Adorável Vizinho escrita por Cacau


Capítulo 2
1° - Vizinho gay


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda! Como vocês estão? Eu estou tão feliz!
Queria agradecer por cada comentário e por cada pessoa que favoritou e acompanhou a fic. Muito obrigado de verdade! Vocês não tem noção do quão feliz me fizeram!
Eu juro que não imaginava receber tantos elogios com apenas 300 e poucas palavras, sério. Vocês são realmente demais!
Mas então, vamos ao primeiro capitulo?
Espero que vocês gostem tanto quanto gostaram do prólogo. ❤



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Provavelmente adormeci enquanto pensava na situação constrangedora de como "conheci" meus - talvez - novos vizinhos.

Quando acordei, por volta das três da madrugada, de forma alguma consegui voltar a dormir. Beleza Charlie, você só vai aparecer com cara de zumbi no colégio amanhã. Só isso.

Bem que se ninguém arrumar confusão comigo, irei passar despercebida por todos durante toda a manhã.

Desisti de voltar a dormir e fui até a cozinha, onde peguei uma fatia considerável de um bolo de chocolate que minha mãe havia feito e voltei para meu quarto.

Pouco depois, já sem ideia do que fazer até que desse a hora de ir para a aula, ouvi um barulho irritante vindo da minha janela. Decidida a ignorá-lo, peguei um livro e comecei a ler, porém o maldito barulho não parava nunca.

Suspirei, me levantei da cama e primeiro conferindo se eu estava completamente vestida, fui até minha janela e abri uma parte da cortina.

O garoto que eu havia visto horas atrás, batia no vidro da janela e só parou quando me viu. Observei, nesses poucos segundos, que o quarto já estava todo mobiliado e arrumado. É, acho que ganhei um novo vizinho.

Ele sorriu para mim e eu retribui com um sorriso amarelo, completamente sem jeito. De repente, o garoto pegou um caderno e uma caneta e começou a escrever. Em poucos segundos virou o caderno em minha direção para que eu pudesse ler o que havia escrito.

"Sou Matthew."

Agora o garoto da janela vizinha tem nome pelo menos. Mas o que ele quer? Virar meu amigo? Eu provavelmente não viraria minha amiga se eu tivesse me conhecido vestindo um moletom e uma calcinha bege.

Matthew me encarou com o caderno em mãos por algum tempo, até eu finalmente me tocar e ir em busca de qualquer coisa onde eu pudesse escrever meu nome.

"Sou Charlie."

Escrevi e mostrei a ele, que sorriu e novamente voltou a escrever.

"Lindo nome. Preciso ir, tchau!"

E depois correu para fora do quarto.

Que tipo de garoto elogia o nome de uma garota que se chama Charlie? Eu estava esperando por piadas toscas do tipo: "você tem nome de garoto!" e não por um elogio.

Ah meu Deus, Matthew só pode ser gay!

E foi pensando na hipótese de talvez eu ter um vizinho gay, que meu celular começou a tocar.

Era Anne, minha melhor amiga, que me chamava no skype. Ela era do Brasil e nós ainda não havíamos nos conhecido pessoalmente. Mas um dos principais países que sonho em visitar depois que me formar, é o Brasil.

– Amiga, não estou nada bem. - Ela disse assim que eu há atendi, seus olhos pareciam estar inchados.

– O que houve? - Lembra que eu te falei que meu namorado iria se mudar para os Estados Unidos com os pais dele? - assenti. Ela havia me dito isso a algumas semanas. - Então, ele me mandou uma mensagem hoje dizendo que já chegou ai.

– Ai amiga, vocês se gostam e podem tentar ir um visitar o outro de vez enquando. E quando vir para cá, aproveite para me visitar, por favor.

Ela sorriu e garantiu que viria o mais rápido possível. Então, por algumas horas, fiz o possível para animar minha melhor amiga mesmo sem poder abraçá-la.

(...)

Depois de conversar muito com ela, notei que já estava quase atrasada para a aula e me despidi.

Só espero que Anne não sofra com essa distância entre ela e o seu namorado, me sinto péssima pelo fato de não poder estar perto dela em momentos difíceis como esse.

Acho que é por isso que sonho tanto em viajar e conhecer o máximo possível de lugares depois que me formar, quero poder visitar todos os meus amigos virtuais já que são praticamente os únicos que tenho.

Sabe, deixar esse negócio de construir uma família pra depois, e primeiro ser livre e completamente independente. Até porque não há nada que me prenda aqui em Boston a não ser meus pais é claro.

