My Best Friend escrita por Fairy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Hey popcakes! Espero que vocês gostem muito!
[ Duda Malik, inspirada em você e nas suas fics! XOXO]



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O vento frio de Nova Iorque invadira o apartamento pela porta da varanda. Como de costume, vesti o roupão de lã e tomei a caneca com chocolate quente com as mãos. Me apoiei no parapeito para observar a cidade. Deixei a brisa congelante balançar meus cabelos num ritmo calmo e relaxante. Era bom me sentir um pouco relaxada às vezes.

Direcionei o olhar para a rua. As pessoas andavam de um lado para o outro carregando sacolas com presentes e enfeites natalinos. Ainda faltavam duas semanas para o Natal, mas eu me admirava ao ver tamanha preocupação dos outros com aquela data. Não que eu não me preocupasse, mas eu nunca tive tanto apego com o dia vinte e cinco de dezembro.

Tomei um gole do chocolate que havia comprado na Starbucks da rua de trás. Até que ali era um bom bairro. Até o momento, eu não me arrependo de ter me mudado para lá. É tudo tão tranquilo. Além de ter lugares que eu frequento sempre por perto.

‒ Hey! ‒ gritou alguém e eu o procurei pela rua ainda livre da neve. ‒ Beatriz! ‒ Duda. Era Duda quem me chamava. Olhei para baixo e lá estava ele: coberto por agasalhos grossos e um cachecol de lã. ‒ Estou subindo. ‒ ele disse por fim entrando no prédio. Era um edifício baixo, com apenas cinco andares.

Revirei os olhos. Duda era meu melhor amigo desde a pré-escola. Ele era alto, nem tão magro, nem tão gordo. Era normal. Não é o tipo de cara super-musculoso, mas ele tinha sim uma forma escultural muito bela. Sua pele clara destacava bem seus olhos verdes-mel. E ele tinha cabelos loiros acastanhados. Bem, ele era bem bonito, admito.

Duda fazia parte do time de futebol da escola quando estávamos no colegial. Acho que essa foi uma das melhores épocas para nós no colégio. Sempre fomos muito grudados um no outro. A mãe dele sempre dizia que eu e ele erámos namorados e ele ficava vermelho. Nesses momentos eu mais ria das bochechas dele do que ficava envergonhada. Porém, ele começou a namorar garotas de verdade e mãe dele passou a respeitá-lo conforme o tempo passava.

Acho que depois do time de futebol, a fama dele entre as meninas da escola aumentou. Eu me senti abandonada todas às vezes que ele saía com uma das líderes de torcida e me deixava sozinha, afinal ele era meu melhor amigo.

‒ Você vai congelar aí fora. ‒ o ouvi dizer e sorri. A porta se fechou num estrondo e achei que Bem fosse destruí-la.

‒ Acho que não. ‒ respondi me virando. Ele estava escorado na porta de vidro me encarando. ‒ Que foi?

‒ Mês passado você pegou um resfriado muito forte, Bia. Não quero que fique doente de novo. ‒ ele se aproximou e pegou a minha mão. ‒ Vamos entrar.

Revirei os olhos, mas o acompanhei. Admirava a preocupação de Duda comigo. Caminhamos até a sala e eu deixei a caneca na mesa de centro. Me joguei no sofá.

Ele pegou o controle, que estava no braço do sofá, e ligou a TV. Me ajeitei nas almofadas recém colocadas e permite que Bem passasse o braço sobre meu ombro. Descansei a cabeça no seu e coloquei as pernas no estofado azul carmim.

‒ Quer assistir à algo específico? ‒ ele perguntou mudando de canal.

Doctor Who seria uma boa. ‒ afirmei. Adorava aquela série de coração e sabia que Duda também. Éramos dois viciados em séries. Assistíamos à todas sempre que era possível. Ele selecionou a lista Programas favoritos no menu e colocou o seriado.

Duda me abraçou mais forte e apoiou a cabeça na minha. Sua mão acariciou meu braço, coberto pelo roupão. A outra se encontrara a minha e ele entrelaçou os nossos dedos. Em muitos casos, diriam que nós somos um casal. Até eu mesma diria.

