Pokémon Nuzlocke: Sky Above Us escrita por Umisachi Misaki


Capítulo 11
Chapter 10: New


Notas iniciais do capítulo

Yay, dois digitos~

Boa leitura~



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Ninguém soube por quanto tempo Alex continuou a chorar.

As lágrimas insistiram em salpicar-lhe o rosto, molhando sua pele e embaçando sua visão. Soluçava de tempos em tempos, às vezes de forma incontrolada, de modo que podia até sentir o gosto salgado das próprias lágrimas. Abraçava o corpo, confuso demais, assustado demais, sentindo demais.

Lembrava-se bem demais do ocorrido de pouco tempo atrás. De como ouvira o grito de Margareth, e de como o sangue dela ainda estava em suas mãos. Depois, olhava ao redor, chamava seu nome. Recusava-se a acreditar que ela pudesse estar morta, e embora não admitisse, queria que Toshiharu estivesse certo e que Margareth não estivesse morta de fato. Ele não saberia o que fazer caso ela realmente estivesse.

No meio de tudo isso, Alex ainda se via capaz de apertar os olhos, imagens, flashes de alguma coisa vindo até sua mente. Via sangue. Ouvia gritos. Às vezes até se perguntava se aquele não seriam seus próprios gritos.

Um espasmo percorreu seu corpo. Tudo aquilo estava se repetindo. O sangue em suas mãos, as lágrimas impossíveis de parar. O mesmo cenário de anos atrás. O mesmo cenário que gritava que aquilo tudo era culpa sua, e que se Margareth morresse, era porque Alex não fora o suficiente para parar aquilo a tempo. Ele nunca fora, afinal.

Abraçou os braços, uma tentativa vã de impedir os outros espasmos de percorrem-lhe o corpo. Já bastava a tremedeira em todos os seus membros, ele não queria ter outro ataque.

Os flashes daqueles momentos voltaram a aparecer-lhe na mente, e talvez por esse mesmo motivo, ele decidiu que usaria a adrenalina em seu corpo para correr na direção de Aizawa. Se o que ele dissera estava certo, então ainda havia uma chance de se redimir pela verdade obscura presente nas palavras de Aizawa.

Ele saiu da arena do ginásio com um empurrar de portas. Virou para o corredor, e correu até encontrar a porta branca de antes, a mesma em que havia uma enfermaria especializada para os Pokémon. Na frente dela, havia uma mulher de olhar apreensivo, segurando uma prancheta nas mãos. A mesma que o atendera naquela manhã, muito provavelmente.

Quando o viu, ela franziu o cenho.

— Calma aí, menino, você não pode entrar aqui! — exclamou, rápida em notar as intenções de Alex. O menino parou a sua frente. Antes mesmo que pudesse se explicar, a mulher o cortou. — Eu sei que está preocupado com seu Pokémon, mas não pode entrar aqui ainda.

— Mas ela... Eu preciso vê-la. — Ele teve de se conter para não gritar.

— Mas você não pode agora — disse, num tom calmo. — Ela está na UTI, e os médicos precisam de um pouco de paz para atendê-la, tudo bem? — O olhar de Alex pareceu denunciar que não, não estava. — Vai ficar tudo bem com ela. O Combusken do Aizawa-san só deu um chute, e ela precisa de alguns cuidados. Logo logo estará bem de novo.

O menino voltou a tremer, mais espasmos correndo por seu corpo. A respiração tornou-se ofegante, e mais uma vez, as lágrimas surgiram em seus olhos.

A mulher percebeu a situação imediatamente.

— Meu deus, calma... — pediu, inutilmente. — Olha aqui, vou te levar lá pra sala dos funcionários, e lá você toma um pouco d'água, certo?
Assentiu brevemente, fungando. Já não tinha mais escolha, afinal.

Deixou-se ser guiado pela mulher, que, com a mão em seus ombros, o levou pelos outros corredores. Mais espasmos enquanto caminhava. Quase não prestou atenção no que estava fazendo. Sua mente parecia confusa demais para isso agora.

Ouviu o som de uma cadeira sendo puxava segundos depois de ser conduzido para um novo lugar. Era uma sala totalmente nova, semelhante a uma cozinha. Uma da poucas coisas que pôde notar sobre o local foi que havia uma chaleira no fogo, borbulhando. Fora isso, o local era bastante silencioso.
Foi sentado na cadeira com cuidado, ainda tremendo e com os braços ao redor do corpo. Segundos depois, recebeu um copo d'água, mas pelo estado em que estava, teve de receber ajuda para beber o conteúdo. Precisou de vários momentos para enfim estabilizar sua respiração.

Aos poucos, o corpo foi tremendo um pouco menos, e ele já não estava mais hiperventilando. O coração ainda batia rápido, sim, mas seu estado já estava melhorando, de modo que pôde pensar com melhor coerência, assim como assimilar as coisas ao seu redor. Margareth. Sim, Margareth estava na UTI agora. Não tinha com o que se preocupar.

