A Jornada do Príncipe escrita por Andy


Capítulo 34
Capítulo 34 (final)


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei... Atraso logo no último capítulo é um crime imperdoável! D=
Mas em minha defesa, eu passei o meu sábado inteiro corrigindo provas e trabalhos, e ainda não consegui corrigir tudo! Estou mortinha aqui. Desculpem, eu passei o dia todo agoniada querendo vir aqui postar, mas juro que não dava!
Então... Chegamos ao fim da Jornada. E eu nem sei o que dizer. Eu adoraria fazer um discurso enorme aqui, mencionando o nome de cada um dos meus leitores maravilhosos, mas o Nyah! acabaria me expulsando. Porque vocês são muitos. E foram ainda mais os momentos preciosos que esta fanfic me proporcionou. Eu aprendi mais com ela do que seria capaz de dizer aqui.
Então, só tenho a agradecer. Muito obrigada a todos vocês que chegaram até aqui comigo! Quer tenham estado aqui desde o primeiríssimo passo desta Jornada, quer tenham nos encontrado no meio do caminho, saibam que vocês são todos muito especiais para mim! Nunca vou ser capaz de agradecer por todo o carinho, todas as risadas, todas as boas ideias, enfim, tudo o que fizeram por mim. Obrigada mesmo! ♥
Antes de encerrar (só mais um pouquinho, Nyah!), quero fazer um último agradecimento especial: à VidBelaMa, que escreveu a 9ª recomendação da fanfic esses dias! Menina, eu não respondi nenhum dos seus comentários ainda, mas eu fiquei vibrando aqui a cada um que chegava! Não acredito que você leu tudo isto de uma vez, e ainda recomendou! Obrigada mesmo! Fiquei super feliz ao ver sua animação com a minha história! =D

Ok, sem mais blábláblá, aproveitem este restinho da Jornada! E por favor, não deixem de ler as notas finais! Tenho um presente para os fãs de "A Razão do Rei"... E informações sobre futuros projetos... ;3

Xoxo



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Thranduil andava de um lado para o outro e seus passos ecoavam no grande salão de julgamentos de Mandos. O sol da manhã entrava pela grande janela de vidro azul e iluminava até a metade da largura do ambiente. A cada milímetro que ela avançava, o elfo ficava mais ansioso.

— Quer parar com isso, com os diabos!? — Gimli exclamou, irritado.

Thranduil parou bruscamente, e não disse nada. Não havia energia suficiente nele para brigar com o anão naquele momento. Devagar, com os ombros curvados pelo peso da dor, ele ergueu os olhos e procurou Syndel. Sentada num dos bancos de madeira, ela estava muito quieta, o rosto contorcido numa expressão de choro, embora nenhuma lágrima saísse de seus olhos. Percebendo que estava sendo observada, ela olhou para o marido. Thranduil preferiria que ela tivesse disparado uma flecha direto em seu coração. A acusação nos olhos dela era ácida, cruel. Principalmente porque ele sabia que não tinha o direito de pedir por perdão. Nem mesmo ele se perdoava.

Em silêncio agora, os três esperavam na sala vazia. Luindos havia dito que ninguém podia prever quando ou como Legolas voltaria. Se é que voltaria. Mesmo assim, eles esperavam. Tinham que esperar.

Eles e a figura negra recostada contra a parede no fundo da sala.


~~ ♣ ~~

Quando Legolas abriu os olhos lentamente, a primeira coisa que viu foi um par de olhos negros, cujas íris escuras eram raiadas de linhas azuis de um tom elétrico, como o céu noturno em uma noite de tempestade de raios. Eram olhos absolutamente únicos, hipnotizantes.

— Legolas?

