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—Ah, Fisher, por que o arcanjo estava querendo te matar? – Perguntou Birth

—Ah, nada de muito importante, só matei Deus. – Respondeu Fisher.

—Espera...Matou deus?

—É.

—Pera, o da Bíblia? O todo poderoso? O criador de tudo?

—É, esse aí mesmo. E ele só criou a Terra, nem vem com esse papo de criador de tudo.

—M-mas pelo que aquele livro diz sobre esse cara, ele tem poder quase infinito, como você conseguiu matar ele?

—Ele nem era tão forte assim, na verdade, dos oito bilhões, novecentos e setenta e quatro milhões, quinhentos e trinta e três mil, quatrocentos e vinte e oito Deuses que eu matei, ele foi um dos mais fracos.

O fato de Fisher dizer que já matou quase 9 bilhões de Deuses com a maior calma do mundo deixava Birth um pouco desesperado, afinal, que tipo de Deus era o Fisher? Aquela dúvida ficou martelando na cabeça de Birth por alguns segundos, logo ele não aguentou e perguntou.

—Fisher...Que tipo de Deus você é?

—Hm? Por quê pergunta?

—Você acabou de afirmar que matou mais de 8 bilhões de deuses, você me disse que existiam os deuses da mor...Shinigamis, Grim Reapers e Mortes, mas não me disse que eles também matavam Deuses.

—É por que não matam, eu sou o Deus do Fim. Nem era pra mim matar Deuses, mas teve uma época que eu fiquei meio descontrolado e saí caçando Deuses por aí.(Por motivos que ninguém na existência pode saber...Seria perigoso.)

—Então...É por isso que o pessoal da dimensão dos Deuses te odeiam?

—Em parte, sim.

—Como assim “em parte”?

—Difícil explicar, quando tivermos mais tempo eu falo.

—...Tô me sentindo meio excluída na conversa. – Disse Lily.

—É por que você tá excluída da conversa. – Disse Fisher com um sorriso idiota no rosto fazendo um “joinha” com a mão.

—Que direto! – Disse Birth com um tom meio chocado.

***

Chegando na casa de Birth...

—Ah, eu não vou ir na aula hoje. – Disse Birth.

—Ué, mas por que? – Perguntou Lily.

—Por um motivo bem racional e sensato, por que eu não quero ir. – Logo em seguida Birth dá um sorriso idiota.

—E também por que já são umas 3 horas. – Disse Fisher com um sorriso mais idiota ainda, como se estivesse zombando de Birth.

—Pera, que?! Não pode ser tão tarde assim, de jeito nenhum, eu tava seguindo vocês não faz nem vinte minutos que eu tô seguindo vocês! Não tem sentido! – Disse Lily meio desesperada e confusa.

—Naquela realidade a lógica do tempo é bem diferente da dessa. – Disse Fisher.

—E-então eu perdi o dia de aula? – Perguntou Lily meio triste.

—É. – Respondeu Fisher

—...Valeu! – Lily do nada cria uma expressão feliz no rosto. – Agora eu vou poder xeretar a casa do Birth.

—Pera, que? Eu nunca disse que iria deixar você entrar! – Disse Birth meio irritado com uma expressão de “não te dei essas intimidades não, hein”.

—E eu nunca disse que eu precisaria da sua autorização pra entrar lá. – Disse Lily com uma cara que já dizia “seu trouxa”

—Ih ala, falou que vai assaltar mesmo, eu não deixava. – Disse Fisher pra atiçar a briga.

—...Ok, você pode entrar. – Birth agora estava com um pouco de medo da Lily.

Fisher logo ficou triste, pois fracassou em sua missão de criar uma briga.

***

—Caramba! Parece maior por dentro! – Disse Lily espantada.

—Não é?! – Disse Fisher.

—Por que sempre falam isso? Eu não entendo, pra mim continua do mesmo tamanho, isso não é uma TARDIS ou algo assim pra ficar maior por dentro.

—O que é uma TARDIS? – Disse Fisher.

—É, o que é isso? - Disse Lily.

—...Vocês não entenderiam sem ver a série. – Disse Birth – E o que os empregados estão olhando? Voltem ao trabalho! Vamos subir logo pro meu quarto.

