The Best Republic escrita por Gih


Capítulo 5
Terrible Party!! - Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Gente não postei no dia seguinte, mas postei na mesma semana, então ainda vale. Capítulo um pouquinho tenso



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Brooke estaciona o carro em uma rua que já está lotada pelos mesmos. Pessoas bêbadas se espalham por vários lugares e vão aos trôpegos em direção aos seus carros, fazer sabe-se lá o quê. O incrível mesmo é que paramos muito longe. Para se ter uma noção, nem da para ver o gramado da frente e a rua já está lotada. Quando chegamos à frente da casa, depois de uma longa caminhada e o monte de pessoas esbarrando em meu braço, costas e etc. Sem falar que essa caminhada me cansou,  mas isso deve ser pelo fato de eu estar fugindo da aula de educação física.

— Ainda bem que você me vestiu igual a uma mulher de prostíbulo comportada, porque essas meninas estão indecentes! – Digo observando uma menina que esta com uma calcinha jeans passando com um menino ao meu lado. – No caso, elas são as putas. – Afirmo olhando outra menina e um cara se pegando dentro do carro.

— Eu disse que tenho estilo Teddy! – Diz ela calmamente passando os cabelos de um lado para o outro, como se estivesse nervosa

— Que tipo de estilo é o seu? – Pergunto – Mulher de prostíbulo comportada? – Digo ironicamente.

— Vai se ferrar, Teddy – Afirma ela olhando para o chão, passando as mãos pelo vestido e estalando o pescoço. Esses são simples sinais de nervosismo que na faculdade somos obrigados a analisar

— Ei! – Digo chamando a atenção dela – Você está linda, não se preocupe. Se eu gostasse de mulheres juro que eu te pegava – Solto essa bomba para animá-la, sei que consigo esse efeito, pois a risada que vem em seguida chama a atenção de todas as pessoas ao redor.

Quando chegamos à frente da casa penso em correr de volta para dentro do carro da Brooke, um lugar mais seguro comparado a essa selva. O lugar parece ter gente de tudo quanto é lugar. Tem gente que eu duvido que seja da faculdade, têm várias pessoas embebedando-se, pessoas caídas no chão, têm papel higiênico (espero, realmente que esteja limpo) espalhado pelo jardim ou preso no telhado, têm gente fumando, tem gente se agarrando, em fim, tudo que você imaginar de ruim e perigoso tinha naquele jardim. Estou pronta para dar meia volta quando uma mão me agarra.

— Vamos entrar? – Pergunta a Brooke me olhando de forma pidona, parecendo um cachorro que caiu da mudança. Olho ao nosso redor e olho para ela novamente.

— Você já olhou ao nosso redor, aquela casa deve ser o antro do sexo, nem quero imaginar o que as pessoas estejam fazendo no meu quarto, espero, sinceramente que o Luke tenha trancado o quarto se não vou ter que trocar o colchão! – Digo me arrepiando só de pensar no que poderiam estar fazendo – Desculpa Brooke – Digo vendo o muxoxo que está em seus lábios

— Mas e a ameaça? – Pergunta ela tentando me fazer mudar de idéia na hora. A ameaça. Eu tenho que fazer alguém da república me ver pelo menos o Luke. Se eu não aparecesse, provavelmente na próxima semana seria a minha sepultura. Eu quero morrer com estilo, não por um bando de bêbados que amam festas e piranhas. Não por esses cafetões. Nem Luke salva mais, ele está todo gostoso agora. O que uma academia não faz com as pessoas bonitas e lindas por dentro.

— Ok – Digo afinal quem está correndo perigo de vida sou eu. Ela só está aqui para curtir. Não vou estragar a festa dela pedindo para ir embora agora que acabamos chegar. Ela sorri e bate palmas, do jeito animado dela de sempre – Mas... – Ela para de comemorar na hora e se vira para mim. Isso me faz abrir um sorriso – A gente vai ir embora cedo, ok? – Afirmo. Só espero que a concepção de cedo entre nós duas seja a mesma.

