Past Virtual Love escrita por Sasazaki Akemi


Capítulo 1
Capítulo Único




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Sweet Amoris está uma bagunça, está tudo fora do normal. Os alunos que nunca tiveram interesse por aparelhos, aplicativos eletrônicos não abandonam nem por um minuto, seus celulares. Todos, até mesmo Lysandre, Castiel e Nathaniel foram infectados por um simples aplicativo.

Secrets, um aplicativo que se iguala ao Skype. Mas esse aplicativo tem características incomuns, diferente de todos, que necessitam de usuário para ser utilizada, Secrets nem ao menos precisa de e-mail. Basta apenas baixar o aplicativo em seu celular ou computador/notebook, que já tem seu acesso. Mas por que não há necessidade de usuários? Tem algum modo de ser hackeada? Vamos um de cada vez.

Não é preciso usar algum tipo de e-mail para criar usuários, pois a partir do seu instalamento no aparelho, Secrets já cria automaticamente uma conta em seu serviço, armazenando em seu dispositivo. Onde logo abrirá uma pequena e rápida página, onde você apenas cria uma senha para que caso utilize em um aparelho que é compartilhado, outras pessoas além de você, não consiga se conectar. E caso outras pessoas que utilizem o mesmo aparelho quiserem utilizar, terá uma opção escrita: "New Cod", onde será possível criar outra senha.

Caso perca a senha, basta clicar em "New Cod" e colocar a opção "Esqueci a senha", que caso queira recuperá-la, assinalar em "Recuperar". Onde nas duas opções, de recuperar a senha ou não, será perguntada: "Qual é o seu nickname?", abrindo um pequeno espaço para colocar o nickname que foi escolhido após o criamento da senha em seu primeiro acesso. Assim, será possível recuperar a senha ou, caso queira trocá-la, será enviado a todos os seus amigos uma pequena mensagem de: "Esse contado mudou, e sua conta será deletada em 24 horas", assim, mal eles saberão que nickname escolheste a partir disso.

Hackeada? Caso o seu computador seja hackeada, será possível. E caso a pessoa que for hackear saiba a senha da vítima. Mas caso nossa inteligência artificial detecte uma atividade anormal do usuário, ela será analisada por um tempo determinado em até sete dias. E se for entre esse período de acesso, a atividade do usuário volte ao "normal", pararemos.

Como eu sei de tudo isso? Bem... é porque...leia tudo antes de baixar e intalar qualquer coisa.

Armin já estava sem paciência, todos do colégio só conversavam de Secrets, até mesmo Lynn, a garota que seu coração palpitava de vez em quando. Não que ele ligasse para o resto da sala, pois continuariam seus amigos, mas estava sendo cansativo, escutar o nome de tal aplicativo por todos os lados, dentro do colégio, nas ruas e até mesmo em sua casa.

–Vai Armin, por que não baixas no seu celular também? – perguntava o garoto de cabelos azulados, deitado em sua cama, com apenas a luz de seu celular refletindo em seus olhos rosados, que nem ao menos por um segundo revira os olhos fora do aparelho.

–Já disse que não, Alexy – resmungou o moreno, deitado em sua cama, com apenas seus olhos azuis focados em seu PSP, onde mal piscava ou tirava os olhos de seu jogo.

–Por quê? Você nem sabe do que se trata o aplicativo – retrucou o azulado junto a um resmungo.

–Para o que eu vou usar esse aplicativo, quando tenho o Skype? – respondeu o moreno.

–Esse aqui é diferente! – continuou o azulado, fazendo o moreno bufar – o Secrets é... – e continuou assim, uma longa noite para os gêmeos, principalmente para Armin.

O dia amanheceu e os dois se encaminharam ao colégio, e como os outros dias, estava uma bagunça. Uma barulheira infernal como um trânsito congestionado, onde em vez de xingamentos, eram comentários sobre o... bem, não preciso falar.

Armin, como de costume, preferiu ir direto a sala de aula, sentar-se em sua carteira ao fundo da sala e logo começar a se focar em seu jogo, ou como ele mesmo gosta de chamar: "vida". Sentou-se e logo foi ligando seu PSP, colocou os pés sobre sua carteira para se sentir mais confortável, onde rapidamente começou a jogar. A sala de aula era o único lugar sem ter alguém para tirar sua paciência, onde não era o lugar mais confortável para se jogar, mas dava para o gasto. Bem, era um local de paz...

