Eu quero você só pra mim escrita por Lailla


Capítulo 15
Quem te disse que eu já não era?


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, obrigada por terem acompanhado a história e lido até o final. Espero que a história tenha respondido às expectativas de vocês s2s2s2s2s2



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Daiki e eu estávamos na minha varanda. Eu estava sentada na mureta de frente para a rua e ele escorado na mureta de frente para minha casa. Daiki queria conversar comigo e eu consenti, mas apenas por achar que essa seria a melhor maneira de esquecê-lo de uma vez.

– O que quer falar comigo? – Perguntei, olhando para minha caneca com chocolate quente.

– Queria saber como você está. – Ele disse calmo.

– Estou bem. – Disse suavemente.

– Você cortou o cabelo, ne. – Ele me olhou pelo canto do olho – Ficou bom.

– Hum, arigatou. – Disse bebendo o chocolate em seguida.

– Hanako, por que... Você disse aquilo?

– Hum? – O olhei em dúvida – Nani?

– A dor que é beijar e dormir com alguém que só pensa em outra. – Ele olhou nos meus olhos – Eu não fiz isso.

Desviei o olhar, fitando a caneca.

– Mas você disse o nome dela quando estávamos na cama.

– Olha, apenas uma vez eu pensei na sua irmã, mas quando nos beijávamos. – Ele dizia – Você é muito parecida com ela, mas foi apenas essa vez.

Apertei a caneca um pouco, tentando não chorar. Não podia chorar na frente dele, não podia!

– Hanako, eu só pensava em você quando dormíamos juntos. – Ele disse – Eu só disse o nome dela porque você falou como ela, foi sem querer.

– Não importa... – Disse.

– Claro que importa. Eu fiquei... Puto por você pensar isso de mim. – Ele disse voltando o rosto para frente com o olhar baixo – Hanako...

– Eu me transferi por sua causa,... Sim. – O interrompi.

Ele me olhou surpreso.

– Eu quis mudar, eu queria mudar por sua causa. – Eu confessava – Queria que você se apaixonasse por mim.

– Quem te disse que eu já não era? – Ele disse repente.

Arregalei meus olhos e os acalmei a força, o que os fez marejarem um pouco. Bebi o chocolate até o final e abaixei a cabeça, o que fez minha franja tampar meus olhos.

– Pára de fazer isso. – Pedi.

– O que?

– Mentir.

– Você sabe que eu não estou mentindo. – Ele disse.

Era verdade, ele não estava mentindo. Havia como ver no tom de sua voz. Virei o rosto pra ele não me olhar.

– Me desculpe por ter te tratado daquele jeito, eu era um babaca. – Ele disse – Mas eu já gostava de você. Você... Começou a chamar minha atenção, então... Eu quis me aproximar de você e comecei a jogar com você. – Ele deixou escapar uma risada – Mas aí... Aconteceu aquilo tudo e você foi embora.

Eu não o olhava, meu rosto ainda estava virado mesmo ele estando de cabeça baixa com as mãos ainda dentro dos bolsos.

– Você fica bonita de qualquer jeito, sabia? – Ele sorriu – Não precisava ter deixado o cabelo crescer, eu gosto de você de qualquer jeito.

– Pára... – Pedi.

Ele me olhou.

– Vai embora, por favor.

– Hanako...

– Só vai... – Pedia.

Ele desencostou da mureta e veio até mim, pegando em meus ombros por trás. Correu as mãos, descendo pelos meus braços e me abraçou. Eu engoli a seco por ele estar tão perto. Ele encaixou a cabeça no meu pescoço e eu senti sua respiração, o que me fez virar o rosto de novo.

– Pedir pra ir embora é diferente de um abraço. – Disse com a voz embargada.

– Desculpa ter te magoado. – Ele disse.

– Pára...

– Só estou te abraçando.

– Não... Pára de me magoar, pára de mentir pra mim. – Pedia quase chorando.

– Hanako...

– Vai embora... – Apertei a caneca.

Ele me apertou um pouco.

– Hanako, eu acho que eu te amo.

Arregalei os olhos e as lágrimas caíram. Acalmei o olhar e apertei os olhos, deixando as lágrimas caírem. No meu plano, eu nunca pensei em como queria que Daiki dissesse que me amava. Eu só queria que ele dissesse, mas com certeza não queria que fosse como na situação em que nos encontrávamos.

