O outro lado da moeda : Skye escrita por Blake


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Eu tardo, mas não falho U_U' sem prazo para o próximo ...



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HUNTER

– Maldição – o inglês amaldiçoou quando enfim encontraram o final do túnel, por sorte, sem ninguém ter sido soterrado pelo caminho.

– Pensei que quisesse sair daqui – Bobbi comentou, estranhando aquela reação.

– E quero, mas não para ir a outro covil do mal – resmungou num ar mal-humorado que chegava a ser cômico.

Como era um inglês muito cavalheiro, tomou à frente da sua amada, subindo a escada e abrindo a escotilha. Uma luz forte logo os atingiu, tiveram que manter os olhos fechados por alguns instantes, para só então irem, pouco a pouco, se acostumando com a claridade.

Mantiveram-se em silêncio e foram, um a um, saindo do túnel. Estavam num campo aberto, e a única coisa que tinham à frente era um prédio que parecia ter sido bombardeado. Correram para lá, até porque ficar tão desprotegido no meio do nada não era lá uma decisão muito coerente.

Tiveram que estreitar os olhos para conseguirem enxergar o complexo do qual haviam saído, realmente tinham andado um pouco.

– Phil C. ? – Hunter chamou o líder, mas não recebeu nenhuma resposta – Merda, ele não responde – resmungou, cerrando os olhos e encostando-se numa das paredes do prédio, espiando cautelosamente o que havia dentro.

– Só eu estou sentindo que é aí onde estão os Inumanos da Geladeira ? – Tripp quebrara o silêncio instaurado.

– Não acho que reforços virão, mates – Hunter elucidou, num ar meio apreensivo.

Todos se entreolharam.

– Eles estão no subsolo – Miles falou, mostrando-os o tablet – Precisamos de uma senha para passar pela porta, por isso fomos largados aqui, mesmo se alguém encontrasse o túnel, não conseguiria entrar lá – declarou, fazendo o humor dos presentes ainda mais depressivo.

– Não parece ter câmeras – Bobbi frisou.

– Super humano assassinos – Hunter sussurrou, tendo todos a ignorá-lo.

– Não aqui fora, mas lá embaixo é um verdadeiro forte, olhe as estruturas, as salas ... – ia ditando as estruturas, mas tinha que admitir o que viam através do infravermelho não era nada animador.

– E super humanos assassinos – Hunter mais uma vez deixou clara sua opinião e novamente foi ignorado.

– Eu consigo ver a senha – Maya se pronunciou, com um sorrisinho confiante sobre os lábios.

– Por que eu não estou surpreso com isso ?! – Hunter sussurrou na direção de Barbara que apenas riu, levantando-se e correndo até o interior do prédio.

– Maldição, ninguém nunca me dá ouvidos! – o inglês resmungou mais uma vez antes de segui-la.

Ninguém daria nada por aquele lugar o olhando de fora, mas quando chegavam mais próximo podiam notar que ele foi projetado justamente para ter aquele ar abandonado. Desceram uma escada em espiral, sempre com armas em punhos e tiveram que forçar as visões para enxergarem algo, a escada de ferro rangia a cada novo esforço e já estava virando rotina as coisas tenderem a despencar quando o grupo estava sobre ou sob elas.

Chegaram até uma porta metálica, capaz de conter uma bomba nuclear a julgar pela espessura, e rapidamente Maya tomou à dianteira, ela podia ver o passado de qualquer objeto apenas em tocá-lo, e em segundos já tinham adentrando o lugar. Um longo corredor branco e de luzes fortes nauseantes fora a recepção. Ainda se acostumavam com a claridade quando um dos Inumanos da Geladeira se jogou contra a porta da sua cela, batendo os punhos na porta, num ar bestial. Todos se sobressaltaram, com os corações a pularem uma batida para só então acelerarem como loucos.

– Fiquem próximos – Tripp alertou, enquanto continuavam a dar passos lentos pelo corredor.

– Gente – Trevor chamou, num tom assustado, mas nem precisava ter chamado à atenção de ninguém. Todos os demais já viam ao que o garoto se referia; três malditos Inumanos se aproximavam, cada um havia saído de um corredor diferente e para azar daquele grupo, eles estavam bem na interseção; não havia para onde correr sem antes esbarrarem num dos seus novos amigos.

– Para que esperar reforços ? – novamente Hunter “brincou”, com amargura.

Live fast and die young – Bobbi o respondeu com um quê de diversão.

– Você ainda vai me matar, Harpia – o inglês finalizou aquela conversa, antes de ir lidar com seu adversário. Contava com Tripp e Trevor de “back-up”.