‒ Minha mãe tá com saudades de você. ‒ ele disse sem vontade nenhuma pra assistir o seriado que passava na tela de 42 polegadas que estava pendurada na parede.

‒ Eu também sinto falta dela. ‒ disse. Hilla sempre fora muito atenciosa comigo. Ela era uma segunda mãe pra mim. Eu e Duda éramos vizinhos quando nos conhecemos, então eu costumava invadir a casa dele todos os dias para conversar com Hilla.

‒ Bia, ela voltou com aquele papo de namoro, dá pra acreditar? ‒ ele exclamou entre risos e eu fiz o mesmo. ‒ Quero dizer: dá pra acreditar que ela acha que eu e você podemos ficar juntos?

Parei de rir no mesmo momento. Não sei porquê, mas aquilo me partiu o coração. Eu já escutara aquilo diversas vezes só sair da boca dele me fez paralisar. Eu gostava dele e ele sabia. Quer dizer, eu já tive uma queda por ele, mas já passou. Mesmo assim, odiava quando ele dizia essas coisas como se eu não fosse boa o suficiente para ele.

‒ E qual é o problema? ‒ retruquei de propósito. Ele riu balançando a cabeça de um lado para o outro.

‒ Nenhum problema. ‒ ele afirmou voltando a posição que se encontrava antes de rir. Beijou meus cabelos. Me arrepiei. Era incrível como ele sabia cada um dos pontos fracos do meu corpo.

‒ Ela fala de você todos os dias desde que se mudou. ‒ revelou. Eu amava Hilla como mãe e irmã... até mesmo como avó.

‒ Ainda bem que ela não me esqueceu, não é? ‒ disse. Lembrei-me das namoradas de Duda e de como ele quase não tinha tempo pra mim. Hilla quem me fazia companhia. ‒ Afinal, você me abandonou por causa das líderes de torcida! ‒ reclamei brincalhona.

‒ Isso não é verdade! ‒ ele disse sério. Encolhi os ombros. ‒ Eu nunca te abandonaria por nenhuma líder de torcida. ‒ ri irônica com a resposta. Ele não percebia nada. Nunca percebera.

‒ É sim! ‒ disse. Ele se afastou de mim e me segurou pelos ombros fazendo com que eu o encarasse. Não conseguiria prestar atenção em nada com aqueles olhos verdes meio mel me encarando profundamente...

‒ Não é! Podem haver milhares de milhares de garotas em cima de mim. Nenhuma delas é como você! Nenhuma delas é você! ‒ me assustei. Duda não costumava falar coisas como aquelas para mim.

‒ O quê?! ‒ perguntei confusa. Ele me abraçou. Aquilo era muito estranho. Muito mais que estranho!

‒ Você é minha. As outras não. ‒ Me desfiz de seus braços.

‒ Você está bem? ‒ perguntei.

‒ Estou ótimo!

‒ O que está acontecendo, Duda? ‒ ele encostou no sofá. Inspirou e espirou várias vezes seguidas. Odiava aquilo!

‒ Você. ‒ ele disse apenas. O encarei confusa.

‒ Eu?

‒ Você.

Ele se virou e aproximou seu rosto do meu. Recuei. Ele negou com o olhar, pedindo para que eu fizesse o mesmo. Tudo bem que ele não disse isso, mas eu sabia. Suspirei. Senti o coração pulando em meu peito como se fosse escapar da minha boca a qualquer momento. Avancei para frente, nervosa. Minhas mãos estavam trêmulas e eu não tinha certeza se olhava para seus olhos ou sua boca. E que boca! Ele colocou uma das mãos em meu rosto, me analisando.

‒ Esperei tanto por isso! ‒ exclamou sem perceber. AQUILO NÃO FAZIA SENTIDO! ‒ Me desculpe por não ver que você era a minha garota. Por dizer que nós não combinaríamos juntos. Me perdoe. ‒ pediu.

