Deitada em minha cama, na calada da noite, pensava sobre o dia de hoje. Da janela, que estava fechada, entrava um pouco da luz da lua o que me tranquilizava. Observando a luz fraca, meus olhos começam a se fechar e sem perceber, já estou dentro dos meus pesadelos.

Ouço barulhos de algo se arrastando, mais precisamente, um machado.

– Wendy... – cantarola meu nome – Se lembra daquele massacre? O que éramos parceiros?

Assustada, levanto-me com tudo da cama e vejo uma menina de dez anos, toda ensanguentada, no reflexo do espelho. Eu sei quem é ela... essa menina, sou eu. Memórias adormecidas, voltam lentamente para me atormentar.

“– Por favor, Wendy! Não mate sua irmã! – minha mãe protegia minha irmã gêmea, Alice, chorando. – Por favor...

– Por que...? – derrubei um machado que estava segurando e coloquei minhas mãos na cabeça. – Por que é sempre ela? Por que ela é a favorita? Eu... eu...

Começo a chorar desesperadamente, e ouço um sussuro:

“Faça... Você não quer se vingar de todas as coisas que lhe fizeram?”, olhei para a frente, com lágrimas saindo dos olhos, peguei o machado do chão e acertei primeiro minha mãe, sangue jorra do local acertado, sua cabeça. Ela cai morta na minha frente, começo a gargalhar, ainda com lágrimas. Olho para Alice e levanto novamente o machado, gargalhando, levo o machado para frente e ela caí no chão, jorrando sangue de seu pescoço. Me ajoelho e começo a rir, toda suja de sangue... Mais pessoas chegam, meu pai, minha vó... Sem pensar, mato todos. Não sei de onde tirei tanta força... só sei que fiz.

Depois de tudo, saio de casa, cantarolando “Faça um círculo, faça um círculo... quem está atrás de você agora?”.”

Minha porta se abre e a eu de seis anos atrás, me olha e volta a cantarolar a música, girando em minha volta. Quando ela termina de cantar, levanta o machado e vejo toda a minha vida passando, como em um filme...

Abro meus olhos e tudo está normal... ou pelo menos, aparenta...