Vinte minutos depois, Alex já não estava mais no ataque de pânico, e sim lavando o rosto, envergonhado pela balconista tê-lo visto assim e ter precisado de ajuda para beber um simples copo d'água. Agora conseguia ficar quieto na cadeira, recostado e ouvindo algumas poucas palavras da mulher sobre não se preocupar, pois tudo ficaria bem.

Assim mesmo, acabou adormecendo, a mente e o corpo cansados demais dos eventos de antes. Foi um sono leve, desconfortável, repleto de imagens perturbadoras de Margareth o encarando. O brilho verde esmeralda de seus olhos parecia pedir para que parasse a batalha e a levasse de volta para o centro. Ele, então, tentava fazê-lo, buscando a Pokéball da Pokémon, e antes mesmo que pudesse retorná-la, abria os olhos por um breve momento, despertando do sono durante alguns poucos momentos.

Quando os abriu para acordar de fato, ele viu a figura do líder de ginásio a sua frente. Estava recostado contra a porta, observando o Combusken ao seu lado. Em suas mãos, parecia brincar com uma esfera vermelha e branca.
Assim que notou sua presença, Aizawa o encarou.

— Ah, finalmente — murmurou. Endireitou o corpo, e Alex teve medo do olhar reprovador que recebeu. — Você consegue dormir bastante, mhm?

— Uh... — Alex tentou, mas nenhuma palavra deixou seus lábios. Queria perguntar sobre Margareth. Queria saber se dormira por tanto tempo assim. Queria, também, desviar o olhar e utilizar a força de seus pés para correr para longe, porque talvez ele não fosse tão corajoso para encarar o líder de ginásio assim tão cedo.

— Sua Pokémon está melhor agora — ele continuou. — Felizmente, ela recebeu tratamento rápido, então não aconteceu nada muito ruim. — Fez uma pausa. — Sugiro que não tente batalhar assim tão cedo.

Alex sentiu o rosto queimar, então desviou o olhar para a Pokéball em suas mãos. Seria aquela a de Margareth? Ele não se lembrara de ter levado-a consigo depois de cair em prantos no meio da arena.

— Está imaginando se essa é a Pokéball da sua Pokémon? — perguntou o Cumbusken. Imediatamente, o olhar de Alex se voltou para ele. Seria prudente respondê-lo...?

— Sabe por que eu coloco um aprendiz pra lutar com os desafiantes antes de mim, Alexander? — Aizawa continuou. Sem esperar por sua resposta, voltou a falar: — Costumava receber muita gente como você, sabe? Que havia acabado de começar a jornada e não sabia muito sobre o assunto. Supus que elas não tiveram nenhum guia, e que provavelmente os treinadores vem muito pro meu ginásio como primeira opção.

"O fato é que eles não sabem o que estão fazendo. Vem totalmente despreparados, sem nem ter lutado uma única vez. Recebi tanta gente que quase deixou seu Pokémon morrer que me cansei de fazer alguma coisa. Alguns precisavam notar por si mesmos o que estavam fazendo para mim, como um líder de ginásio, fazer algo por elas. Outras precisavam de uma abordagem direta. Você deve ter sido um dos casos, acho."

— E deve também algumas explicações pra sua Pokémon — O Combusken completou. Alex piscou para ele novamente.

— Bom, acho que essa batalha foi o suficiente pra te mostrar o quão idiota estava sendo até agora. — Aizawa meneou a cabeça. — Espero que dê alguma explicações pros seus Pokémon, inclusive aquele que não trouxe pra batalhar.

— Uhm... — Alex tentou mais uma vez. Antes mesmo que pudesse dizer algo, porém, Aizawa jogou a Pokéball em sua direção, e ele teve de se esforçar para não deixá-la cair no chão.

— Caso volte aqui, eu não vou aceitar o seu desafio até que esteja pronto o suficiente e que ambos os seus Pokémon estejam batalhando. Faça uma estratégia, eu sei lá. Posso te ajudar se quiser. — Deu de ombros. — E se resolva com a Margareth.

Alex limitou-se a assentir. Realmente, havia algumas coisas que tinha para conversar com ela e com Linus quando voltasse para o Centro.

— Diga a Margareth pra não ter ressentimentos. — Mais uma vez, o Combusken lhe chamou a atenção. Seu treinador, por sua vez, já saía da sala. — Não se faça de idiota, ela me contou que você nos entende.

— Ela... Ela disse? — O menino piscou, confuso.

Sanji assentiu.

— É um belo dom pra se ter. Com isso, você provavelmente tem um potencial pra ser um ótimo treinador. É só saber usar.

E com isso, Sanji deixou a sala, seguindo o treinador. Alex observou a porta por alguns momentos, e dela, desviou o olhar para a Pokéball de Margareth em suas mãos.

Depois daquilo, Alex teve que ficar no quarto por mais algum tempo.

***

Alex encarou o teto o seu quarto no Centro Pokémon. A Pokéball ainda estava em sua mão, e no momento, a de Linus também estava com ele, provavelmente alheio demais para perceber que Alex se encontrava num momento de reflexão. Suspeitava que talvez as palavras do líder de ginásio haviam tido um pouco mais de impacto que o comum, ou que talvez ele tivesse feito alguma coisa, porque elas não saíam de sua cabeça desde as últimas horas.

