I Will Be Your Strenght escrita por bellacchi


Capítulo 1
Hand in hand we will walk together


Notas iniciais do capítulo

Olá! Pessoal, sou meio nova nisso de escrever fics, mas é algo que sempre tive vontade e que me alegra muito. Essa é a segunda fic que eu escrevo na vida, e minha primeira de snk, e estou um pouco insegura sobre ela, mas ao mesmo tempo tô toda orgulhosa, haha.
Me perdoem caso tenha algum erro, porque mesmo revisando é possível que tenha deixado passar alguma coisa.
Bom, é isso. Vou tagarelar mais um pouquinho nas notas finais. Espero que gostem da fic, e boa leitura!



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A Tropa de Exploração havia saído para mais uma expedição, e como sempre, houveram baixas.

Não queria se juntar aos outros na cerimônia de cremação dos corpos. Queria prestar as condolências, sim. Até porque se sentia na obrigação de comparecer e agradecer aos soldados mortos por sua bravura, e por doarem seus corações à causa da humanidade. Mas, por um em especial, pois por causa dele estava vivo agora. Connie Springer havia morrido para salvar não só a ele, mas a Armin também. Estavam prestes a serem esmagados por um titã, mas Connie interferiu para ajudá-los, e nesse impulso acabou perdendo a vida. Tinham seus desentendimentos, claro, mas se conheciam há anos, que mesmo sendo poucos, eram consideráveis. Por serem colegas desde o 104° Batalhão de Formandos, passaram por muitas coisas juntos, e fora um longo caminho trilhado em tão pouco tempo. A mudança que sofreram era clara. Não só eles, e sim todo o batalhão amadureceu, cresceu, e criou laços. Se consideravam como família, e realmente eram. Dadas as circunstâncias, tinha mais do que obrigação de comparecer. Mas não sabia se conseguiria lidar com a situação, era sempre mais difícil quando perdiam alguém próximo. A ideia de ter que encarar seus companheiros nesse momento lhe assustava. Acreditava que, de certa forma, era culpado. E se o julgassem? Não, eles não o fariam isso. Ele sabia, mas seria difícil se convencer. Estava em um conflito consigo mesmo, e começando a ter pensamentos não condizentes com a realidade. Era tudo por causa da culpa que sentia. Mas achava que se não fosse, estaria sendo fraco e ingrato, e já havia cansado de se sentir assim. Estava decidido, compareceria. Se mostraria o homem que tinha que ser. Não seria mais um covarde.

A tristeza que rondava o lugar dava a sensação de que o frio estava muito pior, mesmo com a enorme fogueira – que não estava ali com o propósito de aquecê-los –. Todo os antigos pertencentes do 104° batalhão estavam presentes. Todos devastados com a perda. Se surpreendeu ao ver Armin naquele meio. Havia sido levado de volta ainda inconsciente, e por ordens do capitão e do médico presente, não poderia receber visitas. Não achou que fosse o encontrar ali. Seu coração se esquentou um pouco ao vê-lo acordado, mas doeu vê-lo machucado daquela forma. O que ele estava fazendo? Devia estar descansando. Estava bem ferido e debilitado, mas não deixou de comparecer. Isso fez Jean se sentir pequeno e bobo. Estava agindo como um maricas, com medo de ficar cara a cara com o problema. Ou talvez só não estivesse pronto para aceitar que por uma falha sua, a vida de um grande companheiro havia chegado ao fim. Estava se sentindo patético, e se sentiu ainda pior quando percebeu que estava sentindo pena de si mesmo. “Tsc, seja homem, Jean!” pensou. Tratou de afastar aqueles pensamentos. Armin estava ali, se mantendo de pé com a ajuda de terceiros, e precisaria de seu apoio naquele momento. Precisaria manter a postura pelo seu menino. Não era momento de ser fraco, não na frente dele. Se recompôs e foi até lá. Agora, era Jean que o auxiliava a manter-se de pé, e abraçado a ele, derramou suas lágrimas. Jean não se permitiu chorar, embora a vontade fosse grande, seria forte por ele. Estavam muito tristes, mas também muito gratos por estarem vivos e juntos.

— Jean, me ajude a ajoelhar, por favor. — pediu o menor. Pensou em negar, pois o outro não estava em condições de esforço, mesmo sendo algo pouco como aquilo, mas já estava abusando de sua saúde só por estar ali, pois já era inesperado que estivesse acordado devido ao seu estado. Mas ele o fez mesmo assim. O conhecia bem, sabia o que ele faria. Uma espécie de agradecimento que ele realizava em todas as cerimônias aos falecidos, para expressar sua gratidão e desejar que suas almas tivessem uma boa ida. Era algo muito bonito, em sua opinião. E dessa vez resolveu se juntar a ele. Não sabia bem o que fazer, mas tentou de seu jeito. Quando se levantaram e olharam em volta, perceberam que todos antigos companheiros de batalhão faziam o mesmo. Aquilo esquentou mais um pouquinho seu coração, e a vontade de derramar suas dores aumentou ainda mais diante de um ato tão bonito. Mas, mais uma vez, ele não se permitiu.

Após a cerimônia, foi com Armin até a enfermaria, o doutor responsável permitiu um acompanhante para passar a noite. Teve uma breve conversa com Eren e Mikasa, um pequeno desentendimento se deu, mas logo foi resolvido, e por fim decidiram que Jean deveria ficar.

