65° Edição dos Jogos Vorazes - Interativa escrita por BadBitch


Capítulo 5
Kim Ye Rin


Notas iniciais do capítulo

Olá gente, sério, eu to amando ter un leitores que me chamaram no MP e agora a gente tá conversando, galera façam isso eu amo estar em contato com vocês!
I need de mais fichas, então quem é novo aqui MANDE FICHAS



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Kim Ye Rin

Meu irmão mais velho me acordou bem mais cedo que o de costume, era mania em dias de colheita.
Eu até o perdoaria se ele fosse mais delicado ou um pouco menos previsível, mas anos se passaram e se ele não mudou, não mudará nunca mais.
Eu levantei com preguiça, a noite antes da colheita nunca é uma das melhores, ainda mais esse ano que estou com pressentimentos estranhíssimos, mas porra, que adolescente não ficaria tendo que ir para a colheita e podendo ir para os Jogos? Isso fode muito nosso cotidiano.
Eu amo aventuras, mas não é uma aventura que eu gostarei de embarcar sabe... Pessoas se matando não é bem um aventura, mas mesmo assim eu considero uma!
Deitei no parapeito da janela observando o lado de fora, não era tão difícil com meus 1,65. O dia está chuvoso e imagino que isso deprime ainda mais o que está por vir.
Como sempre percebo os mínimos detalhes da minha visão, na casa dos Noor está uma briga que só, mamãe até tentou comentar comigo que eles iriam se separar fingi-me de surpreendida, mal sabe ela que antes dos próprios Noor saberem disso eu já sacava tudo olhando apenas pela janela redonda.
Alguns pacificadores marchavam pela chuva sujando seus uniformes brancos e no instante que abri uma brecha, fechei os olhos e ouvi aquele barulho de chuva no metal além de seus pisos altos na terra.
–Que tédio. -Reclamei para mim mesma, era a mesma coisa todos os dias de manhã, a mesma unanimidade.
Pulei da janela e caiu feito um gato em pé, ergui-me e fui em direção à pequena sacada do quarto. Peguei minha toalha e logo voltei para o quarto procurando uma roupa para usar na colheita.
–O que você quer? -Perguntei ainda de costas, mas pude sentir a presença de meu irmão.
–Como você sabia que... Ah esquece! Papai pediu para você começar a tomar banho, já esvaziamos o banheiro.
–Eu já estou indo, pode ir. -Ele deu de ombros e saiu do quarto deixando-me novamente sozinha.
Peguei a roupa e fui andando vagarosamente até o banheiro do corredor que divido com meus dois irmãos. O espelho estava embaçado por causa do vapor do banho de água quente, eu odeio isso. Passei a mão no espelho até liberar um espaço para eu poder me observar.
Meus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo alto e a franja bagunçada pela testa, as olheiras aumentaram, mas não tanto assim. Respirei fundo e soltei, cheiro de café, a melhor coisa do universo.
Liguei o chuveiro em água morna e adentrei naquele baque de água molhando todo o meu corpo.
Estava tomando o banho o mais rápido que pude, meu pai é um ótimo cozinheiro, o melhor da face da terra e não é sempre que posso me dar o luxo de comer suas refeições tão saborosas, tudo isso tirando o seu café, puta que pariu! O café do meu pai é melhor do que o feijão verde (Olha que eu amo feijão verde, porque eu amo batata e feijão verde tem gosto de batata, ou seja, não vivo sem feijão verde).
Sai do banho e estalei meu pescoço, me sequei e coloquei a roupa que havia separado, eu estava como uma boneca com aquele vestido coral e as sapatilhas de renda preta brilhante, minhas melhores roupas.
Assim que abri a porta do banheiro havia uma cesta com flores silvestres, as minhas favoritas, no chão.
–Eu não acredito. -Falei para mim mesma pegando a cesta e fui saltitando para o quarto.
Arrumei a cama do meu jeitinho e coloquei a cesta em cima dela. Meu quarto é bem pequeno, não cabem muitas coisas, é composto por um sofá cama que está sempre em formato de cama, duas cabeceiras, um armário e um baú de lado, além de uma minúscula sacada onde eu estendo minha toalha de banho. Abri o baú e peguei no fundo dele, enrolado com jornal, o jarro de cristal da vovó, coloquei-as dentro dele e enchi de água, guardando a cesta no baú.