— Fechado – Ela diz pegando a minha mão e me puxando em direção a porta da casa. A cada passo que dávamos a música ficava mais nítida e a quantidade de pessoas ia aumentando exponencialmente.  Tudo fica escuro e depois luzes neon estão iluminam a população da China que se encontra em um mesmo espaço: a sala.

Quando uma quantidade de pessoas considerável ficou entre nós dançando, começo a parar de sentir o aperto da mão da Brooke. Começo a ficar na ponta dos saltos para tentar a achar, mas mesmo na ponta deles, não vejo nem ao menos a sua cabeleira. Começo a ir em direção a cozinha. Ela deve ter ido buscar um copo de alguma coisa. Quando vou para lá as pessoas ficam esbarrando em mim, umas dançando e outras se agarrando na minha frente mesmo. Desvio de várias pessoas e empurro uns caras que tentam me agarrar.

Chego depois da grande maratona que percorri. Nunca pensei que fosse tão difícil chegar à cozinha da sala, sendo que a casa tinha o conceito aberto. Vejo dois barris enormes que impediam as pessoas de passarem para a cozinha, várias pessoas se serviam de alguma bebida amarela e espumante, que eu tenho quase certeza de ser cerveja. Dentro daquele espaço tem dois caras fazendo misturas de bebidas e servindo as pessoas com drinks. Do lado esquerdo do balcão tinha duas latas de tinta neon, que brilhava quando a luz neon passava por ela, pessoas faziam fila para passar aquela merda na cara.

Apoio os cotovelos no balcão e me viro para o meio da sala onde virou uma pista improvisada. Vejo um cara da república se esfregando em uma menina. É a minha chance de poder ir embora agora, só preciso fazer com que ele me veja. Penso em mil possibilidades do que eu poderia fazer. Somente uma chamaria a atenção dele realmente, vejo o meu reflexo na janela e ajeito as coisas que estão fora do lugar.

—Quero dizer, me dá a coisa mais forte que você tem ai! – Grito me dirigindo ao cara que já tinha me perguntado antes o que eu queria e eu tinha dito que não queria nada. Viro-me, novamente olhando e pensando na merda que eu iria fazer.

—Tá aí! – Viro-me e dou de cara com o bar tender me servindo de um líquido de cor âmbar em um copinho e colocando um pedaço de limão em minhas mãos. Viro de uma vez e sinto a minha cabeça rodando e minha garganta queimando, chupo o limão em seguida.

— Mais um – Ele sorri e coloca mais um pouco no mesmo copo e me dá outro pedaço de limão. Viro tudo novamente e sinto a mesma coisa, mas a diferença é que eu não sinto muito agora.

— Vai com calma, garotinha – Diz uma voz atrás de mim. Essa voz é conhecida minha, mas deve ser o efeito da bebida, não tenho noção de quem está falando comigo, só sei que é homem. Viro-me para trás e parece que o mundo para.

O garoto está de bermuda branca, um cinto marrom, tênis pretos e blusa da mesma cor, mas parece que a simplicidade o deixa melhor. Os cabelos estão totalmente desarrumados, mas isso me faz querer cada vez mais passar a mão para ajeitar. Os olhos mais lindos e negros que eu já vi estão me olhando admirados? Não, não pode ser. A expressão dele muda rapidamente. Os olhos lindos que eu vi tornam-se duros e impenetráveis novamente, o maxilar que estava relaxado torna-se contraído.

— Porque adora analisar a expressão das pessoas e não deixa ninguém ver a sua? – Pergunto e me mato internamente. Que porra eu fiz? O que eu acabei de fazer?

— O que você está falando? – Ele pergunta e um arrepio chega a minha espinha.

— Nada – Digo virando-me para o bar novamente. Depois dessa merda, o jeito é fingir que eu já tinha tomado várias. Ele expulsa o garoto que esta ao meu lado e apóia os seus cotovelos da maneira que eu estou.