Ele sentiu-se arrepiar por completo ao ouvir o som daquela voz melodiosa. Ela também era única. Devagar, ainda se sentindo meio desnorteado, ele tentou erguer-se sobre o cotovelo. Então, percebeu que tinha um cotovelo. Subitamente, ele tomou consciência de que tinha um corpo e estava deitado sobre uma superfície macia. Ele se ergueu de uma vez sobre os cotovelos e olhou para o lado. A pouco mais de trinta centímetros de distância, uma Madlyn inteiramente nua o olhava, preocupada. Só então ele se deu conta de que também não tinha roupas.

Mas isso não o preocupou de imediato, porque ele tinha toda sua atenção voltada para Madlyn. Ela estava diferente. Não eram apenas seus olhos. Ela tinha agora também longos cabelos, que, embora negros como a noite, brilhavam, sedosos, e lhe caíam em ondas, cobrindo parcialmente seus seios. Nas pontas, eles formavam grandes cachos. Cachos perfeitos, que pareciam ter sido modelados. Legolas nem sentiu seu queixo pender, deixando-o levemente boquiaberto.

Madlyn corou sob o olhar dele, o que só a deixou ainda mais bela.

Legolas estendeu a mão para tocar de levinho o rosto dela, hipnotizado por seus olhos.

— Legolas?

— Você é tão linda...

Ela não pôde evitar um sorriso.

— Você acha mesmo?

Ela não precisava perguntar. Os olhos de Legolas brilhavam enquanto ele passava as pontas dos dedos gentilmente pelo rosto dela (nariz, sobrancelhas, maçãs do rosto...), como se tentasse ter certeza de que ela era real.

— A elfa mais linda que eu já vi.

Ela sentiu o coração começando a bater mais forte e lágrimas de alívio brotaram em seus olhos.

— Esta sou eu... Como eu era, antes... De tudo.

Legolas se aproximou devagar, ainda acariciando o rosto dela.

— Você deve ser a filha preferida de Eru.

Ela riu de leve e estendeu a mão para tocar o rosto dele também. Por alguns minutos, eles ficaram apenas olhando apaixonadamente nos olhos um do outro. Até que Madlyn segurou a mão dele gentilmente.

— Onde estamos, Legolas?

Não sem algum esforço, ele rompeu o contato visual com ela e olhou em volta. Eles estavam num quarto pequeno, deitados em uma cama dourada. Não havia janelas, mas o ambiente rebrilhava com uma estranha luz prateada. As paredes e o teto eram feitos de uma pedra clara. Legolas nunca havia estado ali, mas de alguma forma, sabia perfeitamente onde estavam. O coração dele saltou de alegria ao constatar o que aquilo significava.

— No palácio de Mandos. — Ele respondeu, sorrindo para Madlyn.

Ela arregalou levemente os olhos.

— Quer dizer...?

— Bem-vinda a Valinor, meu amor.

Madlyn sentiu lágrimas de alegria nos olhos e retribuiu o sorriso. Legolas se aproximou e beijou a testa dela.

— Vem, vamos sair daqui. — Legolas se sentou na cama.

— Nós podemos? — Madlyn o imitou.

— Mandos e eu tínhamos um acordo. Ele me deu sua palavra de que, se eu fosse capaz de trazê-la de volta, você seria perdoada por Eru e pelos Valar... Bom, para mim, está claro que Eru te perdoou. — Ele a olhou de alto a baixo de novo, e seus olhos faiscaram maliciosamente.

Madlyn corou.

— Legolas!

Ele riu, levantando-se da cama e olhando em volta. Não havia móveis ali, exceto por duas cadeiras, sobre as quais repousavam um traje nobre de Greenwood e um conjunto negro com o brasão de Nan Elmoth. A um canto, havia um grande espelho de corpo inteiro. Legolas sorriu, virando-se para olhar para Madlyn. Ela tinha acabado de se levantar, e olhava para ele. Ainda corada, ela desviou o olhar, nervosa por ter sido pega olhando para ele. Ele nem notou, estendendo a mão para ela.

— Aqui. Vem cá...