– Charlie você vai se atrasar! - minha mãe gritou me tirando dos meus devaneios.

Vesti a roupa mais confortável que encontrei e calcei meu all star surrado. Tomei o café rapidamente, dei um beijo em meus pais e sai de casa.

Por a escola ser perto eu sempre vou a pé e com a maior calma do mundo, enquanto escuto minhas músicas preferidas. Talvez seja por isso que as vezes eu consigo chegar tão atrasada na escola.

Eu mal havia me afastado de casa, quando alguém muito metido, puxou meus fones.

–Desculpe! - ele pediu quando lancei meu melhor olhar assassino. - É que estou te chamando desde que saiu de casa e você não me ouviu.

Era Matthew, que ouvindo-o falar comigo e vendo até seu jeito de andar, não me parecia nem um pouco gay. Ele tinha também um sotaque diferente, o tipo de pessoa que no país onde morava não falava inglês.

É provável que ele seja lerdo ou inocente o suficiente para não notar, mas eu ainda sentia uma enorme vergonha por conta da forma nada legal como ele me viu na noite passada.

O que esse garoto quer comigo afinal?

– Então, posso ir com você? Sei que a escola é aqui perto, mas ainda não estou acostumado com a cidade e não sei exatamente onde é. - ele explicou parecendo não querer me incomodar.

Tudo bem Charlie, talvez ele só precise saber onde é a escola e depois nunca mais irá falar com você. - pensei comigo mesma.

– Tudo bem. - assenti e o resto do caminho foi em silêncio.

Matthew provavelmente teria tentado conversar comigo, se eu não tivesse colocado os fones de ouvido novamente.

Quando chegamos, ele me fez uma última pergunta:

– Poderia me dizer onde fica a sala do diretor? E eu prometo te deixar em paz.

Expliquei a ele onde ficava e o observei andando no meio de um amontoado de gente que encarava ele descaradamente.

Alunos novos sempre chamam atenção nessa escola.

No meu armário peguei meu material, respirei fundo e fui em direção a minha sala de aula, que nunca chegou perto de ser uma das melhores da escola.

Sentei-me em uma das últimas carteiras a espera do sinal tocar e o professor aparecer. Os grupinhos de sempre já estava amontoados cada um em um canto da sala.

Havia em um lado o grupinho das líderes de torcidas gostosas, que vez ou outra me lançavam um olhar esnobe e eu adoraria grudar no pescoço de cada uma delas.

Do outro lado estavam todos do time de futebol americano da escola, sentados em cima das mesas falando provavelmente um monte de baboseiras e tarando as gostosas que vestiam roupas vulgares para variar.

Os mais raros e decentes que sentavam nas primeiras carteiras, considerados obviamente os nerds da sala, eram os únicos que eu conversava vez ou outra quando precisava de uma ajudinha em alguma matéria que estava indo mal.

E eu? Bom, eu talvez fosse considerada a mais anti social da turma, sem fazer parte de grupo algum. Afinal, eu adorava sentir a delícia da solidão.

Quando o sinal tocou e o professor adentrou a sala segundos depois, ele estava acompanhado por Matthew, que foi apresentado a turma e logo se sentou no fundo da sala um pouco próximo a mim.

Quando acho que não vou mais ver esse garoto, ele aparece. O que ele está pensando? Que tenho algum tipo de amigo gay para apresentar a ele?

Durante as primeiras aulas, até o intervalo, as líderes de torcidas olhavam para Matthew e colocavam uma caneta na boca tentando parecer sexy, mas realmente, só tentando mesmo. Já os jogadores evitavam olhar para meu vizinho, porém quando olhavam, era o tipo de olhar assassino que assustava até a mim.

Mas isso não parecia o atingir. Ele não retribuía aos olhares das oferecidas, e ignorava completamente os 'fortões' que pareciam odiá-lo por suas garotas demonstrarem ter gostado dele.

Talvez Matthew apenas goste de curtir a vida, longe de qualquer grupinho idiota.

Mas eu só vou ter certeza disso, se eu fazer o teste.


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Notas finais do capítulo

Então, vocês gostaram?
Se puderem deixem um comentário com a opinião de vocês e continuem me fazendo muito feliz.
E novamente, muito obrigado pelas pessoas que me fizeram tão feliz com seus comentários e por estarem acompanhando.
Volto logo. Beijinhos. ❤