Voltei para o corredor e desci a estreita escada que saia justamente na sala de jantar aonde todos já estavam.
–Bom dia! -Exclamou minha mãe e eu sorri.
–Bom dia! Quem deixou as flores lá?
–Eu sou mesmo um pai incrível não é? -Meu pai falou sorrindo feliz por eu ter gostado, não era sempre que eu conversava abertamente com eles.
–E aí? O que temos para hoje? -Sentei ao lado de meu irmão mais velho que sorriu minimamente.
–Café bem forte, bolinho apimentado, biscoitos de chocolate que eu mesmo fiz e ovos com queijo.
–O que eu fiz? -Perguntei assustada.
–Oi? Porque a pergunta?
–Para ter todas minhas comidas favoritas aqui ué.
–É dia de colheita né, você é nossa menininha.
Meus pais só podem estar loucos! Eles nunca fizeram tantos mimos para mim, meus irmãos sempre foram melhores do que eu, talvez por ele terem dotes incríveis.
Coloquei um pouco de tudo no meu prato e comecei a comer com fervor, parecendo um magricelo do doze, tomei xícaras e mais xícaras de café o que deixou-me ainda mais agitada.
–Tá passando fome? -Perguntou meu irmão, mas com uma voz séria.
–Eu como o que eu quiser. -Ele me olhou com cara de nojo e continuou a comer. -Viadinho...
–O que você falou?
–Falei vai tomar no cu irmãozinho do peito.
–Parem! -Reclamou minha mãe com as mãos nas têmporas. -Vocês dois nos deixam inquietos!
–Já estou acabando aqui. -Respondi levantando e lavando meu prato em silêncio. -Vou à casa de Julien antes da colheita.
–Colheita é dia de ficar em família Ye Rin. -Meu pai nunca gostou muito de Julien.
–Julien é da minha família. -Respondi unicamente saindo pela porta dos fundos que dava para seu puxadinho.
Julien é minha melhor amiga, na verdade uma das únicas amigas, sou uma pessoa difícil de lidar, ninguém nunca teve muita paciência e eu não fazia questão, até conhecer Julien.
Ela sempre teve muita paciência comigo e nos damos absurdamente bem, não temos muitas brigas nem nada. No início eu era muito desconfiada com ela, mas depois, bastou conhece-la melhor para me apegar rapidamente.
Atravessei a rua recebendo muitos olhares como sempre, ter a aparência de boneca não me faz ser uma!
O puxadinho dela é quase no limite do distrito, sua avó mora na casa da frente e numa menor atrás ela mora com a mãe.
Toquei a campainha da porta da tia Zayou e ela me entendeu sorrindo.
–Oi meu doce, quer ver Julien?
–Oi tia Zayou, quero sim.
–Entre bonequinha, por aqui... -Como se eu não vivesse aqui, bem que Julien comentou que sua avó estava ficando maluquinha, foda-se a velha é gente boa.
Cheguei na casa dela uns minutos depois, Julien estava com um vestido verde-água e sandálias bronze.
–Oi oi. -Falei sentando em sua cama.
–Preparada pra colheita?
–Você sabe que se formos fodeu né? Mas tipo, fodeu fodido, sabemos fazer alguma coisa?
–Você sabe comer ué! -Exclamou ela rindo da minha gula.
–Tá engraçadinha hoje né florzinha, vamos logo para a colheita antes que eu te bata! Cadê sua mãe?
–O turno dela caiu hoje, está trabalhando no centro.
–Então vamos, na volta vamos lá visitar ela. -Declarei e assim fomos andando até o Edifício de Justiça.
No caminho encontramos minha família e nos juntamos a eles, minha mãe ao contrário do meu pai, gosta bastante da Julien.
Fomos para a fileira das meninas com quinze anos e logo nossa representante chegou com seus cabelos num penteado afiado e com sombras preta, que a fazia parecer um urso panda.
–Olá distrito três! Fico mega feliz de estar aqui, tudo bem com vocês? -Ela não nos deixou responder pois logo veio o vídeo da Capital e ela ficou perdidinha, talvez a Capital
quisesse agilizar as coisas. -É lindo não? -Perguntou quando acabou aquela porra.
–Não... -Sussurrou Julien para mim me fazendo rir um pouco indiscretamente.
–Vamos agora sortear a menina sortuda! Senhoras e senhores, nosso tributo feminino é... Kim Ye Rin!
–Ca-ra-lho. -Falei alto o suficiente para algumas pessoas ouvirem.
Subi no palco e mal sentia as minhas pernas, por um momento deu um branco em minha mente e ouvi chiados em vez de vozes.
Não ouvi o nome do tributo masculino, nem prestei atenção em quem subiu.
Só pensava em uma palavra: FODEU.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam da Ye? Quero comentários longos!