Hesitante, ela se aproximou. Ele a puxou e a colocou em frente ao espelho. Depois, ele a abraçou por trás e, afastando o cabelo dela com a mão, sussurrou em seu ouvido:

— Veja como você é absolutamente linda. — Ele beijou o pescoço dela. Ela sorriu, contemplando a imagem no espelho.

~~ ♣ ~~

Thranduil se cansou de ficar em pé e foi em direção ao banco de madeira em que Syndel estava sentada. Ela lhe lançou um olhar irritado, avisando-o para não se aproximar mais. Desolado, ele se afastou e foi se sentar ao lado de Gimli, no outro lado da sala. Ele não sabia quanto mais daquilo poderia suportar. Syndel e Legolas eram tudo para ele. Ele não suportaria viver sem os dois.

Syndel desejava ardentemente poder chorar. O medo de perder o filho, misturado à raiva que sentia do marido, eram como veneno em seu coração, corroendo-o aos poucos. Além disso, apesar de odiá-lo naquele momento, ver o sofrimento de Thranduil também lhe doía. Ela não conseguia nem olhar para ele. Não podia acreditar que ele faria algo tão terrível. As desculpas dele de que não tinha escolhas não a convenciam. Tinha que haver outro caminho.

Gimli, por sua vez, xingava Legolas baixinho, incapaz de acreditar que ele partiria numa empreitada dessas sem ele, e sem sequer consultá-lo. O elfo sabia que ele iria até o inferno com ele, se ele pedisse, pombas! Por que tinha ido sozinho?

~~ ♣ ~~

Legolas e Madlyn se vestiram apressadamente. Quando ela finalmente calçou as botas, Legolas se aproximou, sorrindo. Ela retribuiu o sorriso.

— Você está lindo. — Ela pôs a mão sobre o escudo de Greenwood no peito dele. — Parece um rei.

Ele fez uma careta, rejeitando a ideia.

— Obrigado. Mandos certamente soube escolher os trajes para o nosso retorno.

— Eu na verdade acho que foi ideia de Luindos. Você não acha?

Legolas fingiu ponderar a ideia.

— Provavelmente. Mandos não parece ser do tipo que se importa com roupas. Acho que nos mandaria sair daqui nus mesmo. Mas Luindos tem... Estilo.

— “Estilo”.

Os dois riram, felizes.

— E então...? Pronta?

— Sim. — Ela sorriu para ele, confiante.

Legolas retribuiu o sorriso e, segurando a mão dela, começou a andar em direção à porta do quarto. Mas ela o segurou, detendo-o.

— Legolas?

Ele se virou para olhá-la. Ela sorriu de novo:

— Eu te amo.

Ela viu enquanto uma série de emoções passavam pelo rosto dele: surpresa, depois felicidade e, finalmente, amor. Ele abriu um largo sorriso e se adiantou para beijá-la.

— Eu também! — Ele lhe deu outro beijo rápido. — Eu também te amo!

Ela riu de levinho e segurou o rosto dele nas mãos:

— Eu tentei várias vezes te dizer isso antes, mas parecia que havia alguma coisa me impedindo, travando minha voz, eu não sei... Cada vez que eu tentava, algo parecia me sufocar. Era uma sensação horrível. Mas eu te amo. Sempre te amei. Muito, muito, muito... — Ela começou a encher o rosto dele de beijinhos.

Ele a abraçou.

— É tão bom ouvir isso...

Ela retribuiu o abraço e sussurrou no ouvido dele:

— Eu te amo. — Ela beijou o lóbulo da orelha dele. Ele estremeceu.

Afastando-se devagar, ele buscou os olhos dela. Eles brilhavam, não deixando qualquer dúvida de seus sentimentos. Legolas sentia o coração palpitar de felicidade. De repente, ele se adiantou e, tomando-a nos braços, a beijou apaixonadamente, erguendo-a do chão e girando-a no ar. Madlyn sorriu, segurando-se nele e retribuindo o beijo.

