Ziva não conseguia acreditar que estava alí, que ela tinha consigo voltar. Todos esses anos ela passou sentindo medo e agora todas essas angustias haviam sido tiradas para fora de seu coração ao ver seus velhos amigos.

Assim que Gibbs a soltou, Ziva congelou novamente não sabia o que fazer, como agir. Ela estava tão feliz por revê-los, mas estava com medo do que iriam pensar, de como iriam reagir.

McGee percebendo a tensão levantou-se e abraçou Ziva:

– Meu Deus, Ziva. Como você está?

– Eu estou bem, Tim. – Ziva disse no ouvido do amigo.

Assim que se soltaram, Ziva desviou o seu olhar para Tony, o rapaz fez a mesma coisa que McGee, só que ele não disse nada, apenas ficou abraçado a Ziva. Ele a apertava a mulher contra o seu corpo de uma maneira possessiva e carinhosa ao mesmo tempo. Despois de muito tempo assim, abraçados, Tony finalmente liberou Ziva de seus braços e ficou encarando-a:

– Então, você não tem nada para nos dizer? – Gibbs disse o que todo mundo ali estava querendo dizer a um tempão.

– Eu...eu tenho tanta coisa pra dizer que nem sei por onde começar. – Ziva sentou-se no sofá ao lado de Abby.

– Estamos aqui para te ouvir e te ajudar no que for preciso. – Gibbs insistiu mais uma vez.

–Tudo bem. Então vamos pra onde tudo começou. – Ziva deu um suspirou e começou a falar. – Depois que voltei pra dentro da fábrica tudo estava muito escuro, eu não conseguia ver nada e então foi quando Michel me atacou. Quando eu acordei estava em um prédio amarrada em uma cadeira. Eu achei que Michel me mataria naquela hora, mas ele não fez isso e eu não sei o motivo. Em uma tarde Michel saiu e eu fiquei sozinha por um bom tempo até que um garoto...

– Hassan? Dylan Hassan? – McGee perguntou e Ziva balançou a cabeça de forma afirmativa.

– Ele me tirou do apartamento e me levou até a casa dele...

– Casa dele? Ziva, ele me disse que foi para um hotel. – Gibbs perguntava desconfiado.

– Isso, foi um hotel. É que faz muito tempo.

– Tá, mas continua. – Abby apressava a amiga.

– Fiquei por lá o tempo necessário até Michel ser pego, eu sabia que ele não queria vocês, então por isso eu me escondi. Eu sabia que se desse alguma noticia vocês viriam atrás de mim colocando todos nós em risco. Quando Dylan me disse que ele havia sido preso eu me senti segura em voltar pra casa, mas eu acabei batendo o carro e eu não sei porque, mas perdi toda a minha vontade de voltar. Já havia se passado seis meses não achei necessário.

– Por que o Mossad te encobriu? – Gibbs perguntou.

– Eu pedi ajuda pra Orli. Ela mandou uns caras irem até onde eu bati o carro e mexeu alguns pauzinhos para eles dizerem que haviam levado meu corpo, quando nem havia um corpo.

– Dylan me disse que você tinha que ir para o México antes de voltar, o que você ia fazer no México? – pela primeira vez Tony falou alguma coisa naquela noite.

– Eu precisava de um médico, mas não estava me sentindo totalmente segura aqui em D.C.

– Você podia ter falado com a gente. – Tony disse em um tom baixo.

– Eu não podia colocar vocês em perigo. – Ziva respondeu olhando pra ele.

– Onde você está ficando, Ziva? – Abby disse olhando para a amiga.

– Em qualquer lugar, por isso disse que precisava de sua ajuda.

– Você não tem onde ficar? – Gibbs perguntou e Ziva afirmou com a cabeça baixa. – Você pode ficar lá em casa...

– Não! – Tony interrompeu Gibbs. – Ziva, você vai pra nossa casa. Lugar que você nunca deveria ter saído.

Conversaram um pouco mais, fizeram mais perguntas a Ziva, mas ela se negou a responder, dizia que estava cansada e que queria ir pra casa. E foi isso que aconteceu, Tony a levou pra casa, mas o caminho inteiro foi de extremo silêncio.

Chegaram ao apartamento e Ziva ficou parada admirando o local como se nunca estivesse morado lá:

– Está tudo exatamente igual.

– Eu não me atrevi a mudar nada. Suas roupas ainda estão no guarda-roupa então se...

Ziva segurou o cabelo de Tony e o beijou. Tony demorou alguns segundos para assimilar aquilo e então colocou suas mãos na cintura de Ziva aproximando seus corpos. Ziva apertava Tony contra si mantando toda a saudade que sentia dele. Quando o ar foi necessário, Ziva ficou segurando o pescoço de Tony e fechou novamente seus olhos e ainda próximos Ziva disse:

– Eu te amo tanto Anthony. Você nem imagina o quanto foi difícil pra mi não poder estar com você. Eu senti tanto a sua falta. Por Deus Tony, me perdoe?

– Eu não sei se consigo. – Ziva se afastou um pouco de Tony.

– Tony, eu sei que eu não deveria ter mentido, mas...

– Mas nada Ziva. Não tem o que explicar. Você ter se escondido do Michel tudo bem, eu sei que estava com medo, mas fingir que estava morta. Isso foi demais.

– Tony, tudo o que eu fiz foi por você.

– VOCÊ ME DESTRUIU, OKAY. Eu pensei que estava morta.

– Eu só queria proteger vocês.

– É engraçado o tamanho do estrago que boas intenções podem causar. Ziva, quando eu precisei você não estava aqui. Quando Abby precisou você não estava aqui.

– O que? Eu sempre estive aqui, Tony. Em uma noite alguém colocou uma bomba na parte de baixo do seu carro, essa bomba seria acionada assim que você ligasse o carro, no meio da noite eu fui lá e desativei a bomba, mas precisei dirigir o carro pra ter certeza que estava tudo bem.

– Por isso o carro estava do outro lado da rua.

– Sim, por isso. Quando você foi atropelado eu fui te ver no hospital, correndo todos os riscos, mas eu fui e eu tirei Abby daquela casa em chamas, fui eu. –Tony encarava a mulher a sua frente sem dizer uma palavra. – Então não venha me dizer que eu não estava aqui pra vocês.

– Você sabe quem está fazendo isso? Quem está nos perseguindo e mandando essas mensagens.

– Sim, eu sei.

– Quem é então?

– Michel conseguiu sair da prisão. Eles o liberaram por bom comportamento.

– Então ele está fazendo tudo isso?

– Não tudo. As mensagens não são Michel quem manda, é outra pessoa, mas Michel está ameaçando essa pessoa então não é culpa dela.

– Você sabe onde o Michel está?

– Não, eu não sei.

– Você precisa me falar quem é o cara que está ajudando o Malic, ele pode nos dizer onde ele está.

– Não, eu não vou contar. Eu não posso.

– O que? Você disse que queria nos proteger, mas não está parecendo.

– Tony, eu não posso. A polícia vai prendê-lo, fora que Michel vai mata-lo

– Ziva, eu não estou acreditando. Quer saber, pode ficar com a cama pra você, eu vou dormir no sofá.