O clima prevalecia úmido ameaçando chover à tarde, mas nada forte Bia acordou cedo, depois de chorar a noite toda a garota precisava tomar um banho e lavar os cabelos antes de ir para aula, a animação ia a zero principalmente sabendo que precisaria beber Supra-Soya (Leite de soja)... Ela ainda não se conformou com a intolerância a lactose, era horrível retirar a maioria dos alimentos do seu cardápio... Ela odiava o destino por ter á feito passar por tudo que tem enfrentado...

Ao ir para o banheiro ela encontrou a Liza fazendo alguns cálculos em cima da mesa, mas não deu devida importância, pois poderia ser algo relacionado com o emprego...

Depois do banho vestiu uma calça folgada e uma camisa beije. A fome nunca a atingia mesmo assim comeu uma barra de cereal e tomou o terrível leite de soja, após saiu sem ao menos despedir da irmã...

Durante o caminho ao colégio viu o Felipe, ele era um garoto de cabelos castanhos e olhos pretos igual jabuticaba, era bem ajeitadinho só um pouquinho sonso nas matérias, mas ninguém é perfeito!

—Oi Felipe! —Bia cumprimentou enquanto ajeitava o cabelo.

— Beleza Bia! —Respondeu enquanto mascava um chiclet de menta.

Eles ficaram naquele papo sem graça de o que está fazendo? Aquele professor é chato! Eu também odeio estuda!

Até que Felipe tomou a iniciativa e a convidou para irem n lanchonete após o turno matutino, normalmente a loirinha come no colégio, mas sair com um garoto era mais interessante!

Depois de marcarem o encontro tomaram rumos diferentes, indo cada um para sua turma...

Bia ficou muito contente quando olhou no horário e viu que seria a aula do professor de musica, Caio... Mas logo se chateou, ele provavelmente ficaria perguntando a respeito do bem estar de tal e ela por sua vez estava determinada a esquecer o problema.

—Bom dia alunos!

Um grande coro respondeu bom dia!

—Antes de começarmos eu quero passar uma novidade quentinha para vocês, o colégio foi convocado para participar de um torneio de coral com coreografia, resumindo nos teremos os músicos, os cantores e os coreógrafos... Bem vai ser uma grande oportunidade para demonstrarem seus talentos os alunos das melhores apresentação serão chamados pra fazer um teste e quem sabe alguma banda, gravadora, ou grupo de teatro se interesse por você...

Os olhos de todos da sala brilharam ao ouvir a noticia...

—As inscrições para participarem custarão 150,00R$! —Caio informou enquanto entregava o bilhete para os pais assinarem.

Não deu outro assunto até o almoço, Bia sonhava com o momento de apresentar no palco pena que não tem o dinheiro necessário...

Ela se reuniu com o pessoal e foram para a tal lanchonete que ficava na rua de baixo...

A turma juntou duas mesas e sentaram...

Ao invés de pedirem algum salgado ou torta os adolescentes pediram sorvete para aliviar o calor.

—Vocês vão querer Casquinha, Milk Sheik, Sandei! —A garçonete perguntou enquanto mostrava as opções em tablóide!

Todos fizeram seus pedidos exceto a garota de cabelos loiros e olhos mel por apelido de Bia, até alguns professores que sempre vão ao horário de almoço tinha pedido... Entre os professores tinha um bem redondo que pediu 4 casquinhas e um Milk SHEIK, uma morena de cabelos pretos pediu um sandei coberto de calda quente com cerejas, Caio que é um branquelo de olhos puxado que se sentou ao lado da bela morena fez o mesmo pedido!

—Bia você vai querer o quê? —Gritou Felipe lá do balcão fazendo com que todos escutassem.

—Valeu, mas não tenho dinheiro! —Bia disse meio sem graça.

—Eu pago! —Ofereceu com um sorriso educado.

—Então eu quero uma casquinha de morango!

Levou um tempinho para ficar pronta, logo a garota começou a chupar, foi meio que um ato involuntário, Caio vendo aquilo pulou da mesa onde estava e deu um berro que assustou todos do local...

—Bia você ficou maluca ou o quê, em? –Ele disse pegando a casquinha com o sorvete e devolvendo ao menino!

—Não grita comigo! —Ela devolveu no mesmo tom enquanto lagrimas brotavam de seus olhos.

—Eu grito sim! Você quer morre? Eu mais sua irmã deixamos bem claro o que não poderia comer!

—Resumindo, nada! —Ela falou amarga, com certa rispidez na voz.

—Que contenha leite! —Ele conclui.