~~ ♣ ~~

Agora era Gimli quem andava de um lado para o outro, resmungando baixinho. Thranduil estava sentado a um canto. Syndel estava no extremo oposto. Ela havia de alguma forma conseguido conter a vontade de chorar, agora, mas ainda sentia uma dor terrível no peito. E ainda não conseguia olhar pra Thranduil.

Eöl saiu de sua posição no fundo da sala e começou a se aproximar gradualmente da frente, ainda andando nas sombras. Nenhum dos outros três o notou.

~~ ♣ ~~

Legolas interrompeu o beijo, ofegante. Madlyn tentou puxá-lo de volta, mas ele a afastou com delicadeza, rindo levemente.

— Se você me beijar de novo, eu sou capaz de ficar aqui para sempre.

— Eu não me importo. — Ela pôs as mãos em volta do pescoço dele de novo.

Ele lhe abriu um de seus sorrisos tortos.

— Nós temos a eternidade, lembra? Vamos lá, há pessoas esperando por nós.

— “Nós temos a eternidade”? — Ela o imitou. — Isso está me soando como uma proposta...

Ele ficou olhando-a sem entender. Madlyn suspirou, soltando-o.

— O que foi?

— Não é nada.

— Por favor, não comece com isso de novo. — Ele a fez olhar para ele. — Não se feche para mim.

— Eu não estou.

Legolas ficou olhando nos olhos dela, tentando compreender o que ela estava pensando. Ela sustentou o olhar, pacientemente. De repente, ela viu a compreensão iluminando o rosto dele. Ele sorriu:

— Eu não acredito que você ainda precisa... Depois de tudo o que passamos...

— Preciso. — Ela insistiu.

Legolas balançou a cabeça levemente, incrédulo. Madlyn fechou a cara para ele. Ainda sorrindo, ele se ajoelhou diante dela e pegou sua mão. Madlyn sentiu o coração começando a bater mais rápido, enquanto ele respirava fundo. Quando Legolas ergueu a cabeça para olhar para ela, seus olhos sorriam, mas ele estava muito sério:

— Madlyn... Com você, eu descobri o que significa amar. Você me fez perceber que eu estava incompleto esse tempo todo, e preencheu cada vazio que eu possuía em minha alma. Meu coração é seu. Eu já me considero eternamente ligado a você, incondicionalmente. Mas eu quero que todos sejam testemunhas do nosso amor. Que não haja dúvidas em Valinor quanto ao nosso laço! — Ele fez uma pausa emocionada. — Você me daria a honra de torná-la... Lady Verdefolha? — Ele lhe deu um sorriso travesso.

Madlyn riu levemente, com lágrimas dançando nos olhos.

— Sim! — Ele beijou a mão dela e se levantou. Ela se atirou ao pescoço dele, abraçando-o. — É claro que sim!

Ele retribuiu o abraço, apertando-a com força e beijou seu rosto.

— Eu te amo tanto! — Ela o apertou ainda mais, quase sufocando-o.

— Você não se cansa de dizer isso, não é? — Ele brincou, com a voz abafada.

Ela riu e se afastou para lhe dar um beijo rápido:

— Não.

Ele sorriu e segurou a mão dela.

— Vamos, agora? Eu preciso dar as boas-novas para os meus pais. Minha mãe vai ficar radiante.

Madlyn congelou no lugar.

— Madlyn?

— Seu pai.

— O que tem ele?

— Ele não vai aceitar nunca.

Legolas riu e se aproximou, pondo o braço em torno da cintura dela, empurrando-a delicadamente em direção à porta.

— Não se preocupe.

Madlyn hesitou, mas deixou-se conduzir. Saindo do quarto, os dois se viram em um amplo corredor, que se expandia a perder de vista nas duas direções. Legolas olhou, em dúvida, até que uma tocha se acendeu subitamente no lado esquerdo. Mas a luz não era fogo. Em vez disso, era uma estranha luz prateada. Enquanto ele olhava. Outra tocha se acendeu, mais adiante. E depois outra, e depois outra. Legolas sorriu.