Havia muito que ele tinha de pensar, realmente. Talvez um pouco demais, e talvez ainda mais para aceitar como verdade. Ainda havia aquilo de ele ter de liberar Margareth para falar com ela, mas toda vez que olhava para a Pokéball da Shinx, ele se perguntava se realmente seria capaz de encará-la, então ficava medo e desistia de tentar.

Ainda havia, é claro, Linus para conversar. Ele, principalmente, merecia muitas explicações. Principalmente do dia de hoje.

Alex, é claro, não conseguia fazer nada que não fosse suspirar diversas vezes, observando a Pokéball de Margareth. No fim de tudo, ele suspeitava que tudo o que conseguiria fazer era se levantar da cama, indo em direção ao quarto de Chiyo. Ele precisava falar com alguém mais sobre o assunto antes de qualquer coisa. Saber se as palavras de Aizawa seriam realmente verdade e se ele tinha mesmo tanto com o que se preocupar.

Ainda tinha o número do quarto de Chiyo na mente, então foi mais do que fácil para encontrá-lo. Assim como o dele, possuía uma plaqueta com seu número, da cor dourado, parecendo ter sido polida há não muito tempo, a julgar pelo brilho que possuía.

Bateu na porta com o nó dos dedos. Não demorou muito para que ouvisse o som de alguém murmurando algo em protesto, assim como o destrancar da porta.

— Ah, Alex — Chiyo o cumprimentou, oferecendo-lhe um breve sorriso. Depois, notou a vermelhidão de seus olhos e a expressão estranha, e franziu o cenho. — Aconteceu alguma coisa?

— Uhm, sim... — Ele desviou o olhar, sentindo o rosto enrubescer. — Será que... Será que eu iria incomodar muito se fosse conversar com você?

— Não vai ser incômodo algum. — Ela fez um sinal negativo com a cabeça, depois abriu a porta para que ele entrasse. — Pode vir aqui falar comigo.

Assentiu, sentindo-se ainda mais envergonhado com a situação. Apertou a Pokéball contra os dedos, e hesitante, adentrou o quarto.

O cômodo não era tão diferente assim do seu. A única diferença real devia ser que as coisas estavam um pouco mais organizadas que as dele, incluindo a cama e seus pertences. Havia, também, um beliche ao invés da cama solteiro, onde Natsuhi estava sentada, balançando os pés enquanto conversava com Akatsuki.

Quando o viram, recebeu um breve aceno da Mawile, junto de um grunhido de irritação de Akatsuki.

Chiyo sentou-se na cama, fazendo um breve sinal de cabeça para que Alex fizesse o mesmo. Obedeceu-a, e durante alguns torturosos momentos de silêncio, eles se encararam.

— E então, sobre o que você queria conversar? — perguntou Chiyo, sem fazer cerimônias. Imediatamente, Alex desviou o olhar, desejando que o rosto parasse de corar tanto quanto agora.

— Bom... — começou ele, hesitante. Encontrar as palavras para se explicar era um pouco mais difícil do que ele pensava. — Nas últimas semanas, eu meio que... Treinei com a Margareth e o Linus, sabe? Pro ginásio.

Ela fez um breve aceno com a cabeça. O cenho se franziu por um momento, em confusão, mas ela não disse nada.

— Eu desafiei o líder duas vezes, sabe? Uma hoje, e outra na semana passada, mas aí...

A garota o cortou:

— Com tão pouco tempo de treino? Você é louco?

— N-não... Eu só... — Desviou o olhar mais uma vez.

— Certo, certo. — Ela assentiu. — Deixa eu adivinhar então. Você perdeu.

— E o Linus ficou bravo comigo — completou por ela. — Se recusou a batalhar. Tive que lidar com o líder só com a Maggs. Mas aí eu perdi de novo, e ele me disse que eu era um treinador ruim... Que não estava considerando meus Pokémon, e que só sabia atacar e não tinha nenhuma estratégia. Mas eu sei que não é verdade... — Ele teve de resistir ao ímpeto de abraçar o próprio peito. Ao invés disso, um espasmo percorreu-lhe o corpo. — Não é...

— Olha, julgando pelo fato de que você perdeu e está com uma cara horrível... Ele estava certo.

Alex olhou para ela, abrindo a boca para dizer alguma coisa. No entanto, nada saiu dali senão um murmúrio estrangulado, então ele a fechou. Até Chiyo?

— Se você lutou duas vezes com ele depois de só uma semana de treino, então sim, você não estava considerando os seus Pokémon. — Ela continuou a explicar. — Linus até fez bem em se recusar a batalhar, você sabe. Ele podia ter se machucado muito na batalha por sua causa, sabia?

— Mas eu... Como eu podia... — Se calou novamente.

— Sobre a coisa de só atacar, realmente, batalhas Pokémon não são só atacar o oponente. Tem que ter uma estratégia pra vencê-lo, tem que haver toda uma preparação de você e seu Pokémon antes da luta. E se o seu oponente for mais forte que pensava? Caso aconteça alguma coisa com seu Pokémon por despreparo, quem se responsabiliza disso é você, Alex.

