– Droga de dia! – Resmunguei pela décima vez no dia. Fazia horas que eu estava consertando esses malditos robôs.

– Para de reclamar Edward, seu dia de trabalho já esta acabando. Já eu vou fazer um extra, estou precisando de dinheiro! – Emm disse impaciente. Realmente ele esta trabalhando muito para pagar o casamento dele com Rose, que aconteceria no final do ano.

Emmett Cullen além de meu irmão é meu melhore amigo. Resolvemos fazer a mesma faculdade e trabalhamos na mesma empresa, ele é noivo de Rosalie Hale.

– Eu sei. É que ainda tem as crianças que ficarão o final de semana comigo. – Comentei animado. Fazia muito tempo que eles não ficavam na minha casa, e só os via um dia a cada duas semanas e mesmo assim era só pelo período da tarde. Na verdade já faz quatro meses que não fico com eles.

–Que bom, adoraria vê-los. Faz muito tempo que não brinco com eles. – Fez uma expressão nostálgica. Emm era louco por crianças, na verdade ele era outra criança.

–Quem sabe a Bella os deixe passar mais tempo comigo. – Falei já saindo da minha posição e me dirigindo aos armários para pegar minhas coisas e finalmente ir para casa. – Tchau Emm, vejo você na segunda-feira.

– Tchau Edd, fala para as crianças que estou com saudades.

– Ok, toma cuidado para não se machucar seu tapado. E manda um beijo para Rose. – Sai rindo, enquanto ele me mostrava o dedo do meio. Mês passado ele torceu o pé fingindo dançar com um robô. Já estava saindo do setor onde eu trabalhava para ir até a garagem.

– Hey Edward – Gritou James o supervisor.

– Fala James – Falei sem diminuir os passos.

– Por favor, faz um extra hoje. Estamos atolados de trabalho aqui, hoje tem mais que o normal. – Pediu desesperado.

– Não posso, meus filhos irão passar o final de semana comigo, eles já devem estar chegando. -Olhei para o relógio. – Droga, já estou atrasado. Até segunda. – Sai praticamente correndo pelo corredor, sem esperar uma resposta dele.

Peguei o carro e finalmente fui em direção à minha casa. Vários robôs transitavam nas ruas, cada um fazendo sua função. Parei o carro quando um apareceu no meio da pista com uma placa escrita pare, ele estava ajudando algumas crianças a atravessar a rua. Quando cheguei à minha rua vejo o carro importado do Marcus Volture, filho do dono das indústrias Volture Robotic e noivo da Bella estacionado na frente da minha casa.

– Droga, droga. – Praguejei estacionando atrás dele. A Bella deve estar querendo comer meu fígado.

– Está atrasado. – Não disse. Bella falou com raiva.

–Opa, calma aí, boa tarde pra você também. – Sai do carro com um sorriso e observando como ela ficava linda irritada. – Cadê os meus filhos?

–Oi pai. – Disse Nessie atrás de mim, com um meio sorriso. Abri um sorriso enorme.

–Olha só se não é a menina mais linda do mundo. – E a puxei para um abraço, tirando-a do chão e girando ela no ar. – Nossa para uma garotinha de oito anos você está bem pesada. – Ela me encarou estreitando os olhos, mas deu um sorriso.

–Para pai... Estou ficando tonta!

– Tá, desculpa – Dei um sorriso amarelo. – E o Tony cadê? – Perguntei para a Bella .

– Está no carro, ele não quer ficar com você. – Ela avisou com um grande sorriso de deboche no rosto.

– O que? Mas por quê? – Falei ofendido, Bella me encarou levantou uma sobrancelha. Ignorei e virei para o Tony. – Hey campeão. Vem aqui falar com o seu pai. – Ele olhou para mim e virou o rosto. – Ok, sua educação é ótima.

– Oi Edward – Cumprimentou Marcus, com a mesma expressão de tédio de sempre.

– Oi Marcus, Carro legal. – Olhei para a cara de idiota dele.

– Pois é. – Virou para o Anthony e disse. – É por pouco tempo, só um final de semana. – Marcus falou tentando conformá-lo, quase arrebentei a cara dele. Anthony respirou fundo e saiu do carro.

– Oi Edward. – Falou indo para o lado da irmã.