Seguindo o caminho das tochas, Legolas e Madlyn foram parar diante de uma grande porta dourada. Ele desceu a mão para segurar a mão dela:

— Pronta?

— Pronta.

Legolas empurrou uma das folhas da porta. Ela não cedeu. Ele franziu as sobrancelhas e, soltando a mão da elfa, tentou empurrar as duas folhas ao mesmo tempo, com toda a força que pôde reunir. Nada.

— Tcs, tcs, tcs... — Madlyn zombou. — Uma garota tem que fazer tudo…

— O quê?

Lançando-lhe um sorriso torto, ela se aproximou da folha da direita e posicionou as duas mãos sobre ela.

— Juntos.

Legolas assentiu, confiante. Os dois empurraram com toda a força. A porta cedeu facilmente.

Os dois se viram em uma ampla sala de mármore branco, enfeitada aqui e ali com detalhes dourados. Dos lados, havia um conjunto de estátuas que representavam os Valar. Do lado direito, havia sete estátuas. Do lado esquerdo, havia seis, e um pedestal vazio, feito de mármore negro. Não havia mobília, exceto por um grande trono dourado, adiante, sobre o qual se sentava uma figura imponente que trajava uma armadura prateada e observava os elfos com olhos dourados. Ao vê-lo, Legolas e Madlyn se ajoelharam.

Mandos sorriu brevemente, antes de se tornar muito sério de novo.

— Luindos.

O arauto, que estava aos pés do Vala, fez uma reverência:

— Senhor?

— Aguarde lá fora. E quando estes elfos saírem, eu quero que você os anuncie.

— Sim, senhor.

Luindos se curvou novamente e saiu da sala, passando a passos rápidos por Madlyn e Legolas. A porta se fechou com um baque, depois que ele passou. Os elfos esperaram. O estômago de Madlyn se contorcia desconfortavelmente, mas Legolas estava tranquilo.

— Legolas Verdefolha. Levante-se.

O elfo obedeceu, olhando confiante para Mandos. O Vala retribuiu o olhar e se permitiu dar um breve sorriso conspiratório para ele. Legolas correspondeu ao sorriso. Depois, Mandos ficou sério de novo:

— Madlyn Verdefolha. Levante-se.

Madlyn hesitou, surpresa. Legolas também arregalou os olhos para o Vala, que se riu do choque deles. Por fim, a elfa se levantou, erguendo os olhos humildemente para Mandos. Legolas notou que ela tinha corado.

— Meus parabéns pelo casamento. — O Vala cumprimentou, fazendo uma breve reverência. — Sei que ele ainda está para acontecer. Mas aos olhos de Eru, suas almas já estão entrelaçadas há muito tempo.

Legolas se ajoelhou de novo, tomado de emoção:

— Meu senhor...

Mandos apenas fez sinal que ele se reerguesse.

— Erin. — Ele chamou. A elfa olhou para ele. — Ou Madlyn, como preferir. — Ele lhe sorriu levemente. — Seja bem-vinda a Aman, a terra de Eru. É com grande prazer que eu lhe aceito de volta à casa, como Primogênita de Ilúvatar.

— Obrigada, meu senhor. Eu... Eu peço perdão por tudo que causei. Por todas as minhas ofensas a Eru e aos Valar.

Mandos balançou a cabeça levemente.

— Você já foi perdoada. Basta olhar para você. A graça de Eru brilha sobre você. Sobre vocês dois.

Madlyn sorriu para Legolas. Ele retribuiu, sentindo o coração ainda batendo forte.

— Eu não vou detê-los mais. — Mandos sorriu. — Há pessoas lá fora esperando desesperadas por vocês. Vão tranquilizá-los. — Quando ele disse isso, a porta se abriu magicamente atrás dos elfos. Luindos estava lá, esperando.

Legolas e Madlyn se curvaram e se viraram para sair, com os dedos entrelaçados.

— Legolas. — O Vala chamou, quando eles estavam prestes a passar pela porta.

O elfo se virou para olhar para ele.

