Isso não é nada vitoriano! escrita por Lanabel


Capítulo 1
Episódio 01 - Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Escrevi esta história para a minha melhor amiga, Anna, que assim como eu é viciada em Amor Doce. Já tenho alguns capítulos prontos no computador então primeiramente postarei os dois capítulos e depois irei postando o resto, enquanto dou continuidade à história.
Eu revisei esse capítulo algumas vezes com muita calma antes de postar, espero que gostem do resultado e tenham uma leitura agradável. *w*



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Isso não é nada vitoriano!

Por Vontade do Abismo

Episódio 01

Prólogo

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Era uma madrugada chuvosa, por volta das quatro horas da manhã um galho de árvore batia na janela de Anna provocando um rangido incômodo. A garota tentava dormir há um período de tempo significativo, estava habituada aos costumes noturnos devido as férias de verão e não conseguiria simplesmente mudar isto de um dia para o outro, porém hoje era um dia importante. Seu primeiro dia de aula no melhor colégio do estado em que residia, Sweet Sakura. Este colégio era famoso por possuir muitos clubes, formados pelos próprios alunos, que proporcionavam diversas atividades extracurrículares, destacando-se em meio aos outros colégios sem graça. Ela estava ansiosa, o despertador tocaria daqui há poucas horas e nem mesmo o barulho da chuva estava ajudando-a a adormecer.

Anna havia esperado por este dia durante toda as férias e definitivamente sabia que deveria ter consertado o seu horário de sono algumas semanas antes desta data, porém, ficar a madrugada inteira jogando DRAMAtical Murder era muito mais tentador ao seu ver do que dormir.

Finalmente ela estava entrando no primeiro estágio do sono, agarrava firmemente o seu dakimakura do Agatsuma Soubi. Tranquilamente, seu sono que até então era leve começou a ficar mais pesado, seu corpo estava pronto para mergulhar de vez em um adormecimento profundo, se não fosse um enorme estrondo que acabou interrompendo todo este estimado processo.

Anna despertou no mesmo instante em que ouviu o barulho, com certeza o estrondo veio do andar inferior ao que ela se encontrava. A garota levantou-se de sua cama ajeitando seus cabelos curtos e se dirigiu a porta de seu quarto, abriu com receio um pequeno vão para espiar e neste mesmo momento escutou um barulho de objetos caindo no chão. Não havia dúvidas agora de que este barulho veio lá de baixo, precisamente, da cozinha.

“Será que tem alguém lá embaixo?” — indagou para si em pensamento. — “Não... deve ser só a...”

AHHHHHHHHHH!

Seu monólogo interior foi interropido por um grito que parecia ter vindo do quarto ao lado.

— Lana-chan! — gritou Anna.

Ela pegou a primeira coisa que viu em sua frente e saiu correndo em direção ao quarto de sua melhor amiga, abrindo a porta em um estrondo.

Lana estava sentada em sua cama, seus longos cabelos pretos estavam arrumados em um lado do pescoço. A única luz que iluminava seu quarto era a da tela do notebook em sua frente do qual ela não tirava seus olhos, até se deparar com imagem de Anna abrindo inesperadamente a porta de seu quarto erguendo o cetro da Card Captor Sakura ao lado de sua cabeça.

— Anna... chan? — Ela estava processando imagem a sua frente. — Veio capturar cartas Clow no meu quarto? — inquiriu soltando uma risada. — Tudo bem, vamos brincar disso! — exclamou com divertimento levantando o punho fechado na altura do queixo. Anna colocou a mão esquerda na testa, balançando a cabeça negativamente e apontou o cetro para Lana. — Onde foi que eu deixei a minha pelúcia do Kero? — Lana dizia enquanto passava o olhar por todo o quarto.

— Por que você gritou daquele jeito? — perguntou interrompendo-a. — Eu ouvi do meu quarto e vim correndo — disse mais aliviada por constatar que estava tudo bem com a sua amiga.

— Anna-chan, é que... Você não sabe... — disse aproximando-se da outra garota e desviando seu olhar para o chão.

— O que?!

— Eu dei a resposta errada para o Castiel e perdi a etapa do encontro... — falou com a voz dramatizada. — Eu cliquei sem querer! — Anna colocou a mão na testa mais uma vez e Lana continuou com seu drama. — Eu não acredito que eu fiz uma coisa dessas! E o pior de tudo é que não posso fazer replay porque os meus PA’s acabaram, como isso pode acontecer? Anna-chaaan! — disse com a voz chorosa.

— Logo você consegue mais PA’s e pega esta imagem, Lana-chan — disse, ela entendia o motivo de todo esse drama, afinal, também era viciada no jogo. — Que bom que não foi nada demais, mas não fique gritando assim a esta hora! — repreendeu.

— Desculpe-me, Anna-chan... Eu pensei que você estivesse acordada, na cozinha... — explicou.

— E aliás, você deveria estar dormindo, temos aula amanhã, esqueceu? Mas tudo bem, eu também deveria estar dormindo. — Ela sorriu, desviando o olhar para o chão. — Mas, espera! Na cozinha? Os barulhos... — recordou, voltando a ficar preocupada. — Você também os escutou?

— Sim... Se não era você, então... — Lana fez uma expressão preocupada.

Pode-se ouvir um novo estrondo, dessa vez conseguiram perceber que o barulho era claramente de panelas caindo no chão.

As duas se entreolharam assustadas.