Não entendi uma palavra do que ele disse. Sempre achei que ele não gostasse de mim. Não assim. Arregalei os olhos quando dei por mim: ele selara nossos lábios ainda com a mão em meu rosto. Fechei as pálpebras. Estava beijando meu melhor amigo. Repreendi a mim mesma por não sentir vontade de recuar e dar um tapa em seu rosto. Ri.

Duda afastou nossos rostos por alguns instantes. Seus olhos encaravam os meus. Senti minhas bochechas corarem. E ele me beijou outra vez. Mas foi um beijou mais intenso. Pediu passagem e eu cedi. Levei uma das mãos até sua nuca aprofundando a carícia. Ficamos ali por mais alguns minutos. Quando nos separamos, ele sorriu. Olhei confusa.

‒ Eu te amo Beatriz Carter! ‒ Duda disse e eu entendi o motivo daquele sorriso tão... contente.

‒ Eu te amo, Eduardo Nobel! ‒ disse. Ele me puxou pela cintura colando nos corpos. Apoiou sua testa na minha e beijou a ponta do meu nariz.

‒ Eu nunca te deixarei. Nunca.

***

Já era a manhã do dia seguinte. Estava no banco do passageiro do carro de Duda. Na noite anterior, que fora perfeita, assistimos mais alguns episódios de Doctor Who e encomendamos uma pizza. Embora já fosse quase um hábito fazer tudo aquilo com ele, foi incrível e romântico.

Estávamos a caminho de Boston. ”Voltando para casa”. Ele morava na cidade e, como fazia tempo que eu não visitava sua família, decidimos que aquele seria o dia perfeito.

Após algumas horas, finalmente chegamos. Fiquei contente quando entramos na rua de sua casa. Hilla, Henrique e Charlie. Quantas saudades!

‒ Chegamos! ‒ ele disse parando o carro em frente ao sobrado com um imenso jardim na frente. Sorri. Ele depositou um selinho antes de sairmos do automóvel. Peguei milha mala ‒ passaria uma semana lá ‒ no porta-malas e segui até a casa.

‒ Mãe? ‒ ele chamou. Ouvi Hilla gritar “Estou na cozinha” e ri animada. ‒ Trouxe uma surpresa! ‒ ele disse quando entramos no cômodo. A moça se virou e deixou a espátula cair ao chão quando me viu. Corri para abraçá-la e ela fez o mesmo.

‒ Bia! ‒ ela disse. Confortei-me em seu ombro.

‒ Mãe dois! ‒ brinquei. Ela riu.

Reencontrei Henrique e Charlie, pai e irmã de Duda, também. Conversamos muito sobre mim e eles. As coisas haviam mudado muito nos últimos nove meses desde que eu me mudei para Nova Iorque com meus pais. Charlie conseguira entrar para o clube de coral da escola e Henrique conseguira um aumento impressionante por conta da mudança de cargo na empresa em que trabalhava. Ficaram eufóricos quando eu e Duda contamos que estávamos juntos.

No final do dia, fomos à Carl&Raul Waffles. Meu restaurante favorito perto dali. Rimos e comemoramos e aniversário de cem anos de uma senhora que também estava lá. Foi divertido.

***

‒ Boa noite, princesa. ‒ disse Duda me abraçando. Estava deitada sobre seu peito. Em sua cama. Sentia tanta falta daquele quarto bagunçado que era reconfortante.

Boa noite, príncipe. ‒ respondi fechando os olhos. Adormeci com seus dedos acariciando as minhas costas nuas.

Eu amava Eduardo mais que qualquer coisa. Agora ele não era apenas meu melhor amigo. Era também o meu anjo da guarda e meu amor. Não importa o que tenha acontecido para demorarmos tanto para perceber que precisávamos um do outro. Eu era dele e ele era meu. Nada mais importa.


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Notas finais do capítulo

Awnt! Tô tendo um ataque gente! Meu Deus que fofos!
Espero que tenham gostado!
Deixem os reviews e elogios!
XOXO
Até a próxima!



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