— É melhor você e seu pai ficarem longe do meu palácio.

Legolas sorriu para ele:

— Sim, senhor.

Ele e Madlyn saíram da sala. A porta se fechou com estrondo atrás deles. Luindos sorriu animadamente para os dois, segurando uma mão de cada um:

— Meus parabéns! Legolas, o senhor é o guerreiro mais corajoso que eu já conheci. E Madlyn... Bem-vinda de volta! Você está deslumbrante! Agora, vamos? Seu pai está quase abrindo um buraco no chão da sala de julgamentos, de tanto andar de um lado para o outro, Legolas.

Ele lhes deu as costas e começou a andar a passos tão largos que os dois tiveram que se apressar para acompanhá-lo.

— “Estilo”... — Legolas se aproximou para sussurrar no ouvido de Madlyn.

Ela deu uma risadinha, e Luindos se virou para olhar, desconfiado. Os dois elfos olharam para os lados, fingindo inocência.

~~ ♣ ~~

Thranduil, Syndel e Gimli saltaram de pé ao ver Luindos. O Maia levantou as mãos, pedindo paciência.

— Por favor, mantenham a calma agora... — Ele fez uma pausa e sorriu. — Eles regressaram.

Dizendo isso, ele deu um passo para o lado, abrindo caminho. Legolas passou imediatamente pela porta e, sem dizer uma palavra, correu e se atirou nos braços de Thranduil. O pai o abraçou com força, começando imediatamente a chorar.

— Legolas! — Syndel correu para lá também.

Thranduil beijou o alto da cabeça do filho. Legolas também chorava.

— Eu estou de volta, ada.

Thranduil apenas o apertou ainda mais em resposta. Doeu um pouco, mas Legolas não se importou. Pai e filho ficaram assim, abraçados, por mais alguns minutos, até que Thranduil o soltou, erguendo a mão para enxugar as lágrimas. Syndel, que observava a cena, também chorando, se adiantou para abraçar o filho.

— O que você pensa que estava fazendo, Legolas? Eu tive tanto medo de perder você!

— Eu sei... Me perdoe, mamãe. Mas era algo que eu precisava fazer.

— Está perdoado. Mas nunca mais faça isso, está me ouvindo? Eu te deixo de castigo pelo resto da eternidade!

Legolas riu baixinho.

— Acho justo.

Syndel o soltou e o olhou de alto a baixo, como que para verificar se ele estava bem mesmo. Então, ela sorriu:

— Você está mais lindo do que eu me lembrava. E esses cabelos soltos? Parece... — Ela se interrompeu, se virando para lançar ao marido um olhar angustiado: — Thranduil! Thranduil, eu estava errada! Só um pai maravilhoso teria a coragem de fazer o que você fez. Você é o melhor pai do mundo! Por favor, me perdoe...

Thranduil se aproximou e a abraçou, dando-lhe um beijo na testa.

— Está tudo bem. Você só estava sendo mãe.

Ela ainda estava angustiada:

— Eu não te odeio de verdade, você sabe, não é? E eu sei que não podia ter escolhido homem melhor para ser o pai do meu filho.

Thranduil sorriu e se inclinou para beijá-la suavemente:

— Eu sei, meu amor. Está tudo bem.

Syndel sorriu hesitantemente para ele. Os dois se viraram para olhar para Legolas e, antes que ele pudesse fazer qualquer coisa a respeito, eles o abraçaram, um de cada lado, beijando o alto de sua cabeça. Legolas sorriu, um tanto sem graça, e inclinou a cabeça no ombro da mãe.

— Saiam da minha frente! — Gimli se aproximou, batendo os pés, e empurrou Thranduil e Syndel, fazendo com que eles se afastassem do filho, olhando para baixo assustados.

O anão olhou para cima para encarar Legolas. O elfo abriu um grande sorriso para ele. Gimli fechou a cara e lhe deu um soco no estômago com toda a força que conseguiu reunir. Legolas se curvou com um “uh!” dolorido. Madlyn finalmente saiu das sombras em que vinha se escondendo e correu até lá.