— Queria que parasse de fugir de mim – Diz ele alto o suficiente, olhando para frente

— Eu não fujo de você – Digo o olhando indignada.

— Serio? – Ele me olha de maneira ironia.

— Serio! – Digo o olhando. Estou tão nervosa por conta da acusação que nem se passa pela minha cabeça que ele é o cara mais gato da faculdade e que ele quer a MINHA atenção. Mas ele é o cara mais gato, mas o mais imperfeito ao mesmo tempo

— Então me diz por que todo o dia chega tarde em casa, sei os horários das aulas de direito, sei que você fica esperando  na biblioteca até dar a hora de todos estarem na cama? – Diz ele me olhando fixamente, desvio o olhar. O que ele está falando é a verdade, como ele sabe disso?

— Anda me espionando? – Pergunto tomada de coragem e não querendo admitir que ele estivesse certo.

— Talvez – Diz ele olhando para frente.

— Me vê o mais forte – Digo para o bar tender que estava atendendo, Trent pede a mesma coisa.

— Não respondeu a minha pergunta – Diz ele depois de virarmos e chuparmos os limões.

— Que saber? – Ele balança a cabeça positivamente – Eu conheço bem o seu tipo Trent! –Começo – Você ama ser o centro das atenções, dá as mesmas cantadas nas meninas que te aceitam numa boa por você ser “o cara” desse lugar. Sei que quando você pede algo aos seus responsáveis eles te dão sem ao menos perguntar o motivo, sei que seus amigos estão com você aqui e entendo que todos da faculdade sejam ou queiram ser seu amigo. – Olho bem nos olhos dele que continuam com a mesma característica, nem quando o ataco ele dá o braço a torcer – Mas sei que você é vazio por dentro, sei que falta alguma redenção para alguma merda que você fez, mas você não precisa fazer o objetivo de sua redenção ser ajudar a minha vida. Eu tenho problemas reais, minha família foi destruída, estou tentando reencontrar os meus pedaços. Não preciso de cara que acha ser “o legal” entre em minha vida, me ajude e vá embora. É isso o que as pessoas fazem comigo. Vão embora... - Termino e percebo uma lágrima escorrendo do meu rosto. Passo a mão no rosto grosseiramente. Ele fica parado, como se estivesse absorvendo cada palavra que eu disse. – Pronto. Respondi a merda da sua pergunta agora? – Pergunto

— Mais que isso – Diz ele que me deixa sozinha lá. Claro que sim. Claro que ele fugiria de mim. Depois de eu falar mais da minha vida do que eu falei para qualquer um... A que se dane. Pego o copo e me sirvo de cerveja e vou em direção ao meio das pessoas.

— Quero a atenção de todos – Diz um garoto que eu já vi andando pelos corredores da faculdade. Todos se viram em direção a ele que está parado em frente à TV de tela plana da sala. – Como sabemos nós somos reconhecidos pelos trotes, bem hoje teremos um, e acho que os garotos vão adorar. – Soltam um vídeo e vejo uma menina de cabelos ruivos se ensaboando, depois vêm várias imagens de montagem com o meu rosto nelas. Um holofote me ilumina. Os baldes de tinta neon caem em mim. As pessoas estão rindo, os meninos estão fazendo as típicas piadas. Olho ao redor. Encontro o Luke, ele está tão lindo, seus olhos são de pena. Circulo os olhos ao redor até que eu acho os olhos de Trent, diferente de todos os olhares, ele não está se divertindo, rindo ou me encarando com pena. Ele me encara com medo.

Viro-me e vou em direção a porta da casa. O vídeo continua passando e as pessoas por onde eu passo abrem caminho rindo e gozando da minha cara. O vestido da Brooke, o salto, tudo estragado. Engulo o meu choro, não vou dar o braço a torcer. Quando estou saindo do gramado da casa um braço me puxa.

— Escuta eu tentei, juro... – Tenta Trent, mas eu o interrompo.

