?” Natasha revira os olhos “Okay, desculpe.”
“Essa não é nem a pior parte. Ela teve a ousadia pedir que ‘ficássemos numa boa pelo bem do Steve’”?
“Mentira?!” Pepper exclama incrédula.
“Pode acreditar. Ela veio com uma historinha de que se sente parte da família e sei lá mais o que por causa do Steve. Que ele a trata bem e confia nela.” As palavras vão morrendo quando Natasha entende as implicações por trás das mesmas. “Ela quis dizer alguma coisa.” acusa.
“Como assim?” Pepper pede esclarecimentos.
“Ela disse ‘E confia em mim, assim como confio nele.’ Ela deve saber alguma coisa... será que o Steve disse que não confia em mim?” Natasha pergunta mais para si mesma que para a amiga.
Pepper sacode a cabeça, descrente.
“Nat. Você está vendo coisas onde não existem. Foi apenas uma afirmação comum, sem insinuações ou suposições.” Assegura Pepper.
“Ele pode ter dado a entender isso ou – “
“Ou ela disse o que disse porque sabia que você ficaria paranoica, que criaria um monte de coisas nessa sua cabecinha maluca.” A loira a interrompe “Meu bem, o melhor agora é você focar no que tem de ser feito. Na sua viagem e em pôr um fim as loucuras da Harrison. É isso o que realmente importa e nisso que você deve focar.” Aconselha.
“Você está certa.” Concorda. “Eu devo estar paranoica.”
“É claro que estou.” Afirma convencida.
Natasha então termina o seu café e se volta para o trabalho. Ela deveria ter uma reunião com Nick Fury em algumas horas e tudo deveria transparecer clareza e confiança. Ela precisava mostrar a Fury que estava tudo sob controle e que em alguns dias, sua vida profissional não mais estaria em risco.
“Foco no trabalho.” Diz para si mesma.

+++

“Obrigada novamente Sharon, não sei o que teria sido da Nat sem você.” Steve agradece a loira, enquanto ambos davam uma volta pelo deposito checando algumas coisas.
“Ela teria andando alguns quilômetros e provavelmente ganhado alguns calos.” Sharon comenta fazendo Steve rir. “Não foi nada.” Ela dá um sorriso contido e suspira.
“Algum problema?” pergunta preocupado.
“Não foi nada.”
“Tem certeza? Sabe que pode confiar em mim, não sabe?”
“Claro que sei, só não quero causar problemas entre vocês e – “
Steve para as anotações e encara a loira.
“A Nat te disse alguma coisa?”
“Não foi nada, já disse, melhor adiantarmos nosso trabalho.” Pede Sharon, ignorando a parada de Steve.
“Sharon, por favor.” Pede. Sharon suspira e assume um semblante receoso.
“Ah, ela só deu a entender que não gosta da nossa proximidade, sabe? Que não confia em mim. Enfim, ela tem ciúmes de você, normal.” Dá de ombros.
“Eu vou falar com ela.” Fala conciliador.
“Não, por favor, não quero causar problemas a vocês. Dessa vez não foi nada.”
“Como assim ‘dessa vez’”? a voz de Steve não soa nada amistosa.
“Droga! Que boca grande a minha!” Sharon se repreende.
“Conta logo.” Pede.
“Okay, ela falou umas coisas há um tempo. Os irmãos dela haviam acabado de se mudar e ela estava estressada, não sei. Ela... disse para eu me afastar de você. Que eu sou uma má influência e que o casamento de vocês piorou depois da minha chegada. Pronto.” A loira desabafa e Steve fica em silêncio.
Aquilo não fazia muito sentido, afinal, Natasha não era do tipo que saia por ai descontando sua raiva em cima de outras pessoas, porém, a outra pessoa em questão era a Sharon. Steve se recorda de todas as vezes que a esposa falara ou comentara algo ruim sobre a Sharon. “Ela estava um pouco menos insuportável hoje, verdade.” As palavras da esposa quando estavam voltando para casa reverbera em sua cabeça.
E Natasha realmente andara estressada com a chegada dos gêmeos, tanto que os dois tiveram pequenas – mas constantes – discussões acerca de tudo.
“Peço desculpas por isso Sharon. Ela não devia ter descontado ou dito qualquer dessas coisas a você. Eu conversarei com ela.” Afirma.
“Steve, não – “
“Tudo bem Sharon, está tudo bem.” O loiro afirma e volta ao trabalho, ignorando os protestos e pedidos de Sharon.


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Notas finais do capítulo

Perdoem os erros gramaticais e qualquer outra coisa... Não me odeiem! Beijos e até logo! ♥