— Desgraçado! — Gimli tentou dar mais dois socos, mas Legolas recuou, erguendo as mãos para aparar os golpes. Thranduil se adiantou e agarrou o anão por trás, contendo-o com alguma dificuldade. Gimli continuava se debatendo, tentando alcançar Legolas com os punhos: — Miserável! Elfo maldito!

Legolas, que ainda apertava o estômago com os braços, apoiando-se em Madlyn, olhava para o anão assustado.

— Como você ousa me dar um susto desses e depois ainda voltar com esse sorriso idiota na cara?! Eu quebro você!

— Gimli...

— Por que você não me chamou? Você sabe que eu iria até o inferno com você! Orelhas-pontudas idiota! — Gimli parou de se debater.

— Gimli, eu sinto muito...

Sente muito? — Ele puxou os braços com força para a frente, livrando-se de Thranduil. — Eu acho bom que você tenha sentido muito mesmo!

Legolas se soltou de Madlyn e se agachou. Com uma mão, ele ainda apertava o estômago, mas estendeu a outra para o anão:

— Eu senti.

— Ótimo. — Gimli deu dois passos grandes e o abraçou. Legolas retribuiu o abraço. — Se você ousar ir a algum lugar perigoso sem mim de novo, eu acabo com você!

— Obrigado. — Legolas o apertou com força antes de o soltar e se levantar.

Thranduil pigarreou sugestivamente. Legolas se virou para olhar para ele, e Thranduil indicou Madlyn com os olhos. A elfa estava muito quieta, encolhida, como se tentasse não ser notada ali. Legolas sorriu e se aproximou dela, pondo a mão em sua cintura para puxá-la para si.

— Mamãe... Ada... Eu acho que vocês já sabem a razão de tudo isto.

Madlyn ergueu os olhos timidamente. Ela recuou um passo ao ver Thranduil. O rei lhe abriu um de seus famosos sorrisos tortos.

— Madlyn? — Legolas perguntou, olhando desconfiado para o pai. Thranduil apenas ergueu as sobrancelhas.

— Meu senhor é... Assustadoramente lindo. — Ela olhou para Legolas, e depois de volta para Thranduil, depois corou intensamente.

Thranduil riu presunçosamente, e Syndel abraçou o braço dele, dando-lhe uma leve cotovelada nas costelas. Ele tratou de segurar o riso.

— Obrigado, Madlyn.

Madlyn baixou os olhos, constrangida.

— Bem-vinda de volta, querida. — Syndel sorriu gentilmente.

Madlyn retribuiu o sorriso.

— A senhora também, Majestade... Agora eu entendo porque Legolas é tão perfeito.

— Yerk! — Gimli fez um ruído de nojo, desprezando o comentário.

Madlyn se abaixou, sorrindo sarcasticamente para ele:

— Você continua o mesmo que eu me lembrava, Gimli.

— Adorável como sempre. — Legolas concordou.

Gimli bufou e virou a cara. Madlyn sorriu, percebendo que o anão já a havia perdoado.

— Bom, aproveitando que a família está toda aqui... — Legolas se voltou para os pais. — Eu tenho um anúncio a fazer.

Syndel franziu as sobrancelhas, preocupada. Thranduil ficou apenas olhando para Legolas, com o rosto sereno.

— Madlyn e eu vamos nos casar.

Syndel pareceu surpresa, mas depois abriu um largo sorriso. Thranduil franziu a testa, ficando muito sério. Legolas o encarou, mas antes que um dos dois pudesse dizer qualquer coisa, Madlyn exclamou:

Ada?! — Ela cobriu a boca com as mãos, surpresa consigo mesma. Ela nunca o havia chamado daquele jeito.

Todos se viraram para olhar. Eöl estava estático no meio do corredor, olhando para Madlyn com olhos arregalados. Vendo-se alvo de toda a atenção, porém, ele logo se recuperou, empertigando-se com aquele ar de nobreza esnobe.