— Eu sei... — murmurou. — Mas o que eu deveria fazer? Ninguém me disse nada. E eu não fiz por mal, só queria a insígnia... A Margareth, ela... — Engoliu em seco. Ele tinha medo das próximas palavras.

— Tudo bem — respondeu Chiyo, com um sorriso solidário. — A maioria nunca recebe nenhuma ajuda mesmo. — Ela fez uma pausa. — Mas se quiser, eu posso ajudar em alguma coisa. Se estiver disposto, claro.

— Oh. — Ele piscou. — Não vai ser um problema?

— Não, eu já estava pensando em sugerir uma coisa pra eu poder treinar com a Natsuhi mesmo. — Deu de ombros. — Daqui a algum tempo vai ter uma competição lá na Bellsprout Tower, aquela torre da cidade que dá pra ver de longe. É pra novatos, então acho que pode ser uma boa oportunidade pra você treinar um pouco mais com a Margareth. Você vai desfiar o líder de novo depois, não?

Alex assentiu, e então ponderou por um momento.

— Mas eu ainda não falei com a Margareth e nem com o Linus... Acho que eles estão bravos comigo. — E estremeceu ao dizer em voz alta um de seus medos.

— Converse com eles, então.

Assentiu novamente, o olhar perdido. Chiyo sorriu novamente, quase como um incentivo, e Alex sorriu de volta. Realmente, Chiyo não era tão ruim assim.

— Ah, eu estive pensando... — ele começou. Sentiu o rosto enrubescer novamente, e amaldiçoou seus pensamentos. — Você vai continuar a viajar depois do Contest, não vai?

— Hm? — Virou-se em sua direção. — Ah, vou sim. Por quê?

— Quer me acompanhar durante a viagem? Quer dizer, não tenho mais ninguém pra ir comigo, e eu me sentiria mal te deixando sozinha, e... Digo, eu não acho que me importaria de ter uma companhia... Ah, você entendeu.
Chiyo o estudou durante alguns momentos, uma das sobrancelhas erguidas.

Durante alguns segundos, Alex teve de encolher os ombros, praticamente não acreditando no que havia acabado de propor. E se Chiyo entendesse errado? E se Chiyo recusasse? E se, afinal, aquilo não fosse uma boa ideia? Depois daquela conversa, ele não achava que esse era o caso, mas também não havia feito uma escolha de palavras tão boa assim.

Por fim, a menina deu de ombros.

— Tudo bem. Acho que eu também não me importaria. — Depois, inclinou-se para o lado, para que assim pudesse ter um vislumbre da Mawile em cima da cama. — E vocês dois?

— Tudo bem pra mim. — Ouviu Natsuhi dizer, num tom quase animado. Depois, veio um grunhido de Akatsuki, e ela continuou: — Tudo bem pro Akatsuki também.

— Okay então. — Chiyo assentiu, com um sorriso. — Então vai lá conversar com seus Pokémon, e depois eu apareço pra te chamar pro almoço. Vamos ver o que a gente faz sobre o treino depois.

O menino assentiu. Assim, murmurou um breve agradecimento para Chiyo, e depois das despedidas, saiu do quarto. Um sorriso brincava em seu rosto, feliz por ter decidido conversar com Chiyo e finalmente decidido sobre sair com ela ou não.

No entanto, assim que entrou em seu quarto novamente, seu sorriso se esvaiu. Ele não tinha mais como fugir das verdades nas palavras de Aizawa e Chiyo, tampouco da conversa que tinha de ter com ambos os Pokémon. Suspirou, sentando-se na cama. Uma coisa de cada vez.

Infelizmente, também não podia fugir do medo e da tremedeira se apossando da mão que segurava a Pokéball de Margareth. Pelas coisas que tinha feito até agora, ela podia muito bem estar brava com o menino, e talvez até mesmo poderia querer gritar com ele, reprovando-o por quase tê-la deixado morrer. "Que tipo de treinador é você?", ela perguntaria, cheia de desprezo na voz. "Como pôde fazer isso comigo? Eu confiei em você, achei que tinha um plano em mente, não que ia me deixar levar um chute na cara e quase morrer", e então Alex apenas abaixaria a cabeça, tendo de aceitar as verdades em suas palavras.

Linus, então... Bem, Linus era um caso que também doeria bastante caso ele continuasse bravo. Agora que parava para pensar, entendia os motivos dele para ter se recusado a batalhar. Uma precaução para não acabar com Margareth, ele supunha.

Puxou a Pokéball dele, segurando as duas contra sua mão. "Agora não adianta mais choramingar, Alex", ele se lembrou das palavras do pai, ditas na primeira vez em que ele fizera um erro, acabando por xingar sua professora de biologia. Fora surpreendente o fato de ele ter sido tão compreensivo. "Tem que assumir o seu erro e aprender como corrigir."

Simultaneamente, ele pressionou os botões centrais de cada uma das esferas, e então observou o brilho avermelhado mostrar suas formas.