– Edward? – Perguntei olhando para ele. – Pra você é pai. – Ele deu de ombro, como um garoto de onze anos pode ser tão difícil? – Ok, vamos entrando. – Já desistindo de tentar um dialogo, peguei as malas e fui abrir a porta. Eles entraram e a Bella veio junto.

– Hey, o que você esta fazendo? – Questionei quando ela foi até a cozinha.

– Tenho que ver a situação dos meus filhos! – Disse abrindo a porta do armário e da geladeira.

– Que invasão, para de mexer aí. – Falei revoltado. Ela me ignorou e continuou a vasculhar a cozinha.

– O que você come Edward? – Perguntou depois de ver tudo vazio. – Você faz o que fotossíntese? Não tem nada, você sabia que eles estariam aqui hoje e não fez compras. – Acusou irritada.

– Hey, Calma ok? Não se preocupe, eles irão ficar bem! – Afirmei tentando convencê-la. – Eu prometo. – Fui chegando perto dela, que se afastou praticamente correndo.

– Acho bom mesmo, eles são seus filhos também.

– Você poderia falar isso para o Anthony, acho que ele não sabe. – Ironizei chateado. Ela olhou pra mim e revirou os olhos.

– Ele está magoado, ok? De um tempo para ele. – Falou subindo as escadas e indo em direção ao quartos. – Eles irão dormir no mesmo quarto? Eles já são bem grandinhos para dividir o quarto e sem falar que são do sexo oposto. – Reclamou me olhando incrédula.

– É o que temos no momento – Já estava perdendo a paciência.

– Tudo bem. – Suspirou cansada e virou para eles. – Quero o meu abraço. - Pediu abrindo os braços e eles foram até ela.

– É, abracem-na para ela ir embora logo – Falei piscando o olho pra ela, que me fuzilou com os olhos e murmurou um idiota baixinho.

– Eu amo vocês. E não se preocupem, o papai vai cuidar muito bem de vocês, se ele não cuidar... Eu mato ele. – Devolvendo a piscadela, com um sorriso doce.

– Você não deveria me ameaçar na frente deles, isso pode traumatizá-los.

– Se com um pai como você eles não estão, isso é bobagem! – Falou rindo.

– Ok, já teve ofensas demais por um dia. – Falei empurrando-a para fora do quarto, ainda sentia o formigamento ao tocar nela. – E vocês... - Apontei para as crianças. – Sem bagunçar nada.

– Desculpa pai, mas já está bagunçado. – Falou Nessie rindo.

– É Edward, acho que nem eu consigo fazer essa bagunça. – Concordou Tony rindo.

– Como é? – Olhei para eles. – Isso é um complô contra mim. – Falei horrorizado. E todos ficaram rindo. Fechei a porta do quarto com a Bella ainda rindo de mim, a encarei serio.

– Ok, parei. – Falou respirando fundo. E foi descendo as escadas e indo em direção à porta – Você já sabe qualquer coisa pode ligar!

– Eu sei. Não se preocupe. Nada vai acontecer a eles. – Prometi com um sorriso torto.

– Acho que a única razão da sua casa não ser pior, é o robô! – Disse olhando para a Macarena parada do outro lado da sala.

– A Macarena é minha salvação! – Mandei um beijo para a Macarena. É o único robô que tenho em casa.

– Macarena? É uma “mulher”? – Falou rindo. E ainda olhando para a Macarena.

– O que? Você queria que fosse “homem”? – Disse ultrajado. – Ela é quase minha esposa.

– Humm... Sua esposa? – Ela me olhou com um sorriso malicioso.

– Eu disse quase... – Olhei feio pra ela. Ficamos nos olhando por um tempo até que escutamos o som de uma buzina.

Ela já ia abrir a porta para sair, quando eu falei o que tentava segurar desde que olhei para ela essa tarde.

– Bella... – Ela virou rápido e me encarou. – Você está linda. – Sorri torto.

Ela corou com o elogio. – Você não esta mal. – Falou com um sorriso e saiu.

Fiquei igual a um idiota olhando para a porta, depois de um tempo lembrei-me das crianças no andar de cima. Fui perguntar se estavam precisando de algo, e eles disseram que estava tudo bem, então fui para a sala assistir os jogos.