—É o seguinte, eu como o que eu quero! quem vai morrer é eu mesmo! E Você nem a Liza são pai ou mãe meus para dizer o que eu posso ou não fazer! —Ela jogou na cara dele.

—Olha eu não mando em você mesmo, mas acho que não deveria falar assim da sua irmã, querendo ou não seus pais morreram e nem eu nem ela tem culpa disso! A Liza está tentando te sustentar mesmo não sendo esse o dever dela, já parou pra pensar que ela deixou a faculdade e o curso de dança pra cuidar de você e arrumar a casa! Eu só acho que ela merecia um reconhecimento da sua parte em vez de dizer que ela não manda em você... —Ele contrapôs jogando a realidade na adolescente.

—Desculpa! —Bia respondeu cabisbaixa.

—Desculpada, vamos localizar sua irmã para beber o remédio em casos de emergência ante que tenha que ser internada novamente!

Ele ligou para a Liza e perguntou onde ela estava, pois a Bia necessitava do remédio. Depois de saberem que ela estava na casa da amiga Serena os dois foram na moto do Caio, era uma casa na região norte da cidade o que levou 15 minutos para chegar...

O som dos bac na porta foi interrompido por um já vai!

Ao pisar dentro da casa uma sensação estranha revirou o estomago de Caio, havia um livro com um desenho feito a mão no sofá na qual ele recordava muito bem... Depois viu um sofá vermelho que parecia com um antigo que teve...

—Oi Caio, obrigado por trazer ela, não sei o que seria de mim, mas da Bia sem você... Ela ingeriu muito sorvete? —Irmã mais velha perguntou enquanto abraçava a outra, era notável a preocupação em sua face.

—Não, mas acho melhor prevenir como o doutor disse!

Ao completar a frase a ruiva amiga da Liza saiu do banheiro de sua própria casa...

—Caio está é minha amiga Serena. E visse verso... —Liza apresentou gentilmente.

Os dois apresentados arregalaram os olhos incrédulos, o destino deve estar de brincadeira pensou Serena!

—Já nos conhecemos! —Caio cuspiu as palavras da boca, sua fisionomia ficou obscura Liza jamais o havia visto desta maneira.

—E muito bem! —Serena respondeu inquieta, sua face parecia pegar fogo.

—O que está fazendo aqui? –Caio perguntou.

—Eu que tenho que te fazer está pergunta, disse que não queria me ver nem pintada de ouro! —Ela contrapões. — E outra eu estou na minha casa...

—E não queria ver mesmo, mas me refiro à cidade você não ia para outro país com o milionário?

—Hum... —Ela abaixou a cabeça derrotada

—Ele te chutou! —Caio sorriu com certa felicidade pela desgraça da outra. — Bem feito sua vadia merecia muito mas que isso! Não se deve esconder uma criança do pai, e muito menos trair alguém!

—Se veio me dar lição de moral, vá embora! —Ela se aproximou irada. — E se não veio, some mesmo assim! —Ruiva apontou para a saída.

—O que foi que eu perdi? —Liza perguntou deslocada na cena que ocorria.

—Estamos resolvendo uns problemas do passado! —Serena direcionou a palavra para amiga.

—Onde está a minha filha? —Caio perguntou esperançoso de adquirir a resposta que tanto procurava.

—Eu nem sei se é sua e não faço à mínima idéia! —Serena respondeu.

—Como assim? —Ele apertou os braços da mulher com força e a encarou com ódio!

—Quando o tal milionário, que é melhor que você na cama me abandonou! —Ela provocou fazendo um gesto obsceno com a mão. —Eu não tive dinheiro, não tive paciência e nem tempo para cuidar da Sara então eu a deixei em um orfanato. —Confessou sem nenhuma onda de arrependimento.

Caio reagiu por impulso e acertou em cheio o rosto da ruiva com um tapa, a raiva já o dominava...

—Você é uma péssima pessoa, porquê não a me entregou? —Ele se segurava para não fazer estrago pior.

—Eu pensei que não queria me ver! —A ruiva tentou explicar.

—Você não, mas ela sim! —Ele demonstrou toda a indignação.

—Eu a deixei no orfanato da cidade visinha talvez ela ainda esteja lá faz apenas três anos!

—Pode ter certeza que á encontrarei. —Ele falou mais para si próprio do que para a mulher.

—Tá! Você é quem sabe só saia daqui!

Caio nem pensou nas irmãs Bia e Liza apenas saiu depressa e rodou a cidade em alta velocidade na tentativa de que o vento o fizesse esquecer-se dos acontecimentos!