SKYE

Tudo se passou em câmera lenta, mas diferentemente do que as pessoas dizem sua vida não passou diante dos seus olhos, a iminência da morte te faz focar naquilo que você mais ama, e o que Skye tinha em mente no exato momento era Miles. Sentiu o impacto da bala, mas por algum motivo ela não a matou, apenas atingiu sua clavícula, a dor excruciante já era uma velha conhecida, levou a mão para o local por puro reflexo, mas foi impossível não focar na cena que se passava a sua frente; Coulson pulara sobre John, derrubando-o no chão e fazendo o projétil desviar do seu destino pretendido (coração), o homem parecia descontar a raiva de muitos anos e talvez o fizesse mesmo, pois imobilizara Garrett no chão, embora rapidamente tenham começado a se engalfinhar pela superfície, Katherine acabou com aquilo sem fazer nenhuma cerimônia. Sem remorso, sem medo do que o futuro a reservaria, olhou nos olhos de John Garrett uma última vez.

– Vai para o inferno – sussurrou antes de esvaziar um pente inteiro na cara do homem, a menos que ele tivesse cérebro metálico também, com certeza ele morreria e, de fato, ele parou de se mover, Coulson ainda tinha um pouco dos miolos dele na cara, mas nenhum dos dois se importou com isso pois logo estavam ajoelhados ao lado de Skye, enquanto Mike comprimia o ferimento e Jiaying tentava reparar os demais.

A visão, apesar de turva, focou-se em Coulson e era possível ver que o homem estava preocupado com algo além do seu bem-estar, forçou um sorriso, limpando um sangramento com o dorso da mão – Ela foi por ali – sibilou fracamente e apontou com os olhos a direção que ele deveria tomar.

– Vamos levá-la para o avião – Mike declarou, já pegando a jovem no colo, segurava-a com a facilidade que seguraria uma boneca de pano. O calor que ele emanou foi um convite para que fechasse os olhos e foi exatamente o que fez.

HUNTER

– Eles estão vindo, Hunter! – Barbara gritou, notando que eles tinham mais companhia, como se aqueles dois já não fossem ruins o bastante.

Hunter até que conseguira derrubar o Inumano de características animalescas que a única habilidade era ser bem assustador, mas os outros dois se provaram grandes problemas; um tinha tentáculos ou cipós (ninguém passou muito tempo avaliando) e estava bem interessado em estrangular algumas pessoas, Tripp e Trevor tentavam atrasá-lo, atirando contra ele, que se escondia para fugir dos tiros, para em seguida voltar a segui-los. Barbara e Hunter lidavam com uma mulher que mais parecia um gato tirado do caldeirão do inferno, provando que ela realmente tinha sete vidas, Bobbi já estava toda arranhada devido às investidas da Inumana, que corria, subia paredes (no melhor estilo Samara), aparentemente a única coisa que a mulher-gata-demoníaca não fazia era morrer.

Miles ajudava Maya, guiando-a pelo corredor livre, até avistar a alguns metros de si mais três Inumanos, Reed abrira todas as celas e agora queria mais era ver o circo pegar fogo.

– Não dá para continuar – o rapaz falou, tateando a pistola que pegara de Oliver quando esse veio a falecer (cortesia do cipó ou tentáculos) apontou na direção dos três Inumanos que vinham em sua direção e disparou, até a arma fazer um barulho de que necessitava de mais cartucho, a jogou para o lado de forma irritada. Novamente, toda a equipe estava encurralada. Os Inumanos olhavam para o grupo como se fossem a próxima refeição.

Ficaram um de costas para o outro, as respirações entrecortadas. Lance tateou a mão de Barbara, envolvendo-a entre a sua, para ele, aquela despedida teria que bastar e novamente uma onde de tiros e poderes estranhos (cipós, mulher voadora, olhinhos mortais,algumas cartas de poker assassinas), irradiou pelo lugar, literalmente, um pouco de tudo, inclusive bolas vermelhas, mas elas não atingiam os assustados agentes e sim os vilões.

– Wanda! – Trevor exclamou, realmente feliz em vê-la.

Barbara, Lance, Tripp e Miles não reclamaram e meio que apreciaram a ajuda, a garota parecia o anjo da morte, pois bastou pôr o pé no recinto para pessoas começarem à morrer, com alguns membros a menos. A cara dela era uma máscara imparcial, fria e por um segundo, a equipe achou que ela também iria matá-los, mas não, ela passou reto por todos e caminhou calmamente até os três Inumanos que estavam ameaçando Miles e Maya, eles pareciam temerosos em enfrentá-la, e com razão, pois ela lançou seu devastador poder na direção deles, envolvendo-os numa névoa vermelha para que no instante seguinte não houvesse mais nada. Ela continuou caminhando, enquanto todo o grupo apenas observava a ruiva seguir seu destino, como se nem os tivesse visto ali.

