An Unknown Love escrita por tobirama


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eis aqui minha primeira oneshot. Sim, de tokka, porque eu não me conformo com o fato de que eles não são oficialmente canon. Como eu disse, é a minha primeira oneshot, desculpem qualquer coisa e aproveitem :)



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Ela respirou fundo, se segurando para não socar o homem a sua frente. Toph sabia que Sokka não era exatamente culpado pelo seu mau humor, mas quem se importava? Ele era a causa daquilo. Ele era a causa de tudo.
Fingia prestar atenção nas palavras de Aang, as repreensões de Katara e as piadas idiotas do garoto da Água enquanto não conseguia nem esperar para sair dali e lidar com os assuntos policiais da Republic City.
Era o nascimento daquela cidade, apenas o inicio de mais uma longa história, e Toph tinha orgulho de dizer que esta estava muito segura e bem cuidada graças a ela, obrigada.
Tudo parecia perfeitamente bem. Mas não estava. Katara fora a única que notara as mudanças constantes de humor de Toph, o modo como ela de irritava ao ver Sokka e como não aguentava estar com eles quando Suki estava por perto. A dominadora de terra gostaria de dizer que não tinha ressentimentos com a guerreira, mas tinha.
Ela só não estava entendendo nada disso antes da conversa com Katara.
Sentira alguém se aproximando, e reconheceu os passos cuidadosos e graciosos da nervosa dominadora de água que estava prestes a entrar em seu quarto. Mas por que estava nervosa?
– Toph? Está acordada? - ela abriu a porta de forma cautelosa.
– Mais ou menos isso aí - bocejou uma vez, se esticando sentada na cama.
Sentiu Katara sentar-se numa poltrona ao lado de sua cama. Ela parecia estranha, o que será que Toph tinha feito dessa vez?
– Então... A guerra acabou faz um tempo né... Parece que Republic City vai dar certo e tals...
– Katara - Toph revirou os olhos - pode pular a parte que você tenta achar uma brecha em assuntos normais pra começar o que realmente importa, por favor?
A domidadora de água suspirou.
– Olha - A garota da terra sentiu Katara ficar mais tensa - Eu tenho notado, desde a época do fim da guerra, que você vem ficando meio... Estranha... Quando o Sokka está por perto...
Toph franziu as sobrancelhas. No que aquilo ia dar?
– Eu não sei como perguntar isso de uma forma mais sutil, mas... - Katara respirou fundo - O que você realmente sente pelo Sokka?
Toph arregalou os olhos e inclinou a cabeça para trás. ''Uou, por essa eu não esperava''. Por fim, caiu na gargalhada. Vamos lá... Katara realmente pensava que ela sentia algo pelo irmão dela? Tudo bem, teve uma quedinha por ele quando eram crianças, mas Toph já era uma adulta e quase madura o suficiente como uma, aquilo era passado.
– Hum... Toph? - A dominadora de terra não sabia bem o que Katara estava sentindo agora, mas pelo seu tom de voz, supôs que fosse confusão.
– Espera - Ela parou de rir por um instante - Você realmente acha que eu sinto algo... Pelo Sokka? - Fez questão de enfatizar a última palavra com um tom sarcástico.
Katara não parecia ter relaxado. Continuava com o corpo tenso e apertando os joelhos de seu vestido com as mãos.
– Toph... Você realmente acha que NÃO sente nada pelo Sokka?
A dominadora de terra arregalou os olhos. Aquela garota não podia estar considerando aquilo. Queria contestar, dizer que ela estava sendo estúpida por pensar assim, mas nenhuma palavra sabia de sua boca.
– Toph, você pode achar que não, mas eu percebo tudo. Eu vejo a sua expressão quando o Sokka e a Suki estão juntos. Eu vejo você se afastando. Talvez nem mesmo você saiba o que está sentindo, mas eu sei. E eu sei que você sabe que seus sentimentos pelo Sokka e pelo Aang são diferentes.