Os empregados não entendiam mais nada, quem era aquele garoto que apareceu do nada? E agora eles vão acompanhados de uma garota pro quarto? Isso não pode ser coisa boa. Mas de qualquer jeito eles não são pagos para se importarem com o que Birth fazia de sua vida, então simplesmente ignoraram a situação e continuaram com suas vidas.

***

—Ok, você pode dizer agora o motivo deles te odiarem na dimensão dos Deuses? – Perguntou Birth.

—Posso, mas é uma história bem longa e chata, querem ouvir?

—Eu quero. – Disse Birth.

—Eu também. – Disse Lily.

—Ok, há uns oito mil anos atrás, ou algo assim, Eu, o Deus do Fim no caso, e um cara chamado Bokusatsu, vulgo Deus do Começo, governávamos a dimensão dos Deuses. Bokusatsu sempre foi o mais adorado pelos Deuses, tudo por causa de uma profecia idiota aí, que dizia especificamente que o meu ser iria trazer o fim pra toda a existência, e que o único que podia me deter era o próprio deus do começo. Ninguém sabe quem escreveu essa profecia, ela está gravada em uma placa de ferro normal, mas ao mesmo tempo, indestrutível. Bem, como toda a dimensão me odiava pois achavam que eu iria acabar com tudo, o que eu e Bokusatsu sabíamos que eu não faria, eles começaram a implorar pra Bokusatsu me enfrentar e me derrotar pra mim não ousar tentar destruir nada. Depois de muitos pedidos ele aceitou e me chamou pra uma luta. Eu era claramente mais forte que o Bokusatsu, mas como eu amava aquele povo e sabia que o Bokusatsu era a única luz para eles e que se eu vencesse eles perderiam as esperanças, eu deixei ele me derrotar. E o Bokusatsu sabia disso, mas acho que a fama de salvador subiu a cabeça dele e agora ele pensa que é mais forte que eu, claro que minha entidade não mencionará nada sobre isso com os caras lá em cima, eles já estão bem convencidos que eu não sou confiável.

—Espera, então você se deixou derrotar e ser odiado pelos que você ama apenas pra não ver tudo aquilo desmoronar? – Perguntou Birth meio espantado.

—...Era o certo a se fazer não é?

—Acho que sim...

—QUE HISTÓRIA TRISTEEEE...- Lily tava lá, encolhida num canto chorando pela história.

—...Eita...Mas enfim, por que você matou tantos Deuses Fisher? – Perguntou Birth. Naquele momento a expressão de Fisher mudou completamente, ele ficou totalmente sério, com uma expressão ameaçadora que chegava a dar medo.

—Não irei dizer, e nunca mais pergunte sobre isso novamente – Naquele momento, Fisher ficou mais assustador ainda, parecia que uma sede de sangue gigantesca podia ser sentida vazando através dele – se não eu não hesitarei em te destruir brutalmente com minhas próprias mãos.

O que Birth sentiu naquele momento foi o mais puro medo, foi como se a morte estivesse prestes a ceifar sua alma, Lily nem percebeu nada, estava ocupada demais chorando e berrando no canto do quarto.

—A-ah...Me desculpe, acho que exagerei um pouco. – Disse Fisher olhando pra baixo meio desanimado. Logo depois a sua expressão voltou ao normal para aquela cara zombadora de sempre. – Mas eu te assustei não foi? – Ele começou a rir. Mas Birth continuava paralisado alí, se corroendo por dentro, depois de um tempo ele acordou do “transe” em que ele tinha entrado.

—É, você me assustou mesmo! – Disse meio sem jeito, pois não sabia como reagir depois do que ele tinha acabado de sentir.

***

Enquanto isso, em um lugar escondido numa dimensão aleatória, um grupo de 5 Deuses observavam o que tinha acabado de acontecer ali, claramente não faziam parte da organização da dimensão dos Deuses, pois qualquer tipo de violação de privacidade de um Deus sem a devida autorização era um crime grave para a organização.

—Ei, você viu como ele ficou naquele momento? Aquela loucura fluindo do corpo dele, a vontade de matar... – Disse um dos cinco Deuses.

—Mas é claro...Ele tenta esconder, ou fingir que ele não existe...Mas está bem claro que o Abdullah está dentro da alma dele...

—Seria muito interessante se por algum motivo desconhecido Abdullah voltasse à realidade, não é?

—Com certeza...O caos iria reinar novamente...como há 93 bilhões de anos atrás...

***