As indecisões de um coração escrita por Malu


Capítulo 1
Engomadinho


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira fanfic, espero que gostem!



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Carol

Nunca pensei seriamente sobre abandonar o exterior, mas para eu poder ter um bom trabalho e boas oportunidades tive que tomar essa decisão. Termino de arrumar minhas malas e dou aquela última olhada no meu quarto com a esperança de memorizar tudo oque havia ali... A combinação de cores laranja e azul, as estampas floridas, os pássaros de cerâmica, a velha cadeira reformada e pintada de azul, a cama, a penteadeira, o abajur, o criado-mudo, as janelas e cortina. Vou em direção a janela e olho para fora, lá vejo as plantações e o jardim bem cuidado da minha mãe. Eu me despeço de todos, depois passo por algumas boas horas de viagem e finalmente chego ao meu destinho.

Jorge(Tio [fictício] da Carol): É aqui que você vai morar?

Carol: Não, tio... Vou encontrar um lugar depois que arranjar um emprego. Meus pais me deram uma quantia para eu poder me manter por enquanto.

Jorge: Entendi, mas se precisar de mim não hesite em me procurar!

Carol: Tá bom, muito obrigada por me trazer até aqui...

Jorge: Eu já vou indo, não hesite, hein?-Ele insiste e sai depois de deixar minhas malas na sala do apartamento.

***

Já é noite, depois de tomar um banho me lembro de que aqui não tem nenhuma comida. É só pensar nisso que meu estomago ronca, vou até uma mercado que vi quando estava vindo para cá e procuro algo simples para comer... O lugar é enorme, quanto mais ando, mais comida acho e mais indecisa eu fico em escolher. Passo pela seção dos doces, me perco uns minutinhos por ali e saio andando distraída com uma enorme caixa de Ferrero Rocher e não percebo um carrinho de compras vindo em minha direção.

Estranho: Está tudo bem?-Ele pergunta enquanto me observa estabacada no chão e eu olho para o Ferrero que voou longe e acertou uma senhora.

Carol: Tô ótima, não tá vendo não?-Levanto, peço desculpas para a mulher que foi cruelmente acertada e recupero meu Ferrero.

Estranho: Que gentileza...-Ele murmura ironicamente e eu acho que ele não teve a intenção de que eu ouvisse, resolvi retrucar me virando para ele.

Carol: Isso porque sou eu quem derruba uma pessoa e nem se importa de socorrê-la né?-Sorrio vitoriosa e ele me olha um pouco surpreso.

Estranho: Não socorri porque percebi que você estava bem!-Ele acusa.

Carol: Percebeu, mesmo?-Me encaminho para longe dali, mas tenho a impressão de que ele está me seguindo.

Estranho: Olha, eu...-Ele começa, mas eu interrompo.

Carol: Isso já tá ficando chato! Dá pra parar de me perseguir?-Reclamo enquanto finjo estar atenta numa prateleira.

Estranho: Eu vim me desculpar, mas já que você não quer...-Ele se vira para sair.

Carol: Não, espera! Me desculpe a grosseria, não sei oque me deu.-Estendo a mão como forma de acordo.

Estranho: Deixa eu me apresentar, meu nome é José Ricardo Junior, mas prefiro que me chamem só de Junior-Ele diz retribuindo o aperto de mão.

Carol: Olá Junior, meu nome é Carolina. Mas pode me chamar só de Carol!-Sorrio.

Junior: Queria pedir desculpas pela grosseria, mas gostaria de me desculpar melhor te dando uma carona até a sua casa, aceita?

Carol: Tá maluco? Nem te conheço direito...

Junior: Claro, como se eu fosse um estuprador ou serial killer...-Ele diz ironicamente.

Carol: Olha, eu não aceito a carona. Mas como estamos em um lugar público, eu aceito sua ajuda para eu começar a fazer minhas compras.-Digo deixando-o surpreso.

Junior: Te ajudo sim, mas seremos dois perdidos nesse mercado.

Carol: Quer dizer que além de mal educado você também é... Deixa eu lembrar, como eles dizem aqui?... Ah, playba!-Ele fecha a cara e isso me faz rir.

Junior: Playba? Eu pareço um "playba"?

Carol: Você parece ser um daqueles caras que quase nunca vão num mercado, e agora que eu estou percebendo... Você também é todo engomadinho!-Digo e ele me encara.

Junior: Engomadinho? Tá bom, acho que você não irá precisar da ajuda do engomadinho!-É... Acho que ele ficou realmente chateado.

Carol: Tá... Vamos parar com o papo! Não te provoco mais e você me ajuda. Ok?-Ele consente e continua parcialmente frio.

Junior: Ao invés de se perder num mercado, porque você não pegou algo de comer no seu hotel?-Ele pergunta em tonalidade curiosa.

Carol: Você por acaso já olhou o preço daquelas coisas? Se eu pegasse aquilo eu teria de perguntar a gestão do hotel se eles poderiam aceitar meus olhos como forma de pagamento!

Junior: Você exagerou agora...-Ele me encara.

Carol: Exagerei? Qualquer coisa lá custa quase dez reais ou é mais que isso! E olha que estou falando de um pacote de Bis.

Junior: É, eu nem olho muito esses preços...-Ele comenta, mas obtém um tipo de arrependimento em sua expressão.

Carol: Por isso que tu é um playba.-Caçoo ele novamente.

Depois disso seguimos nossa conversa e passamos tudo pelo caixa. Me despeço dele e apesar dele oferecer novamente a carona, eu não aceito... Chego em casa, me jogo no sofá e penso nisso tudo que já aconteceu só com a minha chegada. No meio disso tudo me vem a lembrança de que terei de procurar por um emprego.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Oque esperam dos próximos capítulos?... Acho que amanhã posto mais um!