–Armin, você já conhece o Secrets, certo? – uma garota de cabelos longos e castanhos se aproximava empolgada do moreno, segurando seu celular com suas mãos e com seus olhos verdes e cheios de vida, como sempre.

–Sei... – respondeu o moreno, em um tom grosso.

–P.por que tanta raiva...? – ela o olhou cabisbaixa, mas mal sabia ela que acabara de interromper no momento mais crítico do jogo e que ele acabou perdendo.

–Nada... – respondeu ele, tirando seus pés sobre a carteira e logo colocando seu PSP – então, o que foi?

–Eu ia te convidar para usar o Secrets – diz ela com um sorriso estampado no rosto, impedindo do moreno de fazer cara feia para a garota, onde suspirou e a olhou com um pequeno e simples sorriso.

–Lynn, eu não tenho interesse nessas coisas – respondeu ele. Seu coração palpitava novamente, ela era a única garota que conseguira fazer isso após tantos anos.

–Mas eu achava que você curtisse eletrônicos... – comentou Lynn, onde ficava confusa ao escutar a resposta de Armin.

–Esse aplicativo é modinha, é como WhatsApp, sabe?

–Modinha? Está querendo me dizer que sou modinha? – perguntou a garota em um tom rude, onde Armin ficava surpreso com a reação de Lynn.

–N.não, claro que não... – tentou concertar o erro que havia cometido, mas o erro que ele acabara de cometer, é o mesmo tipo de erro que se comete em um gabarito de prova, caso fosse rasurado, apenas um milagre para salvar-lhe.

–Me dê licença... – ela deu as costas e foi embora, e não apareceu em seu campo de visão até o horário do começo das aulas.

Ele sempre foi desatento nas aulas, principalmente quando envolvia Lynn. Armin havia feito uma grande besteira, e deveria concertar o erro, de algum jeito. Uma coisa incomum para ele, foi não jogar durante as aulas, e sim, roubar a internet do colégio para que pudesse fazer apenas uma coisa: baixar o Secrets.

Ele baixou, e como de costume, sempre "pula" as instruções. Criou a senha e um nickname, logo começou a fuçar o aplicativo para ver seus funcionamentos. "Se eu mostrar isso a Lynn, ela me perdoaria, certo?", era a única coisa que ele havia na mente, ter a amiga de volta e ver seus sorrisos alegres, mesmo que eles não sejam especialmente a ele.

–Licença professor Faraize – dizia a senhora de cabelos acinzentados, presos em um alto coque, com um longo vestido rosa, que adentrava na sala com um rosto simpático. Enquanto o professor de cabelos curtos e castanhos escuros, e com seus olhos rosados, se afastava da lousa e se direcionava para sua mesa.

–C.claro diretora... – estava estampado no rosto do professor, de que estava com medo do motivo dela ter vindo a sala.

–Então – ela se vira para os alunos e olhando atentamente um por um. Nesse momento, Armin já havia desligado o celular e guardado no bolso de sua calça e fingia prestar atenção na diretora a frente da sala, que repentinamente, a feição havia mudado e estava furiosa – quem que hackeou o computador do colégio, para roubar a internet?! – ao ouvir essa frase, todos da sala moveram seus olhares diretamente para Armin, que estava com um olhar de paisagem para eles e apenas perguntou: "O que?" com uma voz de "eu não fiz nada", obviamente, admitindo que fora ele mesmo – você está muito encrencado mocinho!

Ele foi levado para a diretoria, onde ligaram para seus responsáveis, avisando-os sobre o acontecimento. E tomando apenas uma decisão sobre o moreno que sempre acabava na diretoria por ficar "jogando" durante das aulas: "ficará de suspensão por uma semana e caso isso volte a acontecer, será expulso".

A partir do dia seguinte ele passaria o resto da semana em casa, trancado em seu quarto. Não era ruim, era até que perfeito, ficar jogando até tarde sem ter alguém para dizer "Vá dormir, amanhã acordará cedo" ou até mesmo "Levante-se, tem que ir ao colégio", poderia passar noites sem dormir que não afetaria. Era isso que Armin havia pensado, se não estivesse com os pensamentos na garota que ele brigara.