— Parabéns, você conseguiu o que eu queria. Agora sou definitivamente da faculdade, sou definitivamente da sua bosta de república – Digo me virando e quando ele puxa o meu braço, eu saio do aperto.

—Teddy, me escuta – Ele pediu. Começo a andar no meio da rua, que não está movimentada, por ser da faculdade. – Para onde você vai? – Grita ele. Deve ter finalmente percebido que eu o odeio, definitivamente e que não responderia aquele tipo de pergunta.

— Para o mais longe possível de você – Grito de volta. Paro, levanto as minhas pernas em formato de quatro e tiro os meus saltos, ou melhor, os saltos que eu nunca vou poder dar a Brooke de novo. Penso que deixei a Brooke para trás, mas assim foi melhor.

Quando estou chego à avenida, sento na calçada. O choro que eu estive prendendo todo esse caminho cai como uma enxurrada. Choro por tudo, por mim, por minha família, por meus amigos, pela faculdade, pela África. Meu celular toca e eu desligo todas as ligações. Quando o meu momento passa atendo quem esta me ligando agora.

— Onde você está – Grita a pessoa do outro lado da linha. Tiro o celular da orelha e olho no identificador de chamada que é a Brooke.

— To indo da sua casa – Digo levantando-me e seguindo rumo a casa dela. Ou melhor, um metrô, a casa dela é longe para ir andando.

— Eu sai um pouco depois de você e não te encontrei – Diz Brooke. – Como você está vindo, de mula? – Pergunta ela e sorrio.

— Sabia que a probabilidade de eu ser assaltada com o celular na mão pé maior? – Pergunto chegando ao metrô – To entrando no metrô agora – Digo, devo um pouco de satisfação a menina, a final vou dormir na casa dela e eu saí de uma festa sem ela, a qual a gente tinha combinado de voltar juntas.

— Tudo bem, quando você estiver chegando avisa – Pede ela e ela realmente parecia irritada e preocupada. Sorrio com a possibilidade de ter alguém realmente se importando comigo. – Quer que eu vá te buscar? – Pergunta ela

— Não precisa, bjs – Digo me despedindo, ainda preciso de um tempo para mim. O que eu mais quero é me enfiar no buraco mais profundo da Terra. Parece que na rua todos viram um fantasma, quando na realidade só viram uma menina toda cheia de tinta e com saltos na mão. O metrô chega, um monte de gente sai e várias outras entram. Porque na minha vida as pessoas só saem, será que é para dar lugar a quem?

Arranjo um cadeira vazia no final do vagão, me sento e encosto a minha testa no vidro. Salto perto da casa dela. Penso em ligar, mas já é muito tarde para ela vir me buscar. Se eu fui burra e sai sem ela o problema quem tem que resolver é eu. Ando um bom pedaço e finalmente chego em frente a casa da Brooke, disco o número dela e ela atende em um dos primeiros toques.

— Cheguei só abrir a porta! – Digo e desligo, não estou a fim de escutar sermão por eu não ter esperado ela no metrô. Ela abre a porta e ela encontra-se toda desarrumada e com cara emburrada – Cara feia para mim é fome! – Falo o ditado mais antigo da face da terra, nada mais me vem à cabeça. Não a culpo, tem tantas coisas passando pela mesma...

— Teddy... – Começa, mas eu a paro.

— Vamos dormir, por favor. – Falo. Ela assente e subimos para o seu quarto. Entramos no mesmo, arrumamos as coisas, me arrumo e deito no chão improvisado de cama. Fecho os olhos e tudo vêm novamente a minha mente, forço-me a não pensar em nada, mas isso não adianta. Parece que isso é um pesadelo e que eu não consigo me livrar dele. Assim, o cansaço por ficar revivendo tudo isso me toma e eu acabo adormecendo ante mesmo da Brooke chegar na sua cama. Não preciso dizer que não dormi bem.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!! Gostaram da nova capa?? Fui eu quem fiz, vou tentar aperfeiçoar, mas até que eu gostei dessa e vcs?
Tudo de bom para vcs nessa semana, bjs gih



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