A Esposinha escrita por Puella


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

I'm back!!

Depois de mais ou menos três meses afastada das fanfics, finalmente resolvi voltar, aos poucos é claro, para escrever de novo pra vcs seus lindos!
Em resumo, o TCC me sugou e eu tive que largar as minhas fic e essa aqui, que ia estrear bem antes, mas enfim, para a alegria geral da nação, voltei, e pretendo continuar as outras que também estão paradas (O Contrato, Clandestinos e Contos da Terra Média)... O bom é que meu TCC foi aprovado, já entreguei a revisão dele e a minha colação é daqui ha algumas semanas (ansiosa)... e para completar minha alegria arranjei um emprego.... e acho que agora (aos poucos) vou voltando com tudo para quem estava com saudade de mim....
Boa leitura e espero que apreciem!



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Capítulo 01

Campina do Castelo de Lindgren, Bosque de Ida. Parte rural de Asgard.

UMA FINA chuva caía sobre a paisagem plana e adornada por uma camada de gramas verdes tingidas pela lama. Bem ali, era possível ver um grupo de pessoas cavalgando. Era o séquito da rainha Frigga. Junto da consorte de Odin vinha o seu filho caçula, Loki, que agora atingira uma idade de 12 verões asgardianos. O menino não aparentava tal idade em virtude de seu semblante pálido e do porte franzino. Entorno deles estava a guarda real com suas armaduras douradas e capas amarelas.

A rainha tinha uma postura altiva, que no entanto, transbordava uma ternura que cativava a todos ao seu redor. Algo muito comum na própria família real. Mas não podia se dizer o mesmo sobre o menino Loki. Ele era diferente do resto da família. Para muitos na corte ele era uma criança desprovida de brilho e era descrito de uma personalidade detestável. Ao lado da rainha ele cavalgava. Era possível notar um vinco em sua testa junto de o seu costumeiro ar enjoado. Só acompanhou a mãe porque sabia que ali poderia encontrar algumas ervas essenciais que só existiam naquela região. Precisaria delas para um novo feitiço que estava aprendendo. No entanto, agora, parecia ter se arrependido da ideia, pois aquela chuva irritante havia murchado suas perspectivas. Bufou deixando uma fumaça de ar sair para fora dos lábios.

X

Algum tempo depois eles avistaram um castelo grande de aparência rústica, porém muito bonito. Pessoas iam e vinham levando estoques de feno, barris de hidromel e produtos da colheita. A propriedade era vasta e possuía uma gama cultivos e estava entre as principais fornecedoras de produtos para a cidade eterna. Tudo graças ao seu solo fértil. Lindgren era a mais próspera e rica propriedade de toda a Ida. As pessoas logo pararam assim que perceberem a presença da rainha e de seus guardas. Todos a saudaram, e Frigga embora fosse rainha de Asgard, sempre se sentia desconcertada diante destas situações. Com sua delicadeza ela os cumprimentou.

O séquito da rainha foi recebido pelos guardas pessoais de Lord Ivaldi, que também era um dos conselheiros do rei Odin, pai de todos. Um homem gentil e sábio, de idade madura porém muito bem cuidado. Sua esposa se chamava Ivaine, uma mulher extremamente recatada e séria, era um pouco mais velha que Frigga. Os dois não aparentavam ser um tipo de casal apaixonado, mas se respeitavam muito e eram discretos com relação a sentimentos. Eles tinham uma filha, uma ruivinha chamada Sigyn que mal havia completado três verões. Fruto de uma gravidez arriscada e tardia, Sigyn parecia mais como uma neta do que como uma filha do casal. Era uma graça em forma de gente, risonha e meiga, tinha sardas desenhadas em todo o pequeno rosto infantil. A sua marca eram os olhos, um tom incomum de azul turquesa que as vezes remetia a um céu de inverno límpido e sem nuvens.

Os três se encontravam na porta do castelo para dar as boas-vindas à rainha. A jovem rainha se aproximara trazendo seu filho com suas mãos pousadas sobre os pequenos ombros do mesmo. Já Loki apenas trazia a sua cara emburrada e insatisfeita.

O casal se inclinou em sinal de respeito.

- Sejam bem vindos ao nosso condado – disse Ivaldi.