–Está bem, vai... – ele diz após respirar fundo e clicar no aplicativo que baixara no colégio. Já havia fuçado a maior parte e notou que não havia muita diferença entre Secrets e o próprio Skype, em exceção de um pequeno detalhe: no Skype, ninguém ficaria mandando solicitações para pessoas aleatórias do mundo inteiro, muito menos adicioná-las, mas no Secrets, haviam centenas de pessoas que lhe mandava solicitações – que droga de aplicativo é esse?

Ele observava atentamente os nicknames das pessoas eu haviam lhe mandado solicitação de amizade, a maioria estavam óbvias, provavelmente com seus nomes ou sobrenomes verdadeiros, nem para colocar um apelido. Nenhum deles havia chamado a atenção de Armin, onde mesmo não tendo os adicionando, lhe perguntava: "Ei, qual são seus gostos? Você é homem? Garota?", "Essas pessoas devem querer conhecer pessoas novas, apenas isso", foi o que ele concluiu com tantas solicitações, com perguntas inúteis.

Ele pensou por um tempo sobre o que fazer com essas solicitações, então ele se decidiu: "Vou testá-las, mentirei a elas e farei as mesmas perguntas, assim eles falarão sobre elas, enquanto eu não falei nada sobre mim". Então, ele fez, um por um, respondeu-os e fez as perguntas, mesmo não aceitando as solicitações.

–Ah....! – ele resmunga alto, caindo para trás, deitando em sua cama e com o celular em suas mãos – que pessoas mais inúteis! – ele havia respondido todas as perguntas que lhe foram feitas de começo, e leu todas as respostas dadas. Caso seus gostos não batessem com a dele, ele apenas ignorava e parava de vir mensagens – esse aplicativo é tão chato... – comentou ele fechando seus olhos e deixando sua mente limpa, mas que logo foi interrompido pelo barulho do aplicativo, avisando-o que havia uma nova mensagem.

"Eu prefiro ficar em casa escutando música e me deixar levar pelos jogos, ainda, por que será que estou nesse aplicativo?"

Ele surpreendeu com a resposta da pessoa, por curiosidade, ele aceitou sua solicitação e logo mostrou que estava on-line. "Quem é essa pessoa?", era o que Armin se perguntava ao ver a sua resposta e seu nickname: Link2.0. Era uma das raras vezes que ele se interessava em conversar com alguém, já que, não são muitos que tem os mesmos gostos e pensamentos que ele. Hesitava em querer começar uma chamada com a pessoa, mas no final, acabou não fazendo nada, apenas pensou: "Essa pessoa deve estar brincando com a minha cara, não deve ser verdade, o que ela disse", estava prestes a desistir, mas foi surpreendido pelo som da chamada do aplicativo.

–L.Link2.0... – ele não foi capaz de ligar, mas a pessoa do outro lado da tela foi. Ele engoliu um pouco de ar seco e aceitou a chamada, correu para pegar seu headset que estava em sua escrivaninha e voltou e conectou em seu celular – o.oi... – por que ele estava nervoso? Foi o que provavelmente Link2.0 pensaria, certo?

–Por que está tão nervoso, William Fox Murder? – a voz da pessoa ressoava calmamente, junto a uma pequena risada tímida – William?

–... – ele não acreditara no que estava escutando, a voz de Link2.0 era fina, era uma garota – er... é uma garota...?

–Sim – responde ela normalmente, enquanto ele ficava de queixo caído – nunca ouviu a voz de uma garota, por acaso? – esse não era o motivo, e sim o motivo de já ter escutado essa voz em algum lugar, mas que não consegue se lembrar. Primeiramente, ele pensou em ser alguém de sua sala, Lynn, talvez? Mas logo desistiu da ideia, por ninguém saber que ele havia criado uma conta em Secrets.

–Não, não é isso... é que eu me surpreendi – diz ele colocando a mão em sua cabeça.

–Que bom, isso seria completamente um incômodo – diz ela normalmente – e posso falar uma coisa? Não vá ficar bravo, nem nada.

–O que é? – de uma certa forma, mesmo sendo a primeira vez a falar com ela, Armin sentia um ar de nostalgia e rapidamente se acalmou.

