Narrando: Sam

Mal cheguei na escola e vários professores já vinham com setenta quilos de tarefas de casa que eu teria de fazer para a próxima semana, sim, nem perguntaram como foram meus dias na fazenda! Só na entrada da escola uns 7 professores já tinham me entregue pelo menos 2 folhas cada um, ou seja 13 folhas, porque uma eu enfiei na boca do primeiro idiota que vi na minha frente! Fui tentar espancar meu armário, mas quem eu encontro escorado nele, o pequeno Benson, o que de certa forma me acalmou, não sei, eu relaxei um pouco pois teria alguém pra conversar, eu achava. Fui até ele com aquele monte de folhas.

Sam: Sai do meu armário!

Freddie: Bom dia pra você também!- Ele sorriu e desencostou dele, eu coloquei aquele monte de dever, que estavam desmatando árvores, não que eu me importasse muito com isso

Sam: O que estava fazendo no meu armário?- Não falei nervosa

Freddie: Te esperando!

Sam: Não fui eu!- Lá vinha bomba

Freddie: Calma!- Ele sorriu- Eu só quero conversar um pouco, e ainda faltam 15 minutos para a aula!

Sam: Acha que eu não sei?! Fui acordada por um banho de água fria 15 minutos antes!!

Freddie: Por isso esse seu mal humor?- Ele realmente debochou da minha cara mesmo sabendo do que eu era capaz naquele momento?!

Sam: Não! Esse monte de gente sem ter o que fazer me deu um monte de dever de casa!!!!

Freddie: Ah, eu também recebi! Acho que Carly recebeu ontem, entregaram na casa dela e até já fez...

Sam: E cade ela falando nisso?

Freddie: Ela ficou até tarde fazendo esses deveres, então faltou hoje pra descansar

Sam: Depois me encontro com ela então...- Sorrimos cúmplices, o que me deixou um tanto confusa- Eu acho que vou na sala dormir um pouco... sabe, recompensar um pouco!- Quando fui sair ele puxou meu pulso me fazendo virar novamente para ele

Freddie: Você não acha que precisamos conversar Sam? Sei lá, sobre o que aconteceu na fazenda...- Meu coração parou de bombear sangue!!!!!!!

Sam: Carly vai atrás de um psicologo para resolver meus problemas com chuva!!- Eu falei um pouco desesperada, soltei meu pulso e corri antes que ele falasse que não era sobre a chuva, e sim sobre o que a chuva havia causado

Sabe, enquanto eu estava deitada sobre a mesa da sala, fiquei pensando, Eu e Freddie sempre nos odiamos, e de repente ele me ajudou e acho que gostou da ajuda, eu me sentia calma quando ele sorria, mas também tinha um pouco de vontade de descontar minha raiva nele, como um porto seguro que você pode confiar em qualquer situação, na alegria ou na raiva... eu me perdia em meio tantos pensamentos, eu estava confusa, eu não podia negar que Freddie estava sendo muito legal comigo, mas talvez fosse só isso, um mero amigo... eu estava tão perdida com aquelas palavras que saiam da minha cabeça, que nem percebi que todos já estavam sentados em seus devidos lugares na sala de aula, até sentir alguém me cutucar, olhei para trás e Freddie tinha se sentado atrás de mim, ele me espera virar todo preocupado

Freddie: Aconteceu alguma coisa?- Eu neguei com a cabeça e voltei a debruçar sobre a mesa, até sentir ele me cutucar novamente, o que me deixou até bastante nervosa!

Sam: O que é agora?!

Freddie: Calma, é que eu queria saber... se por caso você não gostaria de fazer esses deveres na minha casa? Eu te ajudo, e a Carly já fez, e você precisará dessas notas Puckett, você tem que fazer alguns deveres pelo menos!- Do nada ele começou a falar muito rápido, o que começou a me dar um desespero e eu realmente não sabia porque aquele alvoroço todo da minha mente, eu não sabia o que dizer, eu simplesmente fiz que sim e me virei, foi simplesmente automático agora meu cérebro decidia as coisas por si só!

Eu não prestei atenção em uma só palavra que aquele monte de pessoas falavam em frente a um quadro, eu estava ficando louca, eu não conseguia mais controlar meus próprios pensamentos... Eu consegui ouvir o sinal bater e finalmente era hora de ir embora depois de um dia cansativo da escola, era no meio da tarde, eu caminhava até meu armário, eu estava me sentindo estranha, eu não bati em ninguém pelo caminho, cheguei a meu armário, peguei aquelas folhas e enfiei na minha mochila sem nem me importar se amassariam,e fui me deslizando nele até encontrar o chão, estiquei minhas pernas e escorei minha cabeça no final do armário, eu tinha que achar uma resposta ou até uma solução para aquilo tudo, eu fiquei tentando focar nos alunos passando e me olhando com umas caras de bocós, mas nada me tirava o foco de incríveis olhos castanhos ou até do vento batendo no meu rosto enquanto eu rolava pela grama da fazenda com um bobo em cima de mim... até que eu senti que se sentou ao meu lado, e se eu achava que aquilo poderia resolver alguma coisa, estava muito enganada, minhas mãos começaram a soar e eu só queria me livrar daquele peso!!