Linus olhou para o treinador, imediatamente exibindo uma expressão de desgosto. Provavelmente ainda estava bravo com ele. Da última vez que se falaram, avisara que iria tentar o ginásio novamente, e lá viera outra briga.
Margareth, por sua vez, piscou, olhando ao redor. A gatinha parecia estar bem, para seu alívio, mas possuía uma quantia quase assustadora de bandagens e curativos pelo corpo. Quando encontrou a figura de Alex, seus olhos pareceram brilhar de felicidade.

— Alex... — ela murmurou, a voz embriagada. — Alex, você não está bravo comigo, está? Você demorou tanto, e nem foi me ver, achei que... — Ela se calou.

Foi a vez do menino de piscar, confuso. Isso ele definitivamente não estava esperando.

— Não, não... — ele respondeu, ainda piscando. — Na verdade eu até achei que fosse você a ficar brava comigo...

— Mas é que eu... Eu não consegui vencer pra você...

— Isso não é problema. — Ele teve de sorrir, fazendo um breve gesto para dispensar-lhe as palavras. — Eu é quem te devo desculpas. Na verdade, desculpas a vocês dois.

— Ah, então você perdeu de novo? — Linus não parecia surpreso. De forma hesitante, o garoto assentiu. — Imaginei que isso fosse acontecer. Mas tudo bem, estou ouvindo. Me convença de que realmente percebeu a merda que estava fazendo.

O menino hesitou por mais alguns momentos.

— Eu... Me desculpem — ele murmurou. Céus. Como aquilo era difícil. — Não estive considerando vocês dois, e nem estive pensando direito. Achei que ser um treinador fosse fácil, mas... Eu estava errado. — Um sorriso surgiu em seu rosto, mas não possuía quaisquer traços de felicidade. — Devia ter notado que estava errado. E devia ter te ouvido, Linus, devia saber que realmente não estava preparado pra isso tudo. A Margareth, ela... Se esforçou tanto, e depois disso...

Mordeu o lábio, incapaz de continuar a falar. Ele não queria lembrar do que havia acontecido, ou suspeitava que teria outro ataque de pânico. Como se já não bastasse o misto de vergonha, culpa e medo que possuía agora. Tinha vontade de chorar novamente.

Suspirou, puxando o ar para si durante alguns muitos momentos.

— Realmente, me desculpem pelo o que fiz até agora — continuou, piscando diversas vezes. A voz estava cada vez mais fraca, e apesar de seus esforços, as lágrimas continuavam a embaçar sua visão, ameaçando escorrer pelas bochechas. — Estou decidido a mudar, sério mesmo. Se ainda me quiserem como treinador, eu juro que... Eu juro que treino mais, que olho mais por vocês, que vou cuidar, que...

Soluços interromperam suas palavras, e ele não conseguiu mais conter as lágrimas. Escorreram-lhe pelo rosto lenta e vagarosamente, exibindo toda a sua vergonha dos acontecimentos. Não conseguia encarar seus Pokémons. Na verdade, ele pouco acreditava que estivesse chorando na frente dos dois. Que vergonha isso devia ser. O treinador, aquele que devia passar liderança, aos prantos em frente dos Pokémon que já nem mais sabia se poderia chamar de seus.

A gata azul emitiu um miado baixinho, repleto de tristeza e hesitação. Para surpresa do garoto, ela o encarou, e então subiu na cama, para só então se instalar em seu colo. Pressionou seu rosto contra o braço nu, que no momento, estava ocupado demais em abraçar a si mesmo. Alex só não sorriu porque a crise não o permitiu, então se limitou a pousar uma mão sobre a cabeça da gata.

Linus, por sua vez, desviou o olhar, parecendo desconfortável. A expressão estava calma, mas em seus olhos, Alex podia ver que havia toda uma indecisão sobre o que fazer em seguida.

— Okay, okay, isso foi mais que o suficiente pra me convencer — o lobinho disse, bufando para voltar a encará-lo. — Pelo menos você quer mudar, e eu aprecio isso. Estive pensando em ir embora, mas acho que vou ficar pra ver o que vai fazer a partir de agora. — Ele, então, ergueu o queixo para encará-lo melhor. — É melhor que não faça nada de errado dessa vez.

Alex assentiu, limitando-se apenas a um sorriso. Chorava agora por pura felicidade e alívio. Seus Pokémon o haviam perdoado. Haviam optado por ao seu lado e confortá-lo ao invés de ir embora, como ele bem pensava que fariam. No fim, Alex poderia se redimir consertando os erros de até agora.

Olhou para o cachorro cinza, parecendo ainda estar desconfortável com a cena. Enquanto acariciava Margareth, esperava que o olhar fosse o suficiente para dizer que ele se certificaria de não fazer nada de errado a partir de agora.

***

A partir daí, as coisas tomaram um rumo diferente do que Alex planejara inicialmente.

