*Pov Edward

– Bella? – Chamei a procurando e a encontrei no sofá deitada em posição fetal. Me aproximei tocando seus cabelos e me assustei com a reação dela.

– Por quê está aqui? – Perguntou rudemente afastando minha mão.

– Como por quê? – Tentei me aproximar novamente, mas ela me impediu.

– Está se aproveitando do momento...

– Como é? – Minha paciência chegou ao limite. – Que tipo de homem você acha que eu sou? – Comecei a ser rude também. – Não desconte isso em mim, eu nem estava lá.

– Não estava por quê? Ficou com medo de ir? – Me encarou com deboche.

– Irei contar, sem problemas... – Respirei fundo tentando recuperar a calma e apontei para o meu rosto. – Isso aqui, foi o que eu ganhei tentando ajudar todos. Talvez eu não esteja cego desse olho, mas não se preocupe que até esse momento seu noivo estava intacto. – Respondi extremante irritado e ela abaixou os olhou constrangida. – Desculpe, eu deveria ter ido sem enxergar mesmo e era pra ter ido no lugar dele. – Raiva era a única coisa que eu sentia no momento, muita raiva.

– Eu... – Ela tentou começar a falar, mas a cortei.

– Você acha que eu torcia pra ele morrer para que enfim eu pudesse ficar com você? – Perguntei incrédulo. – Você não me conhece! – Eu já nem me preocupava em tentar me acalmar mais. - Quantas pessoas morreram por um erro de vocês, o que ele criou o matou. Então não venha com seu choro e drama pra mim, estou cansado disso... – Ela me encarava assustada. – Estou cansado disso tudo, já tenho problema demais. Passei por muitas coisas que pareciam ser o fim e estou vivo me fodendo novamente.

Ela me abraçou chorando desesperadamente, fiquei olhando seu corpo colado no meu sem reação. Ela soluçava alto e seu corpo inteiro tremia.

– Me desculpe, eu fui uma idiota. Não quis falar aquilo...

– Eu sei, sou o seu saco de pancadas. – Falei tentando me afastar dela, mas ela colava o corpo mais em mim. – Me culpe porque não pude ser babá do seu noivo.

– Não é isso, eu não estou pensando direito. – Levantou a cabeça e me encarou aturdida. – Me perdoe...

– Irei deixar você sozinha, será melhor pros dois. – Tentei afasta-la novamente. – Me solta, Bella.

– Não, por favor. Fique comigo aqui, preciso de você.

– Acho melhor você descontar sua frustação de outra forma. Grita ou quebra tudo, você que sabe. – Respondi friamente. – Vou ficar com os meus filhos, é a melhor coisa que faço.

A empurrei com um pouco mais de força e a olhei. Seu cabelo estava bagunçado, seu rosto inchado e vermelho pelo choro.

– Por favor... – Me olhou suplicante.

– Vim aqui foi uma péssima ideia, Tanya tinha razão. – Quando terminei de falar seu olhar mudou para raiva.

– O quê ela falou? – Ela falava andando de um lado para o outro, parecia está descontrolada. – O QUÊ A VADIA FALOU? – Gritou aproximando-se.

– Não grite e não fale assim de Tanya. – Aumentei um pouco a voz irritado. – Não deveria ter vindo, tinha que ter deixado você chorando sozinha pelo seu querido noivo. – Seu corpo inteiro tremia de raiva. – Eu deveria ficar com Tanya logo de uma vez... – Ela me interrompeu com um tapa no rosto, coloquei a mão onde ela tinha batido e a encarei perplexo.

– De-desculpe... – Ela falou com a mão na boca. – Eu não queria... Eu... – Lancei um olhar frio em sua direção, caminhei irritado até a porta e dessa vez ela não me impediu.

Quando abri a porta vi Emmett e Rose se olhando assustados, provavelmente estavam ouvindo atrás da porta. Lancei um olhar de censura e fui até meu quarto, entrei irritado batendo a porta. Tudo o que eu senti era raiva de mim mesmo, raiva por ser tão idiota, de ficar igual a um cachorro aos seus pés e ela me tratar como um nada.