Não tinha ideia de que horas eram, mas estava tarde. A chuva forte podia ser ouvida dentro do quarto. Jean estava cansado, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Na verdade, estava bem mais que cansado. Estava esgotado. Com medo, confuso, preocupado, deprimido e mais uma porção de coisas. É claro que não era o único, ainda mais depois dos acontecimentos do dia. Estava acordado sentado em uma cadeira desconfortável ao lado da cama e debruçado sobre a mesma, enquanto segurava uma das mãos do outro. Não se permitiria dormir, caso Armin precisasse dele, estaria ali, pronto para ajudá-lo. Sentiu-o se remexer e chamar seu nome baixinho. Direcionou seu olhar pra ele e leu em seus lábios um “Vem cá.”. Subiu na cama e puxar o outro para seu colo.

— Você está bem? — disse Armin, já sabendo a resposta da pergunta. Jean se limitou a negar com a cabeça. — Não precisa ser forte o tempo todo, sabia? Pode chorar se quiser, não tem ninguém aqui além de mim. Não vou te julgar, Jean, você sabe disso. — ele relutou um pouco, mas não pôde impedir uma lágrima solitária que teimou em escorrer por seu rosto. Se sentiu diminuído perto de Armin pela segunda vez. No fundo sabia que podia fraquejar, acontece que estava cansado disso.

— Preciso ser forte por você. Eu tive tanto medo, achei que naquela hora iria te perder, sabia? Se não fosse pelo Connie... Foi tudo um descuido meu. Disse que te protegeria, mas falhei. Me desculpe por isso. — disse e apertou um pouco mais o menor que estava em seu colo. Ele tinha muito medo de o perder, assim como havia acontecido com Marco, pois tinha o perdido de vista, mas não se preocupou no momento. Na verdade, não percebeu, só se deu conta de que seu amigo estava morto quado encontrou seu corpo, ou melhor, a metade dele. A ideia de que aquilo poderia se repetir o assustava em proporções esmagadoras. Nunca deixaria que algo assim acontecesse de novo. Armin sentiu algumas dores com o aperto repentino, e seu rosto se retorceu levemente num ato automático, mas resolveu ignorar. Jean precisava dele nessa hora. Não deixaria que algumas dorzinhas aqui ou alí, por mais incômodas que fossem, o atrapalhassem.

— Mas eu estou bem, não estou? E vou continuar. Sempre que precisar, eu serei sua força, sua fortaleza. Não vou deixar você se render. Você não tem que aguentar tudo sozinho, e é pra garantir isso que eu estou aqui. Connie fez uma escolha, e fez isso pensando em nós. Ele sabia do perigo, e escolheu ajudar, não se sinta culpado. — esboçou um leve sorriso após dizer isto, e percebeu que Jean, finalmente, se permitiu chorar — Ei, olha pra mim. Nós podemos fazer isso, ok? Podemos passar por isso juntos. E vamos, isso é uma promessa.

Jean sentiu seu coração se aquecer completamente pela primeira vez em muito tempo. Já tinha sofrido demais, e se sentia muito grato por ter alguém como ele ao seu lado. Nunca sentiu por ninguém o que sentia por ele. Depois de perder Marco, se quebrou, e ele estava lá, o único capaz de recolher seus cacos, e consertá-lo. E por mais que sempre tentasse ser o protetor, acabava sendo o protegido. Podia não parecer, mas era bem mais frágil que Armin. E sempre que ameaçava cair, o outro estava lá para o levantar.

— Amo você. — Arlert se surpreendeu e ficou sem reação. Fora uma surpresa para ele ouvir isso. Claro, se amavam, mas nenhum dos dois havia tido coragem para verbalizar isso. Pelo menos, não até aquele momento. — Desculpe se é muito cedo para isso e sei que não sou dos melhores para demonstrar esse tipo de coisa, mas eu realmente me sinto assim e precisava te dizer.

Ainda levou alguns segundos para compreender o que havia acabado de ouvir. Ele o amava. Jean tinha acabado de pisar em seu orgulho para dizer isso. Armin colocou os braços em volta ao pescoço dele e o abraçou forte. Aquilo o causou mais dores, sim, mas não estava se importando nem um pouco. Na verdade, nem chegou a senti-las, pois ainda estava processando o que acabara de ouvir.

— Eu também — disse baixinho. Normalmente estariam ambos constrangidos, mas não dessa vez. — Também amo você. Muito obrigado por tudo.

De mãos dadas, eles enfrentaram aquela noite de tempestade juntos. Coisas maiores e piores poderiam vir, sabiam disso, mas não estavam tão preocupados naquele momento, pois tinham um ao outro, e isso era tudo que importava.


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Notas finais do capítulo

E então? Confesso que fiquei um pouquinho decepcionada com o resultado final, saiu menor (e pior) que o esperado. Sem falar que inicialmente a proposta da fic era completamente diferente, mas enquanto eu ia escrevendo tive umas ideias e mudei tudo. Agora, se está melhor ou pior, não sei.
Ah, eu meio que me inspirei na música I'll Be Your Strength do The Wanted pra escrever a fic. Acho que é uma música muito bonita e tudo mais, e deixei o mesmo título porque achei bem apropriado. Caso alguém se interesse me escutar https://www.youtube.com/watch?v=X7vNEpjBZ44
Espero de coração que tenham gostado e muito obrigada por ter lido, isso é bem importante pra mim, pois sei que muitos deixaram de vir por conta da baixa classificação. Bom, eu não tenho nada com o gosto de cada um, mas queria explicar melhor. Mais uma vez, obrigada por ter lido.
Beijinhos pra todos ♥



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