Momentos depois, lá estavam elas descendo a escada, fazendo a menor quantidade de barulhos possíveis, degrau por degrau. Lana segurando o cetro da Card Captor Sakura que sua melhor amiga havia pegado mais cedo e Anna com um sabre de luz verde do Star Wars em sua mão, que iluminava fracamente os degraus da escada.

— E se houver alguém na cozinha? — indagou Anna aos sussurros.

— Um ladrão? — sugeriu Lana com a voz ainda mais baixa.

A duas heroínas finalmente foram em direção a cozinha, era difícil se locomover no escuro, mas graças ao sabre de luz de Anna conseguiram caminhar sem tropeçar em nada. A porta do cômodo estava entreaberta, Lana a empurrou, abrindo-a por completo e acendendo a luz da cozinha em seguida como combinaram por sussurros antes de descer as escadas.

Não havia ninguém alí.

Havia apenas panelas, que antes foram deixadas empilhadas em cima da pia e agora eram vistas caídas no chão. As duas heroínas se entreolharam e concluiram sem precisar trocar nenhuma palavra de que o suposto ser responsável por aquela bagunça só poderia estar agora na lavanderia, visto que a porta do local estava totalmente aberta, permitindo o acesso. Não restavam dúvidas. Elas egoliram e andaram até a entrada da lavanderia e então... elas viram.

Seus olhos puderam comtemplar uma criatura asquerosa se debatendo no chão, coberta por sangue. Sua pele parecia elástica e gelada, seus grandes olhos totalmente pretos e arregalados eram como enormes buracos negros, capazes de congelar qualquer um que os encarassem. Sua boca estava aberta a procura por ar.

Ao seu lado estava uma imagem mais familiar para as garotas. Era um ser peludo e laranja, possuia orelhas pontudas e caninos afiados. Possuia garras em suas patas, que insistiam em cutucar a criatura asquerosa semi-viva. Seus grandes olhos verdes e redondos se encontravam concentrados nesta tarefa, porém, quando percebeu a entrada das duas humanas, a bola de pêlos laranja emitiu um som.

— Nãuuuum! — miou.

Bem, era apenas Mei Ling correndo atrás de uma pobre lagartixa no fim das contas.

— Mei Ling! — exclamaram furiosas em unissono.

A gata apenas as encarou não não entendendo o motivo de tudo aquilo e deitou-se no chão de barriga para cima em um gesto de cumprimento as garotas.

— Awwwwn, ela não é fofa? — perguntou Anna.

— Simmm! Vem com a mamãe, Mei — disse enquanto pegava a gata no colo que logo começou a receber um cafuné das duas.

Gatos e seus incríveis e muito convenientes super poderes, a humanidade nunca compreenderá esse nível avançado de fofura.

— Sua levada, estamos furiosas com você — disse Anna acariciando o pescoço de Mei Ling.

— Bom, temos que arrumar essa bagunça né... Que horas são? — perguntou Lana ao voltar para a cozinha com Mei Ling nos braços, deparando-se com o cômodo revirado de cabeça para baixo.

Anna abriu a boca para responder que não fazia idéia mas não houve tempo para pronunciar nenhuma palavra, pois ela voltou toda a sua atenção para música extremamente heterossexual que começou a emanar do andar de cima.

Sono tte hanasanaide, hanasanaide, boku ga soba ni iru kara

— É o alarme do meu celular! — exclamou Lana para depois colocar a bolinha de pêlos no chão e direcionar seus passos ao segundo andar, sendo seguida por Anna.

Yuruyurarara yuru yuri yuruyurarara yuru yuri daijiken

— Agora foi o meu... Como assim já são seis horas? Nós nem dormimos, e agora, Lana-chan? — Ela começou a subir as escadas rapidamente.

— Precisamos de uma jarra de café — disse em tom de brincadeira. — Mas sério, precisamos correr, — Ela começou a lembrar-se de um parágrafo que leu em meio aos papéis de matrícula —, como é o primeiro dia de aula, devemos chegar mais cedo para pegar o horário de aulas e assistir a cerimônia de boas-vindas.

— Também temos que encontrar a sala da primeira aula — disse —, aquele prédio é enorme.

— Espero ter pego os mesmos horários de aula que você, Anna-chan! — exclamou. — Tomara que não existam garotas como a Ambre e suas amigas no colégio, ou como a Debrah — Ela fazia uma careta a cada nome pronunciado.

— Acho que todo colégio deve ter uma Ambre ou uma Debrah — disse, também fazendo caretas.

— E tem os garotos, eu vou... shippar todos eles. — Os olhos da garota brilhavam

— E classificar em seme ou uke também, é claro — Anna disse animada. No entanto, logo se deu conta de que estavam conversando demais — Lana-chan, a hora! — exclamou.

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Notas finais do capítulo

Esse foi o prógolo, o que vocês acharam das heroínas? Já deu para perceber que elas gostam um pouquinho de yaoi, né? Hahaha xD
E sim, a Mei Ling existe de verdade, é a minha gatinha e o miado dela é um não! :3
Respondam a tia Lana nos comentários: qual o personagem de Amor Doce favorito de vocês? O meu é o Castiel, vulgo Cassy, vulgo Cabeça-de-tomate, vulgo Cabelo-de-menstruação. (OKAY, ACABOU O BULLYING, AS DOCETES TE AMAM CASTIEL, NÃO LEVE A SÉRIO)
E que as aulas começem!

07/08/2015