O Kazekage de Suna admirava sua vila pela sacada de seu escritório. Era uma manha calma como outra qualquer. Quente, como todos os dias em Suna.

Seu olhar encontrou um casal que andava próximo ao seu escritório. Era obvio que o shinobi de Konoha, com cara de sono, as mãos no bolso e olhando pras nuvens, e a kunoichi de Suna, com ar irritado, revirando os olhos para a indiferença mostrada pelo outro, estavam discutindo.

Aquela cena era algo comum para os habitantes de Suna, e o Kazekage sabia que para os de Konoha também. Aqueles dois se conheciam há anos e discutiam pelo mesmo tanto de anos.

O que o Kazekage também achava obvio, era que o teatro de eu-não-me-dou-com-você dos dois era nada mais que isso: um teatro. Quantas vezes ele já não virá o brilho discreto nos olhos da irmã ao saber que o Nara vinha para Suna? Ou quando ela recebia uma missão para Konoha, reclamando que queria voltar logo pra casa, fazia o caminho de três dias em dois, ou menos, e se demorava mais que o necessário em Konoha?

Um movimento ao seu lado lhe fez tirar os olhos do casal que passava pela rua. Kankurou se encostara à grade ao seu lado, olhando para o mesmo casal.

-Sinceramente, não sei por que você e a Hokage-sama colocam esses dois para trabalharem juntos. É obvio que eles não se suportam!

Gaara balançou a cabeça concordando, voltando a olhar para o casal, que naquele momento já era quase invisível da onde estavam. O Kazekage sabia que Kankurou não queria ver o que era realmente obvio.