– É, a Geladeira ficará vazia por um tempo – Hunter declarou, observando cerca de quinze corpos caídos, alguns estavam difíceis até de serem identificados.

– Nós temos que ver o resto, isso não pode ser tudo - Barbara falou, fazendo todos a encararem como se ela tivesse perdido o juízo em outra dimensão.

– Você está maluca ? – Hunter murmurou na direção da loira.

Era possível ouvir o choro baixo de Maya sobre o corpo de Oliver, enquanto Trevor apenas passava os braços em torno do ombro da amiga.

– Nosso trabalho não terminou – decretou com veemência e novamente saiu à frente do grupo, sem se importar se seria seguida ou não. Miles e Hunter a seguiram, um por curiosidade, outro por amor. Tripp decidiu ficar com Oliver, Maya e Trevor, iria ajudá-los a voltar para o complexo.

WANDA

Tudo aquilo parecia um interminável pesadelo para a jovem ruiva. Seus passos foram mecânicos quando adentrou naquele corredor; deixou May num local seguro e se dirigiu até o prédio onde seu irmão era mantido refém.

Sua mente estava confusa e tudo não passava de vultos, definitivamente não fazia ideia de como conseguira achar o prédio novamente, muito menos como pudera derrubar todos aqueles Inumanos, mas não se importou com isso. As mãos ainda tinham o sangue de Raina, mas os olhos já não exibiam a fúria de outrora, parecia em alguma espécie de transe.

Relembrava de Lincoln e todo seu corpo era acometido por uma dor que a rasgava internamente, expunha todas suas feridas mais profundas, mas não deixou a dor a consumir e prosseguiu; iria salvar Pietro e acertar suas contas com Reed, faria o desgraçado sentir pelo menos 1% da dor que ela sentia.

– Pietro – sussurrava o nome dele em uma prece, como se daquela forma se convencesse de que ainda estava em sã consciência.

E quando constatava que ele não estava naquela cela, passava para a próxima, repetindo a prece e olhando de forma esperançosa para dentro.

Mais celas foram abertas, mas os Inumanos dentro dessas pareciam perturbados demais para saberem com quem deveriam lutar e duelavam entre si, matando-se como animais ... Sua mãe já a dissera que algumas vezes, uma transformação muito abrupta leva a pessoa a loucura, aquele era um bom exemplo disso. Tirou os que se atreveram a atravessar seu caminho e continuou, sem se importar com aqueles pobres condenados.

– Procurado por algo, Wanda – a voz de Reed soou as suas costas, não se virou, sabia que encará-lo seria sua perdição, o homem tinha a capacidade de entrar na sua mente, te forçar a fazer coisas que você não desejava, embora que para uma total dominação eram necessárias algumas “sessões”.

– Sabe Reed, eu adorei cada momento em que eu soquei a cara dela, senti o crânio dela afundar sob meu punho, o sangue espirrando, ela perdendo a consciência, o último suspiro ... Ela sofreu tanto ... – dizia aquilo, ainda de costas, de forma baixa e mais sádica quando possível.

O homem manteve-se em silêncio e pela forma que ele segurou a respiração, foi possível notar o quão abalado ele estava, podia senti-lo enrijecer cada músculo do corpo. Foi impossível não sorrir, mesmo que minimamente.

– Mas sabe o melhor ?! Eu prometo, você sofrerá bem mais – afirmou e abaixou-se rapidamente, arremessando diversas bolas na direção dele, como previsto, uma o acertou, fazendo-o cair no chão. Afinal, a última intenção de Wanda era matá-lo imediatamente, não, isso seria muito fácil.

Correu na direção dele e o forçou a manter o rosto colado no chão, lágrimas queimavam-lhe as bochechas ao vê-lo daquela forma; considerara aquele homem seu pai, fizera para ele cartões carinhosos, andara em suas costas, se aninhou em seus braços durante seus pesadelos, doía admitir que o amava, mesmo que tudo fosse uma mentira para ele, para ela foi real. Afrouxou o aperto que o mantinha preso, pois já soluçava a essa altura. Ajoelhou-se no chão, cobrindo o rosto com as mãos e sufocando um grito na garganta.

– Vá embora! – ordenou soluçando compulsivamente.

Reed ficou imóvel por um momento, apenas ouvindo o choro copioso da filha e no instante seguinte estava sentado diante dela, apenas encarando-a, sem acreditar muito naquela situação.