Freddie: Sam, você tá bem mesmo?- Ele me olhava enquanto estava sentado

Sam: Eu não sei... e só sei que eu não consigo ir na sua casa hoje, Benson- Eu o encarava ainda escorada no armário

Freddie: Por que? Você quer que eu chame alguém, você não parece bem Sam!!- Ele falou um pouco preocupado, que conseguiu até me roubar um sorriso fechado

Sam: É falta de presunto no sangue, não se preocupe...- Ele sorriu de lado

Freddie: Eu espero que sim...- Ele se levantou e estendeu sua mão- Não pretende ficar nesse chão para o resto do dia né? Achei que já estivesse cheia daqui!- Sorri e me apoiei em uma mão para me levantar

Freddie e eu saímos da escola, ele me deixou com um abraço na metade de seu caminho, e só continuou até a sua casa quando não conseguiu mais me ver... nem eu sabia mais o que eu tinha, cheguei em casa e me espatifei no sofá sem nem prestar atenção no que minha mãe dizia, fui até a geladeira e comi pelo menos 2 quilos de presunto, frango e bacon, nada parecia estar certo, eu só queria uma solução, eu não conseguia dormir ou assistir um programa babaca... peguei minha mochila com os tais deveres chatos e segui minha intuição, meus pés pareciam andar sozinhos, fui até o prédio de Carly e Freddie, Lewbert tentou me xingar de algumas coisas e eu só peguei um sapato que estava sendo usado para segurar a porta e joguei nele, sem paciência, o que menos precisava era mais confusão... subi até o andar deles, Carly poderia me ajudar, quado iria virar a maçaneta parece que uma atração me fiz virar e me deparar frente a porta de Freddie, peguei um grampo da minha mochila, depois de segundos abri a porta devagar a ,Srª Benson parecia não estar em casa, tirei meu tênis e entrei naquele lugar brega na maior calma, as questões continuavam fazendo a maior bagunça na minha cabeça... fui até o quarto de Freddie com a mochila nas costas e o tênis na mão, abri a porta e me deparei com ele sentado sem camiseta na cama e com um notebook em seu colo, minha cabeça estava quase pifando, ele me viu entrar e levou um belo de um susto, me olhou com um olhar assustado e sua expressão não era das melhores

Freddie: Você me disse que não vinha... e como entrou aqui?

Sam: Já estou com perguntas demais na minha cabeça, será que você pode tentar resolver esses problemas que nem eu sei o que são? Eu estou pirando Freddie! Eu não controlo meus pensamentos, eu estou nervosa e aflita, confusa...- Joguei minha mochila e meu tênis desesperadamente no chão- Me ajuda, por favor...- Eu o encarei desesperada e ele me olhava com um sorriso de lado, se levantou da cama, só de calça e meias e foi até mim com aquele mesmo sorriso ao qual eu não conseguia tirar meus olhos, ele não me disse nada fez melhor que isso, me abraçou, uma corrente elétrica tomou conta de nossos corpos, de repente parecia que tudo havia mudado, eu estava calma, minha respiração tinha voltado ao normal, meu raciocínio era o mesmo de anos, eu respirei fundo e aliviada, ficamos longos minutos abraçados, eu sentia o calor de seu corpo e sua respiração em meu pescoço, enquanto ele massageava meu cabelo com uma mão e a outra apertava um pouco acima da minha cintura, eu estava pendurada em seu pescoço

Freddie: Vamos conversar...- Ele disse calmo e eu me soltei dele, o mundo era o mesmo, meus pés pareciam finalmente terem tocado o chão e o mundo não desabava mais sobre minha cabeça, fomos até sua cama e nos sentamos- Está melhor?

Sam: Eu acho que sim! Parece que me deu um negócio inexplicável, depois daquela hora que você me chamou para conversar...- Me arrependi de ter dito aquilo- Eu não sei, eu estava confusa, desesperada, e não entendi as questões que não paravam de se formar na minha cabeça, minha respiração estava acelerada e o chão parecia não existir... Eu não sei o que aconteceu!

Freddie: Eu tenho a resposta para todas essas questões, Puckett!- Ele sorriu e se levantou, me estendendo a mão

Sam: Me diz então Freddnerd!- Eu sorri duvidosa, e ele fez a resposta que eu mais queria ouvir, mas não queria admitir, ou melhor ouvir não, sentir.... Freddie me puxou pela cintura e me beijou, minhas mãos estavam em sua nuca e as deles me apertavam na cintura me fazendo ficar nas pontas dos pés, eu não sentia mais nada e toda aquelas preocupações foram-se embora, nada mais me dominava apenas aqueles lábios quentes que se movimentavam junto aos meus, ou o quanto nossas línguas dançavam enquanto minha cabeça só focava nele, eu conseguia sentir o alivio de estar sendo praticamente esmagada por aquele corpo sem camiseta e principalmente ao qual estavam todas as minhas respostas, terminamos o beijo com pequenos selinhos carinhosos, para ser bem sincera só paramos pela falta de ar que já estava queimando meus pulmões...

Freddie: Achou suas respostas?- Ele sorriu de lado, me roubando mais um sorriso aliviado...