–Seu nickname é muita falta de criatividade, não é? – ela teria acertado, seu nickname era muita falta de criatividade, já que nunca foi seu forte, criar nomes para contas ou algo do tipo. Ele se surpreende com a fala da garota, onde ele logo retruca de volta com um sorriso malicioso no rosto.

–E o seu, senhorita, é muito ridículo.

–Como?! – ela não estava brava nem nada do tipo, e sim, tentando parecer. Queria que ele pensasse que estava nervosa, mas não pode segurar, os dois acabaram na gargalhada – parece que nós dois não somos bons para criar nomes.

–Sim, ei, tem Skype? – pergunta Armin, mas que fica desapontado ao escutar a resposta da garota.

–Meu celular está com a memória cheia, e já que o Secrets não "pesa" tanto, eu estou usando ele. Besta, né?

–Bem, é sim – responde ele sarcasticamente. E foi assim, a conversa dos dois, até que Link2.0 foi obrigada a sair por ter aula – o que é isso? – ele sentia algo diferente, em seu peito, estava ansioso para poder falar com ela novamente, foi a primeira pessoa em tempos que conseguia entender as coisas que ele dizia. Seria seu coração palpitando pela Link2.0?

O tempo se passou, até completar sua semana de suspensão. Acabara amanhecendo e teve que ir ao colégio, e indiferente das outras vezes, mal queria estar lá e mal conseguia prestar atenção na aula.

–Armin? Armin? Acorda! – escutava uma voz fina e nostálgica o chamar, que ao abrir os olhos, por estar sonolento estaria enxergando coisas. Alguém de cabelos longos e castanhos com uma linda coroa de flores para destacar seu belo rosto, mas tudo, estava embaçado.

–Lynn...? – ele perguntou ainda sonolento, erguendo a cabeça da carteira e coçando os olhos.

–Não Armin, sou eu, a Íris – diz a garota de cabelos longos e alaranjados, presos em uma trança. Com seus olhos esverdeados, que ao escutar a nome de sua amiga no lugar da sua, estaria desapontada com o moreno que ela tanto gosta.

–Desculpa Íris... – diz Armin ao ver o rosto da garota, que apenas balança a cabeça em um sinal de "sim" – então, o que queria?

–Então... você dormiu todas as aulas, e você nunca fez isso. Sempre ficava jogando...

–Ah... isso? Eu acabei dormindo tarde – responde ele junto a algumas risadas, coçando a cabeça.

–É? – perguntava a garota, em um tom confusa, mas logo solta com um sorriso a ele.

–Então, não há com o que se preocupar, okay? – diz ele, com um sorriso, deixando-a mais confortável. Logo, ficando sozinho na sala.

Ele se espreguiça e passa a mão nos olhos. Se levanta de seu lugar, arruma suas coisas e vai em direção a porta. "Alexy foi sem me esperar, que droga" pensava o moreno ao passar pelos corredores do colégio, assim saindo. Voltou para casa normalmente, e chegando, não teve a presença de seu irmão em seu quarto, mas deu de ombros e logo ligou o celular.

Solta um pequeno sorriso ao entrar no Secrets e notar que Link2.0 estava on-line. E assim, continuou, o dia. Igualmente, pela semana, e por alguns meses. Acabou a conhecendo melhor, descobrindo que a mesma não morava em Paris, e que suas notas não eram tão ruins, ou algo desse estilo, mas nada dos dois dizerem seus nomes verdadeiros ou algo que envolvesse.

–Ah! Vamos para casa! – exclama o moreno, se espreguiçando em sua carteira. Já se passara meses, e sua rotina não havia mudado: acordar e ir ao colégio, voltando para casa e logo ir falar com Link2.0.

–Armin, espera – o moreno é impedido de ir embora, sendo parado pela voz de Alexy, que estava para bem a frente de sua carteira.

–O que foi Alexy? Se for para ir ao shopping com você, estou fora. Tenho coisas importantes a fazer – diz o moreno ignorando-o, e se levantando da carteira, logo indo em direção a porta da sala.

–Não Armin, não é isso – escuta a voz de Lynn, logo aparecendo e bloqueando a porta – não isso que queremos saber.