Depois de um tempo na sala assistindo, Nessie e o Tony apareceram na sala.

– Pai, estou com fome. – Falou o Tony.

– Ahh... Então é só a fome bater que eu volto a ser pai não é? – Acusei rindo. Ele ficou vermelho igual à mãe ficava quando sentia vergonha. Nessie me acompanhou rindo. - Não tem comida em casa! Então liguem e peçam comida, vou tomar banho. – Falei já subindo as escadas e indo para o meu quarto.

Entrei no chuveiro e fiquei sentindo a água morna nas minhas costas. Quando terminei o banho e virei para pegar a toalha, quase tenho um infarto.

– AHH... Meu Deus, Macarena você quase me mata. – Falei assustado tentando me cobrir. Ela estava parada na porta do banheiro me encarando. Como diabos ela abriu a porta banheiro sem eu perceber? – Sai agora. – Falei irritado e assustado.

Ok, isso foi muito estranho – Pensei enquanto olhava ela sair da porta do banheiro. Deixei passar um tempinho e sai com cautela, vai que ela ainda estava no quarto. Olhei por todo o quarto e nem um sinal dela. Faz um tempo que ela esta estranha. Na verdade todos os robôs estão estranhos, várias pessoas levaram os seus para a empresa pedindo uma nova configuração. Arrumei-me o mais rápido possível e desci para ver as crianças, estavam na cozinha comendo.

– E então, que porcaria verde é essa? – Perguntei com uma careta olhando o que eles comiam, parecia vomito verde.

– Isso é comida vegetariana, pai. – Nessie devorava a comida como se fosse a mais gostosa do mundo, o que eu duvido. – E antes de falar que é ruim, experimente. – Disse mandona. Tinha a personalidade difícil da mãe.

– Desde quando você é vegetariana? – Perguntei enquanto colocava a gosma verde em um pão.

– Desde muito tempo! – Falou enquanto comia. Quando coloquei na boca cuspi quase que imediatamente.

– Droga. Isso é péssimo, Tony você gosta disso? – Perguntei incrédulo.

– Dá pra comer – Deu de ombros, comendo mais um pouco.

– Sua mãe estragou vocês. – Falei balançando a cabeça em sinal de negação.

– Eu decidi que não quero comer animais mortos. – Nessie falou com um ar de superioridade.

– Tudo bem, come vivo mesmo. Mas vocês tem que comer carne. – Falei o obvio.

Sai da cozinha e fui pedir uma pizza, depois que pedi voltei para a cozinha e eles ainda estavam comendo o vomito verde. Quando percebi que não tinha colocado a Macarena para carregar.

– Vem Macarena, vamos dar uma carga em você. – Chamei indo para o canto da cozinha que tinha um adaptador para carregá-la. – Não mecham nela, deixem-na carregar. – Avise depois de coloca-la para carregar e procurava o dinheiro.

– Pai, por que a Macarena não fala? – Nessie me fitou curiosa, a campainha tocou.

– Eu gosto do silencio, e esses robôs não param de falar. Então mudei a configuração de fala dela. - Falei saindo da cozinha. Quando voltei eles já tinham terminado de jantar.

– Vamos subir. – Disse a Nessie bocejando. – Boa noite pai. – Me abraçou, retribui e dei um beijo na testa dela.

– Boa noite filha! – Falei enquanto o Anthony passava por mim sem nem me olhar. – Hey, boa noite para você também! – Falei depois de segurar o braço dele e puxar o fone de ouvido.

– Boa noite... - Olhei para ele com expectativa. – Edward. – Vai ser mais difícil que eu imaginava. Balancei a cabeça triste e deixei-o passar. Dirigi-me ate a cozinha para pegar a minha comida e uma cerveja. A Macarena só podia sair quando eu tirasse, assim como só carregava se eu colocasse.

Sai da cozinha com o pensamento de tirar ela quando eu acabasse de comer, para ela limpar a cozinha. Comi e fiquei assistindo tv, em algum momento eu adormeci, acordei com uma gritaria no andar de cima. Peguei um taco de baseball que ficava perto da escada e corri para o quarto deles, quase não acredite no que eu vi. A Macarena segurando o Tony pelo pescoço, enquanto a Nessie gritava atrás dele. Corri e me joguei em cima dela que caiu e soltou o Tony no chão.