E aí, Toph desmoronou por dentro. Nunca por fora, apenas por dentro. Permaneceu imóvel com os olhos arregalandos, encarando sabe-se lá o que. Foi aí que tudo veio à tona: a raiva que sentia de Sokka quando vivia romântico com Suki, a voz na sua cabeça que a irritava quando os via felizes...
Toph percebeu que estava naquela posição fazia algum tempo quando Katara se levantou para perto da cama perguntando se estava tudo bem. Percebendo a expressão no rosto da dominadora de terra, a morena optou por deixar o quarto, deixá-lá sozinha, fazê-la refletir.
Como aquilo tinha acontecido? Sokka era sempre tão ridículo, com suas piadas sem graça e maneiras de tentar fazê-la rir a todo custo. E sempre conseguia. Talvez era por isso que ela se sentia assim. Em momentos difíceis, lá estava ele. Quando ela precisava rir, lá estava ele. Quando ela não precisava, lá estava ele.
E isso fez seu coração afundar. Aquela relação nunca seria possível. Ele estava feliz. Ao lado de Suki. E ela tentou com todas as forças não odiar tudo aquilo. No fundo, mas não tão no fundo assim, ela não queria que eles fossem felizes, mas o que podia fazer? Ele estava feliz. Não era isso o que importava?
Mas, mesmo assim, ela não suportava ficar perto dele. Era doloroso demais. As vezes, não conseguia nem controlar seu uso de sarcasmo, acontecia mais frequentemente com a presença de Suki.
Sendo assim, ela escolheu se afastar. Pararia com as brincadeiras, os socos afetivos no ombro, os comentários irônicos após uma piada besta feita pelo garoto. Estava se distanciando, cada vez mais.
Sokka, porém, sentia que algo estava errado. Não acontecera de repente, porém Toph começara a agir estranho com o tempo. Estava tão reservada, tão focada no trabalho... Não parecia a Toph que ele conhecia.
Toda vez que tentava se aproximar, ela o deixava de lado. Sentia falta dos comentários sarcásticos da garota, das piadas de quando ele esquecia que ela era cega. Até mesmo dos socos, que passavam dias doloridos. Agora, o máximo que ele recebia era um sorriso forçado.
Com o passar do tempo, sua relação com Suki ficava mais fraca. Ela percebia sua preocupação exagerada com a mudança de personalidade da amiga, e isso resultava em brigas bestas de ciúmes que Sokka nunca realmente entendia. Depois disso, a guerreira decidiu que aquilo não estava dando certo. Terminaram o relacionamento sem ressentimentos, pois os dois concordavam que não iria durar mais. Os dois seguiram rumos diferentes em suas vidas.
E lá estava ele, na reunião política de Republic City, com Aang apresentando idéias e falhas e Toph sentada com braços cruzados sobre o novo uniforme da polícia da cidade. Caía bem nela.
– ... E com os avanços tecnológicos descobertos, eu acho que podemos avançar muito politicamente e socialmente na cidade - Aang terminou seu discurso.
– E quanto a polícia? Ainda temos muitas vagas sobrando, apesar de que eu consigo lidar com tudo com o pouco que tenho - Toph levantou um mão, explicando - Mas, sabe, uma maior quantidade de membros nunca é demais.
– Hum... Podemos analisar isso na próxima reunião - O Avatar concluiu.
– Bem estranho, porque nós temos tempo de discutir a higiene dos banheiros públicos e não temos tempo de discutir sobre a polícia - Sokka deu um de seus sorrisos sarcásticos e esperou por alguma fala de Toph. Nada. Até Katara soltou uma risada, e Aang sorria com a mão na nuca, percebendo que o que Sokka tinha dito era verdade.
– Eu vou indo - Toph se levantou da cadeira - Tenho alguns assuntos pra cuidar.
Isso de novo. Era essa sua desculpa para tudo. Assuntos para cuidar. Não aceitava sair para tomar algo porque tinha assuntos para cuidar. Não podia bater um papo porque tinha assuntos para cuidar. Ela passou por Sokka fingindo que ele não existia.
Quando a porta se fechou e ela já tinha ido, ele desabou na cadeira com um suspiro.
– Que mulher comlicada... - Murmurou.