–Como assim? – Armin não entendia nada, apenas via Lynn bloquear a porta com uma feição nervosa, junto aos seus colegas, que estavam com a mesma feição – o que foi?

–Nem me vem com esse o que foi – diz a garota de cabelos esbranquiçados, com seus olhos dourados e determinados, que encarava-o como se ele tivesse feito algo de ruim.

–Armin, o que está acontecendo? – escuta a voz baixa da garota de cabelos violetas, que se escondia atrás dos colegas.

–Rosalya, Violette, o que estão dizendo? Eu fiz algo de errado? – pergunta ele, com uma expressão confusa.

–Por que não nos contou?! – Lynn já havia perdido a paciência, seus olhos verdes já enchiam de lágrimas, fazendo o moreno querer consola-la, mas sabia que não poderia.

–Contei o que?

–Isso! – ele se vira ao irmão que estendia o celular, seu celular. Estando aberta em Secrets, mostrando que Link2.0 estava on-line.

–Alexy! Mas quando foi que...? – Armin perguntava.

–Você estava tendo um sono profundo, não foi difícil de pegar seu celular do bolso – responde o azulado – mas por quê? Por que não nos contou sobre ela?

–Link2.0? O que tem ela?

–Ela é a criadora do Secrets, Armin – escuta a voz de Lysandre ressoar suavemente.

–O que? – se ele sabia? Não, ele não sabia sobre esse assunto. Ela não havia contado, e não queria contar – como assim? Isso é brincadeira, não é?

–Não – responde Alexy – há um mês, desde que o Secrets foi lançado, a criadora, que mesmo disfarçando a voz e escondendo sua aparência, ela disse em uma entrevista: "Eu mesma estou usando o aplicativo, e converso com uma pessoa muito gentil, e o conheço como William, William Fox Murder"

–Nós procuramos por meses! Quem era esse William, quem era a tal criadora! – gritava Íris, que normalmente era calma, principalmente quando falava com o moreno – E... e a resposta estava bem a nossa frente... bem aqui... na pessoa que eu... – ela não terminou a frase, apenas deixava as lágrimas rolarem pelo seu rosto.

–Mas gente... – ele não tinha culpa, culpa de nada. Mas se sentia arrependido, desapontado com sigo mesmo, e principalmente com Link2.0.

E foi se passando os dias após isso, Armin não entrava mais no aplicativo, hesitando em deleta-lo, mas não conseguia. "Por que? Por que ela não me contou?" ele se perguntava, mas nada de perguntar a ela.

Deitado em sua cama, com o celular no rosto. Enquanto Alexy havia saído com o pessoal da sala, onde Armin não conseguia nem dizer mais nenhuma palavra a ele. Suspirava sozinho, querendo sumir, ir para outro lugar que não fosse ali.

–Que droga... – murmurava ele, se referindo a sua vontade de jogar jogos, que nem um pingo se quer tinha. Aquilo, o que ele era agora, não era mais o Armin que conheciam.

Ele estava prestes a cair no sono, mas foi interrompido pelo som da campainha. Não ligava, nem iria se levantar para atender, com o pensamento: "Meus pais irão atender". E ele acertou, seus pais atenderam a porta, mas logo escuta passos em direção a porta de seu quarto.

–Armin? Tem uma carta para você – escutara sua mãe dizer por trás da porta, fazendo o levantar rapidamente da cama, e atende-la com uma expressão surpresa.

–Para mim? – perguntava ele confuso, enquanto sua mãe apenas lhe entregava um pequeno envelope com seu nome escrito. Ele pega a carta e abre ali mesmo, onde dizia:

"Armin, ou melhor, William, o que houve? Faz algumas semanas que não entras no aplicativo para conversarmos e nem jogamos mais juntos. Aconteceu alguma coisa? Estás doente? Estou preocupada, gostaria de respostas... entre em Secrets... por favor. Link2.0"

Ele se surpreende com o que lê, sem acreditar. "Como ela conseguiu meu endereço?" ele se perguntava, logo indo rapidamente para sua cama e pegando seu celular. Ele mal havia entrado no aplicativo e vê a chamada dela.

–Armim?! Quero dizer, William?! – perguntava a garota ao ver que ele havia atendido.

–Sim, sou eu – diz ele engolindo seco, arranjando coragem para fazer a pergunta.