– Você me ama? – Ele perguntou.

Não respondi, apenas apertei meus lábios um contra o outro. Ele me largou, mas tirou a caneca da minha mão, pondo-a ao lado na mureta. Fechei minhas mãos e ele me pegou no colo, me sentando de frente para ele.

– Olha pra mim. – Ele pediu.

Eu não o fiz, abaixei mais a cabeça. Ele pôs a mão na minha bochecha e me fez olhá-lo, limpando minhas lágrimas com o dedo.

– Por que você sempre faz isso? – Perguntei com a voz embargada.

– O que?

– Me magoar... – Mais lágrimas caíram.

Ele passou o dedo no meu rosto para limpá-las e tirou minha touca, passando a mão pelo meu cabelo.

– É o que os idiotas fazem... – Ele deixou escapar uma risada – Mas eu não quero mais ser um idiota.

Deixei uma risada escapar, abaixando a cabeça e pondo a mão em cima da mão dele, que ainda segurava minha bochecha.

– Hanako, você ainda gosta de mim? – Ele perguntou.

Balancei a cabeça, assentindo.

– Que bom... – Ele deixou escapar um sorriso – Eu não vou mais fazer besteira, tá?

Mordi o lábio, mania minha quando chorava.

– Prometo pensar duas antes de te chamar pelo nome, porque às vezes a gente pensa em um monte de gente e confunde os nomes. Prometo não te magoar mais...

– Isso não é um casamento. – Ri, limpando as lágrimas.

Ele riu. Aos poucos parou e ficou apenas me olhando, se aproximando em seguida e me abraçando.

– Gomen, Hanako. – Ele disse – A culpa é minha por você querer mudar.

– Não... – Sorri levemente – Eu que fui idiota mesmo. – Deixei uma risada escapar.

Pus as mãos em sua blusa e a apertei um pouco, abaixando a cabeça.

– Ainda dói... – Disse quase inaudível.

– Gomen... – Ele disse, pondo a mão na minha cabeça e a beijando.

– Daiki, eu te amo. – Disse de repente.

Ele me abraçou num impulso. Eu tinha um plano: fazer com que Daiki se apaixonasse por mim. Na verdade, eu tinha apenas esperanças, nunca pensei que fosse acontecer de fato e muito menos que ele já estivesse apaixonado por mim. Eu mudei por ele, dei duro por ele, mas eu nunca pensei que realmente daria certo. Eu fiquei com raiva dele de verdade, mas, por mais que eu não queira admitir, eu já havia o perdoado. Daiki era um idiota, o garoto mais idiota que já vi, mas... Ele era o idiota da minha vida. O garoto que me hipnotizava apenas com aquele sorriso.

Ele ainda me abraçava e eu já havia levantando os braços para abraçá-lo forte. Corri as mãos até seus braços e o fiz cessar. Ele me olhou em dúvida, mas eu não disse nada, apenas olhava para ele com os olhos meio abertos.

– Baka... – Disse.

Ele sorriu levemente e aproximou o rosto, encostando os lábios nos meus e me beijando. O céu estava nublado e estava prestes a nevar. Naquele momento nosso, a neve começou a cair lentamente e a paisagem a ficar mais delicada.

...

Os dias se passaram e também passou o ano novo. Daiki e eu conversávamos durante esses dias, seja por mensagens ou pessoalmente, porém sem ninguém saber. Mas não por querermos manter segredo, apenas por ser apenas um assunto nosso. Os filmes na casa dele voltaram e agora eu tinha um motivo real para dormir com ele: eu o amava de verdade. Ele nunca mais errou meu nome, o que ironicamente eu amei, e antes mesmo do ano novo, ele me pediu em namoro.

Num fim de semana em que os pais dele estavam em casa e os meus não, fomos para minha casa e depois do filme para o meu quarto. Ele ficou surpreso por entrar no meu quarto pela primeira vez. Sentei na cama e ele fez o mesmo logo depois. Sorri um pouco envergonhada e ele me beijou, tirando minha blusa em seguida. Daiki olhou para o meu pescoço e viu o colar que Satsuki deu pra mim. Ele sorriu e continuamos. Quando terminamos, ele ficou me beijando ofegante e depois deitou ao meu lado. Fiquei de lado e deitei em seu ombro.