— Fico feliz que tenha retornado, Erin.

Madlyn não disse nada. Em vez disso, ela deu três passos rápidos e o abraçou. Eöl correspondeu meio tarde demais, sem jeito. Quando a elfa se afastou, ele olhou para Legolas. Legolas sustentou o olhar. Eöl assentiu quase imperceptivelmente e foi até ele de braços abertos. Thranduil se agitou brevemente, mas Syndel o deteve. Legolas abraçou Eöl, que lhe deu dois tapinhas nas costas.

Afastando-se de Legolas, ele lançou um último olhar significativo para Madlyn e se virou, andando em direção à porta com passos rápidos. Legolas andou até Madlyn, que olhava com lágrimas nos olhos o pai se afastando, e abraçou sua cintura, puxando-a para si. Quando Eöl desapareceu através do portal iluminado pela fraca luz do pôr-do-sol, ninguém se moveu.

Até que Thranduil rompeu a tensão do momento e começou a andar em direção à porta. Syndel o chamou imediatamente:

— Thranduil?

O rei parou onde estava, emitindo um som de impaciência. Ele se voltou e olhou para a esposa:

— O que vocês estão esperando? Vamos para casa... — Ele olhou para Legolas e Madlyn. — ...meus filhos. — Ele sorriu.

As lágrimas que dançavam nos olhos de Madlyn começaram a escorrer. Legolas parecia não caber em si de felicidade e abriu um largo sorriso para o pai. Thranduil piscou para Madlyn e trocou um olhar significativo com Legolas. Syndel correu até ele e lhe deu um beijo no rosto. Sem dizer mais nada, Thranduil pôs a mão na cintura dela e se virou para a porta novamente.


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Notas finais do capítulo

Ai, como eu odeio despedidas! E aí, o que acharam? Especialmente, o que acharam do último parágrafo? Eu reecrevi milhares de vezes, e ainda não gosto dele! Queria reescrever, reformular este capítulo inteiro, mas simplesmente não deu tempo! Espero que esteja pelo menos aceitável... Mas vamos às informações que interessam agora!
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♣ EXTENSÃO DE "A RAZÃO DO REI": fanfic "Cinco histórias que a Syndel não contou para o Legolas".

Eu estou indo AGORA postar uma nova fanfic, com o título acima. Como o nome sugere, ela é uma extensão de "A Razão do Rei", e conta histórias que não apareceram na fanfic porque a Syndel não as contou para o Legolas, então ele não tinha como narrá-las. Ao ler as histórias, vocês vão entender o porquê de ela não tê-las contado... ;X
Para os fãs de "A Razão do Rei", essa é uma chance de ver mais do nosso casal querido, Thranduil X Syndel, e de descobrir mais sobre detalhes do relacionamento deles que não foram narrados antes (mas que eu sempre soube e sempre quis contar). Para mais informações, visitem a página da fanfic: https://fanfiction.com.br/historia/690227/5_historias_que_a_Syndel_nao_contou_para_o_Legolas/

♣ NOVOS PROJETOS:

— Eu posso ou não estar com uma ideia de escrever em julho uma fanfic com o nome "A Missão da Guarda", para lançar em agosto. Seria sobre uma certa elfa ruiva e conteria algumas informações sobre o futuro de Legolas e Madlyn... Quem gostaria de saber caso esse projeto realmente vá para frente? Só falar nos comentários, que eu aviso quando sair!

— Eu estou com um projeto, para ser lançado em julho, de uma história original inspirada em nekos (se não sabe o que é, digite "neko" no Google! ♥). Seria um projeto para melhorar minha escrita, um experimento mesmo, e quanto mais leitores participarem, melhor para mim. Se alguém tiver interesse em me ajudar, avisa nos comentários ou por MP! Obrigada!

Espero vê-los de novo um dia, galera! De um jeito ou de outro, eu amo vocês! ♥

Xoxo