Não se Esqueça das Rosas escrita por Arabella


Capítulo 4
Fuga


Notas iniciais do capítulo

Obrigada pelo apoio de vocês, espero receber uma boa resposta com esse capítulo.
Peço perdão pela demora, sei que deveria ter postado antes :( Mas eu reescrevi esse capítulo três vezes e ainda acho que deveria ter feito melhor... De qualquer maneira, obrigada por darem uma chance.



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–Me desculpa por pedir isso pra você... –A voz de Alexa era suave.

Ela parou no meio do corredor, prensando uma das mãos contra a lateral da cabeça.

–Relaxa. O que é? –Thomas tentou confortá-la, franzindo o cenho. A garota havia se alterado bastante dentro de alguns minutos de caminhada.

Ela respirou pesadamente, se virando devagar para o garoto.

–Eu preciso fugir da escola. Preciso mesmo. –Tombou a cabeça. Thomas percebeu que os olhos cinzentos eram acompanhados por escuras olheiras e, repentinamente, ela parecia exausta.

O garoto estreitou os olhos, surpreso. Não era Alexa quem estivera implorando para permanecer na escola? Ele a encarou atentamente, buscando algum resquício de brincadeira nas feições da menina que mal conhecia...

–Tudo bem. Eu ajudo. –Ele falou, tentando controlar o tom de voz.

Um pequeno sorriso aflorou nos cantos dos lábios de Alexa e ela esperou até que o garoto estivesse ao seu lado.

–Obrigada... qual é o seu nome? –Ela ergueu uma sobrancelha negra.

–Thomas Turner. –Murmurou o garoto, acompanhando com dificuldade o seu passo frenético.

–Eu sou Alexa Blues. –Ela alargou o sorriso, mas tinha um quê de timidez nos olhos claros.

–É um prazer, Alexa. –O garoto sacudiu os ombros, dando um sorriso torto.

Thomas não tinha se permitido pensar nisso até o momento, mas Matt tinha razão: A garota era bem bonita. Com seus brilhantes cabelos castanhos, pele salpicada de sardas e olhos cinzentos, era uma beleza natural, diferente das centenas de garotas com bronzeamento artificial do colégio Galilei.

Mas ele já tinha Blair, o que estava pensando?

–É por aqui. –Alexa apontou para o banheiro masculino, arrancando Thomas de seus pensamentos.

–Oi? –Ele murmurou em resposta, a voz grave.

–A saída. –Ela apontou novamente. – Bem, lá tem uma janela estreita perto dos chuveiros que dá para os gramados. O portão do lado leste fica sempre aberto, já que os estudantes tecnicamente não teriam acesso a ele. –A garota deu de ombros, calma.

–Hum, certo. –Thomas parou, absorvendo a torrente de informações. –Mas... Onde eu entro nisso?

Alexa suspirou, limpando a garganta antes de falar:

–A janela é muito alta. Eu imaginei que você poderia fazer um apoio, assim eu subiria.

–Hum, certo. Mas como ficamos se alguém entrar enquanto o plano acontece?

–A gente fica na última cabine, a porta vai estar fechada. –A garota sorriu, orgulhosa do próprio plano.

Como ela podia saber tanto sobre a escola? Faziam o quê, duas semanas que estudava ali?

–Você entra primeiro. Me avise se tiver alguém aí dentro... –A voz de Alexa era ansiosa e ela se equilibrava nos calcanhares, se movendo para frente e para trás.

Thomas assentiu, desaparecendo pela porta prateada. O chão de mármore claro fazia com que seus passos ecoassem, denunciando sua presença para o garoto alto e moreno que usava o mictório.

–Ei, Tom. –O garoto brandiu.

–Peter! –Thomas tentou parecer animado, forçando um sorriso. –E aí?

O moreno ajeitou o cós da calça assim que terminou, se afastando do mictório.

–A vida vai seguindo. Tudo bem contigo? –Ele parou em frente ao espelho, bagunçando os cabelos negros enquanto Thomas encarava o chão.

–O de sempre, cara. Exausto da escola. –Ele tombou a cabeça, parecendo entediado.

–Hum, falta muito pra seu horário acabar? –Peter perguntou, já se afastando em direção à saída.

–Não, só um horário de história...

–Ih, boa sorte. O Sr. Webber tá um porre hoje... Falta de sexo. –O amigo revirou os olhos, finalmente deixando o banheiro.

Thomas esperou alguns segundos antes de se precipitar até a porta, colocando a cabeça para fora por uma fresta.

Alexa estava na frente do banheiro feminino, um dos pés apoiados na parede, assim como os ombros, e o tronco afastado. Ela deu um sorriso frouxo ao ver o garoto, andando calmamente até a porta oposta.

–Tá vazio? –Ela indicou o banheiro, ao que Thomas respondeu com um aceno positivo.

A garota se espremeu pela porta e atravessou o cômodo, com a precisão de quem já tinha estado ali várias vezes. Parou em frente à última cabine, empurrando a porta branca com um dos pés.

–Thomas, pode vir até aqui? –Sua voz era fraca e cuidadosa.

O garoto se aproximou, encarando o interior da cabine. Como ela havia dito, na parede esquerda havia uma janela grande o suficiente para que a garota passasse.

–Preciso que faça um apoio para eu alcançar a janela. –Alexa sussurrou, o tom suplicante.

Thomas estreitou os olhos, avaliando a altura da janela antes de colocar as mãos em concha e se abaixar um pouco.

–Não quero sujar suas mãos. –A garota murmurou repentinamente, abaixando a cabeça para encarar o par de tênis surrados que usava.

–Eu não me importo. –Thomas tentou parecer calmo, mas o maxilar travado transparecia sua tensão.

Alexa se rendeu, apoiando um dos pés nas palmas do garoto. Tateou a parede até alcançar o batente da janela, se içando para cima com dificuldade.

Thomas ergueu os olhos para acompanhar os movimentos da garota, se deparando com algo muito mais... agradável. As pernas longas de Alexa se estendiam na frente do garoto, chegando por fim aos shorts azuis que ela usava...

–Não se atreva a encarar minha bunda, Turner. –A garota rosnou.

–Eu não estava... –Ele começou, mas Alexa o interrompeu com um olhar acusatório e uma sobrancelha erguida.

Ela finalmente conseguiu se içar o suficiente para sentar na borda da janela, passando uma das pernas para o outro lado.

–Você tem certeza de que isso é seguro? –Thomas murmurou, finalmente pensando nos riscos de tudo aquilo.

A garota soltou um riso leve, deslizando o tronco para o outro lado da parede.

–Não se preocupe. –Não demorou mais um segundo para que ela desaparecesse totalmente pela janela.

Thomas ouviu um baque alto, seguido por um gemido.

–Você está bem? –Colou o ouvido à parede, repentinamente alerta.

A resposta demorou:

–Sim, sim. –A voz de Alexa era trêmula e abafada pela parede entre eles. –Obrigada de novo, Thomas. -Ela tossiu antes que o garoto ouvisse passos apressados.

E então, ele estava só.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :) Eu amo escrever essa história. Bem, dependendo do número de reviews recebidos, eu posto o próximo logo amanhã (se a internet colaborar)! Mas, se não, eu posto depois de qualquer jeito kkkk Beijos, até!



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