– Você já contou para as suas amigas? – Ele perguntou.

Deixei um sorriso escapar.

– Contei. Sumiko quase me bateu, mas... – Ri.

– Sei... – Ele riu – Satsuki também ficou com raiva de mim.

– Por quê?

– Porque eu estava dormindo com a irmã dela. – Ele disse em tom óbvio.

Deixei uma risada escapar.

– Nee?

– Hum.

– Por que você foi naquele jogo? – Perguntei – Contra Shikomoe.

– Porque eu tinha dito pra você que eu ia. – Ele disse simplesmente, mexendo nas pontas do meu cabelo.

– Ah... – Corei.

Ele riu e eu o olhei, beijando-o. A porta do meu quarto se abriu de repente e Satsuki entrou.

– Hanako, quer sair comi...?

Ela nos fitou na cama e arregalou os olhos, gaguejando com as palavras. A olhei e arregalei os olhos, não havia contado a ela ainda! Ela correu em direção à cama, Daiki sentou e recuou até encostar na parede e ela começou a bater nele, que tentava se proteger.

– Eu disse pra você nunca mais fazer isso, baka! – Ela exclamava.

– Oe, Satsuki...! – Ele desviava dos tapas dela.

Ela bufou e pegou minha luminária em cima da escrivaninha. Arregalei os olhos e sentei rápido, segurando os pulsos dela para ela não jogar aquilo nele.

– Satsuki! – Exclamei.

Ela parou ofegante, comigo ainda a segurando. Ela olhou para baixo e viu meus seios, a coberta caiu e ela viu que eu estava nua mesmo. Eu estava na frente de Daiki, que segurava a coberta e ainda estava contra a parede em posição de defesa.

– Gomen! – Exclamei – Eu ia te contar!

– Por que você fez isso de novo?! – Ela exclamava ofegante.

– A gente está namorando! – Exclamei para explicar – Gomen!

– Hã... – Ela processava.

– Gomen... – Disse, abaixando os braços dela com calma.

Ela suspirou e pôs a mão no rosto.

– Você tem que me avisar essas coisas antes...

– Hai. – Sorri.

Ela sorriu pra mim e franziu a testa para Daiki, que tremeu um pouco. Satsuki se virou e foi em direção à porta.

– Da próxima vez tranca a porta. – Ela dizia – E se vistam logo, nossos pais vão chegar daqui a pouco.

Deixei uma risada escapar e ela saiu do quarto, fechando a porta. Eu suspirei e deitei. Olhei para Daiki que ainda estava se recompondo.

– O que foi? – Ri – Ficou com medo dela?

– C-Claro! – Ele exclamou – Quando eu disse que ela ficou com raiva de mim não foi só isso! Ela me chutou em cheio...

Torci a expressão e comecei a rir. Ele fez cara de tédio e deitou do meu lado, me abraçando e me apertando. Eu ri mais e comecei a fazer cócegas nele, que não teve efeito nenhum. Mas eu comecei a rir mais quando ele começou a fazer cócegas em mim. Alguns minutos depois, nos vestimos e descemos.

Eu estava feliz, eu estava realmente feliz. Na verdade, eu tive sorte. Normalmente, descobrir que o garoto que você ama já está apaixonado por você não acontecesse sempre. Uma coisa que eu aprendi de verdade foi que eu nunca deveria ter mudado por causa dele ou por causa de qualquer outra pessoa. Eu deveria ter sido eu mesma, talvez quando ele voltasse a ser o garoto que eu sempre gostei, ele fosse me pedir desculpas e eu finalmente me declararia para ele. Apenas pegamos o caminho mais longo e complicado, porém não me arrependo de nada. Uma coisa que nunca deveríamos fazer é mudar em função dos outros. Foi escolha minha e não me arrependo, mas se talvez acontecesse de novo, eu não faria. Eu talvez conversaria com ele ou sei lá, quem sabe? Mas o que eu mais agradeço é que tudo deu certo e que Satsuki não bateu mais nele...


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Notas finais do capítulo

Ahhh, gostaram do final? *---*