Para começar, ele levara sua Pokémon para a enfermeira Joy, perguntando a ela sobre o estado da Shinx. Recebeu, é claro, mais uma repreensão por tê-la deixado assim, mas no fim, conseguiu a informação que sela deveria descansar durante pelo menos uma semana antes de estar preparada para mais treinamentos. Alex, então, decidira que treinaria apenas com Linus por enquanto, e que aquela seria uma boa oportunidade para ligar para o pai e perguntar sobre o Poochyena que ele dissera ter.

Frederick pareceu bastante compreensivo quando o menino contou sua história. Não disse muito mais que algumas frases sobre o assunto, pois logo estava animado para contar-lhe métodos para treinar Linus. Perguntou também sobre os Pokémons que Aizawa Toshiharu usava, e pareceu até um pouco surpreso com as escolhas feitas por ele.

A semana de treino com Linus foi feita, repleta de dificuldades sobre o que fazer e como começar. Claro, ele tinha a supervisão de Chiyo e de Margareth, além das recomendações do pai, mas ainda assim parecia uma tarefa difícil e que o faria desistir na primeira tentativa frustrada, mas o fez de qualquer forma. Só precisava de um tempo até se acostumar com a rotina de três dias de treino na semana e mais alguma outra coisa para se fazer nos dias livres. Os passeios em Violet já estavam ficando obsoletos, e pior ainda, Alex não estava com tanto dinheiro assim para ficar passeando.

Antes que pudesse fazer algo sobre o assunto, porém, assim que chegou o domingo, Alex foi acordado com batidas na porta. Batidas fortes e muito insistentes, por sinal.

Ele resmungou ao se levantar, realmente irritado com tudo aquilo. Margareth, que estivera descansando em seu peito, também reclamou quando teve de ser tirada de seu descanso. Não demorou muito para que ela encontrasse um novo cantinho para ficar, monopolizando o travesseiro do menino.

Abriu a porta do jeito que estava mesmo, apenas com uma calça de moletom e os cabelos muitíssimos bagunçados. Quando viu que sua visita era uma Chiyo completamente arrumada ao lado da irmã, porém, ele imediatamente sentiu vergonha da aparência e de como estava se apresentando.

A garota ergueu uma sobrancelha, mas pouco comentou sobre seu estado.

— Se arruma logo — disse, sem rodeios. — Estamos indo pra Bellsprout Tower.

— Ah, aquela torre que vai ter a competição que você disse? — perguntou, rapidamente afastando os resquícios de sono que ainda lhe atormentavam.
Natsuhi assentiu por Chiyo.

— Isso mesmo. Vamos lá nos inscrever.

— Ah, okay — ele murmurou, bocejando nas últimas sílabas. — Vou ali me arrumar rapidinho. Se quiserem esperar no quarto...

Com um sinal afirmativo, as duas entraram, e Alex levou a mochila consigo para o banheiro. Felizmente, Chiyo aparecera num momento conveniente em que ele já estava com todas as vestes lavadas, exceção as do corpo, então não precisaria se preocupar com isso durante algum tempo.

Um banho rápido de dez minutos e um jeito no cabelo lhe foi suficiente. Lá estava ele novamente, agora para juntar seus pertences e arrumar a cama uma última vez antes de sair. Acompanhado das garotas e seus Pokémon, dirigiram-se até o saguão do Centro, onde tiveram de entregar as chaves do quarto e usar o Trainer Card para pagar os dias ali passados. Depois daquela, Alex provavelmente não tinha muito dinheiro consigo. Certo. Teria de fazer algo sobre o assunto mais tarde.

Sem o café da manhã mesmo, o grupo saiu do Centro e caminharam por Violet. Não passava das dez da manhã, momento em que o movimento da cidade já começava a surgir. Mesmo num domingo, o lugar ficava movimentado, típico de uma cidade de tamanho mediano. Todas as pessoas pareciam preocupadas em fazer alguma coisa, seja apenas passear junto de seus Pokémon, seja caminhar apressadas para o trabalho, reclamando que tinham serviço num dia que deveria ser destinado ao cansaço. Em alguns quintais, até se podia ver diversas crianças brincando, felizes com seus Pokémon ou com seus amigos e irmãos.

Mesmo de longe, Alex ainda podia ver a construção que tanto lhe chamara a atenção da primeira vez que viera até ali. Nos últimos dias, sequer se preocupara em dar uma visita no local, enfim saciando sua curiosidade.

Segundo Chiyo, aquela era a tão dita Bellsprout Tower, lugar onde ocorreria a competição citada pela menina. O menino não podia negar que havia um misto de nervosismo e ansiedade sobre ir até lá. Nervosismo porque as únicas competições que vira foram pela TV, e ansiedade porque continuava curioso para descobrir como era o local.

Quando chegou lá, porém, pareceu ainda mais surpreso do que por ver a torre de longe. Ela era muito maior do que pensava, com tantos andares que nem se atrevia a contar. Os telhados eram da cor roxa, enquanto o restante encontrava-se feito de tijolos marrom, um tom quase vermelho.

Além disso, o lugar também possuía uma escadaria que levava até suas portas, que era onde se estendia um enorme jardim. Em cada um dos lados das portas da torre, havia uma enorme estátua de um Pokémon desconhecido para Alex, com uma juba rodeando sua cabeça e a boca aberta, como se rugisse para ele.

