Natasha retira uma mão de Steve e ignorando o sal que o moreno lhe oferecia, entorna o copo de uma única vez.

“Vai com calma! Não quero ninguém passando mal antes da hora.” Bucky avisa numa tentativa de repreensão, mas sua voz já soa estranha graças as duas doses de tequila e as várias outras doses de outras bebidas.

“Esqueceu que eu tenho sangue russo?” Natasha se gaba, fazendo Bucky e o marido revirarem os olhos.

“Que seja.” Bucky dá de ombros.

“Vamos dançar?” Natasha pergunta olhando para Steve. “Eu não quero passar a noite toda aqui parada.”

O loiro concorda com um aceno e então olha para Sharon.

“Você vem?” ele pergunta, fazendo Natasha arregalar os olhos.

Ela encara o marido, mas ele nem nota a repreensão nos olhos da esposa.

“Não, eu não sou muito boa nisso.” Sharon rejeita dando de ombros.

“Tem certeza? Vai ficar ai sozinha?” Steve insiste e Natasha aperta o braço dele.

“Eu faço companhia para ela.” Bucky intervém passando um braço sob os ombros da loira que se encolhe com o toque.

“Tudo bem!” Steve concorda e é praticamente arrastado para a pista de dança improvisada na sala de estar.

Assim que estão no meio da pista, com várias pessoas dançando em volta, Natasha desfere um forte tapa no braço de Steve.

“Au!” o loiro exclama em meio a um gemido. “Qual o seu problema?”

“Meu problema?! Você é o meu problema! Porque você convidou e ainda ficou insistindo para a Sophia vir dançar com a gente?” ela pergunta exasperada.

“O nome dela é Sharon e eu só fui educado. Ela não conhece ninguém aqui!” Steve se defende. “Você não é ciumenta.”

“O fato de eu não ser ciumenta não quer dizer que eu vou aceitar que uma Barbie insossa fique dando em cima de você e pior, que você fique completamente passivo diante disso.”

Steve a encara pensativo. Ele tinha suas suspeitas sobre as reais intenções da loira, mas ele ainda não havia chegado a nenhuma conclusão. Além do mais, ele gostava da companhia de Sharon, ela era tranquila e o fazia rir e havia conquistado sua confiança.

“Ela não está dando em cima de mim.” Steve afirma. Ele pensou em defende-la das ofensas da mulher, mas isso apenas geraria mais discussões.

“Eu não sei se você é realmente ingênuo ou idiota.” Natasha fala e suas palavras são como um soco no estomago do marido.

“Então é isso que você pensa sobre mim?” sua voz soa magoada e Natasha se arrepende do que disse.

“Não, quer dizer, eu... você é uma pessoa boa Steve e as pessoas se aproveitam disso. Você pode até não ver, mas ela está sim dando em cima de você.” Natasha afirma, pondo as mãos sobre os ombros do marido. “Ela é uma sonsa.” A ruiva afirma naturalmente.

Steve tenta segurar o riso mas consegue. Sharon é uma boa pessoa e ele sabia que o motivo da implicância da ruiva com ela era apenas por ciúmes.

“Você não me chamou pra dançar? Vamos dançar.” Steve fala mudando de assunto.

Até aquele momento eles estavam apenas se balançando sem se importar se estavam ou não no ritmo da música.

O loiro começa a dançar se balançando no ritmo da música que tocava.

“Que foi?” o loiro pergunta quando nota o olhar da esposa sobre si.

“Você não dançava tão bem assim quando nos conhecemos.” Ela comenta debochada.

“Eu não lembro de você ter reclamado dos meus passos enquanto se enroscava em mim...” ele relembra com um sorriso malicioso.

“Enroscava?” ela repete a palavra rindo. “Pelo que eu me lembro, você que ficou me agarrando.”

“E bem que você gostou hein?” ele pergunta a puxando contra si.

Os dois começam a se beijar e embora ambos consigam ouvir a música eletrônica, as pessoas conversando, rindo, cantando a sua volta, é como se eles tivessem sido teletransportados novamente para aquela noite no México, onde eles se conheceram.

Por alguns segundos, não era mais uma música eletrônica que tocava, mas sim, uma música cantada em espanhol com uma melodia romântica e sexy, que saia de um aparelho de som já velho. O lugar estava quente, mas não pelo excesso de pessoas ali presente, mas porque o lugar é naturalmente quente. O ar seco e a noite enluarada. O céu coberto de estrelas e o cheiro de tequila e alguma bebida barata no ar.

Eles se separaram e Natasha permanece com os olhos fechados, se agarrando aquela lembrança viva. Ela sente os dedos do marido roçando seu rosto, indo em direção a sua nuca. Uma das mãos dele está segurando firme sua cintura, por baixo da blusa, exatamente como naquela noite. O hálito dele ainda tem o mesmo cheiro de creme dental e seu toque quente ainda faz um arrepio percorrer sua espinha, fazendo seus pelos se arrepiarem. Ela abre os olhos e encara os olhos azuis do marido, ele morde o lábio de uma forma incrivelmente sexy.

Eles começam uma dança lenta, quente, provocante. Ela se vira, ficando de costas para ele, e rebola, esfregando seu corpo contra o dele. Ele geme em seu ouvido e ela ergue os braços acima da própria cabeça, os passando ao redor do pescoço de Steve, que tem ambas as mãos na cintura da ruiva, acompanhando seus movimentos.

“Parece que não há nada que uma crise de ciúmes não resolva.” Bucky fala próximo ao ouvido de Sharon e em seguida aponta para o casal que continuava entretido em seu próprio mundinho.

Sharon observa atentamente o casal, seus olhos assumindo um brilho diferente.

“Se você quiser, podemos nos divertir assim também...” Bucky sugere se aproximando mais dela.

Eles estavam dançando num canto mais afasto e embora não houvessem dançado tanto assim, o cabelo de Bucky já grudava nas têmporas graças ao calor. Sharon o analisa, e em seguida balança a cabeça em negação.

“Acho melhor você parar de beber. O álcool já está começando a te afetar.” Ela fala num tom ao mesmo tempo repreendedor e acusatório.

“Isso é uma festa! Não tem porque não deixar o álcool me afetar.” Bucky fala na defensiva, como se fosse uma coisa obvia e começa a ri, sendo acompanhado por Sharon.

Ele põe a mão em sua cintura e se aproxima, mas ela coloca uma mão no peito dele, o parando.

“Não.” Seu tom é duro.

“Porque?” Bucky pergunta retirando as mãos da cintura dela.

Sharon abaixa a cabeça e por 2 segundos seus olhos se dirigem para o casal no centro da pista e ao voltarem para o moreno a sua frente, ela percebe que ele havia notado seu pequeno desvio de olhar.

“Eu não gosto de misturar minha vida pessoal com a profissional.” Responde naturalmente “Você entende, certo?” seus olhos estão claros e sua voz soa preocupada, porém não há sinceridade em nenhum deles.

“Claro.” Bucky concorda “Desculpe se fui intrusivo.”

Ela apenas nega com a cabeça e sorri, deixando Bucky sozinho na pista. Ele a observa até sumir do seu campo de visão. Ela estava mentindo e o pior, ela mentia muito bem, ela havia respondido de forma dura e ao perceber que seu tom não correspondia ao costumeiro, tratou de corrigir o erro.

Agora ele tinha não só que descobrir o porquê Natasha estava usando uma peruca loira como teria que alertar o amigo sobre a loira não mais tão gostosa que trabalhava com eles. Será que seu amigo só atraia mulheres problemáticas e mentirosas?