Once upon a time escrita por Matou Mussy


Capítulo 11
Solidão


Notas iniciais do capítulo

Enfim, eu disse que ia postar domingo, não ? ~aquela carinha~

Mas quem diria que seria de madruga kkkkkkkkkkkkkkkk

Pqp véio, na verdade eu ia escrever de noite se pa, mas comecei a escrever umas 4 da manhã e não parei 'u' ! Então estarei postando agora !

Espero que gostem ! ^o^/



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Vazio

Essa era a melhor palavra que descrevia o que o pequeno garoto sentia; vazio.

Não que ele não obtivesse atenção, totalmente ao contrário, sempre havia alguém ao seu lado cuidando dele, desde babás à outras empregadas postas exatamente para este tipo de serviço.

Sua família esperava muito dele, então o albino era considerado como 'queridinho' dentre todos eles, então porque não estava satisfeito?

Porque sentia essa solidão ?

Essas perguntas rodavam por sua cabeça sem parar, quase todos os dias, principalmente quando era mais jovem. Bem, ele havia sua irmã menor, porém ela havia sido tirado dele logo após que perceberam que ele estava se 'apegando' demais a irmã mais nova.

Isso foi o bastante para o corroer mais ainda.

Após isso ele só caía mais e mais na profundeza do abismo.

Até que chegou uma hora que não ligava mais.

Porém se ele não se importasse ninguém se importaria, ele havia aceitado isso.

Parecia que naquele lugar não queriam vê-lo feliz, apenas queriam vê-lo do jeito que bem entendiam, como um boneco.

Como um fantoche.

Não adiantava nada achar algo aonde pudesse se alegrar; algo que pudesse deixá-lo feliz, e até mesmo um pouco menos solitário.

Mas do que adiantava? Se acontecesse isso esta tal coisa seria apenas arrancada de suas mãos.

Igual sua irmã e igual a tudo que prezou a ter.

"Você não precisa disso"

"Você não é igual aos outros"

"Kill, você é diferente. Você tem um futuro aonde o poder lhe aguarda"

Poder, dinheiro, fama ? O que isso significava quando a pessoa não estava feliz ?

Era isso que o albino se perguntava toda hora.

Apenas ouvia o que os seus superiores tinham a dizer.

E por parte tinha que concordar.

Sempre foi assim.

_ Kill! - A voz estridente de sua suposta mãe o tirou de seus longos pensamentos. Ele não se dava muito bem com a mãe, achava ela irritante e exagerada. - Kill!

_ Hm? - Fez enquanto estava sentado numa das lindas e decoradas salas que havia naquele enorme palácio. - O que você quer agora ?

_ Oh. Kill. - Dizia ofegante. - Você não foi em nenhuma de suas aulas hoje. O que aconteceu ? Conte para mim.

O menor apenas encarou a mãe com desdém. Ela fingia se preocupar, mas na realidade tudo o que fazia era para algum benefício.

_ Para de fingir que se importa - Falou dando de ombros - É nojento.

Antes que ela pudesse protestar algo ele continuou.

_ Sempre quando isso acontece você apenas me tranca na cela e me pune. - Disse sem nenhuma expressão facial - Se não está fazendo isso é porque o Vô ou o Pai não deixaram. Você irritante, então não fale comigo.

Sem olhar para a cara da mãe ele se levanto do sofá e trilhou seu caminho para uma das portas, não aguentava nem ficar no mesmo lugar que ela.

A mãe no lugar choramingava coisas sem nexo, porém uma coisa era clara.

_ Oh, Kill. - Falava entre lágrimas. - Está agindo como um verdadeiro líder, com certeza será um Rei totalmente severo e colocará estes 'gados' em ordem.

Killua não teve opção ao invés sentir nojo. Rangeu os dentes de raiva enquanto saía daquela sala.

Para sua falta de sorte que aquele dia havia lhe proporcionado, veio outro incômodo.