- Agradeço a hospitalidade, Lord Ivaldi, Lady Ivaini – então Frigga mirou a pequena garota no colo da mãe que parecia lhe retribuir o olhar – olá minha criança.

Sigyn apenas piscou os olhos, meio tímida diante daquela figura tão bonita e então encarou a criança próxima da rainha. Um menino pálido com os fios negros arrumados atrás da orelha que usava um capuz por cima do traje verde e negro. Ele a fitou por um momento com pouco interesse. Para ele era apenas uma menina bobinha que mal sabia falar.

X

10 anos depois....

Era outro daqueles dias em que Sigyn costumava visitar seu pai em Asgard, a esta altura ela tinha 13 anos. Andava apressada por entre as ruas movimentadas da cidade e atrás dela, sua fiel e desesperada ama Trid. Trazia consigo uma caixinha decorada de madeira.

- Milady não corra tanto!

Mas a ruivinha parecia ignorar as queixas de sua pobre ama. A garota trilhou por entre os jardins da praça central, logo se aproximando das arenas de treinamento onde haviam muitos soldados treinando. Logo sentiu um puxão de sua ama.

- Milady, espere um pouco – e então ela se permitiu respirar um pouco – tem muitos homens aqui, vamos por lá – e então ela apontou para o outro lado da praça onde se podia ver uma das alas do castelo.

As duas foram recebidas por dois guardas próximos ao castelo, Trid formalmente apresentava Sigyn, a filha do conselheiro Ivaldi. Ama e garota caminhavam agora mais tranquilamente – para o alivio de Trid – pelos corredores largos do palácio. Servos e outros ocupantes transitavam pelo caminho, ora carregando comida, tapetes e arranjos de flores. O banquete seria servido dali a algumas horas. A sala do conselho estava fechada, e Sigyn talvez tivesse que esperar um pouco para poder ver o pai. Meio que a contragosto, a garota teve que parar um pouco.

Então, para não perder para o tedio sugeriu a Trid que fossem para o jardim interno, que era perto dali. Ela já o conhecia bem, o jardim pessoal da rainha, mas naquela tarde a mesma não estava lá. Sigyn caminhava pelo enorme jardim repleto de flores, segurando a caixinha que queria entregar ao pai, tinha feito os biscoitos caseiros que ele tanto gostava. Estancou os passos ao perceber que tinha alguém do outro lado do jardim.

Por entre aquela imensidão de flores uma figura masculina estava sentada. O sujeito estava escorado de forma displicente em uma coluna de mármore enquanto lia um livro. Seus olhos estavam baixos, voltados para o conteúdo da leitura. Seu nariz era afilado e proeminente, mas não tão grande e combinava perfeitamente com seu rosto anguloso. Tinha pele clara, quase branca que lembrava uma superfície de mármore de mesmo tom. Os lábios eram finos e retos. Os cabelos eram curtos e penteados para traz, deixando bem à mostra sua testa. Ele era esguio e comprido e usava uma cota e calças de couro com alguns detalhes de verde e bronze envelhecido.

Para um padrão asgardiano, aquele rapaz era um tanto feio, pensou a garota.

Como se pressentisse ser observado o rapaz desviou os olhos do livro para a menina. Sigyn não conseguiu manter o olhar dele por muito tempo e virou o rosto, envergonhada, como se estivesse sendo flagrada em alguma travessura que acabara de aprontar.

Mas, na verdade, ela se assustou com os olhos do jovem. Eram de um tom que oscilava entre o azul e o verde, era intimidador e continha um traço inconfundível de malicia. A garota hesitou por um momento, porem resolveu olhar para ele novamente. Porem se assustou ao perceber que o mesmo havia sumido. O pior foi quando sentiu alguém atrás de si. A garota virou rápido e viu o mesmo rapaz. Ele tinha uma expressão divertida e ao mesmo tempo maliciosa.

Mesmo não sendo corpulento, ele agora parecia grande perto dela. Sigyn era baixa mas não tão pequena, sua cabeça encostava no peitoral do rapaz. Em uma de suas mãos ele segurava o livro. Os dois se encaram por alguns segundos sem dizer nada. O jovem em questão, apenas fazia uma leitura da menina. O cabelo ruivo era farto e liso e suas pontas eram desenhadas em cachos que batiam em sua cintura. Parte deles estava presa na frente, em duas mechas grandes que emolduravam as laterais do rosto delicado, presas por duas fivelas prateadas. O nariz era arrebitado e pequeno, os lábios pequenos, porem carnudos. Ela era franzina, e já apresentava sinais visíveis de que em poucos anos seria uma mulher. No entanto o olhar e a postura eram pueris. O jovem se abaixou deixando um dos joelhos dobrados e o outro flexionado. Naquele momento ele ficou um pouco mais baixo que ela.