– O que? - Aang o encarou, pensando que estava falando algo relevante.
– O que? - Sokka respondeu. Nem sabia por que tinha repetido a pergunta do amigo.
Aang franziu o cenho.
– Vocês andam estranhos ultimamente. Isso é... Bem, estranho.
''Do que é que ele está falando?'' Sokka levantou a sobrancelha e olhou para Katara, que fazia algumas mímicas estranhas. Primeiro, olhava para ele, depois acenava com a cabeça para a porta, e então repetia o procedimento. A expressão de Sokka dizia que ele não fazia ideia do que ela estava fazendo.
Por fim, a garota percebeu que seu irmão era demasiado lerdo para entender os sinais, e revitou os olhos, irritada.
– Vai atrás dela! - Ela sussurrou, acenando para a porta novamente.
Ele finalmente se tocou.
– Por que eu iria? Ela nem olha pra mim! Quer dizer... Ah, você entendeu.
– Só vai lá e fala com ela ou eu juro que eu...
Ele sentiu a ameaça vindo.
– Urgh, ta certo, ta bom...
Se levantou, hesitante, e abriu a porta. Andou apressadamente por alguns corredores até finalmente avistar os cabelos negros, armadura cinza e pele pálida da garota que estava o tirando do sério. Ele cerrou os punhos e percebeu que as mãos estavam suadas. 'O que...' passou-as no tecido da roupa, ignorando todas as células do seu corpo que diziam para que ele desse meia volta e enterrasse sua cabeça em algum lugar.
Ele sabia que Toph sentira sua presença no corredor, e por isso tinha parado.
– Hum... Toph...
– O que? - Ela se virou com os braços cruzados e uma expressão forçada de indiferença.
– Olha... O que tá acontecendo? Você vem estando tão... Distante. Não... Não parece você - A dominadora de terra franziu as sobrancelhas - Quer dizer... Você não fala mais comigo, e é estranho porque você nunca mais me bateu, e eu não escuto mais os seus comentários sarcásticos e... E eu sinto falta disso.
Ela inclinou a cabeça, como se não esperasse por aquilo. Nem ele mesmo esperava, mas ele ia falando, e com as palavras, Sokka ia sentindo, ia descobrindo coisas sobre ele mesmo que não sabia.
– Eu sinto falta de voar no Appa com você se segurando no meu braço, porque eu sentia que, quando você precisava, você se apoiava em mim. E confiava em mim... Mas agora... - Ele levou a mão a nuca, sentindo um frio na barriga e um alívio no peito - Agora você me coloca de lado, e eu não consigo estar aqui pra você. Eu...
Ele levantou o olhar apenas para encarar uma Toph completamente corada e sem ação. Seus braços não estavam mais cruzados, e sim tensos ao lado do corpo.
– Você acha que vai me amolecer falando essas coisas do coração? - ela virou o rosto, tentando mudar o assunto de uma forma que não a deixasse constrangida. Cruzou os braços. A velha Toph. - Ingênuo da sua parte.
– Mas eu sei que da pra amolecer você com macarronada hoje a noite - Ele sorriu de forma sarcástica, mesmo sabendo que ela não o via. Ele sabia que ela sabia. Eram simplesmente complicados assim.
Ela sorriu de lado.
– É, talvez - Toph se virou, caminhando em direção a porta.
Por impulso, Sokka apressou o passo e girou a cabeça da garota pelo queixo com sua mão, beijando-a.
O momento estava doce e delicado, e ele sorriu ao ver o rosto vermelho de Toph. Que, segundos depois, murmurou algumas coisas de punhos cerrados e socou-o na barriga.
– Ai! Por que...? - Sokka se inclinou para frente com a mão no estômago, como se aquilo fosse parar a dor.
Encarou a garota a tempo de ver ela deixando o corredor com o rosto parecendo um tomate e o velho sorriso de lado. O sorriso que disparava seu coração sem ele nem saber.
E nesse momento, Sokka percebeu que as coisas não poderiam estar melhores.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado. Planejo escrever mais sobre outros universos fictícios e talvez crossovers, mas vamos ver no que vai dar.