_ Kill. - A voz de seu irmão mais velho, calma porém assustadora adentrou em seus ouvidos. - Mamãe disse...

_ Não precisa dizer. - Falei passando reto à ele. Eu havia respeito por Illumi, mas não diria que gostava dele.

_ Você parece tão triste, Kill. - Após o irmão mais velho dizer isso, Killua virou para olhar Illumi, que estava com a cabeça inclinada para o lado.

_ Porque não estaria? - Deu uma leve pausa - Tiraram até Alluka de mim, agora querem tirar oque?! - Disse em um tom mais alto.

_ Já discutimos isso, Kill. - Falou se aproximando do mais novo e colocando sua mão na cabeça do albino e sussurrando no ouvido dele. - Não desobedeça as regras ou se arrependerá, você não conseguirá fugir; este é seu destino. Este Reino todo é seu destino, Kill. Você não tem outra opção sem ser aceitar, entendeu?

Sem responder, Illumi afasta de Killua.

_ Sua próxima aula é daqui meia hora. - Falou passando reto pelo irmão mais novo. - Esteje lá, e não se atrase.

Estático e isolado estava Killua, ele não entendia porque isso acontecia com ele.

Aliás, o que ele fez de errado para merecer isso?

Não era nem o mais velho, eles apenas assumiram que ele é o mais qualificado para herdar o trono.

Ele não queria, não mesmo

Até mesmo porque aquela família era suja por sangue.

Eles eram grandes por territórios sim, e pelo seu grande poder sobre várias outras regiões também.

Poder, muito poder.

Porém eles haviam encobertado tudo.

Não havia nada naquela família aonde ele podia se orgulhar.

Eles não tinham sentimentos, apenas tinham o almejo pelo poder e dinheiro.

Seu Pai e a Vô dizem que apenas seguem a linhagem de geração em geração de sua família.

E assim diz seu Bisavô e Tataravô.

Mas ele não era assim, ele era diferente.

Era isso que ele queria acreditar.

Após sentir alguém encarando-o intensivamente, ele decide olhar para o lado. Era sua irmã mais nova, a mais caçula entre os cinco. Kalluto.

Nunca foi de falar com ela, e nem teve vontade de fazer isso. E acredita que a mesma também se sente assim.

Ignorando-a, apenas seguiu em frente para sua próxima aula.

As aulas eram as mesmas. Como se comportar, como pensar, como reagir e como ser. Era um saco, tudo isso era um saco, aquele Reino, aquelas aulas e principalmente aquela família.

Como alguém pode ser feliz sendo de família real?

Para ele, não só família real, e sim como a todos. Não entendia o que era ter uma família, e passou a menosprezar a todos achando que eram iguais.

Todo humano almeja poder, então isso não os torna diferentes da família dele.

A única coisa que se pode fazer com essas pessoas é passar por cima delas, é para isso que seres inferiores servem.

Ele não precisa de ninguém

Isso ele repetia mentalmente várias vezes, tentando se enganar nesses ideais que foram passados à ele ao decorrer desses tempos, muitos pela sua família, e outras construídas pela sua própria mente.

Mas no fundo ele queria alguém.

Alguém que ele possa se sentir bem, e que não esteja com ele apenas por obter poder.

Mas ele achava que talvez esse alguém não exista.

Apenas encarava a realidade como era, e continuava a viver, e a crescer com esses ideais.

O tempo foi passando, e assim a personalidade dele foi se criando.

Não se importava muito com o que diziam para ele, já havia se acostumado desta vez totalmente, apenas começou a levar isso como vantagem.

Podia comer quanto chocolate que quisesse, pelo menos.

Era arrogante, chato e as vezes até estúpido.

Mas quem o conhecia bem sabia que não era verdade

Ele apenas estava confuso.

_ Killua-sama. - Dizia Wing, seu conselheiro. - Você tem que ...

_ Hai hai. - Falou fazendo sinal com a mão para ele ir embora, estava deitado na grama, num dos belos jardins que aquele palácio havia. - Agora me deixa em paz.