–Que bom, estava preocupada sabia? – dizia a garota em um tom aliviada e com um ar de sapeca.

–Link...

–O que foi?

–Quem é você?

–Como assim? – ela já havia ficado preocupada, o que responderia ao garoto?

–Você é a tal criadora do aplicativo, não é? – ela não queria responder, queria manter isso em segredo – meu irmão já me contou, e meus amigos confirmaram. Me disseram da entrevista.

–Então o Alexy é meu fã... – foi a única coisa que pode dizer, ao meio de pequenas risadas.

–Alexy? Você o conhece?!

–Conheço...

–Desde quando?!

–Não lhe importa, certo? Então o que vamos jogar hoje?

–Não me mude de assunto! Link, quem é você?!

–Desculpe Armin... preciso ir – sem responder, rapidamente a chamada foi desligada e seu nome já mostrava off-line.

Passou os dias, e ela não entrava mais. E não importava o quanto ele esperasse, procurasse sobre ela, procurasse de onde veio a carta, não sabia de onde ela era.

Cansado de ficar esperando, cansado de lembrar dela, Armin resolveu dar uma volta pela cidade, passando a frente do colégio, da casa de Lynn, até uma hora, dar uma pequena pausa e sentar no banco do parque.

–O que eu estou fazendo? – perguntava-se, olhando a sua volta e notando que o local estava deserto, sem ninguém. Bem, apenas uma pessoa. Uma garota sentava-se próxima a uma árvore, com seus longos cabelos castanhos balançando com a brisa, com uma coroa de flores a sua cabeça, deixando mais belo seus olhos rosados, que olhavam diretamente ao celular.

Estava escurecendo, e as luzes do parque já começava a se acender. Ele não queria ir, preferia ficar sozinho, enquanto a garota se levantava e caminhava para a saída do parque. Armin acompanhava com o olhar, a garota se afastando aos poucos, mas logo seu olhar se direcionou para onde ela estava sentada, notando que tinha um papel. Levanta-se para pegar, e por curiosidade, ele leu:

"Armin, não disse a você quem eu era, que era a criadora de Secrets, que conhecia você e sua família e que sabia de seu endereço. O por que, é que eu estava com medo. Medo de que você não se lembrasse de mim, da pessoa que passou alguns dias com você, em uma chamada no Skype, por estarmos no mesmo time no torneio do jogo. Onde lhe falei meu nome, meu e-mail, onde estudava e onde eu morava, e você fez o mesmo. Eu não me esqueci, mas você esqueceu minha voz, esqueceu de mim. Fui uma tola, sinto muito por não ter te falado antes. Mas sabia de uma coisa? Eu estava mais próxima do que você imagina"

Se foi de propósito? Ele não entendeu, mas ele correu atrás da garota que já virava a esquina.

–Drika! – gritava o garoto, fazendo a garota olhar para trás.

–Ah... posso ajudar? – pergunta ela, ao ver Armin ofegante a sua frente.

–Drika... me desculpa... realmente, me desculpa! – dizia o garoto, erguendo a cabeça e lhe estendendo o papel – eu não havia me esquecido... eu apenas...

–Tudo bem Armin... ou quero dizer... William? – ela solta um pequeno sorriso, onde o garoto faz o mesmo – eu também tenho que me desculpar.

–E se desculpou, mas eu...

–Relaxa, já passou – ela mantém o sorriso – mas ainda não acredito que você conseguiu esquecer sua antiga colega de classe – ela resmunga.

–Hehe... Foi mal...

–Que nada – "Meu coração está acelerado novamente..." pensava Armin ao escutar essa frase, ao escutar a doce voz da garota que ele havia vontade de...

Os dois foram embora juntos, e os dois passaram a conversar novamente, como da primeira vez. Bem, talvez um pouco diferente.

–Prazer, eu sou Drika. Vamos nos dar bem.

Sim, me mudei para Sweet Amoris, assim, posso ficar junto do Armin novamente.

–Que nos demos bem, minha Drika.

E foi assim, reencontrei o meu Armin. Secrets funcionou como eu queria, consegui realizar meu sonho, meu antigo amor virtual.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que gostaram mais, e se acharam que ia ter beijo... bem... Mas leram até aqui? Obrigada! Agora, vai ter um comentário?



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