Sinfonia do caos


Os dementadores rondavam em meio à tempestade e ao forte de Azkaban. As ondas atingiam as pedras com violência, a água caia incessante junto à luminosidade de raios e ao estrondo de trovões. Seria um momento terrificante para uma pessoa normal. Os aurores e guardas estavam mortos e os prisioneiros iam sendo libertados um a um, surpresos e extasiados de que seu Lord finalmente os viera buscar. Uma entre vários prisioneiros dançava pelos corredores como se a tempestade e os trovões do lado de fora fosse a mais bela sinfonia de caos. Ela estava certa, como sempre soubera que estava, pois O lord das Trevas estava ali para salva-los, para leva-los de volta à gloria dos puro sangues. Sua pele queimava sob a marca negra, mas ela não sentia nenhuma dor excruciante. Sentir aquele chamado depois de tantos anos era a melhor sensação que ela poderia ter na vida. Melhor que o sopro de ar fresco da liberdade, melhor que a sensação de matar alguém, melhor que um orgasmo.
Dançando e girando o corpo como se estivesse bailando no mais importante dos bailes Bellatrix avistou por fim saindo de outra cela seu marido Rodolphus. Gargalhando em um som louco, ela gritou quando seus olhos se encontraram “Eu lhe disse, homem de pouca fé. Eu lhe disse milhões de vezes que Ele viria por nós.” Rodolphus a mirou ainda estupefato, com a mente vagando entre a loucura de tantos anos preso com a sanidade de se ver livre. Bella parecia bem mais lúcida em sua loucura do que deveria. “Por que está parado aí marido? Venha dançar, não está ouvindo a sinfonia de caos que eu ouço?” E gargalhou novamente.
Caos era tudo o que ele sabia que existia na alma de sua esposa.