- Já nos vimos antes, minha criança? – ele perguntou com a voz macia.

- Não seu dizer ao certo, meu senhor – disse a menina um tanto desconfiada.

Ele riu com sua risada rouca.

- Está perdida?

- Não – ela evitava olhar para ele, preferindo fitar seus pés – eu só vim visitar o meu pai, mas ele ainda está se reunindo com o pai de todos.

- Ah, então é filha de um dos conselheiros – ele comentou com um ar pensativo.

A menina nada respondeu.

O jovem alternou o rosto para uma feição descontraída:

– Gostaria de ver um truque?

Sigyn o fitou com curiosidade.

- Você diz....mágica?

- Claro – ele deu um meio sorriso – preste atenção na minha mão - ele colocou a mão aberta na frente da garota e com um movimento rápido fez uma rosa vermelha surgir.

A garota fitou a flor encantada, porem ao tocar nela a mesma se desmanchou transformando-se em várias borboletas pequenas e coloridas.

- Que lindo! – ela exclamou extasiada.

Ela tentou tocar em uma das borboletas, porem quando seus dedos encostaram na pequena criatura a mesma desapareceu.

- Magia de ilusão, que incrível!

- Gostou?

- Claro! É fantástico! Quem me dará saber fazer isso!

Ele sorriu.

- Então posso um dia lhe ensinar, quem sabe. Qual é o seu nome?

- Ah, eu me chamo...

- Milady! – Trid surgiu andando a passos largos – Por que se afastou de mim de novo – e então fitou o rapaz que estava ao lado de Sigyn agora em pé – oh, eu espero que ela não tenha importunado o senhor.

- Trid!

- Não foi incomodo algum – o rapaz respondeu após uma risada baixa e rouca.

- É que estamos aguardando Lord Ivaldi – a criada respondeu.

O rapaz fitou a menina por um momento.

- Compreendo - e então o rapaz fitou a garota que encarava sua ama com irritação – ainda não me disse o seu nome.

Sigyn desfez a careta e fitou o rapaz ainda sem graça. A garota deu um pigarro limpando a garganta.

- Sou Sigyn, filha de Lord Ivaldi e Lady Ivaine. Da Casa de Lindgren. E esta é minha ama Trid, somos de Ida. E tu serias?

O rapaz sorriu de lado, e numa postura cortês segurou a mão pequena da jovem depositando um beijo.

- É um prazer conhece-la, Lady Sigyn. Fico surpreso em perceber que não me conhece.

- Ah... mas eu realmente não sei quem é o senhor – ela respondeu corada.

- Loki! – uma voz feminina e delicada preencheu o lugar – finalmente encontrei você.

Os três fitaram a rainha que vinha num belo e esvoaçante vestido amarelo.

- Aqui estou – o jovem respondeu – em que posso servi-lhe minha mãe?

Tanto Trid quanto Sigyn piscaram os olhos surpresas.

“A-alteza...?”

Esse havia sido segundo encontro dos dois jovens. Sigyn parecia muito constrangida por não ter reconhecido o filho mais novo da família real. Já vira Thor, Balder, Vidar, mas não se lembrava de Loki. Ou talvez seria porque ele não estava com o famoso elmo de chifres que costumava usar. Não era isso. O fato era de que Sigyn nunca o havia percebido antes. Já Loki apenas parecia se deliciar com o embaraço da menina. Não que gostasse de não ser reconhecido, na verdade, odiava. Mas, é o que acontece quando se tem três irmãos mais velhos, fortes, bonitos e guerreiros. Não sobrava muito espaço para o caçula aparentemente frágil, pouco atraente e intelectual.


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Notas finais do capítulo

É isso seus lindos!
O que acharam dessa estória? Sera que ela vai pra frente! Qual a opinião de vcs lindos? Alguém tava com saudade de mim aí ;)?