Minha vontade era sair por aí, como eu fazia quando brigávamos. Tentar esquecer tudo o que passei nesses últimos meses, esquecer o que sinto. Só não fazia isso por causa de Nessie e Tony. Não queria deixa-los preocupados, mas também não queria ficar aqui, senti como se fosse explodir a qualquer momento. Resolvi por fim tomar banho e ir dormir.

Quando acordei era quatro horas da manhã, provavelmente ninguém estava acordado. Fiz minha higiene matinal e desci para o desjejum. Realmente não tinha ninguém acordado, quando terminei resolvi dá uma olhada nos robôs que restaram. Entrei no caminhão, fiz manutenção em alguns e pequenos reparos em outros. Ocupei minha cabeça com os robôs e nem vi as horas passarem.

– Edward? – Olhei para trás e vi Tanya me encarando perto da porta traseira. – Estava conversando com Angela sobre o seu olho, pensamos em examina-lo hoje.

– Tudo bem... – Dei de ombros. – Até que me acostumei com o tapa-olho, mas não diga isso a Rose. – Ela riu e eu abri um meio sorriso.

– Não se preocupe, poderoso Odin...

– Ahh, por favor... – Abaixei a cabeça rindo. – Você também não.

– Você parece um pouco perturbado... – Ela comentou cautelosa.

– Me sinto sufocado aqui... – Respondi com uma careta. – Preciso de uma bebida, algo forte.

– Sei como é, queria esquecer um pouco de tudo. Deixar nem que seja por algumas horas minha mente livre, tento dormir pra esquecer, mas até sonho com isso. – Suspirou encarando o nada.

– Exatamente... – Me senti feliz por ser compreendido. – Queria espairecer um pouco, mas não posso sair.

– Podemos voltar logo... – Ela falou como se pensasse em lago. – Podemos ir de madrugada, ninguém verá. - Apesar de saber que não era certo, eu queria sair um pouco. Iria enlouquecer se ficasse ali.. – Podemos procurar um bar, pegar sua bebida e voltar, sua única preocupação será qual bebida irá escolher.

– Tudo bem, voltaremos rápido. – Concordei por fim. – Voltamos antes de amanhecer.

Passei o resto do dia com Nessie, Tony e Tanya. Bella apareceu poucas vezes e em todas elas tentou falar comigo, mas eu a evitava. Dava pra ver a expressão de raiva sempre que olhava para Tanya, que a ignorava.

Passei o resto do dia com Nessie, Tony e Tanya. Bella apareceu poucas vezes e em todas elas tentou falar comigo, mas eu a evitava. Dava pra ver a expressão de raiva sempre que olhava para Tanya, que a ignorava.

Até que chegou a noite, chamei Tanya para o jardim e marcamos exatamente o que faríamos. Quando vimos que todos foram dormir saímos da casa, peguei uma moto que tinha visto na garagem e a arrastei até fora dos portões da mansão. Não tinha nenhum robô perto da mansão, então passamos despercebidos.

– Para onde iremos? Não conheço nada aqui. – Perguntei para Tanya que estava na garupa.

– Tem um pequeno hotel, sempre íamos nele, meu pai e meu irmão adoravam o bar... – Tanya foi me indicando o caminho e por incrível que pareça não encontramos nenhum robô. Meia hora depois chegamos ao tal hotel.

– Lugar legal... – Olhei para a fachada do hotel, ele não era luxuoso, mas parecia confortável.

– Vamos entrar. – Parei a moto perto da entrada onde já tinha um carro estacionado. Quando passei pelo carro só por curiosidade coloquei a mão no capô e me surpreendi quando o senti quente. Puxei o braço de Tanya que estava quase na entrada.

– Vamos embora... – Ela já iria contestar. – Agora!

– Por quê tanta pressa? Chegaram agora! - Escutei uma voz atrás de nós e ouvi alguém engatilhar uma arma.