“Eu sei que não estamos bem, mas você poderia ao menos responder minha pergunta?” Natasha ergue os olhos do prato intocado a sua frente e encara o loiro.

“Desculpe, estava...” ela balança a cabeça tentando ordenar os pensamentos “qual foi a pergunta?”

Steve a observa atentamente, estudando as feições da ruiva.

“Eu perguntei se você ainda quer ir à festa de aniversário do Bucky.” Steve repete pacientemente.

“Claro, porque não iria?” devolve levemente irritada.

“Bom, você mal me dirige o olhar e considerando que o Bucky é meu amigo”

“Nosso amigo.” Ela o corrige. “Eu gosto muito do Bucky.” Ela admite.

Steve franze o cenho sem acreditar. Natasha e Bucky tinham uma clássica relação de amor e ódio comum entre a esposa e o melhor amigo de qualquer cara. Os dois já haviam discutido um milhão de vezes e feito as pazes um milhão e uma vezes.

“Será no sábado depois do expediente.” Steve avisa.

“Estarei lá.” A ruiva confirma.

Seria uma ótima oportunidade de sondar o moreno sobre o incidente daquela manhã. Daquela manhã, em menos de 24 horas sua vida havia dado uma guinada de 180°. De quase reconhecida por um amigo a totalmente reconhecida por um desconhecido. Não sabia o que poderia ser pior.

“Então” o loiro começa atraindo novamente a atenção da mulher “Agora que voltamos a nos falar, acho que devíamos aproveitar a oportunidade, não acha?”

Seus olhos apresentavam um misto de expectativa e apreensão.

“Acho. Mas talvez não seja o melhor momento.” Natasha discorda.

Sua cabeça ainda girava com os acontecimentos do dia e ela não sabia se teria condições emocionais de conversar com o marido. De alguma forma, a conversa com o seu pai não deixava seus pensamentos e ela tinha medo de acabar soltando algo.

“Depois não diga que não tentei.” Steve fala se pondo de pé, jogando o guardanapo sobre a mesa e se retirando da sala de jantar.

“Ótimo.” Natasha murmura irônica, mas sem intenção alguma de ir atrás do marido.

Ela deixa o guardanapo sobre o prato intocado e enche uma taca de vinho. Vinho sempre acalmava seus nervos e ela precisava de muita calma para pensar e ordenar as coisas.

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“O que?!” Tony Stark exclama quase cuspindo o whisky que tomava no rosto da esposa.

“É exatamente isso que falei.” A loira afirma para completo descontentamento do marido.

Pepper havia contado tudo o que acontecera no próprio trabalho ao marido que ouvira tudo completamente incrédulo. Ele trabalhava para o governo também e o seu cargo lhe garantia algumas informações privilegiadas que poderiam ajudar a mulher a resolver aquele caso.

“O trabalho de vocês é altamente secreto. Vocês são praticamente inexistentes para muitos e agora alguém tem informações sobre a ruivinha?” ele balança a cabeça incrédulo “Isso vai dar muita dor de cabeça.”

“É por isso que preciso da sua ajuda.” Pepper fala “Segundo o protocolo se alguém descobre a identidade de um agente você tem duas opções: Descobrir a identidade da pessoa e elimina-la; ou ir embora, mudar de cidade, estado, país. Assumir outra identidade até que esse alguém seja preso ou eliminado.”

“Eu sei o protocolo querida. Eu ajudei a cria-lo.” Tony relembra fazendo a mulher revirar os olhos.

“Que seja Tony.” Pepper fala “a questão é que o protocolo só passa a valer a partir do momento que nossos superiores tomam conhecimento do caso. Nick Fury já está a par da situação e garantiu que os outros diretores não serão informados até que nós tenhamos mais informações sobre essa pessoa.”

“E o que exatamente você quer de mim?” Tony pergunta sem entender onde a mulher quer chegar.

“Eu quero que você use sua influência e poder dentro da agencia de segurança para descobrir toda e qualquer informação sobre qualquer um ligado a Ian Harrisson.” Pepper esclarece direta.

Tony mantem uma expressão pensativa, mas logo abre seu sorriso convencido de sempre.

“Pode deixar comigo amor.” Afirma. “Ultimamente não tenho tido muita coisa para fazer, pode ser divertido.” Comenta.

“Se você conseguir nos ajudar, tenho certeza que a Nat vai te odiar um pouquinho menos.” Pepper afirma e dessa vez quem revira os olhos é Tony.

“Como se eu precisasse do amor daquela lá.” Tony fala dando de ombros.

“Do amor não, mas da tolerância com certeza.” Pepper começa “ela já quebrou seu nariz uma vez, lembra?”

“Infelizmente sou lembrado desse infortúnio toda vez que me olho no espelho.” Resmunga.

“Tony, você não ficou com uma cicatrizinha sequer. Não seja dramático.” Pepper adverte.

“Ainda dói!” Tony exclama e a mulher suspira.

“Então deveria voltar no médico.” Sugere sarcástica a mulher “De qualquer forma, eu preciso da sua máxima discrição e sigilo. Seja rápido e qualquer informação, por mais banal que ela pareça ser, você passa para mim. Diretamente para mim.” Ela reforça.

Ela amava a ruiva e toda aquela situação de risco deixava seus nervos simplesmente em alerta. Ela tinha que manter a calma e ser o mais útil possível. Natasha já a ajudara muito e agora era a vez dela retribuir tudo o que a ruiva fizera por ela.

“Não se preocupe.” Tony fala como se lesse seus pensamentos. “Aquela ruivinha é osso duro de roer. Eu tenho até pena desse idiota que decidiu cruzar o caminho dela.” Tony completa fazendo a loira rir.

“Ela é realmente durona.” Concorda.

“E tem sorte de te ter como amiga.” A loira sorri sedutora e beija o marido.

“E você mais sorte ainda...” afirma.

“O mais sortudo.” Concorda.

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“Você vai deixar eu aproveitar um pouco antes de acabar com ela, certo?” o homem pergunta com um sorriso malicioso enquanto analisa uma foto da ruiva.

A sala estava mergulhada na penumbra, mas ainda assim, o homem conseguia visualizar perfeitamente as curvas da mulher. Ele analisa cada uma das fotos, todas com a mulher em diferentes momentos, lugares, ângulos.

“Talvez... se você fizer seu trabalho direito, sem deixar pistas, você poderá ser bem recompensado.” A voz soa cansada.

O homem ergue os olhos para a grande poltrona na qual a figura estava sentada despojadamente.

“Você sabe que sou o melhor.” Afirma convencido.

“Veremos depois do trabalho feito. Até lá, admire suas fotos.” A figura se levanta e o homem a fuzila com os olhos.

Ele pega alguns papeis e os analisa. O trabalho seria fácil, ele já havia feito aquilo várias vezes antes. Seria até mesmo divertido. Ele olha novamente para a foto da ruiva.

“Você é realmente gostosa... eu prometo que vou tentar não te machucar muito.” Fala com um misto de malicia e insanidade no olhar.