— Cacete, isso é enorme! — exclamou Alex sobre a torre, chamando a atenção de Chiyo. Não só ele, como também seus Pokémon pareciam surpresos com o lugar, perguntando-se porque não tinham visitado antes.

Como resposta, Chiyo apenas encolheu os ombros.

— Visitantes novos, é? — Alex ouviu uma voz próximo a ele, e olhou na direção de onde ela viera. Pelas vestes e a aparência, era um monge ou algo do tipo. — Realmente, é um lugar bem grande esse. Vieram para a competição, eu presumo?

— Hm...? — Chiyo franziu o cenho, estudando o homem por alguns segundos. Logo em seguida, abriu um sorriso animado, e não demorou a ir na direção do homem. — Tio!

As sobrancelhas de Alex foram ao ar, surpreso com a súbita revelação. Tio...? Um monge era seu tio?

— Ah, Chiyo — O homem aproximou-se dela para um abraço, assim como um sorriso para Natsuhi, que estranhamente, fez vários gestos com as mãos para o senhor. Linguagem de sinais...? — Faz bastante tempo que vocês não tem visitado o templo, não? Como anda a vida?

— Bastante normal. — Ela deu de ombros. — Hoje eu e minha irmã viemos para a competição, só.

— É bom ver que você quer seguir os caminhos de um treinador — Ele deu-lhe um sorriso. — E quem é aquele rapaz ali que veio com você?

— É o Alex, uma pessoa que conheci durante a viagem. Aqueles dois ali são os Pokémon dele. Também vieram para a competição.

— Ohh, entendo — ele murmurou. — Bom, então vamos pra dentro, que aqui no jardim não é um local apropriado para conversar.

Com isso, Alex seguiu Chiyo para a torre, ainda um pouco confuso com toda a situação, incluindo a coisa de tio e o fato de aquele lugar ser, na verdade, um templo. Parecia um pouco demais para assimilar no momento, por isso, limitou-se a ir atrás da amiga.

Por dentro, a torre era ainda maior do que ele pensava. Mantinha uma aparência rústica, que apesar desse fato, ainda possuía traços de modernidade, tampouco falhava em transmitir a calma que um templo deveria passar. Os passos pareciam ecoar na sala, assim como as vozes de Chiyo e o monge, e ele só não ouviu a conversa por estar preocupado demais observando o local.

Dirigiram-se, então, para um balcão estranhamente posto ali, onde um segundo homem estava, lendo uma revista qualquer.

— Mitsurugi, temos aqui mais dois treinadores que querem tentar a competição — avisou o homem, chamando a atenção do balconista.

— Ah sim — ele respondeu, largando a revista e buscando uma caneta. — Vou precisar então dos seus Trainer Cards, por favor.

Identidades entregues, o tio da treinadora voltou-se para a garota mais uma vez, deixando que Mitsurugi fizesse seu trabalho. Dessa vez, Alex não pôde evitar de ouvir a conversa.

— Onde você está ficando no momento, Chiyo? — indagou o monge, um olhar curioso. — Se você quiser, temos bastante quartos aqui pros dois. Você e seus amigos sempre vão ser bem-vindos aqui.

— Na verdade eu estava planejando perguntar o senhor sobre isso. — Ela pareceu um tanto envergonhada com aquilo, embora fosse rápido demais para Alex notar. — A gente meio que tem que fazer algo sobre o dinheiro... Não dava mais pra ficar no Centro.

— Vou ficar feliz em te receber aqui. — O homem sorriu mais uma vez. — Podem ficar até decidirem sair da cidade, se quiserem.

— Eu agradeceria muito, tio.

— Por nada — riu em resposta. — Depois da inscrição, vou pedir pro Mitsurugi levar vocês até seus quartos, e vocês podem ficar lá até quando preferirem. Tenho certeza que vão gostar de como estão as coisas por aqui agora. Conseguimos reunir bastante gente pra competir hoje.

— Mhm, isso é ótimo — concordou ela. Subitamente, seu tom de voz pareceu um pouco mais baixo. — Ah sim, tio, o senhor poderia me dizer onde está o telefone? Tenho que ver uma coisa...

De início, o homem pareceu franzir o cenho, mas aceitou seu pedido de bom grado. Deu as instruções mencionadas ao balconista, visto que, aparentemente, Chiyo já estava familiarizada com o lugar e não teria muitos problemas para encontrar os quartos. Ficou a cargo de Alex esperar pelo término das inscrições e ser guiado para o quarto.

Felizmente, isso não demorou muito mais que alguns minutos. Logo, o menino já se via olhando ao redor, curioso com o novo ambiente, por vezes até precisando de um chamado dos Pokémon ou de Mitsurugi para voltar a segui-lo. Realmente, ele estava curioso demais quanto ao local que chamavam de templo. Nunca visitara um em toda a sua vida, especialmente um tão grande quanto aquele.