_ Killua-sama. - Falou.

_ Aaaah. Que saco. - Falou enquanto sentava na grama. Você se preocupa demais.

_ É o meu trabalho, e você-

_ Vem. - Fez sinal para o mais velho sentar do lado dele. - Relaxa, está um belo dia hoje, então se você acha que vou fazer algo que seja relacionado com este Reino ou Família, pode ir tirando o cavalinho da chuva.

O mais velho suspirou.

_ Eu adoraria, Killua-sama. - Falou - Mas eu não posso. Irei tentar resolver isso sozinho, então por enquanto descanse.

Sem obter resposta de seu patrão Wing se retirou.

Ele sabia que Killua se sentia solitário

Mas não podia fazer nada sobre isso.

Mesmo ele tratando-o rudemente ele sabia que seu mestre era bondoso.

E que aquele menino doce que ele acabará de ser com ele, é realmente o Killua que conhecia, porém ele era bondoso e doce do seu jeitinho especial. E isso que tornava Killua em Killua.

Poucos conhecem ele como realmente é.

Quando digo poucos seria apenas ele , sua irmã menor e Gotoh, e talvez um pouco a Kanaria e sua 'guardiã'.

Ele acredita que um dia seu mestre irá encontrar pessoas que irão dar o certo valor para ele. Sim, ele acredita que Killua irá encontrar alguém que possa chamar de amigo.

Ele irá aprender isto na hora certa.

Disso ele tinha certeza.

E nada fará Killua desistir dessas pessoas.

E nem ninguém.

Killua por outro lado, ainda queria ser livre, queria estar sobre suas próprias regras, e viver por conta própria.

Sempre desejou ter alguém próximo com quem pudesse compartilhar esses mesmos ideais.

Mas como sempre, achava que este tipo de alguém não existia.

Porém sonhava com alguém que pudesse brincar, rir, brigar, chorar e se aventurar.

Alguém que pudesse sempre contar.

Alguém que sempre estaria ao seu lado, não importa o que.

Alguém que ele pudesse chamar de amigo.

_ Naah. - Fez o albino deitando novamente na grama do jardim. - Posso cuidar de mim mesmo sozinho, até mesmo porque eu me acostumei. - Fechou os olhos e sentiu as suaves brisas em seu rosto.

Sim ele havia se acostumado.

Acostumado com a solidão.

~ - ~

~Killua's POV ~

Acordo um pouco suado, olho pros lado e vejo que os três ainda estavam dormindo.

Tenho sonhado com essas coisas de novo.

O que tem sido normal esses dias, por algum motivo.

Sinto que algo estava próximo a acontecer.

Tenho que fazer algo rápido.

Coloco minha mão sobre minha face e suspiro um pouco inquieto. Sinto um enorme peso na consciência.

Realmente odeio isso.

Antes de voltar a deitar, olho para Kurapika e Leorio, os dois dormiam em uma completa paz, porém Leorio murmurava algumas besteiras enquanto dormia.

Ri comigo mesmo.

Olho para o meu lado e vejo Gon dormindo em seu futon, não consigo evitar em sorrir.

Olhar para o Gon sempre me deixar calmo.

Sempre sinto uma vontade incontrolável de fazer carinho nele enquanto dorme.

E eu estou ciente que isto não é muito normal para uma simples amizade, depois de muito tempo eu venho aceitando isso.

Bem, deixando isso de lado no momento, eu me deito de novo e me viro para encarar Gon enquanto ele dormia.

Finalmente encontrei a resposta que rodava em minha cabeça em todos esses anos.

Eu realmente encontrei amigos com quem eu possa contar.

E quem sabe eu não tenha encontrado algo a mais que isso?

Sorri e fechei meus olhos, e assim cai no mais profundo sono novamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido!
Não estou certa quanto ao próximo capítulo (me refiro de quando irei posta-lo)
Mas não irei demorar !
Beijos e até a próxima õ/



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