– Eu queria um mundo melhor para todos nós – sussurrou, num ar infeliz e só então levantou-se, deixando para trás uma chorosa Wanda, que parecia estar se punindo por ter sido tão fraca, por não ter tido coragem de dar cabo a vida daquele homem medíocre ... Mas se matar Raina a ensinou algo foi que a dor continua a mesma, Lincoln continuará morto e ela continuará quebrada.

Não olhou para trás e não fazia ideia da onde ele havia se metido, só desejava nunca mais vê-lo.

– Pietro – choramingou baixinho, deitando-se no chão em posição fetal, enfim entregando-se a dor brutal que se apoderou de cada célula do seu corpo.

HUNTER

Passavam por outra ala, repleta de Inumanos malucos tentando se matar, tentaram passar despercebidos no meio daquela confusão e o maior desafio era desviar de algumas agulhas assassinas, um homem pedra gigante e um assassino do punho flamejante, ninguém ali pretendia descobrir como seria levar um soco daquela mínima mãozinha.

– Cuidado, passando! – alguém gritou e o trio rapidamente abriu passagem, mesmo que apontassem a arma para o indivíduo em questão, que em questões de milésimos havia derrubado todos os Inumanos, o garoto era um maldito raio.

Quando ele enfim parou, Hunter e Harpia ainda apontavam a arma na direção dele, que tinha os cabelos louros desgrenhados, mas os olhos eram idênticos aos da garota misteriosa de mais cedo.

– Sem necessidade disso, eu sou um dos mocinhos – Pietro falou num ar jovial.

– Claro, todos esses caras também – Hunter replicou, mencionando os Inumanos caídos ao redor deles.

Bobbi parecia dividida, aquele menino era obviamente muito jovem para ser um assassino condenado à Geladeira – Ele é muito novo, Hunter – sussurrou no ouvido do moreno e ele teve que concordar.

– Você parece com uma garota que cruzou nosso caminho – Miles avaliou, sempre teve problemas em manter a boca fechada, mas nesse momento, sua indiscrição veio a calhar.

– Ruiva ? 1,70 m ? – o louro questionou num ar esperançoso e seus olhos eram suplicantes.

O trio concordou e no segundo seguinte não havia mais Pietro, o louro saíra em disparada, quase derrubando o grupo durante o processo.

– Isso nunca vai parar de ficar estranho – Miles comentou, enquanto Hunter e Barbara iam até os Inumanos inconscientes, levando-os de volta as suas celas e selando as portas. Uma equipe de contenção teria que lidar com aquilo.

PHIL

– May ?! – Coulson correu pelo corredor gritando o nome da asiática, sem receber nenhuma resposta em retorno. O coração batia descompensado no peito, a mínima possibilidade de perdê-la era sufocante, como se respirar se tornasse impossível – LINDA! – gritou mais alto, olhando para o enorme hangar.

– Phil ? – foi possível ouvir uma resposta baixa vindo de algum lugar.

Se guiou pela voz e enfim a encontrou, sentada no chão e encoberta pela sombra de um dos ultraleves. A abraçou por puro impulso. Melinda May já tivera dias melhores, mas para Coulson, ela estava perfeita por um único motivo; estava viva.

A tomou no colo de forma carinhosa, levando sua baixinha para um lugar seguro.

– Skye ? – foi a primeira pergunta que a asiática fez, recebendo um sorriso como resposta.

– Ela ficará bem – o homem a respondeu. Dizer aquilo em voz alta o fez sentir um enorme alívio ... Ela ficará bem, e ele faria o possível para ser parte dessa melhora.

– O novo pai do pedaço – a chinesa brincou e deu um sorriso fraco, fazendo um filete de sangue escorrer pelo canto da sua boca. Coulson, ao ver aquilo, apressou os passos, alterando a cara descontraída para uma de preocupação. Ergueu a blusa da chinesa um pouco e como suspeitava, lá estava o enorme arroxeado/vermelho no abdômen da mulher.

– Você ficará bem – ele a garantiu, seu tom vacilou um pouco e foi impossível não derrubar uma lágrima sobre sua amada.

– Você está chorando, Phil – a morena observou, a voz não passava de um sussurro e foi difícil para o homem escutá-la.

A comprimiu mais contra o próprio corpo, num ar protetor - Eu te amo, Linda - ele a respondeu, beijando-a o topo da cabeça, enquanto forçava-se a correr o mais rápido que podia.


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Notas finais do capítulo

O duo: Caleb Ruminer - Pietro e Sophie Turner - Wanda.
Vish ... Até eu fiquei tensa nesse .qq



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