Para sua surpresa, o quarto que recebera era tão simples e rústico quanto o restante do local. Lembrava bastante o do Centro pela simplicidade, contendo apenas uma cama, um armário, um banheiro e um criado-mudo ao lado da cama, onde um abajur descansava. A cama pareceu ter sido algo que agradou aos dois Pokémons, a julgar pelo fato de Margareth monopolizar o travesseiro que ali havia e Linus por se apossar do cantinho.

— Sinta-se livre pra explorar o local, caso queira — Mitsurugi disse, com um sorriso amigável. — Só tenta não atrapalhar ninguém caso veja uma sala com gente em silêncio ou coisa do tipo. Não se deve atrapalhar os monges, você sabe. Caso queira treinar, há também uma arena por aqui, lá no saguão. É só ir lá falar comigo que te mostro o caminho.

— Obrigado. — Alex fez uma breve reverência de agradecimento. Mitsurugi a retribuiu, e então se virou para sair. — Ah, espera!

— Sim? — Voltou-se para ele, curioso.

— Essa é uma pergunta um pouco estúpida, mas esse é um templo mesmo?

— Sim, sim. — Ele pareceu feliz em explicar-lhe aquilo. — A Bellsprout Tower originalmente cultuava esses Pokémon por bastante motivos, mas agora está mais voltada ao lado espírita e a crença de que as batalhas são a melhor coisa para aproximar treinador e Pokémon. É por isso que organizamos competições de tempos em tempos.

— Espírita? — O treinador ergueu uma sobrancelha, curioso. — Você quer dizer aquelas pessoas que mexem com espíritos...?

— Exatamente — explicou, agora com um novo brilho de animação no olhar. — Sabe, aquela coisa de invocar espíritos, conversar com os mortos, médiuns... Tudo isso.

— Ohh... — Ele pareceu bastante curioso. No entanto, não disse muito mais durante um tempo.

— Caso você queira saber mais sobre o assunto, pode vir falar comigo também — Mitsurugi ofereceu. — Agora tenho que voltar pro saguão antes que alguém note que eu sumi.

— Oh, tudo bem. Vou ver se vou lá depois.

Uma última troca de reverências, e o balconista finalmente saiu do quarto, deixando Alex sozinho com os Pokémon. Ele havia ganhado bastante coisa para refletir.

— Alex está interessado em espíritos, é? — Margareth disse, os olhos esmeralda o encarando com um misto de curiosidade e provocação.
— Meio que sim e meio que não — ele respondeu. — Tô mais interessado é nessa coisa da Chiyo, isso sim.

— Ah, não me surpreende muito que ela tenha encontrado um parente por aqui. Ela parece conhecer bastante Violet — sugeriu, e logo depois continuou a falar: — Pelo menos não precisamos nos preocupar com dinheiro durante um tempo. Você esteve reclamando que estava com pouco, né?

Alex assentiu. De fato, aquele era um alívio a mais que estava muito feliz em ter. Caso ele não fizesse nada sobre o assunto logo, suspeitava que teria de voltar a trabalhar, arranjando um ou outro bico por aí, mas agora que recebera a notícia de que não precisaria pagar pela comida e pelas acomodações, podia deixar isso para um pouco mais tarde. Agora, ele tinha bastante coisas novas para digerir.

Um templo. Certamente que ele gostaria de explorar o local assim que lhe fosse possível. Um lugar totalmente novo para ele, talvez grande o suficiente para mantê-lo entretido durante muito tempo. Ainda havia também o fato de que ele não podia parar o treinamento dos Pokémon, e se Chiyo estivesse certa, na terça ou na quinta-feira da próxima semana a competição já começaria. Até lá, ele provavelmente podia ver um ou dois assuntos que estavam em sua mente... Bem, agora ele estava com fome, e devia fazer algo sobre o assunto.

Acabou por ficar no quarto pelo medo de se perder, recostado na cama ao lado dos Pokémon e com seu smartphone como meio de lazer. Mandou uma breve mensagem no celular do pai para contar-lhe das novidades, e depois se distraiu com um ou outro joguinho aleatório, desses que vinham com o smartphone quando comprado, até que Chiyo surgisse no quarto para avisá-lo que comeriam alguma coisa. No caso, seria o almoço, mas esse não era um detalhe tão importante assim para a barriga do menino.

Depois daquilo, trouxe os Pokémon para explorar o lugar com ele, no fim acabando apenas por conversar com o balconista de antes. Era uma pessoa interessante, que certamente se sentia entediado por ficar na entrada do templo o tempo inteiro.

No fim do dia, voltou para seu quarto, bocejando de sono. Deitou-se na cama com um sorriso feliz, e adormeceu com Margareth em seus braços.


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Notas finais do capítulo

Como eu disse antes, vamos ter um especial, que vou lançar ainda hoje.

Anyway, eu roubei essa internet aqui pra poder programar esse capítulo e responder os comentários (seus lindos), e eu provavelmente vou utilizar certos *coughcough* contatos *coughcough* para não deixar o próximo atrasar também, então qualquer coisa, outra demora em resposta de comentários é culpa disso çwç

Cês sempre me deixam feliz quando aparecem, though :3

Ah sim, o capítulo especial saí hoje mesmo, ao meio dia~

Até o/



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