Quimerae escrita por Crazy Old Stories


Capítulo 36
Capítulo 3 – Flussevir, as Águas Eternas (Parte 2 – Final)


Notas iniciais do capítulo

Sétima parte do capítulo três



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Rapidamente Meltse e Lamark atravessam a cidade. Vários curiosos olhavam para o ferreiro. Afinal, humanos não eram comuns em Flussevir. Ambos os ignoram, indo para sabe-se lá onde.

Meltse não queria ficar pensando muito no que estava acontecendo com ele. Sua vida já havia mudado de forma irreversível. Também não iria questionar seu aliado e mais novo amigo. Instintivamente sabia que aquele sáurio a sua frente iria ajudá-lo e acompanhá-lo nesta nova vida.

Lamark segue, inexorável, em direção a caverna que ficava ao lado da cachoeira. Meltse fica impressionado. Era muito maior do que ele havia imaginado!

Chegando em frente a entrada, enorme, o sáurio para de súbito. Meltse por pouco não esbarra nele. Os dois observam as inscrições que cercavam as bordas da entrada. Havia também um baixo-relevo representando um dragão logo acima.

Sem falar nada, Lamark entra finalmente na caverna, com Meltse logo atrás.

Lá dentro eles são recebidos por uma bucólica e bem organizada biblioteca. Meltse nunca tinha visto tantos livros na vida. Então era verdade Lamark ser um estudioso e mago.

Parecia ter se passado anos desde quando Meltse imaginava os sáurios como monstros violentos e selvagens, que só sabiam lutar e saquear. Quão errado ele estava…

Numa das cadeiras, sentado e absorto em um livro, estava a criatura mais inusitada possível: um humano! Um senhor de seus quarenta anos, com olhos cansados mas sábios. Trajava uma túnica azul, de boa qualidade. Aparentava ser uma pessoa de posses.

Lamark então se dirige até esse humano e o cumprimenta com uma vênia respeitosa. O senhor olha para o sáurio, com um amplo sorriso no rosto, fecha o livro que tinha em mãos e se levanta.

— Mestre Alexsander. Não sabia que estava aqui — inicia Lamark.

— Nem eu sabia que estaria aqui hoje também. Parece que tenho alguns problemas para resolver. Mas é bom ver um rosto amigo por aqui. — volta-se para Meltse — Aliás! Quem é seu companheiro?

— Meltse Eisen. Temos objetivos em comum no momento. — responde Meltse.

— Tivemos nossos problemas durante a viagem até aqui… — fala Lamark — Estou aqui para falar com Diamante, mas creio que o assunto também seja de seu interesse… — continua, hesitante.

Alexsander arqueia uma sobrancelha. Não gosta de como aquilo soou, já que coisas “de seu interesse” raramente era algo bom. A ausência de Henkel apenas piorava suas suposições. Ele logo descobriria…

— Bem. Vou chamar Diamante para você. Ele está ocupado no momento, mas creio que sua conversa é de certa urgência, não é verdade?

Lamark apenas acena afirmativamente com a cabeça. E Alexsander prontamente parte para algum lugar mais interno na caverna, mas não sem antes observar o arco que Meltse carregava com curiosidade.

O ferreiro, sem saber exatamente o que fazer e como agir, fica em pé, observando o ambiente em que estava. Havia uma boa quantidade de mobília: mesas, cadeiras, poltronas… Provavelmente aquela biblioteca era usada por muita gente. No entanto, naquele momento ela estava praticamente vazia, apenas ele e Lamark.

Meltse estava impressionado com tudo ali. Se não fosse pelo teto em pedra bruta, ele poderia bem acreditar estar em uma das famosas bibliotecas de Valphala. Era exatamente como Martha dizia: sáurios são como humanos, só os estranhamos por eles terem costumes diferentes.

Já Lamark estava em seu habitat natural. Com algumas exceções, ele sabia onde ficava cada livro: já tinha lido todos daquela sala. Sem pressa ele se dirige a uma das estantes, pega um livro e começa a folheá-lo.

Os minutos vão passando e Meltse começa a ficar impaciente. Ele queria saber quem era aquele humano que parecia tão acostumado com aquele lugar.

— Lamark, quem era aquele senhor? — pergunta por fim.

— Alexsander B. Holder, antigo diretor da Academia Mecânica de Valphala, e meu mestre. Um expert nas artes mágicas. Acho que ele é bem famoso…

Famoso é pouco! Ele foi o único contra a unificação do Reino quando a Dama Branca apareceu trazendo a paz. Foi acusado de alta traição e condenado a morte. Isso já faz pelo menos uns 20 anos… Então ele ainda estava vivo e se escondendo por aí? Achava que ele já tinha morrido!

Também não lembrava de nada sobre Alexander praticar magia. Meltse não tinha muitos conhecimentos do mundo afora, mas magia definitivamente era algo do mundo dos contos de fadas! Se bem que… depois do que soube sobre Gaheris, não duvidaria mais de muita coisa.

O mundo dele tinha se ampliado de forma drástica. A poucos dias atrás achava que sua vida seria ser o ferreiro de Hochberg e nada mais.

Agora? Estava numa cidade sáuria, amigo de um sáurio, com um criminoso procurado pelo Reino, numa jornada de vingança por seus vizinhos e pelos companheiros de Lamark.


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